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quarta-feira, abril 04, 2007

Bento XVI, esse comunista

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Foto: L'Osservatore Romano

Na BBC Brasil está lá. O papa Bento XVI elogia, em seu novo livro, Jesus de Nazaré, o pensador alemão Karl Marx. Apresentado no dia 13 e colocado à venda no dia 16 de abril, quando Ratzinger faz 80 anos de idade, a obra começou a ser escrita em 2003, antes de ter se tornado pontífice. Seria portanto fruto de uma "pesquisa pessoal" e não um documento da Igreja.
"O homem, no curso de sua história, foi alienado, torturado, explorado. A grande massa da humanidade viveu quase sempre na opressão. Por outro lado, os opressores são uma degradação do homem. (...)
Karl Marx descreveu de maneira drástica a 'alienação' do homem. Mesmo que não tenha atingido a verdadeira profundidade da alienação – porque raciocinava apenas em âmbito material – forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos."

O trecho, segundo a BBC, é de um capítulo dedicado à parábola do Bom Samaritano, em que "bandidos", para usar a terminologia de Ratzinger, espancam um homem, depois de assaltá-lo. Na narrativa bíblica do Novo Testamento, o estrupiado é deixado na beira da estrada, diante de transeuntes de várias posições sociais. Apenas um estrangeiro (o samaritano, no caso) é que o ajuda.

O dado curioso do "elogio" a Marx é que Ratzinger foi o autor do interrogatório de Leonardo Boff, em 1984, no Vaticano e, quando cardeal próximo a João Paulo II, foi dos que mais fizeram contra a Teologia da Libertação, corrente que propunha uma leitura marxista da Bíblia.

Embora signifique pouca coisa (ou quase nada), até porque contém uma divergência clara entre as visões, quem sabe não é um começo pra tornar o título do post menos sensacionalista?

3 comentários:

Glauco disse...

Bento XVI e Niemeyer poderiam fundar uma nova Internacional.

Marcão disse...

Deus me livre!

Anselmo disse...

nova? melhor seria "experiente", "madura", "vivida".