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segunda-feira, julho 25, 2011

A Copa América deu alguma lição à seleção brasileira?

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Para falar a respeito da Copa América que se encerrou hoje e da participação brasileira, é interessante fazer um breve retrospecto do escrete canarinho nos últimos cinco anos, e de como a tal “opinião pública” reagiu a cada resultado importante do time. 

Após o fim da Copa de 2006 – o grupo comandado por Carlos Alberto Parreira era uma balbúrdia. Medalhões faziam o que queriam, Ronaldo e Adriano chegaram a seleção acima dos cem quilos. O Brasil, segundo a avaliação geral, perdeu para a França por conta disso: faltou autoridade mas, mais que tudo, não houve “comprometimento” do grupo, que não tinha um líder no banco ou dentro de campo.

Ah, aquele time do Dunga... Foto: Owen Jeffers Sheer
Após a Copa América de 2007 – o substituto de Parreira era Dunga. Sem nunca ter sido treinador antes, aos olhos da CBF, era a tal liderança que a seleção supostamente precisava. Pra variar, após um Mundial fracassado, a renovação começou, embora, aos poucos, parte dos derrotados de 2006 tenham voltado mais tarde. A seleção vencia, jogava com a tal garra, mas nem mesmo a vitória por 3 a 0 contra a Argentina na final da Copa América convenceu os céticos. O time era defensivo e pouco talentoso, na visão de muitos. Outros se contentaram com o estilo vitorioso que o treinador implantava na equipe, talvez conformados com o fato de o Brasil não ter tantos craques como outrora. 

Após a Copa do Mundo de 2010 – ah, mas que Brasil foi aquele! Até o Cruijff cornetou Dunga, não era a seleção... Onde estava aquele futebol faceiro, lépido, fagueiro, que sempre caracterizou a amarelinha? É preciso resgatar a ofensividade do futebol brazuca! Mano Menezes, segunda opção da CBF, é contratado, apesar de não ter exatamente um “DNA ofensivo” pra trazer de volta os bons tempos do ludopédio tupiniquim.

Após a Copa América de 2011 – Mano, no papel, chega quase a montar um time “pra frente”, às vezes até parece tentar reproduzir o esquema de Dorival Junior no Santos do primeiro semestre de 2010. Tem as duas maiores estrelas daquele time, aliás, mas o futebol jogado está bem distante daquele. Finda a participação na Copa América, em 12 partidas, são parcos 16 tentos, somente um a mais que a seleção de Dunga fez em seis pelejas pela Copa América de 2007. Agora, volta o discurso do comprometimento: são os meninos que não seguram a onda, que se preocupam mais com o dinheiro, com contratos, com o cabelo do que com a seleção.

Pois é, como se vê acima, os argumentos para justificar a derrota da seleção são reciclados: em uma hora, faltou raça; na outra, faltou técnica. E, quando uma seleção como o Uruguai é campeã da Copa América, como agora, a sensação de que “faltou raça” fica mais evidente para parte dos torcedores. Curiosamente, parece que a tal “raça” uruguaia esteve adormecida durante muito tempo, já que a seleção celeste ficou fora das Copas de 1994 e 1998, saiu na primeira fase em 2002 e também não viajou para a Alemanha em 2010.

O Uruguai é sim, a tal raça, mas não só. É conjunto, é técnica e habilidade, tem jogadores acima da média como Forlán e Suárez, e já joga junto há algum tempo. Quem viu o segundo gol marcado pela Celeste contra o Paraguai percebeu como se pode ver arte e habilidade em um contra-ataque. O Brasil, hoje, não usa essa arma, mesmo tendo jogadores aptos para tal. Aí aparece uma diferença fundamental entre as duas seleções: uma é time; a outra, ainda não é.

Claro que essa equipe uruguaia de hoje não será a mesma em 2014. Boa parte dos atletas tem mais de 30 anos e, contando que a Celeste consiga a classificação para a Copa no Brasil (o que não são favas contadas, já que eliminatórias por pontos corridos é algo bem diferente de torneios mata-mata curtos), não farão mais parte do escrete de Oscar Tábarez. Já o Brasil, se Mano se decidir por um esquema e conseguir também a tal fórmula para unir os jogadores em torno de um objetivo (coisa que Dunga fez, mas nem por isso foi campeão), vai ter à disposição um time bem mais respeitado do que foi nessa triste Copa América de parcos gols e baixo nível técnico.

Mídia se preocupa muito com o cabelo de Neymar. Foto: Ronnie Macdonald
Mais do que a pauta atual que movimenta a mídia tradicional, aquela sobre a dita “instabilidade” dos meninos da seleção, o que deveria ser perguntado é se Mano é o treinador ideal para lidar com esses garotos. Porque são, de fato, joias raras como há algum tempo o futebol brasileiro não produz. Dunga errou em não convocá-los para dar alguma experiência de seleção como aconteceu, por exemplo, com Ronaldo (em 1994) e Kaká (em 2002), mas cabe ao atual treinador criar um ambiente e apostar em um esquema em que seus talentos sejam mais bem aproveitados.

Aliás, será também que o atual técnico da seleção não “sentiu” o peso do cargo? Ele tem, de fato, um esquema tático que julga vencedor ou ainda está tateando? Vai rifar jogadores e arriscar perder a confiança de comandados por conta de sua boa relação com a imprensa (leia-se Globo) que até agora o tem poupado?

A mídia você já tem, Mano, ganhe seus jogadores e seja de vez em quando pára-raios deles, como fez Felipão ontem. Os resultados virão mais rápido, pode apostar.

segunda-feira, julho 18, 2011

Não bato em time caído, mas podiam acertar um chute...

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Como todos já sabem, já viram, já comentaram, a derrota do Brasil frente ao Paraguai na Copa América ficará marcada como a pior série de cobrança de pênalties da história do selecionado e não poderá ser suplantada nunca. Basicamente porque erramos todas as cobranças e nosso goleiro não defendeu nenhuma.


Mais que lamentar a eliminação ou bater em time caído, creio que o importante é destacar novamente a dificuldade de fazer gols. Tirando os quatro contra o Equador, o Brasil fez apenas dois contra o Paraguai na fase inicial. Passou duas partidas sem marcar.

Mesmo jogando razoavelmente bem, faltaram jogadores decisivos, que chamassem o jogo e assumissem a responsabilidade. A falta de cabeça ficou clara quando ninguém foi capaz de bater um bom pênalti. Faltou um Romário, um Ronaldo etc... E esse é o principal problema: no curto prazo não vejo ninguém para chamar essa responsabilidade.

Pato, Neymar, Ganso, ainda podem ser decisivos, mas ainda não estão preparados para, por exemplo, decidir uma Copa do Mundo. Espero que, até 2014 ganhem esse status ou surja alguém com personalidade e talento para fazer a diferença.

