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quarta-feira, junho 19, 2013

Neymar brilha e Brasil põe o pé na semifinal

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Com belo gol e assistência sinuosa, o camisa 10 liderou o Brasil na vitória sobre a equipe mexicana

Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.

Mesmo antes do início do jogo entre Brasil e México, o clima já era quente no Castelão. A manifestação realizada no entorno do estádio, em Fortaleza, durou pouco mais de quatro horas e reuniu cerca de 15 mil ativistas que protestaram contra os gastos públicos com a Copa das Confederações. A Polícia Militar cearense reprimiu com bombas de gás um grupo de manifestantes que tentou furar o bloqueio estabelecido para demarcar o protesto, Houve tumulto.

Em campo, o Brasil começou arrasador. Com trocas rápidas de passes e grande volume de jogo, a equipe de Felipão chegou ao gol aos 9 minutos. Daniel Alves fez o cruzamento e o defensor Rodríguez fez um corte parcial. A bola acabou sobrando para Neymar, que finalizou de primeira, fazendo mais um belo gol no torneio.

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sábado, junho 15, 2013

Seleção à la Felipão e Parreira estreia com 3 a 0

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Para a cobertura da Copa das Confederações, o Futepoca está realizando uma parceria com a Rede Brasil Atual com a edição do blogue Copa na Rede. Acompanhe por lá nossos posts sobre o evento.

Neymar fez um baita golaço (Jefferson Bernardes/Vipcomm)

Gol de Neymar logo aos 3 minutos do primeiro tempo e boa marcação do Brasil tornaram fácil a vitória. Paulinho e Jô completaram o placar

Por Frédi Vasconcelos

Jogos de Brasil e Japão costumam ter muita marcação, uma correria danada e contra-ataques perigosos por conta dos nipônicos. Mas o gol de Neymar logo aos 3 minutos do primeiro tempo desmontou esse enredo. Toque de peito de Fred e um chute de fora da área que entrou perto do ângulo, sem chance para o goleiro Kawashima, que passou o resto do primeiro tempo praticamente sem pegar na bola.

Porque o Brasil voltou a lembrar a seleção de 1994, de Parreira, muito toque de lado e posse de bola, que chegou a 70% no primeiro tempo. Causado em parte pela marcação do time japonês, que concentrava a maioria dos jogadores no meio de campo. Mas as chances foram poucas dos dois lados, porque o Brasil também defendia com oito jogadores, só deixando Fred e Neymar mais adiantados. Oscar, às vezes, virava um terceiro volante. Ou segundo, porque muitas vezes Luiz Gustavo recuava e fazia o terceiro zagueiro, esquema usado por Felipão em 2002. O primeiro tempo acabou sem muita emoção, mas quase sem risco para o Brasil, com boa defesa e atuação segura de Júlio César nas poucas bolas chutadas pelos japoneses.

No início da etapa complementar novo gol. Bola vem da direita, zaga do Japão não corta e sobra para Paulinho, sozinho na área, finalizar. Acalmado, a partir daí o Brasil domina a partida totalmente e as jogadas começam a aparecer pelas pontas, principalmente com Neymar e Oscar, que passa a ajudar pela esquerda.

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Brasil abre Copa das Confederações com desafio de convencer o mundo

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Preparativo para o Mundial de Futebol, a Copa das Confederações do Brasil começa nesta sábado (15), com a partida entre a Seleção Brasileira e o Japão. Como anfitriões, o Brasil tem como desafio convencer sua própria torcida e o mundo dentro e fora do gramado. Enquanto o escrete de Luis Felipe Scolari precisará mostrar coesão e capacidade como time, com a maior parte dos nomes debutando em uma competição desse porte, a organização do evento está na mira do planeta. O primeiro evento esportivo de uma série que terá a própria Copa, em 2014, e a Olimpíada, é um teste, uma prova de fogo, depois de seis anos de preparação e polêmicas.

Dentro de campo, a equipe de camisas amarelas, que tem em Neymar a principal estrela, enfrenta o Japão. Os campeões asiátivos vem à Capital Federal para, primeiro, mostrar que são bons na vida real, e não só no videogame. Falam até em ser campeões, recorrendo a um zagalístico esquema tátivo 4-2-3-1, de Alberto Zaccheron. O técnico italiano reuniu um perfil de atletas mais encorpados física e tecnicamente. Kagawa, que atua no Manchester United, é o principal nome. Na defesa, há atletas maiores e mais fortes do que o perfil correria que se via em selecionados anteriores.


Do lado de fora, as dificuldades para retirar, o clima de casa mal acabada e todas as dúvidas sobre a capacidade de organização e de planejar grandes eventos vai estar no centro das atenções. Além de Brasília e de seu Estádio Nacional Mané Garrincha, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador também abrigarão partidas. Ainda sem Fuleco, mas já com a bola Cafusa, todas as dúvidas serão sanadas (ou confirmadas).

