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quinta-feira, outubro 16, 2008

Santos comemora alta do dólar para lucrar mais com porcentagem na recente transação de Robinho

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Aproveitando a pelada entre Brasil e Colômbia, a diretoria do Santos mandou um adEvogado atrás de Robinho e conseguiu que ele assinasse um documento comprovando que já tinha vínculo com o time da Vila Belmiro nos tempos da categoria sub-13. Isso caracteriza, para a Fifa, que o Santos é o clube formador do atleta. Assim, na recente venda de Robinho do Real Madrid para o Manchester City, por 42 milhões de euros, o alvinegro praiano tem direito a 4,5%. A expectativa da diretoria santista é que esta soma entre nos cofres em novembro. Por isso, a alta do dólar também foi comemorada pelos diretores, pois os valores repassados aos times formadores geralmente estão atrelados à moeda estadunidense. Há crises que vêm para o bem...

segunda-feira, outubro 13, 2008

Os manguaças e a crise financeira

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O comentário está na Carta Capital desta semana:

Perdas e ganhos
Interessante cálculo financeiro feito por um especialista (em ações e bebidas):

Se você tivesse invstido mil reais em janeiro de 2005 nos papéis da AIG, hoje teria 59 reais.

Se tivesse comprado mil reais em latas de cerveja, teria bebido bastante e, hoje, ao vender as latinhas, embolsaria 80 reais.

terça-feira, outubro 07, 2008

Bento XVI volta a criticar o capitalismo

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Trata-se de um vermelho. Como já notado pelo Futepoca, o papa Bento XVI deu mais uma estocada no capitalismo. Em meio a uma dramática – para quem tem (tinha) dinheiro aplicado ali – crise nas bolsas, o Sumo Pontífice voltou a criticar o capitalismo e o individualismo.

"Agora estamos vendo, com o afundamento dos grandes bancos, que este dinheiro desaparece, que não é nada; se tratam de 'realidades de segunda ordem'"

Naturalmente que ele disse também que só a palavra de Deus é sólida.

Já o presidente Lula havia reclamado, no sábado, da especulação financeira sobre o Real que gerou prejuízos para grandes exportadores. "Nos Estados Unidos, a crise é um tsunami. Aqui, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar." Segundo fontes, o esqui não necessita de ondas.

Com onda ou com marola, a água é líquida. Então, dois dias depois, Guido Mantega e Henrique Meirelles divulgaram a Medida Provisória com medidas preventivas para o Banco Central intervir no mercado. À parte disso, queimou US$ 1,47 bi na segunda-feira. No total, já tinham sido US$ 2,5 bi. Hoje, mais US$ 1,37 bi. Mas a instituição promete recomprar depois.

Será que o Joseph Ratzinger tem alguma proposta de pacote para o Vaticano passar ileso pela crise financeira internacional?

quinta-feira, setembro 25, 2008

Explicação cristalina sobre o caos no mercado financeiro

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Recebi por e-mail estes dias um texto explicando de forma clara e inequívoca o caos nos mercados financeiros internacionais. Parece que uma galera já publicou o texto, mas creio que cabe bem no coidiano de nossos leitores (dos autores, com certeza, cabe). E essa proximidade, freireanamente, facilita a compreensão. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista exclusiva ao Futepoca, também deu sua contribuição, mais completa, para explicar a crise.

Uma curiosidade garimpada pelo colega Anselmo é que uma parte do pessoal mudou o nome do dono do bar: de Biu, que é apelido de Severino, para Zé. Não descobri o autor, mas se ele aparecer, pode tomar uma no bar do seu Biu na minha conta, que merece. E diz pro Biu (ou pro Zé) pendurar. Dá uma olhada:

O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu ).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu.

domingo, setembro 14, 2008

Ricos, pobres e carga tributária no Brasil

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O presidente do Ipea Marcio Pochmann, em artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo (aqui, para assinantes), ataca um ponto que tem me inquietado bastante nas discussões de boteco sobre a economia brasileira. Trata-se da carga tributária do país, ou seja, quanto o governo arrecada com impostos, taxas e congêneres.