Outro aspecto importante para mim é como fazer para passar por retrancas como do Paraguai e Uruguai (contra a Argentina). Times que têm algum talento e sabem defender como os hermanos tornam o futebol um jogo travado, com defesas quase instransponíveis. Será que o futebol caminha inexoravelmente para o predomínio das defesas? Espero que Messi, Neymar e outros talentos desmontem essa tese. Mas isso é só esperança, pois vejo cada vez mais o binômio defesa/contra-ataque prevalecer na maioria das vezes.

quinta-feira, julho 14, 2011

Brasil faz quatro com protagonismo do ataque

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Foi o jogo com mais gols da curtíssima “Era Mano” na seleção brasileira. Se não encantou e desbundou os amantes do bom futebol ao redor do globo, o time venceu bem e podia ter feito mais gols. Uma inversão parece ter acontecido: quando o ataque jogou bem, a defesa decidiu falhar. 

Uma pergunta técnica: 4 a 2 pode ser definido como goleada?

Pato e Neymar fizeram dois cada. Robinho, o terceiro elemento, fez um, mal anulado, no finalzinho e meteu uma bola na trave. Os três se mexeram bastante, fizeram boas tabelas. Gostei bastante do segundo de Pato, coisa de centroavante mesmo. É um tento que contradiz a sensação de “a gente é bom e ganha quando quiser” que uma galera (eu inclusive) suspeitou nos primeiros jogos.

Neymar também tentou menos dribles, que não estão dando tão certo assim ainda, e chutou mais para o gol. O protagonismo ficou com os jovens.

Robinho fez boa parceria com o melhor jogador em campo, o lateral-direito Maicon. Se é verdade que ficou bravo com a substituição, creio que Daniel Alves vai ter que se contentar. Na outra lateral, André Santos deu um passe perfeito para o gol de cabeça de Pato e jogou bem. Parece mais preso lá atrás no esquema de Mano, precisaria jogar mais solto.

Ganso deu um passe magistral, no giro do corpo, para o primeiro de Neymar. Mas participa menos o jogo do que no Santos, talvez por ser mais marcado. Uma hipótese que levanto agora é a falta de um outro jogador para colaborar nas tabelas pelo meio. Ramires deveria ser esse cara, mas ele tem errado muitos passes. Está jogando muito na marcação e chegando pouco. Talvez Elias seja uma boa opção para melhorar o passe – a tabela dele com Robinho no gol anulado mostra o potencial.


Os problemas se repetiram na defesa, com Júlio Cesar engolindo um frangaço no primeiro gol e um galináceo menos desenvolvido no segundo. Duas falhas que foram acompanhadas de erros de Lúcio e Thiago Silva. Vi gente falando que falta proteção para a zaga. Ora, se queremos que o time jogue pra frente, a zaga vai sobrar mais rojão lá atrás. Com o tempo, um sistema de marcação começando no ataque pode (e deve) ser desenvolvido – o que até já aconteceu em jogos da seleção. Mas por enquanto, o pessoal vai ter que aguentar.

No geral, foi um bom jogo, que só teve risco de fato por conta das falhas do goleirão. Mas o bom desempenho do ataque é um ponto positivo. Capaz que o pessoal tire um pouco o peso das costas e se encontre mais daqui pra frente.

A próxima partida é contra o Paraguai, domingo, às 16h. Já é fase eliminatória. O primeiro jogo foi difícil, com os paraguaios apertando a saída de bola e forçando erros da antes sólida defesa. Vamos ver o que pega.

domingo, julho 03, 2011

Uma seleção que não chuta (bem)

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Foto: Estado de Minas/Uai: AFP Foto/Miguel Rojo

A primeira prova verdadeira da seleção de Mano Menezes começou trazendo a preocupação de ser um time que toca muito a bola, até bem, mas não chuta. O goleiro venezuelano não fez nenhuma defesa perigosa. Houve uma bola na trave do Pato e um chute do Robinho ¨defendido" pelo zagueiro, mais nada...

A postura da Venezuela, de se defender com 11 jogadores e sair apenas num ou outro contra-ataque, ajudou que isso acontecesse. Mas esse é o problema. Provavelmente todos os times entrarão assim contra o Brasil e vamos depender muito de uma bola espirrada, de uma jogada de Neymar ou de uma falta bem batida.

Principalmente porque não temos, fora Neymar, nenhum atacante acima da média. Na arte de fazer gols, Robinho, Frédi e Pato estão muito abaixo do Fenômeno ou de Adriano (ou até de Luiz Fabiano), apenas para citar exemplos recentes. E, pior, não vejo esse jogador em nenhum time brasileiro. Leandro Damião, do Inter, está bem longe de servir para ser titular da seleção.

Se o Brasil quiser ganhar a Copa de 2014 precisa urgentemente revelar jogadores que saibam fazer gol. O resto do time é até interessante, com jogadores técnicos e uma boa defesa (com exceção do André Santos, que para mim não é jogador de seleção).

É um time que fica bastante tempo com a bola, toca bem, mas não está produzindo ofensivamente. É uma espécie de cópia do Barcelona, com jogadores técnicos no meio de campo, valorizando a bola, mas sem a genialidade e a capacidade de finalização de um Messi, por exemplo. A esperança é que Neymar desencante ou o Ganso jogue mais. Sem isso sofreremos muito com outras Venezuelas. Pouco para esta camisa amarela.

Acabando este post, vejo o goleiro Júlio César, com a típica frase: "Não existem mais bobos no futebol". Existem sim, os que esperam mais de uma seleção brasileira.

quarta-feira, junho 08, 2011

Seleção ganha da Romênia e é vaiada na despedida de Ronaldo

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Vamos tirar logo esse assunto do caminho pra chegar ao futebol propriamente dito: Ronaldo, o Fenômeno, teve sua festa de despedida oficial pela Seleção Brasileira. Foram 15 minutos pesadamente caminhados em campo, que contaram com passes eficientes de primeira e três finalizações, duas no gol, obrigando a defesas do goleirão romeno, e uma em consistente trajetória rumo à lua. Enquanto esteve em campo, foi obviamente o foco das atenções de todos, inclusive de seus colegas de seleção. Saiu, fez uma volta olímpica também caminhada com os dois filhos, Ronald e Alex, e um assessor de imprensa que orientava poses meio lamentáveis com uma bandeira Brasileira. Falou rapidamente, pediu desculpas pelos três gols perdidos, agradeceu o povo brasileiro por aceitá-lo como ele é, e foi embora, pronto para novos negócios.

Pronto, falemos pois da Seleção Brasileira de nossos dias. Mano Menezes mudou o time em relação ao empate com a Holanda, trocando Elano por Jadson, que pouca gente sabe quem é ou o que vem fazendo no time. Pois sabe que pelo menos um pouco hoje ele mostrou: tocou a bola com consciência, indo além do óbvio em diversos momentos, fez o time jogar. Outro que saiu do time foi Ramires, dando lugar a Elias, que também foi melhor que o antecessor, dando mais dinâmica à saída de bola.

No primeiro tempo, a fraca Romênia foi facilmente envolvida, culminando com o gol de Fred que, vamos e venhamos, joga mais que Leandro Damião. Foi ele que saiu para entrar Ronaldo, que deu lugar a Nilmar no segundo tempo. Etapa que começou mais devagar, com o time meio preguiçoso e a Romênia incapaz de furar a impressionante zaga brasileira. Tanto Lúcio quanto David Luiz jogam muito (ainda que pouco pressionados), mas o segundo me impressiona pela velocidade e precisão nas antecipações.