O brasileiro médio, que torce pela seleção -- com ou sem bandeirinha no vidro do carro, com ou sem camisa amarela, com ou sem decorar a rua para a festa -- e para a vida para acompanhar uma partida que vale taça, vai estar dividido nas expectativas. De um lado, para superar o ceticismo diante de Hulk e outras incógnitas da nova Família Scolari. De outro, para ver o que o país foi capaz de fazer.

Então, parafraseando o saudoso Fiori Giglioti, que logo abram-se as cortinas e comece o espetáculo.

 Foto: Mowa Press

Foto: Norio Nakayama/Flickr

Neymar, pelo Brasil, e Nakata, pelo Japão, são bons motivos para assistir o jogo de estreia da Copa das Confederações 2013, no Brasil. Como se precisasse de razões adicionais...

Quem é quem na Copa das Confederações

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Por Glauco Faria e Nicolau Soares

Torneio começa com os favoritos Brasil e Espanha em campo. Confira uma avaliação das oito seleções participantes

A Copa das Confederações começa hoje (15) com duas seleções tidas como favoritas ao título. A atual campeã mundial e bicampeã europeia, Espanha, e o Brasil, que, mesmo sem ter um time que inspire confiança, joga em casa e deve contar com o apoio da torcida, ainda que tal apoio tenha faltado em algumas ocasiões.

Felipão traz essa? (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Mas, caso as duas seleções cheguem até a final no Maracanã, dia 30 de junho, ocorrerá um fato raro. Desde que a Copa das Confederações começou a ser disputada, em 1992 (incluindo-se duas edições da Copa Rei Fahd, 1992 e 1995), apenas uma vez Europa e América do Sul decidiram um título, em 1995, quando houve a final entre Argentina e Dinamarca. Em seu formato atual, com oito seleções participantes, uma decisão dessas jamais aconteceu.

O Brasil também possui uma vantagem histórica: é a seleção que mais participou de edições da Copa, sendo também o maior vencedor, com três títulos. A França foi campeã duas vezes e o México venceu a edição de 1999. Argentina e Dinamarca possuem um título cada. Para os supersticiosos, porém, o título pode ser sinal de mau agouro. Nenhuma seleção vencedora da Copa das Confederações ganhou a edição seguinte da Copa do Mundo.

Saiba o que cada equipe pode fazer no torneio de 2013:

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quarta-feira, maio 08, 2013

Campo de concentração...

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Os ricos (à direita) e os miseráveis (à esquerda) na capital paulista
...de renda: segundo pesquisa feita pela consultoria WealthInsight e publicada no jornal inglês The Guardian, São Paulo é a 12ª cidade no mundo com o maior número de multimilionários, com 1.310 pessoas com patrimônio igual ou superior a US$ 30 milhões (cerca de R$ 60 milhões ou mais em ativos). No ranking de bilionários, a cidade aparece na 20ª colocação, com dez pessoas na categoria.

A pesquisa reforça os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicados no final de 2012, que apontavam que seis capitais concentram 24,9% das riquezas produzidas no país, com São Paulo em 1º lugar, sendo responsável por 11,8% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

O OUTRO LADO - Porém, esse "oásis" brasileiro de multimilionários e bilionários que é a cidade de São Paulo não existe gratuitamente. Para que o produto dos exploradores seja tão opulente, a massa de explorados, obviamente, não é pequena. Pesquisa do IBGE de 2008 mostrou que cerca de 625 mil pessoas na Região Metropolitana de São Paulo viviam abaixo da linha de pobreza - ou seja, com renda mensal de até R$ 140 per capita (a região reúne 39 municípios e tem população estimada de 20 milhões de pessoas).

Dessa forma, a concentração de renda na terra dos 1.310 multimilionários é gritante: segundo o IBGE, na Região Metropolitana de São Paulo, os 10% mais pobres da população vivem com até R$ 139,30 mensais e outros 40% com R$ 288,51. Enquanto isso, os 10% mais ricos têm renda média de R$ 4.229,77 mensais. O que me faz recordar aqueles versos de Caetano Veloso do início dos anos 1980: "Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Morrer e matar de fome, de raiva e de sede/ São tantas vezes/ Gestos naturais..."

quarta-feira, abril 24, 2013

Palavra de artilheiro

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"Hoje, na base, não há mais centroavantes. Ou os garotos querem ser meias ou laterais. (...) Primeiro, acabaram com os pontas, e agora estão acabando com os centroavantes."

Serginho Chulapa, em entrevista ao Correio Braziliense.

sábado, abril 06, 2013

Brasil sacola a frágil Bolívia com dois de Neymar

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Neymar botou dois na conta e uma bola na trave (Foto: Aizar Raldes/AFP)

Com um primeiro tempo divertido e um segundo tempo de muitas experiências, o amistoso entre Brasil e Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra, foi excelente programa para deixar passar a ressaca na tarde deste sábado. Acabou num 4 a 0, primeira vitória de Felipão na nova fase, fruto em grande parte da extrema fragilidade dos bolivianos, oitavos colocados nas eliminatórias para a Copa 2014 e praticamente sem carimbo para visitar o Brasil ano que vem.

