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quarta-feira, maio 12, 2010

Beber, cair e... rezar?

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Do lateral-direito Cicinho, no Lance!, relembrando os tempos de sua transferência do Botafogo-SP para o Atlético-MG, em 2001:

- Eu morava em Ribeirão Preto, terra do Pinguim (choperia), mas não conseguia ir porque não ganhava nada, né, parceiro?! Quando vi que tinha Pinguim em Belo Horizonte, não tinha como não frequentar.

Mas as tentações da capital mineira levaram o jogador a passar dos limites:

- Vi que beber daquele jeito, até tarde, não fazia bem a mim. Jogava três quilos acima do peso, mal conseguia treinar. Então o Lúcio Flávio (meia do Botafogo-RJ) me levou para a igreja. Comecei a orar mais.

Ps.: Cicinho estreou pelo Atlético-MG num clássico contra o Cruzeiro, em março de 2001, jogando de meia e marcando o gol do empate por 1 a 1.

terça-feira, maio 04, 2010

'Fiz-me revolucionário!'

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No conto "Lama e folhas", do escritor cearense Moreira Campos (foto), a fina ironia sobre os jovens "revolucionários" que disfarçam com política a manguaça e a vadiagem - e sobre as jovens que caem nesse engodo:

Trancei pernas nas ruas, espreguicei-me nos bancos de avenida, dormi em porões de pensões, enganando os proprietários e fiz-me revolucionário: batia-me pela queda das instituições vigentes e pregava, vagamente, a necessidade de uma nova ordem.
Foi por esse tempo que Marta me conheceu. Sem dúvida, impressionou-se com a minha cabeleira inflamada e pupila conspiradora. Era então uma menina lânguida, com leitura de romances baratos, onde, naturalmente, se apresentam, aureolados, tipos aventureiros e vagabundos. Isso cala na alma ingênua das mulheres. A ficção é uma arte perniciosa. A velha, mulherão enérgico, conhecedora do preço da carne e do aluguel da casa, claro que desejava para a filha algo mais valioso: um ser barrigudo, careca que fosse, mas próspero, capaz de assegurar-lhe estabilidade e acudir a família nos momentos mais aflitivos.


Depois de casado com a pobre moça, vejam o que acontece com o "revolucionário" (e com a sogra que antes o odiava):

À sombra do meu sogro, que conta algumas amizades proveitosas, consegui o lugar de escriturário num Banco. Como empregado, segui este lema: flexionava a espinha diante dos chefes e era autoritário com os humildes. É um meio seguro de vencer-se. Venci: fui de escriturário ao cargo mais vantajoso: o Caixa. Aí, com seis meses, dei um desfalque de quarenta mil cruzeiros. Houve inquérito, demitiram-me, ameaças de prisão. Meu sogro andava acabrunhado, falava em reputação, cabelos brancos, seu círculo de relações e outras surradas hipocrisias. Não fazia muito caso do velho. Seus desejos em casa nem sempre são atendidos, autoridade frágil. Minha sogra apoiava-me em silêncio.
Depois tudo entrou em sossego. E, pagos honorários de advogados, gratificações na polícia, salvei ainda uns trinta mil cruzeiros com que me estabeleci. Ninguém poderá censurar-me: quase todas as fortunas têm, mais ou menos, essa origem.

quinta-feira, abril 15, 2010

Butecos nada aprazíveis

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Se o presidente Lula bebe ou não, isso não me diz respeito e não influencia em absolutamente nada em seu excelente governo e em sua ótima avaliação, minha e de 76% da população brasileira. Mas penso que o companheiro poderia prestar mais atenção nos butecos que costuma frequentar...

quinta-feira, abril 01, 2010

Esse eu vou contratar para o meu velório!

