Destaques

terça-feira, março 05, 2013

Pinceladas cariocas - Os favoritos perderam

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por Enrico Castro

Gum?!? Ogum nos acuda!
Enfim, o Cariocão começou! E já na “primeira rodada” o “Brocador” Hernane e o “Beijador” Fred deram adeus ao 1º turno. As semifinais foram, de fato, jogos muito bons, onde os favoritos perderam. No sábado, Vasco e Fluminense fizeram um duelo eletrizante, sobretudo no 2º tempo. O Vasco saiu na frente do marcador, o Fluminense virou e, em seguida, o Vasco “revirou”. No final, 3 x 2 para o time da colina. O jogo serviu para demonstrar o quão frágil é a defesa Tricolor. Os mesmos jogadores que, no Brasilerão do ano passado, sofreram apenas 33 gols em 38 partidas, este ano já levaram 15 em apenas 12 jogos. Lembro que, após o término do Nacional, quando não foi eleito para a seleção do campeonato, o Gum (não confundir com Ogum) disparou: "Para mim, fui o melhor da posição. Em jogos decisivos me comportei bem e fui importante. Se algumas pessoas votaram em outros jogadores, não posso fazer nada". Bem, agora sabemos por que ele não foi escolhido... Para os torcedores iniciados, bola na área do Flu é um “Ogum nos acuda”. Apesar do discurso contrário da comissão técnica e dos jogadores, o Flu está interessado mesmo é na Libertadores. De qualquer forma, há uma coincidência que carece de investigação: todas as vezes em que o Barcelona perde, o Fluminense também perde, e vice-versa... 
"Altinho" do Vasco
O Vasco de Bernardo jogou acima da (sua) média e não sentou na vantagem do empate. Até porque, se tivesse sentado, o Carlos Alberto teria jogado seus 85 kg sobre seu mais novo “pupilo”. Mesmo tendo sido inferior ao adversário na maioria do tempo, encontrou a mina de ouro Tricolor e garantiu a vitória explorando esta jazida. Levantou bolas na área do Fluminense, o que é praticamente certeza de gol. A torcida certamente experimentou momentos nostálgicos após o gol do homônimo, porém “altinho”, Romário, que marcou em seu 1º lance na partida. Lembrou épocas nas quais o Vasco não era um azarão. A equipe enfrentará o Botafogo na final da Taça Guanabara, com a vantagem do empate. O alvinegro venceu por 2 x 0, na outra semifinal, o Flamengo - que, aliás, parece enfim ter voltado ao normal. O time jogou como um bando. Desorganizado taticamente, seus jogadores não repetiram as atuações dos últimos jogos. O “Brocador”, assim como nas últimas partidas, quase não apareceu, a não ser no lance em que perdeu o gol duas vezes na mesma jogada. Já Rafinha parece ter amarelado e sentido o peso de um jogo decisivo. Outro que nada fez foi o leiloeiro Carlos Eduardo, que recebe salário de estrela mesmo apresentando um futebol medíocre e ainda não tendo feito nada de relevante nos clubes pelos quais passou. E ainda usou a camisa 10 do Flamengo justo no dia do aniversário de 60 anos do maior ídolo do clube... Que Zico! Quer dizer, que Mico! (com M maiúsculo, mesmo!)
Felipe entregou o ouro ao Botafogo
O Botafogo mostrou logo com um minuto de jogo que desta vez não queria saber de "chororô". O limitado lateral esquerdo Julio Cesar fez boa jogada e marcou um bonito gol. A partir daí, marcou bem e passou a sair em contra-ataques perigosos, parando quase sempre nas mãos de Felipe - que entregou o ouro quando, no desespero, foi para a área alvinegra tentar um gol de cabeça nos acréscimos. Acabou sendo surpreendido pela rápida e precisa reposição de bola do goleiro Jéfferson, que armou o contra-ataque que originou o gol do ensaboado Vitinho, promessa botafoguense que entrou aos 29' do segundo para bagunçar ainda mais a já desorganizada defesa do Fla. O garoto não se intimidou e, antes de marcar, já havia perdido dois gols e deixado Léo Moura & Cia na saudade inúmeras vezes. Bom jogador, seria um excelente reserva para o Wellington Nem... 
A final da Taça Guanabara será no próximo domingo. E o Vasco promete não perder a oportunidade de garantir mais um vice campeonato, mesmo se o Botafogo fizer força para repetir o "chororô". Antes, na quarta-feira, tem Libertadores. Mas só para quem fez o dever de casa no ano passado!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

segunda-feira, março 04, 2013

Charge (muito, mas muito engraçada) em jornal isento

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(Via @SeoCruz)

'Crise de gestão'

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Pois é. Assim como no episódio da cratera do metrô, em 2007, o governo estadual de São Paulo também se isentou de responsabilidade pelo deslizamento de terra na Rodovia dos Imigrantes, em 22 de fevereiro, que matou uma mulher e atingiu 23 veículos e uma carreta. Para reforçar, o governador Geraldo Alckmin anunciou que vai investigar a concessionária Ecovias. Mas vejam que curioso: em dezembro, dois meses antes do acidente, o governo tucano renovou a concessão da Ecovias por mais um ano e meio, em troca de algumas obras. O prazo da concessão terminaria em 2023 e vai se prolongar até 2025. A empresa já controla a Rodovia dos Imigrantes desde 1998, nos tempos do governo de Mário Covas, passando pelos também tucanos Geraldo Alckmin e José Serra.

Em artigo publicado na coluna "Cidade S.A.", do site IG, Rubens de Almeida afirma que a Rodovia dos Imigrantes "enfrenta uma evidente crise de gestão,  acompanhamento e prevenção de acidentes nas encostas da Serra do Mar". Sim, crise de gestão por parte da Ecovias, aquela na qual o governo do Estado confia para administrar a estrada há 15 anos, e confia tanto que prolongou o fim do contrato para daqui a mais 12. Governo do PSDB, aquele partido que gosta de arrotar sua "gestão eficiente". Mas um detalhe que a imprensa se esmera em desprezar - e que, óbvio, ninguém ressaltou após o deslizamento de fevereiro - é que a Rodovia dos Imigrantes, com apenas 58,54 km de extensão (segundo a Ecovias), possui o pedágio mais caro do Estado: R$ 21,20.

Considerando que cerca de 35 mil veículos passam pela rodovia diariamente, isso daria R$ 742 mil por dia, R$ 22,2 milhões por mês ou R$ 267,1 milhões por ano. Sim, existem dias de menor movimento, mas os diversos feriados durante o ano acabam engordando ainda mais essa conta. No Natal e no Carnaval, 400 mil veículos (chutanto baixo) descem da capital rumo ao litoral, o que daria faturamento de R$ 8,4 milhões em um só dia. Ou seja: se um governo concede negócio tão apetitoso a uma determinada empresa, e por tanto tempo, seria justo que fiscalizasse e cobrasse com rigor e frequência seus serviços de gestão, manutenção e prevenção de acidentes. E não DEPOIS que um acidente fatal tenha ocorrido. Pela Teoria do Domínio do Fato, a família da vítima fatal pode incriminar Alckmin.

Reservas e arbitragem dão vitória ao São Paulo

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Mais uma vez, para poupar os titulares, Ney Frnaco escalou o "Expressinho" contra o sofrível Penapolense, fora de casa, e obteve sucesso. O zagueiro Rhodolfo abriu o placar logo no início do jogo e Ademílson fechou o 2 a 0 na metade da segunda etapa. Cabe ressaltar, como no título do post, que a equipe do interior foi garfada dentro de sua própria casa pela arbitragem. No primeiro tempo, o (horroroso) zagueiro e dublê de lateral-direito João Filipe fez duas faltas importantes que não foram marcadas: uma foi pênalti e outra renderia o segundo cartão amarelo - o que deixaria o São Paulo com dez em campo. Fora isso, Maicon, que também já tinha cartão, empurrou um adversário e, no mesmo lance, usou a outra mão para mandar a bola na trave do Penapolense. O juiz só marcou impedimento. Para completar, na segunda etapa, o lateral-direito Lucas Farias cometeu outro pênalti. Para variar, não marcado.