Com dois gols marcados, dribles e boas tabelas, Neymar foi o destaque da partida. Outro foi Ronaldinho Gaúcho, que jogou muito bem, protegeu a bola, limpou as jogadas e deu belos passes. Foi o grande organizador do time em sua primeira atuação convincente com a camisa amarela em um bom tempo. De uma tabela entre os dois saiu o tento mais bonito da peleja, o terceiro. Damião fez um gol – e como centroavante, é isso que dele se espera. Os dois últimos ganharam pontos na disputa por vaga no grupo da Copa das Confederações.

Os defensores Rever e Dedé foram muito pouco exigidos, mas corresponderam. André Santos até participou de algumas boas jogadas no ataque, mas deixou espaços na zaga e forçou lances de habilidade em momentos equivocados. Outro que sai valorizado é Jean, que teve atuação correta na lateral-direita. Como joga também de volante e até arrisca de meia, a polivalência é seu trunfo para estar no grupo.

Na meia cancha, Paulinho também se destacou, marcando, armando e chegando ao ataque com competência. Impressiona a enorme faixa de campo em que atua. Seu vizinho Ralph errou alguns passes no início, mas se acalmou e melhorou. Faltou Jadson, que foi bem, deu assistência par ao primeiro de Neymar e participou do lance do primeiro tento. Mas sumiu em certos momentos e não conseguiu armar nada na segunda etapa, quando o fardo foi lançado sobre seus ombros com a saída de Gaúcho.

Sobre a segunda etapa, pouco haveria a dizer, não fossem tantas as substituições. Com a vantagem estabelecida, os brasileiros desaceleraram de forma preguiçosa, permitindo ao ataque boliviano demonstrar toda a sua fraqueza. Felipão trocou de monte: Neymar por Osvaldo, que se mexeu bastante e levou perigo; Damião por Pato, que pouco fez, mas pode alegar que a leseira coletiva não deixou a bola chegar até ele; Gaúcho por Leandro, que jogou pouco mas deixou o dele na única jogada bem tramada dos 45 minutos finais; e Dedé por Dória, que mal vi em campo.

Felipão parece estar começando a se entender melhor no novo cargo. Resta saber se Gaúcho consegue jogar no mesmo nível contra marcações mais fortes. Se sim, deve ganhar com méritos a vaga na armação central e resolver o maior pepino do time desde os tempos de Mano.

Malandragem, dá um tempo – o jogo foi marcado pelas federações brasileira e boliviana com o nobre pretexto de destinar sua renda para a família do menino Kevin Espada, morto na partida entre San José e Corinthians. No entanto, o pessoal do país de Evo Morales deu uma de esperto e inclui outros dois destinos para a arrecadação: os jogadores da seleção boliviana campeã da Copa América em 1963 e, surpresa, ela mesma, a confederação. Os pais lamentaram o uso do nome do menino para promover a partida. Feio.

sábado, janeiro 26, 2013

Quando perder do Uruguai fez sentido

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Não, eu não estou afirmando que a derrota do Brasil para os uruguaios na final da Copa de Ouro dos Campeões Mundiais, em janeiro de 1981, foi uma armação. Assim como em 1950, nossos adversários ganharam na bola, e pelo mesmo placar de 2 a 1 (na foto ao lado, o goleiro e capitão Rodolfo Rodríguez levanta a taça). O título do post refere-se ao fato de que, há 32 anos, a vitória uruguaia representou um grande e justificado desabafo para sua população. É o que conta o ótimo documentário "Mundialito", exibido hoje pelo Canal Brasil. Trata-se de um exemplo crucial de como o futebol e política podem se misturar.

Em 30 de novembro de 1980, os uruguaios foram às urnas para votar, em plebiscito, se a ditadura militar poderia modificar a Constituição do país. Surpreendentemente, 57% votaram "não"! Pela primeira vez na História mundial, um governo ditador foi derrotado em um plebiscito que ele próprio organizou. Acontece que, temerosos pela truculência dos militares, os uruguaios não soltaram fogos nem foram para as ruas comemorar esse episódio fantástico. Calaram-se, apesar da enorme vontade de gritar contra a ditadura que os oprimia.

Só que a oportunidade não tardaria a acontecer: justamente 1 mês depois, teve início no Uruguai a Copa de Ouro organizada pela Fifa, que ficaria conhecida como "Mundialito de 1981" e que reuniu, além do time da casa e do Brasil, Alemanha, Argentina, Itália e Holanda. Fazia 30 anos que a seleção uruguaia não ganhava nada e, simbolicamente, a decisão a confrontou com a vítima de seu título anterior, o Brasil. O novo troféu levou os uruguaios à loucura. E a vitória nas urnas, 40 dias antes, foi gritada nas ruar por milhares de pessoas, a plenos pulmões: "Se va acabar, se va acabar, la dictadura militar!"