Está na moda já há algum tempo dizer que a carga tributária é alta, o que seria um dos fatores a limitar o crescimento do país, tornando-o menos atraente para que empresários (daqui e de fora) façam investimentos. Empresários e mídia têm propagado esse raciocínio a quatro ventos, ganhando simpatia da classe média. Foi um dos motes do movimento cívico (sic) Cansei e da mobilização contra a renovação da CPMF.

O artigo de Pochmann questiona essa avaliação, dizendo que a mera constatação de que a carga tributaria é maior do que 35% do PIB, estando em níveis de países desenvolvidos, o que o Brasil está longe de ser, é simplista como crítica e dificultam análises comparativas sérias com outros países. Diante disso, propõe duas ponderações.

Primeiro, a questão da regressividade dos impostos: quem ganha mais, paga menos. “Aqueles com renda acima de R$ 3.900 contribuem apenas com 23%. No entanto, quem vive com renda média mensal de R$ 73 transfere um terço para a receita tributária”, afirma o economista. O motivo, explica ele, é o tipo de impostos que são aplicados por aqui. Na maioria, eles são indiretos, do tipo que se embute no preço de produtos e serviços (como o ICMS) e não diretos, como o Imposto de Renda. Com isso, rico e pobre pagam o mesmo imposto quando compra feijão ou televisores.

A justiça do sistema deveria vir de impostos diretos, fazendo com que os mais ricos arcassem com a maior parte do financiamento do Estado, promovendo distribuição de renda direta e indiretamente, pelas políticas públicas do Estado. No entanto, o que ocorre é que os ricos conseguem escapar dos impostos, contratando equipes de contadores e outros profissionais para encontrar maneiras de, dentro da lei (na maior parte dos casos, quero crer), não recolher impostos. “Os 10% mais ricos, que concentram três quartos de toda a riqueza do país, estão praticamente imunizados contra o vírus da tributação, seja pela falta de impostos que incidam direta e especialmente sobre eles -como o tributo sobre grandes fortunas-, seja porque contam com assessorias sofisticadas para encontrar brechas legais para planejar ganhos quase ausentes de impostos, taxas e contribuições”, afirma o professor da Unicamp.

A questão da progressividade também é um problema mesmo em impostos que a praticam, como o IR. A tabela é tímida em tributação aos mais ricos, como demonstra a comparação com outros países. “O Imposto de Renda, que, nos EUA, tem cinco faixas e alíquotas de até 40% e, na França, 12 faixas com até 57%, no Brasil tem apenas duas, com alíquota máxima de 27,5%. Aqui, impostos sobre patrimônio, como IPTU ou ITR, nem progressividade têm.” “Em síntese,", conclui, "a pobreza no Brasil não implica somente a insuficiência de renda para sobreviver, mas também a condição de pagar mais impostos, taxas e contribuições."

Outro ponto criticado pelo economista é o uso do dinheiro arrecadado. O economista afirma que, “no Brasil, a cada R$ 3 arrecadados pela tributação, somente R$ 1 termina sendo alocado livremente pelos governantes”, pois uma série de compromissos assumidos, como subsídios, isenções, transferências sociais e pagamento dos juros do endividamento público absorve a maior parte da grana. “Noutras palavras, R$ 2 de cada R$ 3 arrecadados só passeiam pela esfera pública antes de retornar imediata e diretamente aos ricos (recebimento de juros da dívida), às empresas (subsídios e incentivos) e aos beneficiários de aposentadorias e pensões."

Percebam que destes pontos só o dinheiro dos velhinhos é questionado pelo pessoal que clama por menos impostos. A “eficiência do Estado”, que eles afirmam almejar, não suporta aposentadorias e pensões, mas suporta o refinanciamento bilionário feito regularmente de dívidas astronômicas do setor agrícola com o governo, o pagamento de juros não menos galácticos pela dívida pública, subsídios e mais subsídios a setores empresariais. Dinheiro para rico é “investimento”, para pobre é gasto. O crescimento econômico dos últimos anos, em boa parte impulsionado pelo aumento constante no consumo das famílias (financiado também em larga medida pelo aumento do salário mínimo, Bolsa Família e credito consignado), desmente a tese.