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Sensacional: um padre bêbado deu um vexame antológico durante um velório em Toulouse, na França. "O padre cambaleava e disseram a ele que não podia trabalhar em tais condições. Então, voltou ao seu automóvel. Como foi impedido de dirigir, saiu correndo e caiu. Um amigo de meu sobrinho quis ajudá-lo a se levantar, e o padre deu um soco na cara dele", afirmou Gerar Tillier, irmão da morta. "Um padre que bate em seus paroquianos é algo nunca visto, e que apareça bêbado, melhor nem falar", emendou Tillier, escandalizado. A família chamou as autoridades, que prenderam o manguaça, de 46 anos, nascido em Burkina Fasso, na África. Pra piorar a emenda e o soneto, o arcebispo de Toulouse, Robert Le Gall, soltou o seguinte "comunicado oficial" nesta quinta-feira: "O padre Bonaventure, apesar de ser respeitado e apreciado nas paróquias de Muret, se apresentou para um funeral em um estado incompatível com esse trabalho. Mais uma vez apresento minhas desculpas à família". Épico, simplesmente épico. Me lembrou um amigo de meu ex-sogro, que também tomou todas antes de ir a um velório lá em Fortaleza e, logo ao chegar, acendeu o cigarro em uma das velas ao lado do morto.

segunda-feira, março 22, 2010

Lula recomenda: 'Troque chimarrão por uísque e cachaça'

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Esse é o meu presidente: em vídeo para parabenizar o ex-ministro da Justiça Tarso Genro por seus 63 anos, Lula recomendou ao pré-candidato do PT ao governo gaúcho que troque o chimarrão por uísque "de qualidade".

- O Tarso é um baita de um companheiro, mas é um companheiro polêmico. Em vez de chimarrão, Tarso, tome um belo de um uísque de qualidade, tome uma cachaça de qualidade, tome uma caipirinha.

O vídeo, de três minutos, foi exibido na noite de sábado em Porto Alegre, no jantar de comemoração do aniversário de Tarso Genro. Será que ele obedeceu Lula?

sexta-feira, março 19, 2010

PSDB já fez Ciro 'encher a cara'

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Falando sobre o período em que rompeu com o PSDB e foi para a universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) revelou: "Enchia a cara de saquê, ouvindo Marisa Monte".

A declaração foi feita ontem, em debate do evento "Roda Viva" da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, no Centro Acadêmico XI de Agosto.

segunda-feira, março 01, 2010

Gente fina é outra coisa

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Outro dia li alguém dizendo que o presidente Lula estaria trocando a branquinha por uísque (há uma confirmação no último parágrafo dessa matéria aqui). Porém, pode ser que a tal bebida seja essa aqui:

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Solução para paulistanos virá da Escócia

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Olha aí, prefeito Kassab, uma grande solução para as enchentes na cidade de São Paulo: a capital escocesa, Glasgow, está testando um novo ônibus anfíbio (fotos abaixo, da AFP) para atender às comunidades de Renfrew e Yoker, que precisam atravessar o Rio Clyde de balsa. O ônibus, construído na Holanda, pode carregar até 50 passageiros em viagens sem interrupções no asfalto e na água. E se não quiser gastar com os ônibus anfíbios, Kassab, bem que você poderia trazer outra medida paliativa da Escócia: uma caixa de garrafas de uísque legítimo para cada manguaça descontente da Paulicéia Alagada!

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Dinheiro na mão (do manguaça) é vendaval

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O Banco Central divulgou hoje as novas cédulas de real (à esquerda) que devem entrar em circulação, gradualmente, até 2012. Elas tem certa semelhança com as cédulas de euro, que me habituei a manipular na fase irlandesa, em 2009. Mas escrevo porque a notícia dos novos reais me trouxe uma sensação nostálgica de outras cédulas, outras situações de vida. Ou melhor: de outros bares.

Porque, por exemplo, quando me recordo da nota de 1 cruzeiro da minha infância (à direita), lembro do Bar do Anésio, onde eu ia procurar meu pai - a mando de minha mãe. Cercado por violões, boêmios, tigelas de tira-gosto e garrafas, ele nunca tinha pressa de voltar para casa. Por isso, me dava uma meia-dúzia dessas cédulas para eu me esbaldar com salgados e refrigerantes, enquanto ele terminava os trabalhos do fórum adequado. Foi o Bar do Anésio, uma casa simples de telhas antigas, sem forro, que me tornou um "butequeiro". Aquele bando de gente falando alto, rindo, cantando e manguaçando era (e é) um programa muito melhor do que ficar em casa assistindo TV.