No documentário, vários atletas dão depoimento, como o ex-gremista Hugo de León e o ex-santista Rodolfo Rodríguez. E também o nosso saudoso Sócrates, morto em 2011 por consequência do abuso de bebida alcoólica (o que justifica, nos marcadores, a inclusão da cachaça, completando o coquetel de futebol e política). Sócrates criticou no documentário a falta de consciência política de seus companheiros de seleção. Ele diz que comprava jornal para levar à concentração e separava o caderno de esportes, porque era a única coisa que os outros jogadores liam (enquanto ele lia o resto). Confira trecho com o Doutor:


segunda-feira, setembro 10, 2012

Trolagem obrigatória: Santos de 2010 > seleção brasileira. China > Naviraiense

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Santos 10 X 0 Naviraiense, Copa do Brasil 2010. Muito mais engenho e arte que o jogo de hoje...

sábado, agosto 11, 2012

Vôlei feminino: obrigado por não entregar, EUA

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Não tem muito o que falar sobre o ouro do vôlei feminino nas Olimpíadas. Como em 2008, que foi um triunfo de renegados e renegados, o roteiro desta vez foi diferente, mas o sofrimento, parecido ou pior. O Brasil esteve por seis vezes perto de ser eliminado contra a Rússia, mas vingou 2004. Depois do primeiro set hoje, contra os Estados Unidos, parecia que a seleção seria atropelada por uma equipe que vem melhor do que nós há algum tempo e que bateu sem sustos o Brasil na primeira fase. Mas a vitória veio, como em 2008.

Porém, o Brasil poderia ter vindo pra casa logo na fase de grupos. Bastava os Estados Unidos fazer corpo mole ou entregar a partida contra as turcas. Pela única vez em Londres, torci por elas (como é difícil ter que torcer para os norte-americanos), que não hesitaram em superar as rivais por 3 a 0. Nada de tirar nossa seleção, que derrotou os EUA em 2008, do caminho.

Pode até ter sido autossuficiência das gringas, mas em uma Olimpíada na qual a Noruega teve uma derrota suspeita para pegar o Brasil no handebol feminino – por achar um confronto mais fácil – e depois da Espanha também entregar o jogo no último quarto contra os brasileiros do basquete masculino, para só enfrentarem o dream team estadunidense na final, diz muito. Tal atitude vexatória de espanhóis e norueguesas, aliás, que o vôlei masculino de Bernardinho também teve no Mundial de 2010, quando facilitou avitória da Bulgária para fugir de um grupo teoricamente mais forte na outra fase.

As estadunidense fizeram valer um tal espírito olímpico que anda em falta emLondres. E, por conta desse espírito, estarei na torcida pelos EUA amanhã, de novo, no basquete masculino contra os espanhois. Não que eles precisem disso.

As cornetas e o aprendiz de feiticeiro Mano Menezes

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Depois da derrota, vem as cornetas. Mas antes da derrota elas já se ouviam. Há que ser feita, no mínimo, algumas reflexões, inclusive sobre algo que foi dito aqui. Mano Menezes tem direito a convocar três jogadores acima de 23 anos. Um dele é o lateral esquerdo Marcelo, pois o treinador não confia no outro lateral esquerdo da equipe, Alex Sandro. Eu também não confiava quando ele jogava no Santos (onde nunca foi titular absoluto). Daí, na semifinal contra a Coreia do Sul, Mano saca Hulk, o outro dos três convocados acima de 23 anos, para colocar... Alex Sandro. Fora da sua função! Não jogou bem, mas o time ganhou, e ele virou titular. 

É com esse que a gente vai em 2014? (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Titular até os 31 do primeiro tempo da final, quando Mano desfez o que havia feito antes. E Hulk fez o gol brasileiro, além de ter dado a assistência para Oscar quase marcar naquele que seria um empate improvável (e injusto, diga-se). Fazer experiência na fase aguda de uma competição não parece ser das coisas mais sensatas, segundo a literatura ludopédica.

Outra mudança do técnico durante as Olimpíadas, a entrada de Rafael como titular, também se mostrou equivocada. O garoto errou no gol relâmpago do México, boa parte da culpa é dele mesmo, mas não só. Quem viu a partida entre México e Senegal, assistiu a dois erros da equipe africana na prorrogação que resultaram na sua eliminação, porque o México faz esse tipo de marcação no campo rival – a diferença é que os senegaleses entregaram depois dos 90 minutos, não aos trinta segundos. Mas a seleção mostrou que não estava preparada para sair desse tipo de marcação. Com um volante que só toca a bola pra trás, Sandro, e outro que prefere tocar de lado, Rômulo, o Brasil penava pra sair com qualidade da intermediária, dificultando o trabalho na ofensiva.