O jogo prosseguiu sob absoluto e agora meio sonolento controle da seleção. Marcação no campo do adversário, zaga quase no meio campo, um monte de chutes a gol contra um ou dois da Romênia no período inteiro. Mas gol que é bom, manga. E com isso, o impaciente público presente ao Pacaembu vaiou sonoramente o escrete canarinho e aplaudiu os momentos romenos com a posse de bola.

Interessante isso. O jogo foi meio devagar, é verdade, mas não acho que fosse causo de vaia - e ainda mais de ir embora no meio da segunda etapa depois de gastar uma grana na entrada. Algum comentarista após o jogo da Holanda atribuiu as vaias à mudança de público causada pelos preços e esquema de distribuição dos ingressos. Não é necessariamente o cabra viciado em futebol que vai ver o jogo, mas uma galera de poder aquisitivo maior, que vai mais pela festa. E quando não rola uma goleada, acha que o mundo acabou. Pode ser isso, ou pode ser que eu ande com o saco excessivamente elástico. Vai saber...


Convocação para a Copa América


Saiu agora a convocação para a Copa América. Nenhuma surpresa, se você pensar no que ano Menezes fez até aqui. Na minha cabeça, o time titular na cabeça do técnico deve ser o seguinte: Júlio César; Daniel Alves, Lúcio, David Luiz, André Santos; Lucas Leiva, Ramires, Ganso; Neymar, Robinho e Alexandre Pato.

Na minha cabeça, eu trocaria Ramires por Elias. Mas não vejo problemas na lista do técnico. Na defesa, só André Santos pode ser questionado em favor do não convocado Marcelo. No meio, Hernanes poderia ser lembrado – a despeito do golpe de caratê que aplicou no jogo contra a França. No ataque, gosto mais de Nilmar que de Fredi, mas entendo a vantagem de ter um cara mais forte como opção de centroavante. Alguém mais?


Goleiros - Júlio César e Victor

Zagueiros - Lúcio, David Luiz, Luisão e Thiago Silva

Laterais - Daniel Alves, Maicon, Adriano e André Santos

Volantes - Lucas Leiva, Sandro, Ramires e Elias

Meias - Elano, Jadson e Ganso

Atacantes - Lucas, Neymar, Robinho, Fred e Alexandre Pato


(atualizado à 00h37)

segunda-feira, junho 06, 2011

Ronaldo: 'Eu era o meu próprio torturador'

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Na entrevista que concedeu ontem ao canal SporTV, às vésperas de seu jogo de despedida pela seleção brasileira, Ronaldo Nazário deu um depoimento arrepiante. Ao se despedir do futebol, em fevereiro, o atacante afirmou que tinha que reconhecer algums derrotas. "Perdi para o meu corpo", disse, entre lágrimas, ao justificar que as dores e contusões constantes o impediam de seguir a carreira. Falando sobre o assunto, o entrevistador Paulo César Vasconcellos perguntou se alguma vez, nas graves lesões que teve nos joelhos, Ronaldo pensou em desistir. O ex-jogador disse que sempre foi otimista, mas que sofreu horrores.

- Chorei muito. Você não sabe o que é receber um diagnóstico médico dizendo que você, com vinte e poucos anos, no auge da carreira, não vai mais jogar futebol. Quando eu sofri a primeira lesão grave, na Inter [de Milão], fiz a cirurgia e, depois de seis meses, eu só conseguia dobrar a perna num ângulo máximo de 60 graus. Era muito tempo para ainda estar assim, por isso fui consultar um médico nos Estados Unidos, um dos maiores especialistas do mundo. Ele fez todos os exames e disse que minha perna ia ficar assim para o resto da vida, que eu não ia mais jogar futebol e que ia andar mancando. Chorei muito, muito. Foi desesperador.

Depois de chorar e de se revoltar, mandando todo mundo "para aquele lugar", segundo suas palavras, Ronaldo resolveu voltar à França e conversar com o médico que o havia operado.

- Cheguei pra ele e mostrei os exames feitos nos Estados Unidos. '-E aí, o que você me diz', perguntei pro médico. Ele disse que o especialista americano estava louco, que não era nada daquilo. Me deu um grande alívio. Aí ele disse que, se eu passasse quatro meses num centro de fisioterapia em Biarritz, uma cidade da França, eu ia sair de lá flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. Falei: '-Tô dentro'. Não imaginava o que ia passar. O primeiro mês foi um horror. Eu ficava numa espécie de gaiola, com um cabo prendendo minha perna, que passava sobre a minha cabeça e que eu próprio puxava, para flexionar a perna. Cada vez que eu puxava era uma dor inimaginável. Fazia aquilo chorando de dor. Ou seja: eu era o meu próprio torturador. E foi assim, flexionando grau por grau, que eu saí de lá, como o doutor falou, flexionando a perna até o calcanhar bater no bumbum. O que tinha sido considerado impossível.

Decisão da Copa de 1998
Pela primeira vez, depois de quase 13 anos do acontecido, Ronaldo resumiu com detalhes o que ocorreu no dia em que o Brasil perdeu a final da Copa para a França de Zinedine Zidane. Segundo ele, após a inexplicável convulsão, o médico Lídio Toledo afirmou que ele não ia jogar, pois era preciso fazer vários exames e saber a extensão da crise e o que ainda poderia acontecer com ele.

- Eu falei que estava bem e que queria jogar. Não aceitava só a opinião do médico. Perguntei quais exames deveriam ser feitos e insisti que fossem feitos naquele dia mesmo. Foi um sufoco achar um clínica aberta para isso, mas conseguimos. Fiz todos os exames possíveis, eletroencefalograma, tomografia, tudo. E os resultados foram absolutamente normais, eu não tinha nada, era como se a convulsão não tivesse acontecido. Saímos da clínica direto para o estádio. O Zagallo já havia anunciado a escalação com o Edmundo no meu lugar. Cheguei para o Ricardo Teixeira com os exames na mão e disse que estava tudo bem e que eu queria jogar. Ele confiou em mim, mas disse que eu precisava falar com o Zagallo, a decisão seria do técnico. Daí, vendo os exames e a minha vontade de jogar, e por tudo o que eu havia feito na Copa até ali, o Zagallo me escalou. Infelizmente, foi um dia em que a França jogou demais e literalmente nos atropelou.

domingo, junho 05, 2011

Seleção não vai mal, mas não resolve. E sente falta de meias

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A Seleção Brasileira jogou ontem contra a Holanda, num amistoso sem grandes consequências no Serra Dourada. Acabou num OxO que não fez necessariamente jus ao futebol praticado, especialmente pelo Brasil.

Não que tenha sido uma apresentação fenomenal, mas o time procurou o ataque com constância e chegou com bastante perigo, especialmente no segundo tempo. No primeiro, teve controle da bola e tentou, mas o meio-campo com Elano, Ramires e Lucas Leiva não conseguia muita criatividade. A Holanda, recuada e nos contra-ataques, levou mais perigo, exigindo duas belas defesas de Júlio César.