Além de ser muito feio vencer dessa forma, essa ajuda da arbitragem desmonta o bla-bla-blá da imprensa esportiva sobre a eficiência dos reservas do São Paulo, pela invencibilidade de quatro jogos e coisa e tal. Conversa mole. A única apresentação convincente desse time foi contra o Corinthians, no fim do Brasileirão do ano passado. No mais, só pegou adversários fracos, como o Atlético de Sorocaba, Guarani e, ontem, o Penapolense. Mas, para não dizer que não houve destaques, aponto os volantes Maicon e Fabrício como possíveis alternativas para o time titular, no futuro próximo, bem como o lateral-direito Lucas Farias (que não pode ser pior que Paulo Miranda ou, principalmente, Douglas). Se Cortez continuar jogando mal, Carleto também se habilita a conquistar a lateral-esquerda. E Wallyson mostrou que, quando estiver recuperado, tem velocidade, inteligência e poder de finalização para disputar a lateral-direita. Quanto ao Ganso... Bem, deixa pra lá.

 



Idiosincrasias cotidianas

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Percorrendo a Zona Leste de São Paulo de metrô, logo após o clássico entre Santos e Corinthians, vejo um rapaz com a camisa do alvinegro de Parque São Jorge, mas com o cabelo idêntico ao do Neymar. No banco ao lado, um menininho de uns 8 anos, com o mesmo penteado, cochila. Ao chegar na estação Pedro II, o rapaz acorda o menino:

- Levanta, Tévez!

(E depois o Neymar é que é chamado de "cai-cai"...)

domingo, março 03, 2013

Uma piada para um clássico esquecível (visão corintiana)

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Sem muito a acrescentar na análise do santista Glauco sobre o clássico deste domingo, abro com uma piada:

Era numa cidadezinha no interior de Minas, pros lados em que se faz cachaça da boa. O povo estava animado com a partida entre as seleções mineira e paulista, encontros que tinham boa fama naquelas priscas eras. Teriam lá um representante, o Nicodemo, lateral-esquerdo reserva do selecionado das Alterosas. Havia também uma preocupação: naquele tempo, numa cidade daquelas, rádio não havia. Bom, tinha um, na bodega do Armando, mas estava quebrado. Comunicação, só pelo telégrafo. Para não passar uma semana esperando, Dona Cotinha, mãe do Nicodemo, encheu o filho até ele concordar em correr logo depois do jogo para telegrafar o resultado.

O herói da cidade partiu uns dias antes para o jogo, sob aplausos. Chegado o dia da peleja, a tensão era enorme. Todo mundo fingiu o dia todo que trabalhou, mas ninguém resolveu nada. Com o jogo marcado para as quatro, lá pelas seis da tarde começaram as reclamações. "E o Nicodemo?" "Tá enrolando a gente!" e coisa e tal.

Levou mais umas duas horas pro cabra enviar a mensagem, curta e grossa como cabia ao meio da época:

"Joguemo. Não perdemo nem ganhemo: empatemo.
Ass.: Nicodemo"

Pois é

Renato Augusto deitou e rolou em cima de Galhardo
Meu pai conta melhor, admito. Mas o fato é que a mensagem caberia no jogo chato e esquecível deste domingo, fora dos padrões do confronto nos últimos anos. Além do que o Glauco falou, destaco umas coisinhas sobre o desempenho dos abençoados de São Jorge, que na hora do jogo devia estar lustrando a lança - no bom sentido, é claro.

Os atacantes e meias ficaram todos devendo, por óbvio, mas Renato Augusto jogou um primeiro tempo excelente. Aproveitou-se dos buracos deixados por Galhardo na lateral-direita santista e criou boas chances por ali. Na segunda etapa, Muricy trocou seu ex-flamenguista por Bruno Peres, o que pode ter a ver com a queda de produção do meia alvinegro. Pato também não resolveu e precisa se apresentar mais para o jogo. Mas sempre que apareceu, levou perigo, como na jogada em que deixou Paulinho na cara de Rafael, que saiu bem para impedir a finalização.

Gil esteve impecável na marcação. Ganhou todos os embates diretos de que me lembro, inclusive uns dois com o sempre perigoso mas hoje muito apagado (e deitado) Neymar. Vai se firmando e justificando a contratação. Outro que foi bem foi o garoto Igor na lateral-esquerda, sem deixar espaços e fazendo algumas boas tabelas em suas poucas descidas. A dupla de laterais de hoje deverá ganhar espaço no time ao longo da temporada - especialmente Edenilson, já que Alessandro até já andou falando em parar no fim do ano.

Santos 0 X 0 Corinthians - clássico quase centenário, sem nada de bom (visão santista)

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Belo lance... (Divulgação/SantosFC)
Jogo fraco, fraco... Por mais que se diga que a marcação prevaleceu e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá, a partida entre Santos e Corinthians no Morumbi foi bem ruinzinha de ver, ainda mais (imagino eu) pra quem não torcia pra nenhuma das duas equipes. O final de Flamengo e Botafogo, transmitido pela Vênus Platinada, foi mais emocionante do que os 90 minutos do clássico de São Paulo. Talvez isso faça com que a Federação dominante hoje no futebol brasileiro reflita acerca de seu campeonato. Bobagem, não vai mudar nada...

Bom, o Santos entrou sem Renê Júnior, suspenso, e também sem Miralles, contundido. Já os visitantes em sua cidade vieram sem os laterais Alessandro e Fábio Santos, com Edenílson e Igor nos respectivos postos, com mais obrigações defensivas do que ofensivas na maior parte da peleja.
Nos dez minutos iniciais, só deu Santos, coisa rara em jogos do Timão, que costuma pressionar os adversários no início. Algumas triangulações pela canhota com Léo, Cícero e Arouca davam a impressão de que se tratava de uma equipe portenha, tal qual o Boca nas priscas eras de Bianchi, mas ilusão durou essa nona parte do jogo. Era o Alvinegro Praiano desentrosado e dependente de jogadas individuais que tem feito o peixeiro sofrer desde o segundo semestre de 2012.

Logo, o Corinthians equilibrava as ações e o Peixe passava a postar nos passes longos, nas bolas mal conduzidas por jogadores que têm como característica justamente conduzir a bola. Arouca, Montillo, Neymar... Não, não dá pra transpor um time que joga de forma compacta na intermediária, como o Corinthians, assim, a não ser que um deles esteja inspirado. Mas nenhum deles estava. Arouca, na fase regular de sempre; Neymar, com atuação discreta como em todo o ano de 2013. Alguém vai lembrar: “Ah, mas Neymar é o artilheiro da equipe no ano”. Verdade, ele, como os filmes de Woody Allen, é bom até quando é ruim. Mas hoje, como em outros jogos do Alvinegro no ano, foi só ruim. Simulou uma penalidade e tomou cartão amarelo justamente, tentou lances sozinho e não conseguiu ser diferente. Montilo é uma desculpa para Muricy não ser crucificado em praça pública, já que nenhum clube do Brasil (e de fora) desaprovaria a contratação do argentino que vem jogando abaixo da crítica, não só do esperado. Felipe Anderson entrou no segundo tempo e foi melhor que o portenho no pouco tempo em que atuou.