O artigo caiu como uma luva para mim, que nunca gostei dessa ladainha pela redução dos impostos mas naõ tinha condições de justificar bem minha posição. O principal motivo é que acredito na importância do Estado enquanto promotor de melhores condições para a população. Para isso, é preciso grana, e grana do Estado vem de impostos. Logo, o Estado arrecadar faz parte. O problema é o tipo de arrecadação, que precisa pegar mais grana dos andares de cima e deixar o pessoal de baixo respirar. O próprio Pochmann, numa palestra que vi um tempo atrás, disse que uma estrutura progressiva de impostos foi um dos pilares no crescimento dos países que hoje chamamos desenvolvidos (junto com a reforma agrária, outra de que o pessoal da bufunfa – e seus aliados da maioria da classe média – foge como a bola do pé do Perdigão).

Outro ponto sempre me deixou com o pé atrás na questão é a origem das críticas. É só a neoliberalzada de plantão e um monte de gente rica. Se esses caras são contra, minha curta experiência tem demonstrado que eu sou a favor. Leiam o artigo do homem a vamos qualificar o papo no bar.

segunda-feira, agosto 18, 2008

Cachaça, economia, política e muita sacanagem!

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Propagandas de motel geralmente são bem humoradas. Mas algumas se superam, incentivando, por exemplo, a traição - e a manguaça (vide "cortesia")...


...ou tirando sarro das dificuldades econômicas...


...e dos percalços da política nacional...



...abordando práticas sexuais "heterodoxas"...


...ou então, a sacanagem é curta e grossa:

quarta-feira, julho 23, 2008

Para Bush, Wall Street está de ressaca

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Wall Street got drunk.

Foi George W. Bush, a carta fora do baralho, aquele que nem o republicano John McCain quer em seu palanque, a analise sobre a crise das hipotecas nos Estados Unidos. A fala foi pega por um grampo telefônico. Ou melhor, numa gravação sem autorização, depois de pedir que as câmeras de TV fossem desligadas.

A teoria é simples.

Foto: Eric Draper/Casa Branca

Professor Bush explica: "Ó, ó..."


– Não há dúvidas da respeito. Wall Street ficou bêbada. Esta é uma das razões porque eu pedi a vocês para desligar as câmeras de TV. Ficou bêbada e agora tem uma ressaca. A questão é: em quanto tempo ela vai ficar sóbria e parar de tentar todos esses instrumentos financeiros fantasiosos.

A declaração foi dada em uma reunião privada para levantar fundos do candidato republicano ao congresso Pete Olson. O presidente dos Estados Unidos não sabia que estava sendo gravado em Houston.

Segundo o jornal Washington Post, grande parte dos economistas atribuem a culpa da atual crise de crédito a complexos instrumentos financeiros criado pela bolsa de Nova York depois que o Congresso desregulamentou o sistema bancário, há uma década.

Ele sabe do que fala. George W. Bush não toma uma gota de álcool desde 28 de junho de 1986. Garante que superar a dependência foi difícil. Ele atribui à crença religiosa a saída que encontrou para o problema.

sexta-feira, junho 13, 2008

Namoro de fora

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Ontem, Dia dos Namorados, o tucano José Serra (na foto, à direita) assinou em Washington, nos Estados Unidos, dois contratos de empréstimo para o (des)governo de São Paulo, um com o Bird (Banco Mundial), no valor de US$ 645 milhões, e outro no valor de US$ 10 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Tempos atrás, o jornal ABCD Maior publicou reportagem de Diego Sartorato mostrando que hoje, com a recuperação da economia brasileira, pegar empréstimos no exterior pode ser um tiro no pé.