Pelo desempenho no segundo tempo, o time poderia ter ganho e bem. Neymar jogou muito, pra variar, Robinho foi bem, Elano e Ramires participaram bastante, nas suas características. Nas laterais, Daniel Alves jogou bola, enquanto André Santos resolveu diminuir a intensidade de minhas defesas a seu nome.

O sãopaulino Lucas entrou e correu bastante, mas pareceu meio ansioso. Imaginei o rapaz armando pelo meio, mas Mano o colocou mais par a direita. Entrou também Leandro Damião no lugar de Fredi, que não se mexeu muito e errou finalizações que não pode. Prefiro Nilmar ou Pato ali, jogadores mais leves e habilidosos, mas entendo a busca por uma opção pesada.


Podia ter ganho, controlou o jogo e foi melhor que nos amistoso mais recentes. Mas não chegou a me encantar do jeito que imaginei após os 2 a 0 contra os EUA, que deram a todo mundo esperança de um futebol bonito, ofensivo e com controle da bola. Duas coisas marcam aquela partida: foi a primeira com Mano no comando e a única desde então com Paulo Henrique Ganso na armação.

É por isso que se justifica a badalação em torno do jogador, repudiada por santistas aqui outro dia como perseguição ao Neymar. Sem paranoias, o fato é que, mesmo que se considere Neymar no frigir dos ovos mais jogador que Ganso, este cumpre não uma, mas várias funções no meio-campo, o que não se vê em outros jogadores. Até agora, Mano não achou uma opção para armar o meio campo sem o cara – e não dá pra dizer que não tenha procurado. A de ontem talvez tenha sido a mais bem sucedida.

André Rocha, do blog Olho Tático, explica assim a “questão Ganso”: “O meia é fundamental porque foge do estereótipo criado no Brasil para o meio-campo, dentro da famigerada e anacrônica divisão das funções: o 'cabeça de área' que só marca, o 'segundo volante' que sai para o jogo, o 'terceiro homem' ou 'apoiador' que corre e marca e o 'camisa dez', responsável único pela criação, muito mais atacante que meia, só joga com a bola”.


Começou a mudar essa visão com a proliferação de “volantes que sabem jogar”, fazendo dessa uma das posições em que estamos melhor servidos (Ramires, Elias, Hernanes, Lucas Leiva, Sandro, Arouca, Wesley, para lembra de alguns, com variados graus de poder de movimentação, criação e marcação). Mas fazem falta ainda os meias clássico, que, segundo definição que vi de Tostão e Alberto Helena jr., jogam de uma intermediária à outra. Com a bola, têm visão de jogo e qualidade de passe para controlar o ritmo e encontrar espaços. Sem ela, ajudam a recompor a marcação e, uma vez retomada a posse, na saída de bola.


Hoje, acho que só Ganso faz isso tudo. Fosse eu olheiro de categoria de base, seja de time ou empresário, estaria fuçando atrás de uns caras com características mais ou menos por aí.

terça-feira, maio 24, 2011

O porre de Juvenal - que não era o Juvêncio

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Semana passada consegui encontrar, num sebo, um livro que sempre quis dar uma olhada: "Barbosa - Um gol faz cinquenta anos", de Roberto Muylaert, lançado em 2000 pela Editora RMC. Porque sou daqueles que, mesmo não tendo vivido aquela época e reconhecendo que as imagens disponíveis são pouco conclusivas, não culpo o nosso goleiro na fatídica e trágica derrota na Copa de 1950. Para mim, e para o autor do livro, o campineiro Moacir Barbosa do Nascimento (foto à direita) sofreu durante meio século por um crime que não cometeu. Afinal, no Brasil, a culpa sempre é do goleiro. Ainda mais se for negro. Ainda mais se não faz o milagre de evitar o gol da derrota da nossa seleção, numa decisão de Copa do Mundo disputada em pleno Maracanã.

"Uma vez, eu tomava um limãozinho num bar de um amigo, quando entra uma senhora com um menino que não tinha nem dez anos, aí a mulher vira e fala 'olha, meu filho, vem cá, está vendo esse homem aí, é ele que fez todo o Brasil chorar'", contou Barbosa, no livro. "O garoto ficou olhando fixo para a minha cara, com um ar entre condenação e consternação, então eu não aguentei e respondi 'escuta aqui, minha senhora, se eu fosse seu filho queria ver se a senhora teria coragem de dizer isso, é porque eu não sou seu filho, senão a senhora também estaria sofrendo na pele'. Ela também não tinha nascido na época da Copa, então já eram duas gerações que não estavam neste mundo no dia daquela final, me acusando", lamentou o ex-goleiro.

O livro de Muylaert aponta para possíveis falhas de dois outros jogadores brasileiros que estavam em campo: o ponta-esquerda Chico e o zagueiro Juvenal (foto à esquerda). Convencido de que o Brasil seria campeão de qualquer jeito, o ponta queria marcar um gol e entrar para a História, por isso, não cumpriu o combinado de voltar para ajudar o lateral-esquerdo Bigode, que viu Gigghia escapar duas vezes às suas costas - uma cruzando para o empate de Schiaffino e outra fazendo o inpensável gol da vitória e do título. Já Juvenal, que chegou a culpar Bigode e Barbosa pela derrota, estava nervoso e mal posicionado em campo. Além disso, segundo o ex-goleiro, estaria de ressaca.

"O Juvenal estava na minha frente, só senti o vento quando a bola passou, e ele estava mesmo na minha frente, no primeiro gol. Ele tinha é que estar na frente do Schiaffino. (...) No segundo gol ele tinha que estar na frente do Ghiggia, mas tinha ficado para trás de novo", observou Barbosa. "O Juvenal me acusou, falou com um jornalista da Bahia que o culpado foi o Barbosa, respondi que o Juvenal estava abaixo do meu nível, por isso não falei nada (...). Mesmo antes da final, se o Nena, reserva do Juvenal, não estivesse machucado, Juvenal nem teria jogado, já que na noite anterior tomou um porre homérico no Dancing Avenida, da rua Santa Luzia, o que deixou nosso técnico maluco de raiva".

Hoje, tanto Barbosa quanto Juvenal estão mortos - e procurar culpados para aquela derrota não faz o menor sentido. Mas como o goleiro foi o mais condenado e execrado, nunca é tarde para contemporizar a "versão oficial", de que teria falhado no gol de Gigghia. Segundo Barbosa, quando o ponta adversário alcançou a bola, outros três uruguaios estavam livres na área brasileira (Schiaffino, Míguez e Julio Pérez), prontos para receberem o passe e estufarem as redes, sem qualquer marcação. Todos no estádio tinham certeza de que Gigghia iria cruzar a bola para eles, como havia feito no lance do primeiro gol.