Na etapa final, o Corinthians chegou mais vezes perto do gol, mas Guerrero não justificou a fama goleadora, perdendo uma oportunidade incrível perto de Rafael, que até foi bem no jogo, ao contrário das partidas pregressas. Mas foi Cássio que fez a defesa do clássico, em falta de Marcos Assunção, que ainda pegou a trave.


André foi uma nulidade, como vem sendo partida sim, quase outra também. Faltou ousadia a Muricy para colocar Giva antes, mas vá lá, é compreensível. Ambas equipes estavam mais preocupadas em não perder do que em vencer, essa é a leitura que se pode ter da partida, cada qual por seus motivos. 

A essa altura do Paulista, que não vale muita coisa, não dá nem pra dimensionar o valor de um clássico que vai se tornar centenário no meio do ano. Aliás, hora dos dois clubes combinarem ações em conjunto para valer a data, não?

A genial Marta

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Fácil, fácil...

Golzinho feio marcado por Marta na última quinta-feira, em amistoso entre o Tyresö FF, sua equipe na Suécia, e o Orebro KIF. Um pessoal comparou com o Ronaldinho Gaúcho dos bons tempos, mas sei não, acho que essa foi sem comparações:





sexta-feira, março 01, 2013

'Tá bom que só o Diabo!'

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Assim como Pôncio Pilatos, o ex-Bento XVI lavou as mãos e deixou para o seu sucessor o abacaxi de lidar com os escândalos sexuais e financeiros da igreja católica, entre outros assuntos embaroçosos (que ele definiu, simploriamente, como "tempos difíceis"). Hoje, ao passar por uma banca e ver a foto do ex-Bento na capa de um tabloide popularesco, sob a irônica manchete "Vá com Deus", me lembrei, sem querer, de uma historinha que ouvi lá em Fortaleza, no Ceará.

Num bairro central, uma solteirona de seus 50 anos vivia sozinha num apartamento térreo. Sempre de portas e janelas abertas, ela gostava de som alto e de receber os vizinhos para um bolo com café. Mas havia uma exceção: uma vez por semana, a alegre senhora recebia a visita de um padre do interior e, invariavelmente, trancava todas as portas e janelas, desligava a luz, o rádio e a TV e permanecia três ou quatro horas em "solilóquios íntimos" com o religioso.

À vizinhança, ela dizia que passava o tempo todo se confessando (o que causava estranheza, pois o único pecado que ela cometia era beber vinho licoroso). Bom, o que interessa é que, numa dessas visitas, a "confissão" foi muito forte e o padre passou mal. Desesperada, a beata pediu ajuda a um vizinho para levá-lo ao hospital. No caminho, para distrair e acalmar o pároco, o vizinho brincou: "Calma, seu padre! Pense no lado bom: se o senhor morrer, vai, finalmente, encontrar com Deus."

Assustado, o padre respondeu: "Meu filho, não diga uma desgraça dessas!"

(Ps.: O título do post é uma expressão cearense de satisfação extrema por algo.)

Blitz falha e Ganso entra para dar gol a Luís Fabiano

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Ney Franco age bem quando promove o tradicional "abafa" nos 15 ou 20 primeiros minutos de uma partida. Já deu certo muitas vezes. Mas, quando a blitz falha e o São Paulo não consegue fazer ao menos um gol nesse período de pressão (e forçar o adversário a sair em busca do empate, abrindo espaços para contra-ataques), o caldo entorna. Porque o time cansa muito e, naturalmente, o adversário aproveita para fazer a sua própria blitz. Foi o que aconteceu ontem no Morumbi, no segundo jogo pela fase de grupo da Libertadores, contra o The Strongest. O Tricolor, que parecia um rolo compressor nos primeiros minutos, criando uma chance após a outra no ataque e não deixando os bolivianos pensarem, não conseguiu marcar, botou a língua de fora precocemente e levou um gol exatamente aos 20 minutos de jogo, em (mais uma) falha de marcação da defesa. O time se perdeu.

Só que, mais uma vez, como aconteceu contra o São Caetano, pelo Campeonato Paulista, o São Paulo conseguiu "achar" o empate mesmo jogando mal, no fim do segundo tempo, já no desespero. Isso o recolocou no jogo e deu chance ao técnico de pensar em alguma outra estratégia. E a solução foi melhorar o meio de campo, colocando Paulo Henrique Ganso no lugar de Denílson, deixando o setor defensivo com apenas um volante, Wellington, e mantendo o ataque com dois pontas abertos e um centroavante. Funcionou. Logo ao entrar, Ganso "pôs fogo" no jogo e, de cara, participou do lance em que Jadson mandou uma bola no travessão. Depois, Cañete entrou no lugar de Aloísio, pela ponta-direita, e iniciou a jogada que terminou com passe de Ganso para o gol da vitória marcado por Luís Fabiano, a dez minutos do fim. Moral da história: vai ser muito difícil vencer em La Paz...



quinta-feira, fevereiro 28, 2013

Pinceladas cariocas - Um cardíaco a cada rodada...

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por Enrico Castro

Jogos do Flu têm matado cardíacos
Em mais um confronto pela Libertadores, o Fluminense venceu ontem o Huachipato, de virada, por 2 x 1, no Chile - e marcando o gol da vitória somente aos 31 do segundo tempo. Não precisava ter sido assim. O Flu dominou o fraco adversário, perdeu gols (um deles incrível, com Wellington Nem chutando na trave a três metros da meta vazia) e recuou no final, após a entrada do zagueiro Anderson no lugar de Thiago Neves. Os gols de W. Nem e Wágner, que marcou apenas 24 segundos após substituir o inoperante Deco, trouxeram alívio ao técnico e à torcida. A cada rodada, o time parece querer matar mais tricolores cardíacos... Porque Abel, mais uma vez, deu mostras que pretende utilizar a fórmula de sucesso de 2012: tornar difíceis jogos fáceis - mas vencendo. De qualquer forma, ele (ainda) tem crédito. O time volta agora suas atenções para o clássico de sábado contra o Vasco, pelas semifinais da Taça Guanabara. Há grandes chances do Flu entrar com o - cansado, porém reanimado - time titular completo, uma vez que o adversário tem a vantagem do empate. 
Aquele olhar 43: "85 kg em cima dele"
Mas, falando em Vasco, registro aqui mais um episódio do tal "jornalismo fófis".  Na versão carioca do diário Lance!, o "craque" Carlos Alberto fez elogios de caráter íntimo ao colega Bernardo, para suprema alegria dos adversários: "Eu tenho um grande carinho por ele. Eu falo para ele não sair do chão. Sempre que ele quer sair do chão, eu falo que vou colocar meus 85 kg em cima dele (risos). Eu estou feliz pelo resultado, pelo crescimento dele." Não vou nem comentar. 
O patrocinador milionário do Botafogo
Já os demais times Rio, que não jogaram no meio da semana, pois não estão no nível da Libertadores, também seguem se preparando para as semifinais do 1º turno do Cariocão. O Flamengo, que renovou o contrato de suas duas bijuterias Rafinha e Rodolfo (jóia, só o Neymar!), promete reeditar o chororô alvinegro de 2008 no próximo domingo. Para isso, conta com o artilheiro “brocador” Hernane, aspirante à Souza (aquele mesmo do chororô). Mas o Botafogo se adiantou e já começou a chorar antes da partida. A diretoria e seu principal patrocinador, o Guaraná Mendigão, reclamam que a TV Globo não transmitiu nenhuma partida do time na fase de classificação da Taça Guanabara. Dizem que isso é um "absurdo", uma "injustiça". Também prefiro não comentar.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

Nova cara do Corinthians funciona contra Millonarios

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Mais um do Pato, outro do Guerrero

O Corinthians se incomodou menos com o Millonarios e mais com todo o resto que cercou a vitória por 2 a 0 desta noite no Pacaembu. O vazio do estádio, quebrado por quatro pessoas garantidas pela Justiça, parecia ser um adversário mais temível. De todo modo, ganhamos e vamos pra frente.