Um exemplo é a Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), que emprestou o equivalente a R$ 280 milhões do JBIC (Banco Internacional de Cooperação do Japão) para recuperação da represa Billings mas, com a valorização do Real e a desvalorização do Iene, moeda japonesa, acabou ficando apenas com R$ 255 milhões (20% a menos). Por isso, foi preciso fazer mais um empréstimo internacional de US$ 40 milhões com o BID para completar as obras. Em outro programa de obras viárias com empréstimos internacionais, São Bernardo perdeu 37% do dinheiro emprestado com a desvalorização do dólar de 2005 para cá. Diz a matéria de Sartorato:

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), explica que, no período entre o fechamento de uma parceria internacional e o recebimento efetivo do investimento, burocracia que pode levar anos para ser concluída, o valor absoluto do dinheiro continua o mesmo, mas seu poder de compra pode cair, de acordo com a flutuação cambial. "Da mesma maneira, isso afeta o andamento das obras fechadas em parcerias internacionais. Como a compra de materiais e pagamento de mão-de-obra acontece em reais, você tem de aumentar o investimento com recursos próprios", diz. A vantagem, nesse caso, é na hora de pagar a dívida. "Se a sua moeda continua se fortalecendo, o valor relativo da dívida também fica mais fácil de quitar." No entanto, a operação continua sendo uma "loteria perigosa". "O problema é se na hora de pagar a dívida, a cotação da sua moeda cai e a conta fica ainda mais cara. Isso é uma tragédia", resume.

Daí, Belluzzo cita alternativas ao arriscado empréstimo internacional:

"Os juros internacionais são muito mais baixos e essa é uma vantagem considerável. Mas existe também a possibilidade de procurar a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que têm juros mais baixos", ressalta.

Mas alguém aí acredita que Serra recorreria ao governo federal? Para ele, mesmo que arriscado, é melhor um "namoro de fora"...

quarta-feira, junho 04, 2008

As entrevistas Futepoca/Diplô

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Este glorioso blogue inaugura hoje uma nova seção, só com entrevistas especiais produzidas em conjunto com a página eletrônica do Le Monde Diplomatique no Brasil. Aqui, você poderá acompanhar conversas entre os integrantes do dois veículos e personalidades das mais distintas áreas, que falam não apenas sobre seus trabalhos mas também sobre os temas que norteiam esse espaço: futebol, política e cachaça.

Para estrear essa nova seção, dois convidados: o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o economista e dirigente palestrino Luiz Gonzaga Belluzzo.

Em seu estúdio no centro de São Paulo, Mojica logo de cara nos fez uma revelação: vai emprestar o nome de seu personagem mais famoso para uma aguardente. Não demorou muito para a mesa ter mais duas garrafas da dita cuja, além da que os entrevistadores tinham levado. Aliás, esse é um padrão nos encontros realizados: com pompa e circunstância, servimos cachaça artesanal selecionada, pra soltar a língua do entrevistado e a imaginação dos entrevistadores.

Durante as quase duas horas de conversa, Mojica falou sobre seus filmes, em especial o que será lançado ainda este ano, Encarnação do Demônio, que encerra a trilogia iniciada com À meia-noite levarei tua alma e Esta noite encarnarei no teu cadáver. Contou também suas participações na vida política do país e falou de uma das suas paixões, o Corinthians, rogando uma praga a quem se atrever a falar mal do seu clube.

Já o apaixonado palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais articuladores da parceria com a Parmalat nos anos 90 e também um dos pais do Plano Cruzado, fez uma interessante análise sobre a crise econômica nos EUA e os seus possíveis efeitos no resto do mundo. Também comentou aspectos da administração do futebol brasileiro e sentenciou, para desgosto dos alviverdes: o São Paulo tem a melhor estrutura entre os clubes de futebol do país. Além disso, Belluzzo falou sobre algumas das pessoas que admira no esporte bretão: Vanderlei Luxemburgo, Valdívia, o meia Alex e aquele que considera um "anti-ídolo", o goleiro Marcos.

*****

Aproveitando o ensejo, o Futepoca também estréia um novo layout, a partir de uma idéia de logomarca concebida por Olavo Soares, com arte de Carmem Machado e produção de Anselmo Massad. Algumas partes da página ainda não estão funcionando, mas em breve tudo estará bem (se tudo der certo).