Por isso, Barbosa permaneceu no meio da meta até o último momento. Quando percebeu que o ponta chutaria direto, saltou e ainda conseguiu roçar com os dedos a bola. Tarde demais. Mesmo sem culpa no lance, Barbosa seria apontado, até o final da vida, como o grande vilão daquela tragédia futebolística.



Churrasco das traves
O livro de Muylaert ainda confirma uma lenda surreal, a de que as traves de madeira do gol onde os uruguaios marcaram foram entregues a Barbosa, em 1963, ao serem substituídas pelas mais modernas, de metal. Aposentado havia menos de um ano, o ex-goleiro recebeu o "presente" de Abelardo Franco, diretor da então Administração dos Estádios do Estado da Guanabara (Adeg). A inteção não foi de escárnio, pelo contrário: Franco queria dar a Barbosa a oportunidade de exorcizar seus demônios. E foi o que ele fez. Queimou os três paus em uma enorme fogueira, no quintal de sua casa no bairro de Ramos, no Rio de Janeiro, e aproveitou o braseiro para fazer um lauto churrasco. Chamou toda a vizinhança e serviu muita comida e bebida. Parece realismo fantástico, mas esse ritual pirotécnico diz muito sobre até onde chega, no Brasil, a loucura pelo tormento de uma derrota apoteótica.

segunda-feira, março 28, 2011

As dúvidas sobre a seleção

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A seleção brasileira fez na manhã deste domingo uma preliminar de luxo para os jogos dos estaduais, inclusive o que determinou o fim do jejum são-paulino frente ao Corinthians. Frente a uma retrancada Escócia, o time canarinho controlou o jogo e, se não sofreu praticamente nenhum ataque sério, teve dificuldade de criar chances de gol de verdade.
A estrela mesmo foi Neymar, que fez o primeiro (após passe de André) e o segundo (de pênalti, sofrido por ele). As melhores jogadas saíram de triangulações entre o garoto santista e André Santos pela esquerda.
Não foi a primeira vez que o lateral se destacou no time de Mano, mas não conheço um comentarista que o considere o cara certo para a posição. Como a maioria cobra dele mais consistência defensiva, seu posicionamento mais recuado na partida pode ajudar a quebrar resistências.
Na direita, vi uma confusão de posicionamento que prejudicou o time: Elano, que imaginei fazendo a função de falso ponta que vinha sendo de Robinho, ficou mais centralizado (e recuado), enquanto o meia Jadson, que em geral joga pela faixa central, caiu muito pelos lado. Daí, Daniel Alves não achou com quem jogar. 
O outro jogador digno de nota foi o garoto Lucas, que entrou no segundo tempo. Com arrancadas pelo meio, deu bolas preciosas para Jonas e Neymar, inclusive a do pênalti.
Com a defesa formada, Mano Menezes deve estar às voltas com uma dor de cabeça interessante no ataque. Duas são as dúvidas: onde encaixar Kaká, quando ele voltar a jogar o que sabe, e Lucas, quando ele amadurecer mais. Para a Copa América, o quarteto de frente titular deve ser Ganso, Robinho, Neymar e Pato, uma vez que o madrilenho está em recuperação e Lucas é jovem o bastante para não gerar grandes pressões se ficar no banco. Mas e depois, dá pra encaixar esse pessoal todo no time? 
Dá pra chutar que a convocação para a Copa América – que segundo o treinador, será adiantada nos próximos amistosos, contra Holanda e Romênia, em terras brasileiras – não fugirá muito da última. Terá, imagino, a troca do cruzeirense Henrique por Hernanes. Assim sendo, creio que o time titular deve começar com Júlio Cesar; Daniel Alves, Lúcio, Thiago Silva e André Santos; Lucas, Ramires e Ganso; Robinho, Neymar e Pato. Talvez Elias ou Hernanes no lugar de Ramires, ou Lucas no lugar de... bem, não sei. Alguém faria muito diferente?

quarta-feira, março 23, 2011

Magoou e fez beicinho

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"Ronaldo tem o privilégio de ser carioca. Se eu fosse carioca, talvez tivesse essa despedida. Estou tranquilo, não me preocupo com isso, outros jogadores que foram muito mais do que eu na Seleção não tiveram despedida.(...) Mas o Ronaldo é carioca, a CBF fica no Rio. (...) É que ele parou agora e já marcaram despedida. Cada um é cada um, eu particularmente não preciso e nem espero essa despedida. (...) Um jogo de despedida pela Seleção não significaria nada."

- Rivaldo, sobre o amistoso de despedida de Ronaldo Nazário que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) marcou para 7 de junho, no Pacaembu, entre a seleção brasileira e a da Romênia. Em abril de 2005, Romário, outro carioca, teve sua despedida pela seleção no mesmo estádio, contra a Guatemala.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Hernanes para baixinhos

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Crianças, quando estiverem jogando bola na rua e tomarem um chapéu, podem fazer falta. Mas não façam isso, por favor...



PS 1: Evitamos fazer a comparação com Anderson Silva porque já tinham feito antes.
PS 2: Zidane não gostou. Afinal, até quando foi expulso na final da Copa de 2006 foi mais elegante...

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Uma lei contra "estrangeiros" na seleção

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O futebol é o que interessa, ensinou o escritor uruguaio Eduardo Galeano, em uma das citações preferidas de três entre oito autores do Futepoca. Assim, ninguém pode dizer que o Congresso Nacional, cujos trabalhos durante a 54ª legislatura foram iniciados nesta quarta-feira, 2, esteja alheio aos problemas nacionais.

Tema de acaloradas mesas quadradas – normalmente de plástico ou de metal – nos botecos do Brasil, a presença entre os convocados para a seleção de jogadores que atuam no exterior é polêmica recorrente. Lembro-me de participar de uma dessas na Eliminatória de 1990. Depois, o mesmo aconteceu em todos os mundiais seguintes, até mesmo em 2002, quando o time de Luiz Felipe Scolari teve apenas 10 "importados".

Os críticos alegam falta de compromisso com a camisa canarinho – com ou sem faixa horizontal verde –, uma roupagem mais elaborada para o tradicionalíssimo xingamento de "mercenário", proferido em estádios para quem quiser ouvir.

Foto: Xavier Marit/Getty Images
Kaká, um dos alvos da ira dos adeptos da "xenófobia"
apliacada à seleção brasileira

Cadê a proposta?

O deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) ouviu o clamor de parte dos interlocutores da mesa do bar e propôs o que, no jargão do Legislativo, recebe a carinhosa alcunha de "contrabando". Na tramitação das medidas provisórias, é possível inserir emendas a leis variadas, que eventualmente tratam de medidas completamente diferentes daquelas discutidas pelo texto original.

Foto: Divulgação
Na medida provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro do ano passado, altera-se o repasse de recursos para atletas atendidos pelo Bolsa-Atleta, além de se criar novas categorias, como o Atleta Pódio, por exemplo.

Arantes (foto), torcedor do Atlético-GO, disse ao Marca que pretende propor uma emenda que limitaria as vagas para quem atua no exterior a 20% dos convocados.