Na segunda etapa, o Brasil adiantou a marcação, parte por conta do próprio México, que se postou atrás e preferiu atuar no contra-ataque. Novos erros individuais atrás, inclusive de Thiago Silva que, no mano a mano, perdeu para Fabián, que desperdiçou. Desperdiçaria, aliás, outras duas chances. Tomou outro gol em nova falha de marcação, embora seja necessário reconhecer o mérito do lance ensaiado dos mexicanos (a seleção tinha alguma jogada ensaiada?) e da execução do ótimo Peralta. O Brasil poderia ter empatado, mas não merecia.

Uma derrota em Jogos Olímpicos, mesmo descontando-se o frisson desnecessário sobre a tal medalha de ouro no futebol, não seria tão doída se não fosse o retrospecto brasileiro em Londres. Sofreu contra equipes medíocres como Honduras e contou com erros de arbitragem para chegar à final. É uma equipe de garotos e são eles, em sua maioria, que vão representar o país na Copa de 2014. Os meninos podem e devem amadurecer até lá, mas o nosso técnico vai “amadurecer”?

Acho curioso quando falam algo do tipo: “ah, mas vai jogar todo o trabalho feito até agora pelo treinador fora?” Bom, depende da avaliação desse trabalho. Qual o esquema da seleção? Os jogadores jogam mais, a mesma coisa, ou menos, muito menos do que nos seus times? Se o tal trabalho fosse interrompido hoje, que legado deixaria? Aguardemos o que virá depois do amistoso contra a Suécia. Se é que virá alguma coisa.

Agenda Olímpica (11 de agosto) e os sonhos de ouro

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Londres 2012 viu Michael Phelps e Usain Bolt fazerem história como grandes medalhistas olímpicos. Arthur Zanetti, os irmãos Falcão e a delegação brasileira como um todo também, com 16 idas ao pódio já asseguradas -- superando o recorde de 15, de Pequim em 2008 -- também são feitos relevantes.

Na reta final dos Jogos Olímpicos de Londres, chegamos ao penúltimo dia de competição. Aquecimento para a Paralimpíada (aliás, o que foi que fizeram com o "o" depois do prefixo "para"?). Tudo acaba neste domingo, 12, mas ainda tem medalha em disputa.

Se há três pratas garantidas, a esperança brasileira é de ouro. Que seria inédito em dois casos, no futebol e no boxe. De certo modo, um eventual bicampeonato no vôlei feminino também seria feito nunca antes alcançado...

O ludopédio masculino, com a seleção de Mano Menezes, disputa com o México às 11h, no estádio de Wembley. Neymar, Oscar e Leandro Damião têm o desafio de ir além de Romário e Taffarel em Seul, na Olimpíada sul-coreana de 1988, quando os canarinhos foram parados pelos soviéticos pela última vez.

Foto: Ricardo Stuckert/CBF
Última vez porque, a partir de 1992, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) não mais foram vistas em Jogos Olímpicos (em Barcelona, esteve a Comunidade de Estados Independentes).

O vôlei feminino de quadra está na final, contra todos os prognósticos e numa trajetória de crescimento na competição incrível -- cujo ponto decisivo foram as quartas de final, contra as russas, que tiraram o sono até dos ministros do STF no julgamento do Mensalão.

Na semifinal, Esquiva Falcão bateu, em múltiplos sentidos, 
o britânico Anthony Ogogo. Já fez história. Hoje, vai além

Entre os pesos médios (de até 75kg), Esquiva Falcão, irmão de Yamagushi e filho de Touro Moreno, pode escrever mais linhas bonitas na história do boxe olímpico brasileiro.

Natália Falavigna, no taekwondo feminino de 67kg, começou sua participação às 5h30, com derrota. A essa altura, espera que sua rival chegue à final para poder disputar o bronze pelo caminhao da repescagem. Quem sabe vem alguma ajuda para Diogo Silva não voltar "pro buraco"

O dia tem ainda o velocista Usain Bolt, que fez a Jamaica definitivamente ser lembrada "apenas" por Bob Marley, no comando da equipe do país caribenho no revezamento 4x100 masculino, às 17h. Mesmo horário da final do basquete feminino, entre Estados Unidos e França.

Futebol masculino
às 11h, Brasil x México, vale ouro

Vôlei de quadra feminino
às 14h30, Brasil x Estados Unidos, vale ouro e bicampeonato

Boxe masculino
às 17h45, Esquiva Falcão x Ryota Murata (Japão), para a história

Revezamento masculino 4x100
às 17h, só pra ver se os patrícios de Usain Bolt também voam, sem brasileiros

sexta-feira, agosto 10, 2012

Agenda Olímpica (10 de agosto) - Dia de orgulho para o Touro Moreno

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A sexta-feira é da família Falcão em Londres. Os irmãos Yamaguchi (24) e Esquiva (22) já colocaram o sobrenome na história do pugilismo olímpico nacional ao garantirem a segunda e terceira medalhas do Brasil depois do pioneiro Servílio de Oliveira, há 44 anos – a primeira, sinal dos tempo, veio com Adriana Araújo na estrei do boxe feminino. 
Touro Moreno, pai orgulhoso (Foto: Fabi


O irmão mais novo, Esquiva, de 22 anos, começa o dia do orgulhoso pai Adegar, ex-pugilista nos anos 1960, conhecido como o “Touro Moreno”. Seu duelo é contra o britânico Anthony Ogogo, certamente contará com a torcida. Yamaguchi, de 24 anos, pega o russo Egor Mekhontcev às 18h, liberando o pai para uma janta tranquila e uma bem merecida cervejinha. Que venham duas finais! Entre os irmãos, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan disputam a final da classe 470F da vela. Por conta dos resultados anteriores, a dupla pode no máximo brigar pelo bronze, resultado tímido perto da tradicional vela brasileira – frase verdadeira, mas que ainda me causa grande estranheza.