Mas eu só teria permissão para iniciar minha própria boemia bem mais tarde, aos 12 ou 13 anos, quando o dinheiro nacional já era o cruzado. Lembro bem da nota de mil com o Machado de Assis (à esquerda), a quota que minha mãe separava para eu passar o final de semana. Eu ainda bebia com muita moderação e o dinheiro me permitia manguaçar nas noites de sexta e sábado, nos bailes do clube local, sem passar vontade. Me parece que na época cerveja custava mais barato e, na falta dela, sempre tinha uma dose de menta azulada que completava o tanque e fornecia a necessária cara-de-pau para tirar as meninas pra dançar - e salvar a auto-estima quando ouvia um "não".

Pouco depois, o Fernando Collor assumiu a presidência da República e retornou nossa moeda para cruzeiro. Foi uma época em que eu já conseguia defender uns pixulés fazendo pequenos serviços e me aventurava em expedições etílicas e "mulherísticas" por outras cidades. Nesse período de transição as cédulas de cruzado continuavam circulando, com carimbos mostrando o novo valor em cruzeiros (acima). Me recordo que o dinheiro estava tão desvalorizado que ninguém usava moedas pra nada. No bar, o valor do goró mudava a todo momento. Foi aí que desenvolvi o hábito (conservado até hoje) de converter o valor de qualquer coisa em cerveja, para avaliar se é barato ou caro. Se a coisa ou serviço custa o equivalente a até meia-dúzia de cervejas, não é tão extorsivo. Mais que isso é roubo!

Outra cédula estranha que me lembro de ter manuseado foi a de cruzeiro real (à esquerda). Sim, meus jovens, antes do real tivemos essa moeda híbrida que durou bem pouco, acho que só o primeiro ano do governo Itamar Franco. Eu estava na faculdade e trabalhava vendendo (ou tentando vender) títulos de sócio do (talvez nunca concluído) clube de campo Águas de Atibaia. Meu bar preferido era o 1 + 1, que tinha pagode ao vivo - não sou fã, mas esses recintos costumam atrair a mulherada. Foi nesse buteco mítico que eu fiquei devendo 182 cervejas no mês e tive que rifar um contrabaixo para pagar parte da pendura. Sorte minha que o bar faliu e não paguei o resto.

Bom, aí veio o real, com o congelamento de salários por dez anos e o aumento gradual mas recorrente do preço da bebida - o que não nos impediu de seguir militando pela nobre causa. Em bares de Fortaleza, Sobral, Santo André, São Paulo e mundo afora. Às vezes com um trocado melhor no bolso, às vezes desempregado, às vezes marcando na conta (obrigado, saudoso Vavá!), às vezes dependendo dos camaradas. Mas sempre molhando a palavra. E, a partir de agora, com essas novas cédulas - que um dia, espero, também puxarão outras memórias, de outros bares e bebedeiras. Saúde! E paga uma!

sábado, janeiro 23, 2010

Shampoo de cerveja integra a linha de produtos da higiene e beleza manguaça

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A cidadania manguaça avança enquanto o projeto Manguaça Cidadão não se institucionaliza.

Imagem: Reprodução
Uma empresa japonesa lançou um shampoo de cerveja. Nem só de robôs e luzes coloridas vivem os nipônicos. O frasco, como pode ser visto na foto, é idêntico a uma garrafa e o principal componente de fato é a cevada, que promete deixar os fios de cabelo com maciez e brilho.

Outro atrativo é que o "Beer Shampoo" não é líquido, mas um pó (o que pode ser especialmente útil em viagens, afinal sempre é um risco o dito-cujo abrir na mala). É preciso adicionar água morna (a 40ºC) e agitar para obter a solução. Por enquanto, a mercadoria só está disponível na Ásia. Mas pesquisando descobri que há produtos para os cabelos comercializados no Brasil a base de levedo de cerveja, o que não é exatamente a mesma coisa.

Como bem apontou o Fredi em um post sobre xampus a base de vinho, em breve teremos toda uma linha de produtos de higiene manguaça!

Mas, não é só isso...

A linha de produtos de higiene e beleza manguaça vai além. Inclui o perfume de cerveja, garantindo que "aquele cheiro sedutor" estará disponível a qualquer hora, e 142 tipos de sabão de cerveja. Até Spa de Cerveja está disponível para realmente eliminar o estresse do dia a dia com, banhos e massagens regados ao fermentado de cevada maltada (para usar e beber).

Para aqueles que são contrários a adquirir produtos de multinacionais – e para os calvos leitores do Futepoca, é possível aprender a fazer o seu próprio xampu. A promessa, segundo a receita, é que a fórmula traz "volume e corpo ao seu cabelo", praticamente "um caminho natural para ajudar os seus cabelos a crescerem mais grossos e mais cheios". Alguém se arrisca?