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Abaixo, a praga do Zé do Caixão para quem "desprestigiar" a nova seção do Futepoca.


quarta-feira, dezembro 12, 2007

Presidente do Ipea defende jornada de trabalho de 12h por semana

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O economista e presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcio Pochmann, se tornou meu mais novo ídolo. Ele defendeu a adoção de uma jornada semanal de trabalho de três dias com expediente de quatro horas.

Pochmann argumenta que o acumulo de capital pelo sistema financeiro, que ele define como “produtividade imaterial”, é a “razão pela qual não há, do ponto de vista técnico, [motivo para] alguém trabalhar mais do que quatro horas por dia durante três dias por semana.", segundo publicou a Folha Online. “Pode ser estranho ouvir isso neste momento, ou talvez devessem ter sido mal compreendidos aqueles que, em 1850, justificavam o trabalho de oito horas por dia, começando a partir dos 15 anos, embora [naquela época] a indústria no mundo todo empregasse crianças de cinco, seis anos fazendo jornada de 16 horas diárias."

Pochmann disse ainda que o Brasil deveria começar a preparar seus cidadãos para começar a trabalhar depois dos 25 anos de idade. Ele justifica a tese com o aumento da expectativa de vida no Brasil. "Não há razão técnica para alguém começar a trabalhar no país antes dos 25 anos de idade. Especialmente porque estamos para entrar na fase em que a expectativa de vida ultrapassará os cem anos.", declarou o economista. Ele sugeriu ainda a criação de um fundo "que permita aos pobres optar entre o trabalho e a escola", o que colocaria o país em posição de vanguarda na preparação de pessoas capazes de pensar um projeto de desenvolvimento de longo prazo.

terça-feira, outubro 30, 2007

Se o Brasil não faz um bom negócio com a Copa, fecha esse país!

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Sim, o Brasil foi escolhido por unanimidade como sede da Copa de 2014, como já adiantava no post debaixo o Nicolau. A escolha, sem dúvida, beneficia a perpetuação no poder (como se precisasse disso) de um grupo que comanda o futebol brasileiro há anos. E é claro que esse grupo, tendo o poder de organizar o Mundial, vai lucrar politicamente e de outros modos idem. Ninguém gosta de ver os vilões que fizeram do futebol brasileiro essa nau dos insensatos sorrindo, mas, nem por isso, deve se condenar de forma tão veemente o fato do Brasil ter sido indicado.

Tirando o argumento acima, sinceramente, não vejo muito sentido na ladainha repetida pela tal "mídia esportiva séria". O mais banal é o de que "não temos capacidade para organizar o evento". Ora, a CBF não vai ser a responsável por isso sozinha. A FIFA, que tem alguma experiência na área já que organiza todos os Mundiais desde que os animais são animais, vai estar junto exigindo um relatório minucioso a cada três meses. E também deve desembolsar US$ 400 milhões em 2008, podendo contribuir com mais nos anos seguintes. Além disso, dada a magnitude do evento, grandes parceiros da iniciativa privada também estarão junto não só injetando investimentos como também auxiliando na logística. E, obviamente, o Poder Público, representado em seus três níveis, vai colaborar com a Copa.

Outro ponto é que o "governo vai investir em futebol enquanto deveria investir em saúde e educação". Falácia. O montante de fato significativo de recursos do Poder Público vai ser voltado para obras de infra-estrutura - algumas, de responsabilidade do governo federal, que já estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento, PAC -, em transporte, saúde e tudo que for necessário para viabilizar o conforto de quem vier assistir a Copa no país. Investimento no sentido lato, porque o legado fica, não some. Quanto aos estádios, provavelmente a maioria será transformada em arenas multi-uso e compartilhadas com empresas privadas que irão bancar os projetos para depois explorar comercialmente os mesmos.