E às 15h30, Bruninho, Murilo e companhia entram na quadra para uma espetacular semifinal contra a Itália, que chegou meio devagar e eliminou os americanos da parada. No futebol, sabe-se que é nessas campanhas de recuperação que o pessoal da Bota mostra de que vinho que é feito. Eles vêm para tentar um inédito ouro olímpico, medalha que os brasileiros têm desde 2004. Briga de cachorro grande. 

E tem outros horários e modalidades para exercer seu patriotismo: 

5h51 - Canoagem - Velocidade C1 200m - Masculino – Eliminatórias
Ronílson Oliveira (BRA)

9h00 - Vela - 470F - Feminino – Final
Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (BRA) disputam o bronze 

11h00 - Boxe - Até 75kg - Masculino – Semifinal
O brasileiro Esquiva Falcão, que já garantiu o bronze e seu nome na história do boxe nacional, enfrenta o britânico Anthony Ogogo por vaga na final.

11h00 - Ciclismo - BMX - Feminino – Semifinal
Squel Stein (BRA)

15h00 - Saltos ornamentais - Plataforma de 10 m - Masculino - Primeira fase
Hugo Parisi (BRA)

15h30 - Vôlei - Itália x Brasil - Masculino – Semifinal
Clássico na semi do vôlei, entre duas das seleções mais vitoriosas da história. Vai, Brasil!

18h00 - Boxe - Até 81kg - Masculino – Semifinal
Também com bronze na sacola, Yamaguchi Falcão, irmão de Esquiva com nome menos afeito ao boxe, pega o russo Egor Mekhontcev para alcançar a prata.

sábado, julho 28, 2012

Londres 2012 - aproveitando o momento antes que acabe

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Quadro de medalhas dos Jogos de Londres 2012, às 14h do dia 28 de julho. Só a China na nossa frente...


PS: O Douglas no comentário abaixo registrou que o parceiro Bla Bla Gol já tinha feito a piada antes. Já pegamos o quadro de medalhas na descendente no quadro de medalhas...

domingo, junho 17, 2012

Há 50 anos, o Brasil era bicampeão mundial

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Em um dia 17 de junho como hoje o Brasil defendia seu primeiro título mundial de futebol, conquistado quatro anos antes na Suécia. A base titular daquela seleção era praticamente a mesma de 1958, inicialmente, apenas com duas mudanças: os zagueiros, Mauro e Zózimo, no lugar de Bellini e Orlando. Nílton Santos, mesmo com 37 anos e já atuando como zagueiro pelo Botafogo por conta da idade, foi escalado como titular, barrando Rildo, do Santos, que fazia parte da primeira lista de 41 convocados mas acabou cortado. Já Coutinho, que vinha jogando no time de Aymoré Moreira, foi para a reserva e cedeu lugar para Vavá no Mundial, pois o treinador privilegiou a experiência dos campeões de 58.
Dos 22 atletas que foram ao Chile, sete eram do Santos, cinco do Botafogo, três do Palmeiras, três do Fluminense e dois do São Paulo. Ainda havia Zózimo, do Bangu, e o jovem Jair da Costa, da Portuguesa. O grupo da seleção no torneio contava com México, Tchecoslováquia e Espanha. A estreia foi contra os mexicanos e o Brasil venceu por 2 a 0, mas não jogou um futebol convincente. Pelé fez o cruzamento para Zagallo marcar o primeiro gol da partida, que só surgiu aos 11 do segundo tempo e o próprio Dez marcou o segundo, depois de driblar dois adversários, aos 28.