Fotos: Reprodução

Manguaça que é cidadão deveria ter direito aos spas de cerveja e cota de sabão a base do pão liquido

Alguém tem mais alguma indicação? Poderíamos propor uma linha de produtos de higiene -manguaça orgânicos (e advindos da agricultura familiar) com a marca Futepoca... Aí precisaria de uma linha de pesquisa para comprovar os poderes de rejuvenescimento dos hábitos etílicos... Fica a sugestão.

sábado, janeiro 09, 2010

Discurso de manguaça não tem dono

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Por Moriti Neto


Quem disse que fazer discurso manguaça é prerrogativa de alguma classe específica? Para aqueles que acreditam que só os assíduos frequentadores dos bares mais humildes são responsáveis por digressões feitas no calor dos goles da distinta, pode-se afirmar um ledo engano.

Entre políticos, há casos exemplares de pronunciamentos manguaças. Alguns dos mais notáveis foram feitos pelo ex-presidente russo Boris Yeltsin, falecido em abril de 2007.

Contudo nem só os titulares de cargos eletivos ou os humildes pinguços cotidianos têm exclusividade sobre o ato de soltar o palavrório devidamente manguaçados em ambientes públicos.

A cantora estadunidense Mariah Carey assumiu, na última quinta-feira, dia 7, que estava sob efeito de álcool quando discursou ao receber um prêmio pela atuação no filme "Preciosa: Uma História de Esperança", no Festival de Cinema de Palm Springs, nos EUA.

Atrapalhada com as palavras, ela não conseguiu completar uma frase: "Perdoem-me, porque estou um pouco...". Foi quando alguém do público, talvez em igual estado etílico, o que pode ter facilitado a conclusão, fez questão de completar: "bêbada”!

A cantora tentou justificar a condição – o que geralmente não é boa idéia – com a seguinte pérola: "Peço desculpas, às vezes fico um pouco difícil".

Bem, é possível conferir o quanto Mariah Carey fica difícil (às vezes?) no vídeo abaixo e comprovar que nem só as espécies citadas acima utilizam a retórica manguaça.

sexta-feira, novembro 20, 2009

Médico manguaça passa mal e é internado após beber amostra de cachaça envenenada

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Essa foi noticiada pelo jornal O Povo, de Fortaleza, onde já trabalhei: o médico da cidade de Acopiara Francisco Vilmar Félix Martins (foto), 56 anos, foi internado ontem na capital cearense após beber uma amostra de cachaça de fabricação caseira suspeita de ter envenenado duas vítimas há 15 dias. Candidato a prefeito nas últimas eleições e ex-vice-prefeito do município interiorano, o cachaceiro passa bem.

Há duas semanas, Vilmar Félix soube do caso das pessoas que teriam se sentido mal após tomar a cachaça. "Um amigo comum me procurou, dizendo que me entregaria uma porção da cachaça pra eu mandar fazer uma análise", recorda. Na segunda-feira, o amigo lhe entregou a "encomenda". "Veio numa garrafinha tipo celular e eu pus dentro da pasta, mas não lembrei mais da história dele (de que a cachaça fazia mal)", conta o manguaça.

Ao chegar em casa, na hora do jantar, Félix mandou pra goela cerca de 20 mililitros da bebida. "Quando bebi, até disse: -Que cachaça ruim, passou rasgando tudo aqui-. Aquilo devia ter metanol diluído em cachaça ou em água", faz o (tardio) diagnóstico. Não muito tempo depois, o pingão passou a sentir os efeitos de sua trapalhada. "Comecei a suar a camisa, foi uma loucura. Teve um momento que eu não mexia mais os braços nem as pernas", lembra. Na madrugada de ontem, o médico veio de helicóptero para Fortaleza. De acordo com a médica da unidade, Sandra Belém, Félix apresentou sintomas como visão borrada, diarreia, suor frio e fraqueza geral no corpo.