O papel desempenhado pelos governos é a grande vantagem de um evento como este. Obriga o Estado a cumprir sua função, sendo que o dinheiro retorna em impostos e ganhos de outra ordem. E quem duvida do potencial de marketing do país do futebol sediando uma Copa do Mundo? A Alemanha não só mudou sua imagem para o resto do mundo, afastando o estigma de xenofobia, como a Associação de Comerciantes Alemães estimou que o torneio gerou diretamente 2 bilhões de euros. Foram contabilizados 50 mil novos postos de trabalho e o ministério das Finanças arrecadou com impostos 7,2 milhões de euros só da FIFA, referente às premiações pagas pela entidade, mais 57 milhões de euros provenientes do comitê organizador, além de 40 milhões de euros sobre a venda de ingressos.

Se isso não for bom negócio, não sei o que é. E se o Brasil, uma das doze maiores economias do mundo, não consegue gerir isso, é melhor fechar a lojinha.

terça-feira, outubro 02, 2007

Nossa, Ermírio de Moraes elogia economia brasileira sob Lula!

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Um dos mais contumazes críticos do governo Lula e um dos mais conservadores representantes do chamado “setor produtivo” da economia, o empresário Antonio Ermírio de Moraes, presidente do conselho de administração do Grupo Votorantim, deu uma entrevista surpreendente ao Estado de S. Paulo de hoje.

Ao responder a primeira pergunta da entrevista assinada por Milton F. da Rocha Filho (“O sr. disse que esta seria uma entrevista diferente. Por quê?”), Ermírio de Moraes afirmou: “há um sentimento diferente em relação às outras vezes, quando eu dava entrevista e tinha que reclamar de muitas coisas erradas na economia. Hoje, as coisas andam bem, com mais equilíbrio e mais possibilidades de desenvolvimento do que de surgimento de problemas”.

Disse mais, sobre seu estado de ânimo: “Esta entrevista talvez seja a mais calma dos últimos 15 anos. Não há o que reclamar agora (...) Não há perigo de inflação de demanda por aqui. A indústria está atenta e há muitos investimentos em andamento”, analisou o empresário, que também falou de câmbio: “está indo bem. Acho que está em uma marcha bem razoável”, disse. “Nem a turbulência do mercado externo conseguiu perturbar a economia nacional”.

Acesse a entrevista.

quarta-feira, junho 13, 2007

PIB sobe e Brasil entra no primeiro mundo social

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Saiu hoje o resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2007, calculado pelo IBGE. Em relaçaõ ao mesmo período do ano passado, alta de 4,3%. Com parado com o último trimestre de 2006, o crescimento é de 0,8%. É o primeiro resultado depois da mudança de metodologia feita pelo IBGE em março, que, ao dar a cada setor a importância devida, revelou uma economia maior do que se imaginava.

Os resultados aumentaram o otimismo de economistas, porta-vozes do companheiro Mercado, o que não aparece pra beber. A meta de crescimetno de 4,5% neste ano, prevista no PAC, pode se tornar realidade.

O que puxou o PIB foram o consumo das famílias, que aumentou junto com a renda, os investimentos privados (destaque para aumento de 7,2% no item Formação Bruta de Capital Fixo, que indica investimento das empresas em máquinas e construção, ou seja, preparação para produzir mais), e a recuperação do setor agrícola (mesmo baleado com a queda do dólar).

O crescimento é boa notícia, gera empregos e aumenta a renda. Aliás, resgato no Terra Magazine outra boa nova, que deixamos escapar em abril: na próxima divulgação dos números do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) pela ONU, o Brasil deverá figurar orgulhoso entre o grupo de países com “alto desenvolvimento humano”.

O principal responsável pela mudança, segundo o site, ocorrida em 2005, foi a mudança no cálculo do PIB, que levou o IBGE a “descobrir” 10,9% a mais de economia que era ignorada pela metodologia antiga. O ONU avalia três dados para determinar o IDH: critérios renda, escolaridade e longevidade da população. Assim sendo, só com o PIB recalculado de 2005, saltaríamos de 0,792 (sendo 0 o pior e 1 o melhor índice) para 0,8, saindo dos países de “médio” (onde temos companhia de Colômbia, Venezuela e Albânia) para os de “alto desenvolvimento humano” (junto com Noruega, Argentina, Chile e Uruguai). E, como os dados de educação e longevidade também têm apresentado melhora nos últimos anos, estaremos ainda melhor na próxima divulgação, que deverá ocorrer em 2008.