A formação imaginada aqui, aconteceu nesta quarta, com Tite sendo ajudado pela contusão de Jorge Henrique e os atrasos de Sheik. Os dois deram lugar a Renato Augusto e Pato, mudando pra valer a cara da equipe campeã do mundo.

O meio campo com Renato e Danilo tem mais toque de bola e cadência, ajudando a manter a posse. Conta com o auxílio constante de Paulinho pelo meio para armar as jogadas de ataque. Danilo jogou muita bola, especialmente no primeiro tempo. A liberdade para trocar de lado com Renato Augusto caiu como uma luva para sua inteligência tática. Renato começou bem, mas sumiu durante a partida. Merece novas chances.

Na frente, Guerrero fica mais parado na área, enquanto Pato fica livre para se movimentar – e os dois invertem posições. O ex-milanista mostrou bom futebol, com chances, passes, dribles e um gol.  No meu time, é titular sem discussão. Ao lado, Guerrero fez mais um, mostrando a presença de área que o trouxe até aqui. Fora da área erra mais e mostra que habilidade não é seu forte, mas tem passe bom o bastante para criar alguma coisa.

Pato fez um e teve mais duas chances claras. Além disso, deu bons passes (uma tabela com Danilo se destaca) e ajudou bastante as tramas do ataque. Pensemos que ele jogou apenas seu segundo jogo completo com o time titular. O rapaz tende a evoluir bastante ainda, o que quer dizer mais gols e mais assistências.

No cômputo final, o Corinthians ganhou com autoridade. Refletiu a frieza dos estádios vazios em um estilo de jogo metódico e numa dupla de ataque mortal. Um time que tende a melhorar.

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Eleições 2014: o suspense de Eduardo Campos

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Se sou candidato? Paga mais uma que eu te conto

Tratemos hoje de tema recorrente na viciada cobertura política dos jornalões: eleição de 2014. Não passa um dia desde que a última urna se fechou na eleição do ano passado sem que alguém lance ou deslance um novo candidato, uma nova leitura, uma nova visão sobre a disputa. Sempre presente entre os citados está Eduardo Campos, bem avaliado governador pernambucano e presidenciável do PSB. O partido saiu fortalecido das eleições municipais e vislumbra fortalecer sua hoje pequena bancada no Congresso. Com isso, ensaia voo solo, deixando a barca de Dilma. Aspiração legítima tanto de Campos quanto de seu partido, que pode tanto ser fato quanto jogo de cena para valorizar o passe na coalizão a ser liderada pelo PT, disputando (como azarão) a vaga de vice hoje do PMDB.

O governador vive os últimos tempos de manter o suspense: ora insinua que é candidato, ora é Dilma desde criancinha. A última veio durante o seminário “Nordeste – Como Enfrentar as Dores do Crescimento”, promovido pela Carta Capital, em Recife. Campos disse, segundo a revista, que é preciso parar de falar em eleição e “discutir o Brasil da próxima década”, fala bem no estilo citado: não quer falar do assunto, mas quer mostrar que pensa num projeto para o país.

Outros dois movimentos mostram o estilo de Campos. Enquanto a maioria dos governadores e prefeitos esperneou contra a proposta defendida por Dilma, destinando 100% dos royalties do pré-sal para a educação, o pernambucano passou uma lei garantindo que, pelo menos em seu estado, é praí que vai esse dinheiro. Aproveitou a briga de Dilma e bota uma bandeira social em seu palanque. Por outro lado, levou seu PSB a se movimentar contra o PMDB nas eleições da Câmara e do Senado e, jogo jogado, contra a investigação sobre o procurador-geral da República, que segurou por dois anos uma denúncia contra Calheiros que vazou oportunamente uma semana antes das eleições do Senado, onde apoiava o senador e procurador Pedro Taques (PDT). Aqui, Campos puxa para si a bandeira da ética, único refúgio da oposição a um governo bem avaliado.

Sua provável candidatura teria, no mínimo, duas consequências. Aumentam as chances de segundo turno, imaginando cenário com Campos, Aécio e Marina, além de Dilma. Esta, porém, mantém o favoritismo desde que o emprego e a renda dos trabalhadores continuem bem – e a Copa não for um desastre completo em termos de organização. Outra: fica mais forte a possibilidade de um tucano não estar nesse segundo turno pela primeira vez desde 1994.

terça-feira, fevereiro 26, 2013

O jogo duro da União Soviética

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Charge de Adriano Kitani, do Pirikart (via Igor Carvalho)

Buracos na defesa são novos sintomas da Empatite

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Pato marcou o primeiro, Guerrero o segundo (Luis Moura/Gazeta)

Neste domingo, contra o Bragantino, o Corinthians conseguiu seu quinto empate consecutivo entre Paulistão e Libertadores. Foi também o terceiro 2 a 2 consecutivo na competição estadual, o que é ainda mais curioso. Muita gente tem lamentado a volta da “Empatite” que vitimou a equipe em tempos idos. Mas, se bem me lembro, a doença trazia uma penca de zeros nos placares, o que não tem sido a tônica. O mal pode ser o mesmo, mas o vírus causador sofreu uma mutação que trouxe novos sintomas.

O ataque tem funcionado razoavelmente, com seis gols em três jogos (e 1 nos trocentos mil metros da Bolívia, que dificulta avaliações) e mais um punhado de chances criadas (na altura, Sheik perdeu dois que mostraram porque ele me parece em marcha acelerada rumo ao banco). Mas a defesa começa a preocupar. Pode ser a combinação de falta de ritmo e má condição física de Paulo André e Fábio Santos, os dois mais velhos (sem contar Alessandro, que não jogou ontem), com o desentrosamento de Gil e Edenilson. Ou talvez seja só a ruindade de alguns destes personagens, que vinha sendo escondida pelos méritos coletivos de uma equipe bem armada e determinada. Duas outras possibilidades. Uma, que Gil e Paulo André têm características parecidas, mais para os antigos quarto-zagueiros. Funcionarão melhor com Chicão, que leva mais jeito para camisa 3. Estes três problemas podem ir na conta da diretoria, pela montagem do elenco – e pela perda do promissor Marquinhos – que ficou com poucas opções no miolo.

Outra possibilidade, mais tática, parte do reconhecimento de uma tentativa de Tite que mudou um pouco o posicionamento do meio-campo. Ralph tem aparecido mais no ataque, o que parece ser encorajado pelo chefe. Contra o Braga, a transmissão televisiva diz que Tite cobrou os meias para ajudarem mais na marcação na meia cancha, ajudando a cobrir o volante. Os frequentes erros na zaga podem ser resultado dessa mudança na organização coletiva – ou pode ser tudo um pacotão de problemas.

Essa mudança, se não se tratar de um delírio provocado pela súbita diminuição de álcool em meu sistema após o carnaval, pode indicar experiências para encaixar no time titular as contratações para o meio e ataque – onde a diretoria trabalhou muito e bem. Imaginei um time num tipo de 4-4-2 inglês, com Renato Augusto e Danilo marcando pelos lados sem a bola e armando e trocando de lugar na transição ofensiva (vimos os dois juntos por alguns minutos em Oruro, mas a altitude destruiu Danilo antes que conclusões fossem possíveis). Nessa formação, os dois volantes teriam mais companhia na marcação e mais espaço para avanços – que eu imaginei utilizado só por Paulinho, mas pode ser que Tite queira tentar incluir Ralph no revesamento ofensivo. Com isso, caberiam Guerrero como referência e Pato como segundo atacante, se movimentando pelo ataque, voltando para buscar a bola e achar espaços para partir em velocidade, o que faz muito bem. No papel, parece bom.