A família do bebum levou a amostra a um laboratório para que seja feita análise (e eu não duvido que outro manguaça, no local, resolva experimentar mais um pouco da dita cuja). "Deve ser daquelas cachaças adulteradas, artesanais, que se fazem em fundo de quintal. É preciso tomar cuidado", alerta Vilmar Félix. "Não devemos ingerir qualquer tipo de bebida em qualquer lugar", arremata o sábio conselheiro. Você faria uma consulta com ele?

domingo, outubro 04, 2009

As piores capas de disco - seleção internacional

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Depois das capas inacreditáveis de duplas sertanejas, mostramos abaixo três exemplos do nível que o mau gosto e a bizarrice podem atingir quando algum manguaça criativo decide ter uma ideia genial. Escolham a pior:

Alternativa A


Alternativa B


Alternativa C

domingo, setembro 27, 2009

Arthur's Day e a Guinness Storehouse

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Quinta-feira, 24 de setembro, os bêbados saíram às ruas de Dublin para comemorar os 250 anos da cervejaria Guinness, o chamado Arthur's Day (em homenagem ao fundador). Verdadeiras hordas de manguaças invadiram o Temple Bar, região que concentra a maior parte dos pubs e night clubs (foto abaixo). Eu fui lá conferir e, pra não passar em branco, tomei uma Red Ale de fabricação própria no pub Porterhouse, seguida - óbvio - de uma Guinness no recomendável pub Sinè. Nunca vi tantos copos, garrafas e latas espalhados por toda a cidade. Neguinho andando torto, catando frango, aos montes.


No dia seguinte, sexta, ocorreu a chamada Cultural Night, evento anual em que, das 17h as 23h, vários pontos turísticos e atrações tem entrada gratuita, como a biblioteca da universidade Trinity, o castelo de Dublin, as catedrais de Saint Patrick e Christ Church, museus, galerias, enfim, muita coisa legal. Eu fui direto para a Guinness Storehouse, uma visita que planejava há tempos mas nao estava disposto a pagar os 11 euros do bilhete para estudantes. O lugar é fantástico, mostra toda a história, o processo de fabricação, os maquinários antigos e atuais, os ingredientes, os barris, tudo de forma interativa, com vídeos, telões, painéis (é possivel, inclusive, fabricar sua propria Guinness para beber, no local). Mas o grand finale foi reservado para a cobertura do prédio, que tem a visão panorâmica mais bonita de Dublin. Lá, copos de Guinness na faixa me esperavam - na verdade, recebi apenas um ticket (foto ao lado), mas minha amiga italiana Chiara declinou da cerveja e me presenteou o dela. Vejam abaixo algumas imagens do local.

Caldeira antiga no primeiro andar

Cascata no segundo andar do prédio

Barris que antes estocavam a cerveja

Visitantes e o telão no quarto andar

No quinto andar, painel interativo

Pub na cobertura, com visão panorâmica

Um manguaça na cadeira do Arthur Guinness

quarta-feira, setembro 09, 2009

Para a Veja, metade dos bebedores é quase alcoólatra

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O título é quase tão sensacionalista quanto a reportagem da revista Veja desta semana. A capa sobre alcoolismo discute "abordagens inovadoras" à questão, mas esbarra em formas moralistas e exageradas para lidar com o tema.

Outro título possível para este post seria: "Veja acusa Futepoca de ser 'grupo de risco' para alcoolismo". Mas não precisaria uma revista semanal dedicar uma linha sequer para que os sóbrios autores deste blogue saberem da gravidade do tema e quão trágica é a existência de suas estruturas hepáticas. E com este comentário, eu só quero me amenizar críticas sérias às piadas sobre o drama real de quem é dependente do álcool.

Começa o texto:

No Brasil, quase 70 milhões de homens e mulheres bebem. Incluem-se aí desde as pessoas que tomam uma única dose de álcool ao longo de um ano até os dependentes pesados, que não vivem sem a bebida. Entre os dois extremos, existe um grupo que, até pouco tempo atrás, não aparecia nas estatísticas nem nas preocupações médicas: os bebedores de risco. É grande a probabilidade de você, leitor, ser um deles.
Você, leitor do Futepoca, fique tranquilo. Você não é um deles. Mas o leitor da Veja que se cuide.

A reportagem trabalha com a ideia de que uma em cada duas pessoas que consomem etílicos em níveis tolerados pelo convívio social estão a um passo do precipício – se não estiverem em queda livre. "Essa abordagem é totalmente inovadora no tratamento do alcoolismo", diz o texto.