Mas se a desconfiança pairava sobre a seleção, que muitos viam como uma equipe envelhecida, a situação ficaria ainda pior na segunda partida. O jogo entre Brasil e Tchecoslováquia terminou em zero a zero, mas a notícia ruim foi a contusão de Pelé, que, aos 27 minutos, depois de finalizar de fora da área, sentiu a virilha esquerda. Sem condições de atuar, ficou em campo até o final, já que não eram permitidas substituições. No dia seguinte, o diagnóstico de distensão no músculo adutor da coxa esquerda confirmava os temores do time e da torcida: Pelé estava fora da Copa.
Na partida que fechou a primeira fase, o Brasil precisava somente do empate para ir às quartas de final do Mundial, mas a Espanha era um time forte, que tinha praticamente o ataque do Real Madrid campeão europeu. E contava com um expediente que depois seria proibido: a naturalização de atletas, mesmo daqueles que já tinham disputado jogos por outras seleções. Assim, a Fúria vinha com o húngaro Puskas e o argentino Di Stefano, que chegou ao Chile contundido, além do uruguaio Santamaría e o paraguaio Martínez. Após a Copa, a Fifa proibiu a “naturalização por atacado”, que estava virando moda, como mostrava a seleção da Itália, que também tinha os seus: os brasileiros Sormani e Altafini e os argentinos Sívori e Maschio
O time inteiro jogava mal e a Espanha chegou ao gol aos 35, com Adelardo. Tudo poderia ter sido ainda pior se não fossem dois grandes erros da arbitragem. O primeiro, em um lance que já se tornou lenda, no qual Nílton Santos derrubou Collar na área mas, espertamente, deu um passo à frente, ludibriando o árbitro chileno Sergio Bustamante. Na sequência, após a cobrança de falta de Puskas, Peiró marcou de bicicleta, mas o gol foi anulado por Bustamante ter entendido o lance como “jogada perigosa”, ainda que Peiró estivesse a mais de um metro de Zózimo. O vídeo abaixo mostra dos dois lances. Amarildo e Garrincha marcariam a virada brasileira.


E Garrincha apareceu

Vieram as quartas de final foram contra a Inglaterra e, finalmente, brilhou a estrela de Garrincha. O ponta havia sido muito criticado pelo seu desempenho na primeira fase e, sem Pelé, o Brasil apostava no talento do craque das pernas tortas. Ele marcou o primeiro tento da partida, de cabeça, mas os ingleses empataram oito minutos depois, com Hitchens. A igualdade persistiu até os 8 do segundo tempo, quando Vavá escorou após rebote do goleiro Springett em cobrança de Garrincha. O ponta faria ainda o terceiro, em chute de fora da área. Naquele dia, Garrincha só seria driblado por um cachorro que entrou em campo paralisando a peleja. Outro cão provocou uma segunda paralisação e sumiu debaixo das arquibancadas.


A semifinal seria contra os donos da casa e a seleção tentou se precaver contra qualquer imprevisto. Tanto que a refeições do dia da semifinal foram providenciadas pela própria comissão técnica brasileira, que tinha medo de algum “problema” com a comida servida aos jogadores no hotel. Na partida, o infernal Garrincha assegurou a vantagem logo aos 9, com um chute de fora da área que foi parar no ângulo esquerdo de Escuti. Ele marcaria novamente aos 31, de cabeça, com o Chile descontando em cobrança de falta aos 41 ainda do primeiro tempo.
Logo no início da segunda etapa, Vavá não deixou os anfitriões se animarem, e marcou após escanteio. Leonel Sanchez descontou de pênalti e Vavá fez o quarto, aos 33. Depois do último gol, o jogo sairia do controle do árbitro peruano Arturo Yamazaki. Landa foi expulso após falta dura em Zito e Garrincha, caçado durante todo o tempo, revidou em cima de Rojas, agredindo o chileno. O juiz não viu o lance, mas foi cercado pelos chilenos, que apelaram para o testemunho do auxiliar uruguaio Esteban Marino, que confirmou a agressão. Como não havia suspensão automática, ficava a dúvida: Garrincha poderia jogar a final pelo Brasil?
E daí surge mais um episódio “estranho” a favor dos brasileiros. Em sessão extraordinária do Tribunal da Fifa, o árbitro disse não ter visto a agressão, mas que o uruguaio Marino havia confirmado que ela tinha existido. Convocado para depor, Marino não compareceu, pois já teria deixado o Chile àquela altura. Sem o depoimento, Garrincha foi liberado para atuar contra a Tchecoslováquia. À época, dizia-se que a CBD teria pago a viagem de Marino, que estaria no Brasil. Um mês após a Copa, o uruguaio foi contratado pela Federação Paulista de Futebol.
No dia da final, Garrincha amanheceu com febre e não teve a destacada atuação dos dois jogos anteriores. Os tchecos aproveitaram e abriram o placar aos 15. Mas somente dois minutos depois do gol de Masopust, Amarildo empatou, em um lance no qual o arqueiro Schroif fez um fatídico golpe de vista.
Na etapa final, a seleção veio melhor, mas poderia ter encontrado mais problemas se o árbitro Nikolai Latchev tivesse marcado pênalti quando Djalma Santos tocou a bola com o braço dentro da área, em cruzamento de Jelinek. Como o juizão interpretou “bola na mão”, o jogo seguiu e, aos 24, Amarildo fez grande jogada pela esquerda e cruzou para Zito, que marcou. Algo raro, já que, por ser volante, o santista costumava chegar pouco à área e na sua trajetória com a camisa do Brasil foram apenas três gols. Um deles, este, que pode ser considerado o do título.
Após nova falha, mais grotesca, de Schroif, Vavá fez o terceiro aos 33 e selou a vitória brasileira. O país que tinha complexo de vira-latas no futebol antes do Mundial de 58, vencia pela segunda vez a Copa do Mundo. E como perguntar não ofende, será que algum jogador, desses que costumam imitar João Sorrisão e quetais, na rodada do Brasileirão de hoje vai lembrar de homenagear os grandes de 1962?