Dos 23 convocados de uma Copa do Mundo, 4,4 poderiam jogar no estrangeiro. Como não se pode convocar 0,4 de jogador, resta saber se o arredondamento seria para baixo ou para cinco

"Quando chega a Copa, 20, 21 convocados atuam em times estrangeiros. Aí, quando ganha, vem para o Brasil desfilar. Quando perde, fica lá, envergonhado. Não tem identidade com a seleção. Não tem comprometimento com os clubes ou os torcedores brasileiros", critica. Arantes calcula que a mudança poderia incentivar a repatriação de jogadores.

O parlamentar acredita que a medida não comprometeria a qualidade do escreve canarinho por considerar que existem, "no máximo", quatro nomes capazes de comer a bola que exibam seu talento longe do relvado tupiniquim. "Aí você pretere um Rogério Ceni, que está há anos jogando no São Paulo e é um dos melhores do mundo, e não é convocado", exemplifica Arantes, sem muita felicidade na escolha.

Projeção de debate

Ninguém especula sobre as possibilidades de a emenda ser votada e ainda menos sobre o que sairia dos resultados de uma eventual discussão pelos excelentíssimos parlamentares. O que com certeza seria um debate profícuo seria pôr os nobres congressistas para escalar a seleção – de preferência no bar do plenário. Dá para imaginar o calor do debate:

– (...) Já não se fazem mais pontas como o saudoso Esquerdinha...
– Um aparte, excelência. Hoje em dia, no futebol moderno, sequer é empregado o ponta-esquerda no estilo clássico... Vossa excelência não entende patavina do ludopédio nacional.
– Vossa excelência me respeite!

Faria um sucesso na TV Câmara.

Escalação

E aí, alguém se arrisca a montar um time só com 20% de jogadores "estrangeiros".

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Camisa canarinho com uma faixa verde. Não rolou

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Fosse toda verde, ficaria linda (do meu ponto de vista), mas a camisa da seleção brasileira anunciada pela fabricante de material esportivo que patrocina o escrete tem apenas uma a faixa verde horizontal no meio do peito. A divulgação ocorreu na tarde desta terça-feira, 1º, em Niterói-RJ. Ela revestirá os convocados de Mano Menezes que enfrentarão a França, os carrascos em copas do mundo, na quarta-feira da próxima semana, dia 9. Ah, o treinador não veio ver a peça, ficou em Lima, onde acompanha a seleção sub-20 como espectador.

Foto: Divulgação

Assim como na camisa da Copa de 2010, o tecido é integralmente feito de material reciclado. Leia-se de garrafas pet. Calções e meias têm o mesmo material como base. Se eram necessárias oito garrafas de dois litros para cada camiseta, o jogo completo deve precisar de uma dúzia.

Como (felizmente) não se embalam cervejas nem quaisquer bebidas alcoólicas de qualidade nestas embalagens, a seleção pode dizer que veste a camisa do refrigerante. Deve ser melhor ainda para outros contratos de patrocínio, não para o Futepoca.

Ainda segundo a fabricante, a inspiração da faixa é "a pintura de corpo dos guerreiros", o que faria da tal faixa um "símbolo da proteção e do fechamento do corpo de um atleta", nas palavras do diretor de marketing Tiago Pinto.

O lado bom para quem tampouco achou a faixa legal é que um uniforme novo será produzido a cada ano até 2016, ano dos Jogos Olímpicos sediados no Rio de Janeiro.

Alguém aí gostou?

quarta-feira, novembro 17, 2010

Messi resolve

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O Brasil x Argentina desta quarta-feira foi um jogo legal de ver. O time de amarelo começou bem, marcando a saída de bola e encurralou os Hermanos a maior parte do primeiro tempo. Rolaram algumas chances de gol, a melhor delas na bomba de Daniel Alves no travessão. O passe foi de Ronaldinho Gaúcho que jogou centralizado, como meia de ligação, e foi bem. Os argentinos levavam perigo no contra-ataque, especialmente quando a bola caia com Lionel Messi.

No segundo tempo, a Argentina adiantou um pouco a marcação e conseguiu sair mais. A partir daí, a formação com três volantes – mesmo que todos eles saibam jogar com a bola no pé – se mostrou insuficiente para encontrar opções e o meio-campo recuou demais.

Na verdade, mesmo no primeiro tempo o time sentiu falta de penetração na área. Talvez fosse a ausência de um centroavante, talvez a noite pouco inspirada de Robinho. Neymar foi bem no que deu, mas pegou a bola isolado na frente muitas vezes e brigar com zagueiros não é a dele.

O jogo caminhava para um 0 a 0 quando o recém entrado Douglas perdeu a bola no meio campo e ela sobrou para Messi – o lance rendeu uma merecida ofensa do técnico, que pode ser ouvido logo no comecinho do vídeo abaixo. Ele tabelou com um companheiro, passou pela defesa e meteu no cantinho de Victor. O maior craque presente em campo resolveu.

O jogo serviu para três coisas para Mano Menezes. Primeiro e menos importante, ver como os jogadores encaram um jogo contra um rival tradicional. Sem problemas aqui, creio. A segunda era testar Gaúcho e Douglas na função de Paulo Henrique Ganso. O ex-gremista foi bem, o atual nem tanto.

Por fim, testar essa nova formação, com o losango no meio e sem centroavante fixo. Aqui, não rolou muito bem, pelos motivos expostos acima. A mudança deu a entender que Mano não achou ainda opção para Alexandre Pato no ataque. André, pelo jeito, não goza ainda da confiança plena do comandante. Será que não poderia ser Nilmar?

sábado, outubro 23, 2010

Pelé 70 - mais palavras para definir o indefinível

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Por algum tempo, em minha vida de torcedor, escutar o nome de Pelé não era algo bom. Santista desde que soube que a bola é redonda, ia aos estádios quando criança e depois adolescente, em anos amargos de fila, e escutava a torcida adversária gritando sempre a mesma coisa: “Pelé parou, o Santos acabou”. Aquele camisa Dez que eu nunca tinha visto jogar ao vivo era motivo de orgulho, mas também era um fardo, uma sombra que pairava sobre todo meia que vestisse o manto alvinegro. Qualquer outro time grande podia ter um meia ou um dez qualquer, o Santos não. Todos eram, em algum momento, comparados com o Rei. Os atletas sofriam, o torcedor sofria. E eu seguia incomodado por dizerem que um jogador podia ser maior que o meu clube.

O tempo passou e fui conhecendo mais a obra de Pelé e vi que, para alguns, era crível pensar que ele fosse maior que um time. Que fosse maior que a seleção brasileira ou que fosse, na verdade, maior do que o próprio esporte que praticava. Afinal, o que justificaria ele ser famoso até mesmo em lugares onde não se conhece a lei do impedimento ou se saiba o que é um escanteio, como nos Estados Unidos? Só de ver jogadas do Rei nota-se, e isso é claro mesmo para os que ignoram o futebol, que se trata de muito mais do que um simples atleta. Assistir alguns segundos de suas atuações é contemplar um artista genial, daqueles que impressionam os sentidos ainda que não se entenda exatamente o que é a sua arte. Em campo, era a tradução da transcendência.