No entanto, minha fértil imaginação foi desmentida por Tite no final do jogo de ontem. Quando vi que Guerrero entraria no lugar de Douglas (que foi bem, mas cansou), imaginei o time exatamente desse jeito, mas o que se viu foi Renato Augusto ocupando a faixa central do 4-2-3-1 e Guerrero e Pato revesando de forma muito descordenada entre a centroavância e o lado do campo. Não rolou bem e o gol de empate só saiu pelo vacilo de um zagueiro do Braga que achou por bem botar a mão a bola na área.

Um destaque para a eficiência do Bragantino em bater: a certa altura, eram 20 faltas contra 5 do Corinthians, número realmente pitoresco.

Tragédia de Oruro

Andei totalmente sem vontade de escrever sobre futebol desde a imbecilidade que ocorreu na Bolívia e vitimou um garoto de 14 anos. Resumo de minha opinião sobre o fato, sempre com o foco de encontrar a melhor maneira de impedir que esses tipo de coisa aconteça novamente:

- Há uma dimensão coletiva e uma individual que devem ser abordadas. A tragédia só acontece porque existe conivência com a violência por parte da Conmebol e dos times. Logo, as punições coletivas são importantes para abordar este aspecto. Mas acho fundamental dar destaque ao aspecto individual da coisa: um ou um grupo de cretinos levou bombas para uma multidão, com ou sem o intento de dispará-las contra outras pessoas. Eles devem pagar de acordo com a lei, ou haverá impunidade. Se realmente foi o rapaz que se entregou à Justiça em Guarulhos, ele tomou uma atitude corajosa. Mas merece as penas cabíveis.

- Que todos os envolvidos paguem e que isso se torne padrão em todas as competições da Conmebol. Isso inclui o Corinthians, pela torcida, mas também o San José, como mandante e responsável pela segurança. Nenhuma punição será questionada por mim se tornar-se regra a ser obedecida por todos. E, como dito acima, o imbecil (ou imbecis) que se tornou assassino também deve estar na conta.

- O aspecto punitivo é importante, mas também é fundamental que se modifiquem as condições de segurança. Em nenhuma aglomeração humana deve ser permitida a entrada com materiais potencialmente mortais. Precisamos parar de tratar o futebol como uma dimensão a parte e exigir medidas de segurança.

- Qualquer ataque ou insinuação ao Corinthians ou corintianos como "assassinos", como um torcedor do Bragantino chamou o Tite, é injusta e altamente escrota. O mesmo vale para o San José.

(Modificado às 10h40 do dia 26/2)

segunda-feira, fevereiro 25, 2013

Pinceladas cariocas - Tudo o que a TV quer

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por Enrico Castro

Cariocão: melhor que Conclave Papal
Após oito longas e chatas rodadas, chegou ao fim a fase de classificação do primeiro turno do Cariocão. Aconteceu aquilo que ninguém sabia nem jamais poderia prever: os quatro grandes disputam as semifinais, e com grande possibilidade de termos um Flamengo x Vasco na final, pois ambos têm a vantagem do empate contra Botafogo e Fluminense, respectivamente. É  tudo o que a TV quer, mas o que eu não acredito que venha a acontecer. É bem verdade que a última rodada teve um pouco mais de emoção. Os últimos minutos geraram nos torcedores tanta expectativa quanto o Conclave Papal vai gerar nos agnósticos. Fluminense e Botafogo empataram suas partidas com relativa dificuldade e perigaram ficar de fora. Se tivessem perdido, teríamos Madureira e Boavista nas semi. Até aqui, o Flamengo sobrou, o Vasco rateou, o Botafogo bobeou e o Fluminense brincou (já escutei isso antes...).
Veríssimo, jogador do Flamengo
Como tudo parece andar bem na Gávea, a notícia mais importante é o inquérito instaurado pela Polícia Civil de São Paulo contra o “ex-jogador” Gasparzinho, vulgo Rodrigo Veríssimo - que, apesar de ninguém conhecer, garante já ter jogado no Fla. Tendo em vista o péssimo time e a bagunça generalizada que era a gestão passada, somadas a um caso de assassinato, não é de se assustar que houvesse um fantasma por lá. 
iPad japonês seria mais útil ao Botafogo
E por falar em fantasmas, no Botafogo Oswaldo de Oliveira ressuscitou o Rafael Marques, atacante que ainda não marcou gol pela equipe. E o resultado foi o mesmo: mais uma vez não jogou nada e ainda assustou Seedorf, que teve sua pior atuação com a camisa do Glorioso até hoje. Segundo a torcida, ao invés de trazer o Rafael Marques do Japão, era preferível que Oswaldo tivesse trazido um iPad. 
Craque?!? A coisa tá feia...
Já o técnico do Vasco ainda segue pensando se deve ou não escalar o instável Bernardo no time titular, pois acha que ele funciona mais como coringa. Não é craque, mas é um bom jogador. Num time onde o Carlos Alberto é o "fora-de-série", deixá-lo no banco é um atentado. O técnico Gaúcho tem de ter em mente que "em terra de cego quem tem um olho é rei". 
Abelão tá de olho na rescisão e FGTS
No Fluminense, Abel Braga mais parece funcionário insatisfeito. Aquele que faz um monte de “M” para ser demitido e então receber os direitos trabalhistas. Depois do “castiguinho” que aplicou a Thiago Neves, que se queixou da torcida e mais uma vez não jogou nada (e ainda perdeu pênalti), resolveu prestigiá-lo elogiando sua postura tática. Dizem por aí que o “Tio Celso” não anda nada satisfeito com o técnico e o desempenho da equipe, e que, por ele, o mesmo já teria sido demitido. Aposto duas cocadas e um quebra-queixo como o nome preferido dele para assumir a equipe é o desempregado Renato Gaúcho. Te emenda, Abelão!
Para a torcida arco-íris carioca, quero lembrar-lhes que quarta-feira tem Libertadores. E que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar!
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

domingo, fevereiro 24, 2013

Não, Ganso não pode ser titular

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Meia é escalado por pressão externa
Mais uma vez, o São Paulo jogou uma partida com dois times diferentes, sábado, no Morumbi, na vitória por 3 a 0 contra o Linense. No primeiro tempo, com o inoperante Paulo Henrique Ganso compondo o meio com Jadson, o time foi facilmente envolvido e só não levou gol por causa da limitação técnica do adversário. Sorte do Tricolor é que Jadson continua em excelente fase e, depois de acertar a trave, aproveitou outro lance para tocar de primeira para o fundo do gol. Na segunda etapa, o técnico Ney Franco fez a previsível substituição de Ganso por Aloísio, voltando ao esquema vencedor do final de 2012, com dois pontas abertos e um centroavante, e atropelou o Linense. Osvaldo fez um bonito gol, após jogada de Luís Fabiano, e Fábio Lima, na tentativa de impedir a bola de chegar no camisa 9 sãopaulino em outro lance, tocou de joelho contra o próprio patrimônio e deu números finais à partida pelo Campeonato Paulista.