Assim sendo, do ponto de vista do IDH, nosso país é um lugar bastante bom para se viver (dos 177 países avaliados pela ONU, apenas 63 têm “alto desenvolvimento”). “E que vantagem Maria leva?”, poderia perguntar minha mãe. Sei lá. Na prática, já deveríamos estar sentindo essa melhora toda. Parece que o tal do primeiro mundo não é tão legal assim.

sexta-feira, junho 08, 2007

E o Nassif não discorda

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Há alguns dias, foi postado aqui elogio à postura de Luiz Inácio Lula da Silva por sua posição de estadista em oposição à blasanadora atitude de Hugo Chávez.

Eis que Luis Nassif, em seu blog, comenta a entrevista do presidente brasileiro à Folha de S.Paulo. Alguns trechos para dizer que o título do post do Futepoca é rigoroso:

A entrevista de Clóvis Rossi com Lula, hoje na "Folha" mostra, em termos de política externa, a envergadura da ação de Lula, a objetividade em saber o que é interesse nacional, a naturalidade com que transita na cúpula mundial. Tem clareza sobre a importância do Brasil na mudança da matriz energética.

Mesmo sua entrevista sobre a não renovação da concessão da
RCTV, na Venezuela, mostra uma segurança invejável para colocar as críticas e a defesa, entendendo perfeitamente até onde pode-se ir para não atrapalhar os planos de integração econômica do continente. Habemus política externa, sim, mesmo não produzindo resultados imediatos, como pretendem muitos.
Rigoroso, porém, com brecha para o oposto. Não entendeu? Eu tampouco.
Se, no plano da política econômica interna, Lula tivesse a mesma clareza sobre os chamados interesses nacionais, teria sido o estadista de que o país necessita.
O jornalista mostra disposição em concordar com o governo, o que não é um problema. Ele acredita que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pode "minorar essas perdas", ao organizar a bagunça, listar projetos e definir modos de acompanhamento para melhorar o processo.

Depois de ler os últimos textos e comentários que escrevi no Futepoca sobre política, concluo, pois, com auxílio do Conselheiro, que estou mais na oposição do que outros. Pelo menos há menos vontade de ser situação. Essa vontade só não desaparece por completo, porque não é confortável o limbo da falta um bloco na oposição em que o incômodo seja menor do que estar na sustentação do governo.

Então, vou pro bar procurar definições políticas.

quinta-feira, junho 07, 2007

Juro constitucional ou crime de usura

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Enquanto o Banco Central Europeu elevava em 0,25 ponto percentual a taxa de juro da zona do Euro – o maior desde 2001 –, o da Inglaterra mantinha o patamar. Respectivamente 4% e 5,5% ao ano.

Ah, sim, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil, reduziu a meta da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) em 0,5 ponto percentual. Foi um avanço comparado ao ritmo de corte da reunião anterior. E o Mercado não compareceu ao bar do Vavá para se explicar por que cinco diretores votaram a favor contra dois que preferiam manter a cautela.

Em termos nominais, o país está em 7º num ranking nada grato dos campeões de juro nominal. No lugar em que estão Turquia (17,5%) e Venezuela (16,5%), do gabarola Hugo Chávez, o Brasil já esteve no fim da década de 90. Em juros reais, descontada a inflação, ainda não tem para ninguém: 8,3% de juro base.

As contratações de empréstimos no mercado financeiro cresceram horrores em 2006, e dão mostras de que vão continuar aumentando.

Nominalmente, são 12% ao ano de Selic, com inflação anual estimada em 3,7%. Não confundir com os 12% previstos no terceiro parágrafo do artigo 192 da Constituição de 1988, que previa a proporção como teto de juro real aplicado a qualquer contrato. Se passasse, além de inválido para qualquer contrato, seria crime de usura.

Mesmo depois de redução anunciada pela Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco, deixa uma ou outra operação – como penhor ou o crédito consignado para funcionário público na Caixa – livres da punição prevista na Carta Magna.