No entanto, a comparação sobre quem ou que é maior não faz sentido. Santos e Pelé, encontro que só a metafísica poderia justificar, nasceram um para o outro. Juntos, ambos fazem sonhar até hoje. Aquele menino que veio de Bauru pelas mãos de Waldemar de Brito chegou a um time que era bicampeão paulista, em uma época em que o estadual era o torneio máximo. Tinha Jair Rosa Pinto, Zito e Pepe, jogadores que o futuro Rei admirava. Logo se enturmou e foi estrela maior em meio a uma verdadeira constelação. Se fosse para outro lugar, certamente não brilharia tanto tão cedo.

O futuro na Vila Belmiro ainda lhe daria seu maior parceiro, Coutinho, com quem, segundo os dois, se comunicava com o olhar. As tabelinhas, nunca treinadas, surgiam naturalmente. A seleção brasileira foi outro casamento perfeito, onde pôde conviver com gerações distintas de craques que incluíam Didi, Nílton Santos, Gérson, Tostão... E Garrincha, outra combinação sem igual que nunca viu uma derrota com a amarelinha.

Pelé foi Rei, numa época em que os brasileiros, na bola, eram soberanos em todo o mundo. Encantávamos pela técnica, pela habilidade e pela capacidade de vencer quase que nos divertindo. A jogada do quarto gol do Brasil na final da Copa de 70, com oito jogadores tocando na bola em pouco mais de 30 segundos, é a síntese de como o país impressionava o planeta. No lance, o passe de Pelé para o companheiro de Santos e da seleção, Carlos Alberto, sem olhar, é sinal de uma inteligência sem igual com a bola nos pés.

Por isso, Pelé e o futebol que ele representa serão eternos. Seu nome, adjetivo que se tornou no dia a dia sinônimo de perfeição, sempre estará presente quando alguém vir um gol bonito e disser, de forma profana, que é um “gol de Pelé”. Ou na alegria de um garoto que na pelada da rua, mesmo sem nunca ter visto o Rei jogar, vai reivindicar a autoria de um tento como se majestade também fosse. Hoje, parabéns e obrigado àquele que, se não tivesse existido, talvez não nos permitisse que ainda teimássemos em sonhar com o jogo bonito, bem jogado e que é patrimônio genuíno do nosso país. O futebol agradece a seu filho – e também pai – maior. 

Ah, sim, hoje ouvir que sou "viúva do Pelé" não me incomoda nem um pouco. Afinal, se a bola é, porque eu, fã de futebol, não seria?

Mais Pelé no Futepoca:

quarta-feira, agosto 11, 2010

A nova seleção por quem entende do riscado

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Eram 28 minutos do primeiro tempo quando Neymar completou de cabeça cruzamento com açúcar e com afeto de André Santos e abriu o placar contra os Estados Unidos na estreia da Seleção Brasileira convocada por Mano Menezes. No bar, os manguaças se animaram.

“Esse era o time da Copa!”, bradou um. “O Dunga perdeu a chance de entrar para a história”, vaticinou o filósofo. “Entrou como um dos piores”, disse um mais exaltado. “Como deixou esse moleques de fora?”, inquiriu um quarto, indignado.

Nesse momento, após superar certo nervosismo no início, a Seleção mandava no jogo, com intensa troca de passes, posse de bola e ofensividade. Ganso comandava o meio-campo, auxiliado por Lucas, Ramires e Robinho. A bola ia redonda de pé em pé, começando desde a zaga, que contou com segura atuação de Thiago Silva e David Luiz.

Emblemático que o primeiro gol do time renovado seja do garoto santista, com passe do lateral-esquerdo ex-corintiano, que perdeu a vaga na Copa para um improvisado Michel Bastos. André Santos, aliás, jogou mais do que em qualquer outra oportunidade com a camisa canarinho. A única atuação abaixo do esperado, na verdade, veio de um dos remanescentes do time de Dunga, Daniel Alves.

No boteco, a entrega do camisa 7 santista, que joga quase como um meia para permitir a Neymar a liberdade de atacar sem medo, não foi reconhecida. “Robinho está virando coadjuvante”, brada o freqüentador.

As chances de gol perdidas por Alexandre Pato também não passam impunes. “Quem mandou o Pato ter pé de galinha?”, cravou o maldoso. Mas quando o juiz não dá o gol do rapaz, por falta no goleiro, a solidariedade é imediata. “Garfaram o Brasil!”

Cabe a ressalva de um possível desinteresse do selecionado estadunidense. Mas o time de Mano não tomou conhecimento do adversário, que teve umas duas chances de gol, um no nervoso começo, outra no final, em bola alçada na área.

No segundo tempo, a unanimidade sobre o erro de Dunga ao não convocar os garotos da Vila desaparece. “Não, não servia não! Eram muito novos! Agora serve, para jogar na outra Copa”, analisa um comedido. “Tinha que ter levado esse time para a África”, rebate o empolgado.

Aos 46 minutos da primeira etapa, Pato desencanta em belo passe de Ramires (um volante jogando perto da área adversária, coisa interessante), dribla o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade, citando o poeta. “Acabou! Se eu sou o técnico mando o time parar, ir embora. ‘Tchau, não quero humilhar não’”. É o filósofo do início da história, animadíssimo com o desempenho do time. “Faz tempo que não vejo um time jogar assim, botar na roda mesmo. Me lembra a Seleção de 82, vai tocando, tocando e de repente está na cara do gol”, avalia. “A gente ficar suspirando porque o Elano se machuca não dá!”, indigna-se.

No segundo tempo, Mano Menezes troca vários jogadores, mas a toada segue a mesma. Domínio completo, diversas chances de gol (foram 21 finalizações durante o jogo), mas ninguém consegue colocar para dentro. Três destaques, um pelo inusitado: o meia Éderson, aquele que ninguém jamais viu jogar, entra no lugar de Neymar. Corre cerca de 40 segundos, tenta um drible na ponta direita, e sai de campo, com uma lesão muscular. “Coitado do moleque”, simpatizam os bêbados.

Os outros dois são obra de Paulo Henrique Ganso, mestre e senhor do meio-campo. Primeiro, mete uma bola na trave em chute de fora da área. Depois, mas perto do final, aplica um elástico num zagueiro gringo e manda a bola para fora. Coisa de quem conhece.

“Imagina quando esse time estiver entrosado”, devaneia um manguaça. Pois é...

segunda-feira, julho 26, 2010

Mano Menezes convoca Ganso e Neymar

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Mano Menezes foi apresentado oficialmente como técnico da seleção brasileiro. E ganhou o agasalho oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ao lado de Ricardo Teixeira, o plano B agradeceu a confiança e já anunciou a convocação para o amistoso contra os Estados Unidos, programado para 10 de agosto, em Nova Jersey.

Quem esperava uma lista só de jogadores que atuam no Brasil foi surpreendido com a inclusão de atletas que atuam em times europeus. Thiago Silva, Daniel Alves e Ramires, reservas de Dunga, estão entre os relacionados, assim como Robinho, o único titular do xará-de-anão a ser mantido. A lista tem gente nova, de fato, mesmo entre os que jogam fora do Brasil, como Rafael, Carlos Eduardo e Ederson.