Está mais do que na cara que Ganso só está sendo escalado por pressão externa à comissão técnica, provavelmente da diretoria do clube, que desembolsou R$ 16,5 milhões para contratá-lo, e da investidora DIS, que completou os R$ 7,4 milhões restantes para inteirar os R$ 23,9 milhões pagos ao Santos. Aliás, o próprio nome do parceiro já diz (ou DIS) tudo: investidora. O "produto" tem que jogar, tem que ganhar títulos, tem que voltar para a seleção brasileira e, com isso, arranjar uma transação multimilionária para um clube estrangeiro. Ney Franco, que nesse momento precisa mais de bons laterais (Cortez e Douglas deixam a desejar e Carleto e Paulo Miranda também), tem que se virar para encaixar o improdutivo Ganso no time. Concordo que ainda é cedo para julgar seu potencial como atleta. Mas, como observou o Glauco em um post de agosto passado, Ganso "pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu." Vamos ver até quando Ney Franco vai se submeter, calado, à pressão da diretoria (e da investidora) para escalá-lo. Afinal, o torcedor não é bobo e a situação já está descaradamente constrangedora para o treinador.



sexta-feira, fevereiro 22, 2013

A diferença que uma letra faz

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quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Corinthians disputará jogos da Libertadores sem presença da sua torcida

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A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) resolveu agir rápido, de forma preventiva, em relação ao ocorrido ontem na partida entre San Jose e Corinthians. O clube brasileiro, de acordo com medida cautelar, disputará as partidas da Taça Libertadores – tanto em casa como fora – sem a presença de sua torcida, em consequência da morte de um jovem de 14 anos, atingido por um fogo de artifício que teria sido disparado por um torcedor. A punição vale até que a Confederação tome uma decisão final, o que deve acontecer no prazo de 60 dias. Ou seja, o Timão pode disputar todos os jogos da fase de grupos sem o apoio do seu torcedor.

“As partidas do Corinthians como mandante serão disputadas de portões fechados. Nos jogos que o clube disputará como visitante, seus torcedores não terão acesso a ingressos", declarou nesta quinta-feira o porta-voz da Conmebol, Nestor Benítez. O clube paulista já vendeu 82.500 ingressos para os três jogos da primeira fase que fará em casa em 2013 e deixou claro que tem condições de ressarcir todos os torcedores que compraram ingressos.

O Corinthians terá três dias de prazo para apresentar sua defesa. Doze torcedores permanecem detidos na delegacia de Oruro e a polícia boliviana disse ter fotos que provam que o disparo foi feito por um torcedor corintiano. O grupo foi indicado por homicídio, sendo dois deles como autores e os outros dez como cúmplices. A situação dos brasileiros está sendo cuidada pelo consulado brasileiro na Bolívia.

(Com agências)

Pinceladas cariocas - E o Flu beijou a lona...

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por Enrico Castro

Fred, o beijoqueiro da semana
E para quem pensava que eu não ia comentar sobre o vexame Tricolor na Libertadores, vou cortar na própria carne. O Flu foi massacrado pelo Grêmio em pleno Rio. O Fred foi o beijoqueiro maior da semana: primeiro beijou uma bela morena nas ruas de Belo Horizonte; depois, beijou a lona no Engenhão... A disparidade entre as duas equipes pôde se comparar à luta entre Anderson Silva versus Chael Sonnen: uma tremenda coça! Imensa parcela da culpa é de Abel Braga, que escalou e armou mal o time. Ele optou por "mostrar quem manda" dando um castiguinho ao Thiago Neves, por conta do episódio do dopping, e poupar Deco, que já estava cansando por ter jogado uma partida na temporada. 
Abel ouviu coro da galera
Mas era jogo de Libertadores, e em casa! Tinha que usar o que se tem de melhor, não era hora de castigar e poupar ninguém! A gota d'água foi substituir o Wellington Nem, único a levar perigo ao adversário, aos 17 do 2º tempo, quando o time já perdia por 2 x0. Foi o que faltava para a torcida entoar o famoso "canto de consagração" aos técnicos... E ele merece: alguém que nunca conseguiu vencer Vanderlei Luxemburgo tem mesmo é que passar vergonha!

Barcos reincide na mãozinha
Impressionante como, após exibir o replay 357 vezes, nenhum dos 92 "especialistas" que comentavam o jogo na TV Globo viu a mão de Barcos no 1º gol gremista. Eu cheguei a pensar que estava vendo coisas, mas, para meu alívio, no dia seguinte a versão carioca do diário Lance! estampou a foto na capa. Isso sem falar do impedimento escandaloso no 2º gol. Placar moral: Fluminense 0 x 1 Grêmio. Foi um dia atípico para os melhores times do mundo. Nesta mesma data, o Barcelona perdeu para o Milan por 2 x 0.


Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.

20 gols para alcançar França

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Luís Fabiano comemora com França em 2001
Há 12 anos, em 24 de fevereiro de 2001, o São Paulo estreava uma nova formação no ataque. Cansado de testar, sem sucesso, Ilan ou Renatinho como parceiros de França naquele início de temporada, o técnico Oswaldo "Vadão" Alvarez escalou, para a partida contra a Matonense, pelo Campeonato Paulista, o recém-contratado - por empréstimo, do francês Rennes - Luís Fabiano, de apenas 20 anos. Deu certo: o São Paulo venceu por 2 a 0 no estádio Hudson Ferreira, em Matão, com um gol de França e outro de Carlos Miguel. Para o jogo seguinte, o primeiro da decisão do Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, Luís Fabiano foi mantido como titular no ataque. E, naquele 28 de fevereiro, marcaria seus dois primeiros gols pelo Tricolor, que venceu o Botafogo-RJ por 4 a 1 (França e Carlos Miguel, novamente, completaram o placar) e praticamente garantiu o troféu. Na partida de volta, um novato chamado Kaká confirmaria o título com dois gols.

Lance de gol contra o São Caetano, ontem
Foi a única conquista da dupla França-Luís Fabiano. No final de 2001, Luís voltou ao Rennes e, em julho do ano seguinte, recuperado de grave lesão, França foi vendido ao Bayer Leverkusen. Em seis anos, a partir de 1996, tinha alcançado a marca de 182 gols pelo São Paulo, sendo o quarto maior artilheiro da História do clube, atrás apenas de Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233) e Teixeirinha (189). Para o seu lugar, Luís Fabiano foi comprado e retornou ainda em 2002, permanecendo mais dois anos. Depois, passou pelo Porto e o Sevilha antes de jogar a Copa da África do Sul como titular pelo Brasil, em 2010, e voltar ao São Paulo no ano seguinte. Demorou quase um ano para se recuperar de lesão e, ao assumir novamente o comando do ataque, mostrou que ainda é artilheiro. Ontem, no estádio Anacleto Campanella, pelo Campeonato Paulista, marcou duas vezes na vitória por 4 a 2 (Maicon e Aloísio completaram a conta). Com isso, chegou a 162 gol com a camisa sãopaulina. E ficou a 20 de igualar o ex-companheiro França, que se aposentou recentemente.


O JOGO DE ONTEM - Talvez pressionado pela diretoria, o técnico Ney Franco insistiu em escalar Ganso como titular mais uma vez, contra o São Caetano, deslocando Jadson para a ponta direita (onde ele não produz nada). A salvação foi explorar o (excelente) Osvaldo, que, em jogada individual, deixou Luís Fabiano na cara do gol para abrir o placar. O Azulão reagiu e passou a explorar a velocidade de Pirão e Jóbson para cima do (esforçado) Douglas no lado esquerdo do ataque. E eles deixaram Danielzinho livre para empatar. Nesse momento, o São Caetano dominava, e só não ampliou porque foi prejudicado pelo juiz: o veloz Jóbson teve um impedimento mal marcado e Danielzinho sofreu um pênalti, em dividida com Rogério Ceni, que o juiz fez que não viu. Em outro lance, Jóbson sofreu falta na linha de fundo e a arbitragem também desconheceu. Mesmo assim, num contra-ataque fulminante, o próprio Jóbson virou o placar. Na base do desespero, o São Paulo "achou" um gol com Maicon, substituto de Wellington, antes do fim da primeira etapa: 2 a 2.