Na hora em que li isso, me veio a recomendação clássica de mãe, avó ou tia que sugere usar blusa em pleno verão para combater a gripe. A sugestão superprotetora é motivo de piada por enxergar doença onde ela não existe – "ainda", diria alguma mãe sobre seu filho.

O que quero dizer é que é preciso considerar com cautela a ideia de que quase qualquer uso do álcool é motivo de preocupação e, ainda mais, a de que é inovadora uma abordagem exagerada – quiçá hipocondríaca – das genitoras que tanto nos querem bem.

Escrevendo a sério: chamar de inovadora uma abordagem que considera que tem problema quem (ainda?) não tem problema é complicado. Por mais grave que seja a questão.

"Os bebedores de risco podem passar dias sem tomar uma cerveja, uma taça de vinho ou algumas doses de uísque. Mas para eles a bebida tem um significado psicológico muito positivo", explica o texto.

A precisão da explicação é ótima, porque é mesmo de se imaginar que todo mundo que gosta de beber tem essa predileção como um traço de masoquismo. Onde já se viu repetir uma atividade nas horas de lazer porque é gostoso? O normal deve ser beber porque é ruim, desagradável até.

O moralismo do texto inclui um grau de culpabilização do consumidor de fermentados e destilados em um grau elevado. Além de sugerir um teto de uma dose para mulheres e duas para homens – com uma longa hora de intervalo regado a suco e refrigerante – a reportagem pede metas diárias. É a lógica financista aplicada à maguaça.

O que poderia ser uma referência de moderação ganha outros contornos na análise do aumento do número de mulheres em "situação de risco". O texto atribui à "preocupação exagerada com a estética" o aumento do número de mulheres com problemas com o mé. O hábito de substituir a comida para perder peso (o que dá origem a uma próxima capa da revista com personagens drunkorexic, misto de bêbadas com anoréxicas) só perde para as que bebem para afogar as mágoas – prática que, excetuado Reginaldo Rosi, nenhum homem jamais fez.

Fiquei imaginando o que essa capa vai representar para a balada das filhas de assinantes da revista. Vão ouvir sermão na sexta à noite.

E a matéria termina com uma conclusão ainda mais moralista: "Teremos cumprido nosso objetivo se ao acabar de ler esta reportagem você se reconhecer como um bebedor de risco e isso levá-lo ou levá-la a procurar ajuda profissional. Saúde!"

A minha humilde e ébria pessoa terá cumprido seu objetivo se, ao ler este post, você decidir não comprar veículos sensacionalistas. Nem precisa ir para o bar tomar uma (só uma), porque isso você faz quando quer.

Exagerei?

(Ps.: E esse nem foi o primeiro ataque da Veja contra a manguaça. Já denunciamos antes, confira aqui.)

quinta-feira, setembro 03, 2009

Beber com moderação reduz risco de demência na velhice

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Está no New York Times do dia 1º a informação de que artigo de revisão bibliográfica de 15 estudos sobre os efeitos do álcool na velhice sobre o cérebro. O levantamento foi publicado no American Journal of Geriatric Psychiatry sobre o efeito do hábito de beber por idosos e seus efeitos sobre o cérebro.

Foto: Tetsumo/Flickr
A cachola da turma da terceira idade que faz uso moderado de algum tipo de goró funcionou melhor. Para homens, tomar de um a 28 drinques por semana representou 45% menos chances de apresentar demência como o mal de Alzheimer. Para as senhoras a redução foi de 27%.

Não, o figura da foto não fez parte do estudo.

A quantidade de doses varia de acordo com o estudo. Como são 15, a margem é maior, mas todos mostraram esse tipo de conclusão.

Somados, os levantamentos alcançaram 28 mil pacientes. Os estudos definiram o consumo leve a moderado de bebida de formas variadas, entre um e 28 drinques por semana.

Apesar de reconhecer que há outros fatores envolvidos, os autores apontaram o fato de que o álcool aumenta o colesterol bom (o HDL), o que reduz a coagulação do sangue e melhora a irrigação dos neurônios.

Como são responsáveis, eles alertam que para se ter "segurança geral" de que vale a pena consumir etílicos na velhice precisaria ser avaliada em relação "a todas as evidências disponíveis" sobre os efeitos à saúde.