O mais incrível foi a inclusão de Jucilei, reserva no Corinthians até domingo (25), mas convocado para a seleção. Para quem está falando em "renovação lenta", o jogador representa uma mudança bem abrupta. Mas no geral, são 11 jogadores chamados pela primeira vez – menos da metade. Sete dos atletas têm idade olímpica. No geral, o climão é de muita gente nova – e muitas buscas no Google para saber de quem mesmo se está falando.

A lista:

Goleiros
Vitor (Grêmio)
Jefferson (Botafogo)
Renan (Avaí)

Lateral-direito
Rafael (Manchester United)
Daniel Alves (Barcelona)

Lateral-esquerdo
Marcelo (Real Madrid)
André Santos (Fenerbahçe)

Zagueiro
Réver (Atlético-MG)
Thiago Silva (Milan)
David Luiz (Benfica)
Ederson (Lyon)
Henrique (Racing Santander)

Meio-campo
Jucilei (Corinthians)
Lucas (Liverpool)
Hernanes (São Paulo)
Ganso (Santos)
Ramires (Benfica)
Carlos Eduardo (Hoffenheim)
Sandro (Internacional)

Atacante
Alexandre Pato (Milan)
André (Santos)
Robinho (Santos)
Neymar (Santos)
Diego Tardelli (Atlético-MG)

sexta-feira, julho 23, 2010

Muricy na seleção: ainda não é a vez do futebol bonito

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Segundo o Globoesporte, Muricy Ramalho é o novo técnico da seleção brasileira de futebol. Ele substitui Dunga no posto de quem é mais criticado que o presidente da República e serve de para-raio para qualquer frustração ludopédica do povo brasileiro.


Não estaria definido ainda se ele acumularia o cargo de comandante do Fluminense ou se deixaria o líder do campeonato.

Se confirmada a informação, significa a consagração do técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo que, apesar do fiasco de 2009 com o Palmeiras, colocou o Fluminense na rota da briga pelo título – rota, eu escrevi rota – e no topo da tabela do Brasileirão deste ano após a décima rodada. Também representa a opção pelo único, entre os cotados, que não atuou como jogador de defesa ou de marcação, mas como meia ofensivo. Desde Mario Jorge Lobo Zagallo, os ex-atletas que ocuparam o posto jogaram como zagueiro e lateral.

Ainda não vai ser desta vez que o futebol bonito e ofensivo vai ter prioridade na seleção. Muricy preza por boa marcação, gosta de um meio de campo que ocupe bem os espaços, mas evita volantes cabeça-de-bagre.

Antes que alguém pergunte, cabe a ressalva: tirando a indicação da minha pessoa ao cargo – desprezada pela CBF, pela mídia e até pelas pessoas para quem falei – e de alguns dos 190 milhões de treinadores identificados nas projeções populacionais do IBGE, nenhum dos técnicos cotados garantiria uma opção mais para frente.

Adepto de um futebol eficiente, meio à lá Holanda 2010, em que 1 a 0 é goleada, Muricy é discipulo de Telê Santana, mas considera Rubens Minelli o melhor técnico com quem trabalhou.

Mesmo no São Paulo dos títulos de 2006 a 2008, o treinador não teve elencos brilhantes, mas com peças de reposição à altura e um nível técnico (pouco, especialmente no caso de 2008) acima da média dos demais. No Internacional de 2005, no vice-campeonato mais contestado do Brasil, o time era interessante relativamente, em um campeonato ainda com estrelas.

Mas o cara é um montador de time. Assim como Mano Menezes, outro dos cotados que talvez tenha perdido a vaga de técnico do escrete canarinho junto da liderança do Brasileirão, Muricy vai armando seu esquema com peças de sua confiança. E deve mostrar teimosia semelhante à de Dunga, Carlos Alberto Parreira, Zagallo e Luiz Felipe Scolari.

Muricy também é turrão e rabugento no trato com jornalistas. Não está habituado a críticas e solta o verbo quando não gosta de pergunta. Mas é só uma coincidência com o antigo ocupante do cargo.

Quando Dunga foi anunciado, o Futepoca lançou a precoce campanha "Fora, Dunga" Depois, encampou o "Fica, Dunga", e por aí foi.

É o caso de já pedir um "Fora, Muricy"?

quinta-feira, julho 15, 2010

O que Dunga deixa para 2014

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Uma das palavras mais recorrentes nas críticas sobre a atuação de Dunga à frente da seleção brasileira após a queda na África do Sul é “renovação”. No caso, a falta dela, por haver o treinador convocado um time envelhecido, com poucos jogadores com idade para serem aproveitados em 2014.

Olhando apenas para a questão etária, de fato, a coisa fica feia. Dos 23 convocados brasileiros para a Copa da África do Sul, apenas 4 terão 30 anos ou menos em 1º de junho de 2014 (os números entre parênteses sempre serão as idades com referência nessa data). Robinho (30), Thiago Silva (29), Ramires (27) e Nilmar (29) têm bola e condições para brigar por espaço na nova seleção que deverá surgir até lá.

Saiba a situação de Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai no Copa na Rede.

quinta-feira, julho 08, 2010

Próximo técnico da seleção mantém hegemonia de ex-defensores

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Além da virtual hegemonia gaúcha no comando da seleção brasileira, a predominância de ex-jogadores de defesa e marcação deve ser mantida na escolha do novo treinador. Entre os cotados, apenas Muricy Ramalho, atualmente no Fluminense, foi meia ofensivo. Depois de contar com Dunga como treinador por quatro longos e futebolisticamente opacos anos, a hegemonia, três ex-zagueiros e dois ex-laterais-esquerdos participam da “lista oficial de especulações”.

Foto: Divulgação/CBF


Dunga participa de treino durante a Copa (Foto: Divulgação/CBF)
Desde Mario Jorge Lobo Zagallo, ex-ponta-esquerda (recuado, segundo muitos), nenhum dos técnicos da seleção que tiveram trajetória como jogadores profissionais haviam atuado sequer como meias ofensivos. Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, veio ao mundo em Ijuí (RS), mas nasceu para o futebol profissional em Porto Alegre, pelo Internacional. Sempre foi volante.


Luiz Felipe Scolari, também gaúcho, foi zagueiro do Aimoré, Caxias e Juventude, todos clubes riograndenses. Ele foi precedido por dois ex-jogadores também de retaguarda. Primeiro, pela gestão praticamente tampão de Émerson Leão (ex-goleiro). Antes, por Vanderlei Luxemburgo (ex-lateral-esquerdo). Isso sem contar com Candinho, ex-auxiliar de Luxa e ex-lateral direito, que comandou interinamente a seleção na goleada de 6 a 0 sobre a Venezuela, pelas eliminatórias da Copa de 2002. O único intervalo em que não houve um atleta aposentado no comando foi de 2002 a 2006, com Carlos Alberto Parreira, que não pisou em gramados como jogador.

Mais sobre a disputa, no Copa na Rede.