O segundo tempo começou morno, com poucas chances para cada lado até que, em tabela com Jadson, Luís Fabiano conseguiu fazer o terceiro. Ganso jogava muito mal e Ney Franco o preservou ao colocar Aloísio em seu lugar e voltar ao esquema que deu certo no final de 2012, com dois pontas abertos e Jadson no meio-campo. Wellington voltou, substituindo Maicon, e Cortez deu lugar a Carleto, que entrou muito bem na equipe e cruzou para Aloísio fechar o placar. O time que terminou o jogo, parece ser o ideal: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e Carleto; Denílson, Wellington e Jadson; Osvaldo, Luís Fabiano e Aloísio. Com a ressalva de que Douglas só é titular porque Paulo Miranda está machucado. Eu o substituiria por Wellington (caso Fabrício volte como volante), Lucas Farias ou mesmo João Filipe. Sem prejuízo.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Graças a Deus? O papel da Igreja na evolução da cerveja

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O anúncio da futura renúncia de Joseph Ratzinger, vulgo Bento XVI, ao comando da Igreja Católica abre alguma perspectiva otimista para aqueles que professam a fé de Pedro e acreditam em uma religião menos intolerante com a diferença. Claro que essa é uma esperança deveras otimista, já que certamente o quase ex-papa alemão plantou em seu colégio cardinalício, que escolherá seu sucessor, todas as sementes do conservadorismo que tanto lhe apraz.

Mas o fato traz a lembrança de um legado positivo da Igreja Católica para boa parte do mundo (“positivo” segundo entendimento de autores e leitores do Futepoca): a estreita ligação dos católicos da Idade Média com a evolução da cerveja. De acordo com a Larousse da Cerveja, as primeiras iniciativas de produção em maior escala do líquido dourado, algo até então feito de forma doméstica, aconteceram nos mosteiros, no século VI. Entre eles, a famosa Abadia de Bobbio, na Itália, que serviu de inspiração para Umberto Eco escrever O Nome da Rosa.

Pra quem leu o livro ou viu o filme ou simplesmente aprendeu em História, sabe-se que na sociedade iletrada da época boa parte do conhecimento e da pesquisa daquele período se desenvolvia nos mosteiros. Ali que surgiu a conservação da gloriosa bebida a frio, por exemplo, além de terem sido feitas receitas particulares  cuja fabricação e consumo não ficaram restritas aos retiros de monges, alcançando também casas episcopais e catedrais europeias.

Até a Renascença, que traria os fundamentos do capitalismo e da elaboração de métodos de produção mais eficientes, a Igreja tem papel crucial na história da cerveja. E, isto posto, vários de seus santos passam a guardar também relações íntimas com a loira ora gelada, ora não, ressaltando-se que não era em toda parte do continente europeu que se podia plantar uvas e se produzir o sagrado vinho. Daí, sobrava a cerveja...

Produção complicada
O padroeiro dos colhedores de lúpulo, ou padroeiro da própria cerveja na Bélgica, país símbolo desse tipo de bebida, é Santo Arnaldo, ou Arnold de Soissons. Nasceu em 1040 e foi monge na abadia de St. Médard, em Soissons, sendo fundador da abadia de Oudenburg. Um dos milagres atribuídos a ele é que teria mergulhado seu crucifixo em um barril de cerveja fazendo com que o povo bebesse algo mais interessante que água durante um período em que uma praga assolava a população local. Aqui, talvez o milagre possa ser facilmente explicado. Não era incomum que, em alguns lugares da Europa na Idade Média, se incentivasse o consumo de cerveja ao invés de água, dada a chance de contaminação do líquido que o passarinho bebe. Mas não deixa de ser um ponto positivo para a bebida... Além disso, Arnold teria conseguido cerveja para servir ao exército belga orando e apelando a Deus. Para os que acreditam, o dia de São Arnaldo é 15 de agosto, em Bruxelas, o dia é 8 de julho.

Esse Arnaldo por vezes é confundido com outro de nome semelhante, Arnoldo, Santo Arnulf de Mets, um austríaco que viveu entre 580 e 640. A ele é atribuído um milagre que teria ocorrido no transporte de seu corpo para a exumação. Aqueles que transportavam, pararam em uma taberna para descansar e e só havia cerveja para uma caneca. Tal recipiente nunca ficou vazio, matando a sede dos peregrinos. O dia de celebração em sua homenagem é 18 de julho.

Outros santos também têm sua ligação com a cerveja, como Santo Agostinho, considerado pela Igreja Católica o padroeiro dos cervejeiros (28 de agosto); São Wenceslau, padroeiro da região da Boêmia, e São Columbano, cuja importância está ligada ao fato de ter sido um grande divulgador e fundador de mosteiros (a casa da cerveja) na Europa. Mas é uma mulher que merece destaque...

Hildegard, inspirada pelo Espírito Santo
Santa Hildegard (ou Hildegarda, de acordo com o aportuguesamento) von Bingen é considerada a introdutora de um elemento essencial, que faz parte da receita de pureza alemã, o lúpulo. De acordo com esse post, que cita o livro Cerveja - Guia Ilustrado Zahar, "registros do século VIII mostram que o lúpulo era comumente cultivado nas abadias, mas não especificamente para uso em cerveja. A primeira menção inequívoca sobre esse uso está nos textos de santa Hildegarda (1098-1179), abadessa de Rupertsberg, abadia beneditina perto de Bingen, não muito longe da cidade alemã de Mainz". Ainda de acordo com a obra, a santa teria escrito: "Se alguém pretende fazer cerveja com aveia, ela é preparada com lúpulo", fazendo referência à forma como a cerveja era feita até então: os europeus tinham por hábito misturar à cerveja ingredientes como gengibre, especiarias, flores e frutas silvestres. A visão avançada de Hildegard (não só por conta do lúpulo na cerveja, obviamente) inspirou um filme, como lembra o Edu neste post.

Portanto, pode beber sem culpa que a Igreja ajudou a cerveja ser o que é. Pecado é só a gula...

terça-feira, fevereiro 19, 2013

Petição contra Renan sem cobrar reforma política é perfumaria

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Figura do fim de semana por conta do lançamento de seu novo partido (que, pelo jeito, quer tudo menos ser chamado de partido, coisa suja, eca, nojeira de democracia), Marina Silva teve divulgada (ou forjada, não consegui confirmar) nesta sexta por uma fanpage de apoiadores no Facebook frase sua sobre um tema que encheu a timeline de muita gente nesta e em outras redes sociais. ‎Teria dito a ex-senadora: "Nunca tivemos tanta liberdade, mas nunca nos sentimos tão impotentes para usar esta liberdade para mudar a realidade das coisas. Milhões de assinaturas coletadas contra Renan Calheiros não sensibilizaram o Congresso".

De fato, já são mais de 1,5 milhão de assinaturas on-line na petição. Recebi uma penca de pedidos sobre o tema e, talvez por conta da quantidade razoável de cerveja ingerida durante o Carnaval, atrasei-me em comentar: sou contra. Não porque goste do senador alagoano, homem de direita, ligado a oligarquias e que, como a imensa maioria de seu partido, faz o que for necessário para manter seu status atual dentro de qualquer governo e qualquer conjuntura política e social. Mas pergunto aos autores e a Marina: tirar Renan resolve o que?

O PMDB tem 20 senadores eleitos pelo povo, o que dá um quarto da Câmara Alta. Neste texto, o mestrando em filosofia da USP Antonio David chama o partido de “direita fisiológica”, definição que parece interessante. É direita ao ser conservador, sem interesse nenhum em alterar uma estrutura social que favorece seus membros. E é fisiológico porque não tem uma agenda clara a propor – como tem o PSDB, defensor do liberalismo econômico.