É, não pegou.

quarta-feira, junho 06, 2007

Copom: façam suas apostas

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Termina hoje a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), aqueles caras que decidem a taxa básica de juros do país. Segundo matéria do Estadão, os resultados da economia deixaram dividido o tal do mercado sobre o tamanho do corte que deverá vir, se de 0,25% ou 0,50%.

Por um lado, diz o texto, a produção industrial de abril caiu 0,1% ante março, ficando a abaixo das expectativas. O resultado sinalizaria que a recuperação da atividade econômica ainda não ameaçaria a inflação, paranóia constante dos membros do Copom. Outro dado é que a inflação acumulada em 12 meses está em torno de 3%, bem abaixo da meta de 4,5%. Sem contar a valorização do câmbio, que sofre influencia dos altos juros.

Na outra ponta, a alta de 11,5% nas vendas do varejo em março mostra uma aceleração já “exagerada” na visão de alguns economistas, o que levaria a um ritmo menor na aceleração. Segundo esse raciocínio, os cortes já realizados desde o segundo semestre de 2006 ainda não foram totalmente absorvidos pela economia, que ainda vai acelerar mais mesmo sem cortes.

E aí, quais são suas apostas para a queda? Outra pergunta: não dava pra cair mais rápido essa parada? Convido o companheiro Mercado e sua onipotência para uma cerveja no Vavá hoje a noite para explicar a decisão dos sábios. O Meirelles também pode aparecer, se quiser, mas todos sabemos que a opinião dele conta menos que a do outro convidado.

quinta-feira, maio 31, 2007

Para Maílson, Lula elege sucessor

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O Conversa Afiada esteve no seminário “Perspectivas da Economia Brasileira – Cenários para o Governo Lula”, organizado pela Consultoria Tendências, nesta quinta-feira, em São Paulo. Conta o site que o ex-ministro Maílson da Nóbrega – aquele que, ao deixar o Ministério da Fazenda, em 1990 deixou o país com uma inflaçãozinha de 2.751% segundo a nem sempre confiável Wikipédia –, analista político e um dos fundadores da consultoria, vaticinou: Lula tem 70% de chances de eleger seu sucessor. Para que isso ocorra, Lula dependeria de três fatores: manter o modelo econômico; que não aconteça um “apagão” de energia; e que seu candidato não seja do PT.

Farei agora uma confissão: trabalhei na referida consultoria, como revisor de textos, meu primeiro emprego mais próximo da área jornalística. Em minha defesa, digo que precisava pagar a passagem e os xerox da faculdade. Isto colocado, lembro de uma análise de Mailson, em 2002, seobre uma notícia que dizia que Lula poderia não concorrer nas eleições daquele ano. O economista concluía o texto dizendo ter duas certezas sobre 2002: que Lula disputaria as eleições e que seria novamente derrotado. Taxa de acerto de 50%.

Com essas informações, arrisco algumas interpretações sobre a previsão do dr. Maílson:

  • Lula não vai eleger o sucessor

  • Lula elege o sucessor e ele é do PT

  • O modelo econômico vai mudar em breve e será responsável pela eleição do sucessor de Lula

  • Teremos um apagão na área de energia e Lula ainda assim elege um sucessor de outro partido

Alguém arrisca outros palpites?

PS.: Ainda segundo o Conversa Afiada, o ex-ministro está muito confiante no páis, confiança que pode ser demonstrada pela anedota que segue: “Encontram-se no bar do Hotel Four Seasons, em Nova York, quatro empresários: três argentinos e um brasileiro. Depois da primeira rodada de champagne, diz um argentino: ‘Fiquei rico, mas tão rico, que decidi comprar a General Motors’. Outra rodada de champagne e diz outro empresário argentino. ‘Fiquei milionário. Mas, tão milionário, que decidi comprar o Citibank’. Terceira rodada de champagne, e diz o terceiro argentino: ‘Eu me tornei um magnata. Por isso, vou comprar a Microsoft’. Quarta rodada de champagne, e diz o brasileiro: ‘Pois, eu não vendo !’ ”

Pergunto: Seria a alegria de Maílson motivo suficiente para ir para a oposição?