O artigo está aqui. No New York Times, a notícia fica aqui.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Na Irlanda do Norte, adolescente com problemas no fígado foge do hospital para beber

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De fato, os irlandeses são fortes concorrentes ao título de maiores manguaceiros do mundo: na última sexta-feira, um adolescente em tratamento por insuficiência no fígado saiu do hospital na cidade de Dundonald, na Irlanda do Norte, e foi direto para o pub Old Moat Inn, do outro lado da rua. Gareth Anderson, de 19 anos (foto), usava os chinelos do hospital e segurava uma agulha pingando. Pediu um pint (copo de 568 ml de cerveja), mas o bar não atendeu o pedido. "Eu não sei no que ele estava pensando", disse o pai de Gareth, Brian Anderson. "Ele me disse que também não sabe. Acho que ele precisa de ajuda - trata-se de alcoolismo, mas há problemas mentais aqui também", acrescentou. Gareth sofreu insuficiência hepática aguda no início do mês, depois de beber 30 latas de cerveja em uma festa. E o pai ainda desconfia: "Ele pode muito bem ter bebido mais do que disse". Depois da tentativa desesperada, o adolescente foi transferido para o King's College Hospital, em Londres. Os médicos dizem que ele pode ter menos de duas semanas de vida. Pô, então por que não deixaram o pobre coitado realizar seu último desejo??!? A crueldade humana sempre me surpreende.

sábado, agosto 22, 2009

Som na caixa, manguaça! - Volume 42

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MOVIDO À ÁLCOOL
(Raul Seixas)

Diga, seu dotô, as novidade
Já faz tempo que eu espero
Uma chamada do senhor
Eu gastei o pouco que eu tinha
Mas plantei aquela cana
Que o senhor me encomendou

Estou confuso e quero ouvir sua palavra
Sobre tanta coisa estranha acontecendo sem parar
Por que que o posto anda comprando tanta cana
Se o estoque do boteco
Já está pra terminar

Derramar cachaça em automóvel
É a coisa mais sem graça
De que eu já ouvi falar
Por que cortar assim nossa alegria
Já sabendo que o álcool também vai acabar?

Veja, um poeta inspirado em Coca-Cola
Que poesia mais sem graça ele iria expressar?
É triste ver que tudo isso é real
Porque assim como os poetas
Todos nós temos que sonhar

(Do LP "Por quem os sinos dobram", WEA, 1979)

segunda-feira, agosto 17, 2009

A segunda cerveja mais tradicional da Irlanda

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Outro dia eu estava conversando com um amigo que já está há três anos aqui em Dublin e, olhando para o imponente prédio do outro lado do rio Liffey, ele comentou que lá funciona a sede mundial da cervejaria Heineken. "-Como assim?!??", me espantei, uma vez que se trata de uma das marcas mais representativas da Holanda. "-Sei lá, bicho, só sei que a sede fica aqui na capital da Irlanda", emendou o conterrâneo. De fato, pesquisando pelos gugous da vida, confirmei que a holding da cervejaria fica no prédio visto na foto abaixo, mesmo. Se não for pra pagar menos imposto, acho que a escolha recaiu mesmo pela extrema popularidade da Heineken entre os irlandeses.


Às vezes dá a impressão de que ela é até mais consumida aqui do que a sagrada Guinness, mas não encontrei nenhuma pesquisa que pudesse corroborar minha suspeita. Nos pubs, as duas marcas são, de longe, as mais pedidas. Para mim, bêbado velho que comecei a beber Heineken há exatos 20 anos, às vesperas da maldita eleição do Collor (meu cunhado trabalhava na capital paulista e costumava levar cervejas estrangeiras que comecavam a aparecer nos supermercados brazucas para o meu pai - e, por tabela, para mim), a preferência irlandesa muito me apetece. Pena que custe tão caro para meus padrões - cerca de 2,50 o latão de 500ml no supermercado, o que dá uns 6 reais e pouco. Nos pubs, a pint (também meio litro) varia entre 4 e 5 euros, ou 11,5 a 14,5 reais. Por isso sinto saudades da garrafa verde de 650ml que eu pagava 5 contos na avenida Paulista. Quem diria, Dona Maria...

quinta-feira, junho 18, 2009

NÃO vandalize a bóia salva vidas!

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Infelizmente, bêbados nao costumam respeitar advertencias...


...e também não gostam muito de concordar - nem com as estátuas!