Essa direita fisiológica, no entanto, vai muito além do PMDB. Partidos como PR, PTB e PP se pautam já há um bom tempo pela busca do melhor acordo para manter cargos e acesso ao poder. Se colocarmos o recém-nascido PSD, definido por seu patrono Gilberto Kassab como “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, em frase que já entrou na antologia política nacional, temos 38 senadores deste segmento sem agenda além da manutenção de um status quo que o mantenha.

Pensemos pois no governo Dilma. Se juntar PT (12), PSB (4), PDT (5, entre eles o adversário de Calheiros na eleição, Pedro Taques) e PCdoB (2), partidos que podemos chamar de esquerda, com óbvia variação de tons e inclinações, temos 23. Pode jogar o representante do Psol, que antes votaria em dez tucanos do que elegeria um petista, e ainda estamos com problemas.

Pegue então o outro lado da moeda: junte PSDB (12) e DEM (4), a aliança que, junto com o não representado PPS, defende com entusiasmo também variável as ideias de Milton Friedman e é bancada pela aliança hoje vigente no país entre capital financeiro e mídia tradicional. A soma dá 16, também longe da maioria necessária para eleger o presidente do Senado. Tal realidade não é tão diferente na Câmara dos Deputados, basta checar.

Então, não tem solução? Tem, mas ela não passa por uma caça às bruxas contra Renan, que sendo tudo que já disse que é, não tem condenação conhecida na Justiça – um ficha-limpa, portanto. A solução passa por uma reforma política que, entre outras medidas, implante financiamento público exclusivo de campanhas (diminuindo a influência do poder econômico), imponha limite de reeleições para cargos do Legislativo (um período longe do poder é fatal para personagens como Renan e muitos outros que vivem do e para o poder), mude ou acabe com as emendas parlamentares (moeda de troca favorita dos fisiológicos com o Executivo), pressione os partidos a aumentarem seus processos de democracia interna. Pode incluir aí novas regras para acabar com o monopólio na comunicação, coisa que, segundo Bob Fernandes, o próprio Calheiros discretamente cochichou aos donos da mídia em artigo publicado na Folha de S. Paulo que não sai de jeito nenhum.

Marina Silva não é ingênua, só finge ser. Seu novo partido traz uma série de ideias bacanas, como aumentar a democracia participativa e direta e o foco na sustentabilidade. Mas trata todas elas com uma superficialidade tremenda, como faz com a eleição do Senado. Exemplo: diz que não vai aceitar doações de “empresas sujas”, mas topa empreiteiras, as principais interessadas em influenciar decisões sobre obras públicas – ou as grandes hidrelétricas são tocadas por cooperativas? E tem entre as articuladoras financeiras do movimento uma herdeira do Itaú, que certamente faz um duro escrutínio sócio-ambiental antes de assinar empréstimos para empresários. A realidade é complicada e discurso fácil não resolve, tem que por a mão na massa.

E aqui vem o grande papel da opinião pública nesse processo (e os sonháticos marineiros poderiam começar por aí a construção de sua “nova política”): a pressão por essas medidas necessariamente terá que vir de fora do Parlamento. Com o poder que detém os fisiológicos – e com o qual tanto progressistas quanto neoliberais aprenderam a lidar em seu período de governo –, nenhuma reforma desse tipo passará sem uma enorme mobilização popular. Em vez de gastar bala combatendo nomes, temos que discutir ideias mais profundas que aperfeiçoem a nossa democracia. Sem isso, essa discussão sobre o Senado não passa de perfumaria.

Pinceladas cariocas - Post de estreia

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por Enrico Castro

O emocionante desfile de S.Paulo
Olá, pessoal! A partir de agora, o Futepoca terá, toda terça-feira, um resumo do que acontece no futebol carioca - tão desprezado pelo blog, desde sempre. E sem motivo: nos últimos quatro anos, conquistamos três Campeonatos Brasileiros, dois do meu Fluzão (ops, me entreguei...). Neste meu primeiro post,  pretendo dar um panorama do que aconteceu de melhor (???) e pior no Cariocão 2013. Mesmo com quatro clássicos já realizados, o campeonato está tão interessante, para nós, cariocas, quanto o desfile das escolas de samba de São Paulo... Os grandes clubes do Rio vão tentando formar o elenco e encontrar o esquema de jogo no sistema “online”, ou seja, testando formações e variações em jogos valendo ponto.
Rafinha, o "pegador" de Araruama
O destaque, até o momento, é o Flamengo, que está em lua de mel com seu “Casal 20” Hernane e Rafinha. O primeiro, apelidado pela torcida de HerNunes e Chicharito Hernane, é o artilheiro do campeonato, com impressionantes oito gols em sete partidas, sendo dois em clássicos. Isso fez com tivesse renovação de contrato antecipada, com direito a aumento salarial e multa rescisória estratosférica. Já Rafinha, que recebe um salário justo para jogadores de futebol, algo em torno de R$ 1.500, terá contrato renovado por cinco temporadas, com um voluptuoso aumento no rendimento (aí eu quero ver se ele vai continuar namorando aquela menina que passou o Carnaval com ele em Araruama...)
Seedorf pede calma para Jefferson
Falando de bola rolando, aconteceu no último domingo o jogo com maior público até o momento: Flamengo 1 x 0 Botafogo. O jogo foi aberto e com chances para os dois lados, mas quem brilhou novamente foi o artilheiro Hernane, que não desperdiçou o vacilo da zaga botafoguense e decretou números finais a partida logo aos 3 minutos do 1º tempo. No mais, a registrar apenas a discreta estreia do novo camisa 10 da Gávea, Carlos Eduardo, que ainda precisa comer muito angu para ser o grande meia armador que o Fla procura. E também a áspera discussão entre Seedorf e o goleiro Jefferson, em pleno gramado. Com o resultado, o Flamengo assegurou a primeira colocação geral, o que lhe dará o direito de jogar por empate tanto na semifinal quanto numa eventual final. Não adianta. Não vai ganhar nada.
Já o Botafogo, apesar de ainda estar em primeiro na sua chave, pode até mesmo não se classificar, caso ocorra uma improvável combinação de resultados - mas, em se tratando de Botafogo, tudo é possível. O Vasco, que teve um surpreendente início de campeonato e depois amargou alguns resultados ruins, recuperou-se neste neste final de semana com uma vitória po 2 x 0 frente ao Audax-RJ. Essa vitória, combinada com a derrota pra lá de suspeita do Madureira para o Bangu, em Conselheiro Galvão, por 3 x 2 (com direito a pênalti para os visitantes no final do segundo tempo), deu ao Vasco a condição de conseguir a vaga para as semifinais com suas próprias pernas na última rodada, contra o Duque de Caxias.
E o meu Fluminense, que parece não estar dando bola para o Carioca, venceu o Volta Redonda por 3 x 1. O roteiro foi o mesmo das últimas rodadas: um time reserva meio soberbo, que passa a impressão que pode vencer a partida na hora em que bem entender. O time sofreu pressão durante boa parte do jogo, e o gol de Marco Júnior, nos acréscimos do 2º tempo, decretou um resultado enganoso. A registrar a estreia tardia de Deco na temporada, apesar de não pode ser considerada um grande feito, tamanha a fragilidade adversário. O Flu, agora, só pensa no Grêmio, que enfrenta amanhã, pela Libertadores. E nossos adversários flamenguistas, botafoguenses e vascaínos, obviamente, só pensam em secá-lo. Já estamos acostumados.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League, pois quem fez 31 gols em um Brasileirão e 740 na carreira seria ídolo endeusado em qualquer lugar!

domingo, fevereiro 17, 2013

Visão Corintiana: Timão complica Derby que parecia fácil

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Little Romário: 3 jogos contra o Palmeiras, 4 gols

O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.

O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.

Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.

O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e  Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.

Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário,  rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.

A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.

No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.

O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.

Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.