Boa parte das informações contidas neste post estão no ótimo livro de Lycio Vellozo Ribas, O mundo das Copas. Mais que recomendável.

quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Pitacos sobre Brasil 2 x 1 Bósnia

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- Acompanho o consenso: Ronaldinho Gaúcho, não dá mais. Os únicos argumentos que vi para manter suas convocações, ainda antes do jogos, foram a experiência e o de segurar um pouco a onda do Ganso. Mas para as duas situações prefiro Kaká, que pelo menos jogou a última Copa.
- Além dele, David Luiz e Sandro foram muito mal. O primeiro possivelmente por um dia infeliz, o segundo por ser o que é: um volante marcador que só tenta passes curtos. Não acho que ele caiba no tipo de jogo que parece ser objetivo dos torcedores e do técnico. Já de Fernandinho eu gostei. Marca, distribui bem o jogo e deu alguns passes em profundidade interessantes.
- Thiago Silva é realmente um Monstro, como definiu já há algum tempo o pessoal do Blablagol. Sério, rápido e praticamente sem erros. E os laterais jogaram demais. Estamos muito bem, obrigado, nesse quesito. O Tostão sugeriu outro dia na Folha que poderia ser uma boa colocar mais um zagueiro para liberar de vez Daniel Alves e Marcelo. Pode ser, mas acho que valeria a pena tentar liberá-los sem o tal zagueiro para ver o que acontece.
- A entrada de Elias e Ganso melhorou bastante o time. A questão para mim é a seguinte: é preciso conseguir desacelerar o jogo para controlá-lo. Se ficarmos sempre correndo com a bola e tentando definir rápido a jogada, perdemos muito rápido o controle das ações (nessas, não gostei muito de Leandro Damião, que chutou de qualquer lugar e não participou coletivamente). Ganso vai melhor que Gaúcho por conseguir dar essa cadência sem perder a visão de jogo. Não teve ainda o passe em profundidade, inesperado, mas o filé vem depois do feijão com arroz.
- Nesse sentido, a dupla de volantes não pode ser tosca. Tem que ser opção ofensiva quando tivermos a posse da bola, saber tocar com ciência, prender a bola, acelerar se necessário. Se não, o meia centralizado (seja ele Ganso, Danilo ou Zidane) fica emparedado entre dois ou três marcadores que não tem mais ninguém com quem se preocupar. Bons volantes-armadores aparecem Espanha (Xabi Alonso e Busquets) e Alemanha (Schweinsteiger e Khedira), atuais referências. No caso brasileiro, como os laterais vão descer muito, os volantes precisam ainda ser muito rápidos para a cobertura. Assim, fora Sandro e Lucas Leiva. Os volantes titulares deveriam ficar entre Hernanes, Elias, Arouca e, pelo jogo de ontem, Fernandinho pode disputar uma vaga.
- Hernanes, aliás, jogou na ponta/meia direita do 4-2-3-1 ontem. O PVC disse que ele já atuou assim na Itália e foi bem. Não foi mal, mas acho que acrescenta mais à Seleção com seu bom passe no meio campo.
- A relação mistura x guarnição citada acima também vale pra Neymar, que jogou bem, se mexeu, trocou bons passes, mas não fez nenhuma das jogadas que, bem, resolvem o jogo, como costuma fazer no Santos. Acho que é só questão do ajuste coletivo, mas cabe a ressalva: será a defesa da Bósnia melhor que a média enfrentada pelo atacante no Brasil?
- O Mauro Beting diz que não se pode cornetar escalação sem dar opção. Então, aí vai uma proposta: Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Arouca, Hernanes e Ganso; Neymar, Damião e Robinho. No banco, de diferente, teria Kaká para o lugar de Ganso. Vai sem goleiro porque não tenho muita convicção de nenhum. Gostei de Jefferson quando jogou, mas não acho um absurdo apostar em Júlio César.
- Acho uma boa resgatar Robinho. Ele sempre foi bem na Seleção e está num momento muito bom no Milan. Além disso, conhece Neymar e Ganso e está adaptado a ajudar na marcação, o que será necessário em qualquer proposta de jogo ofensiva que se apresente. Do Milan, aliás, assim que possível viria Pato, que acho ter mais a ver com o estilo desse ataque que Damião.
Aguardo as cornetas – de preferência, com as respectivas alternativas.

terça-feira, dezembro 27, 2011

Coração sem lastro no câmbio incerto da vida

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Dezembro está marcado por dois estudos de institutos britânicos que sugerem que o Brasil já seja a sexta maior potência econômica do mundo. A ultrapassagem do Reino Unido aconteceu em 2011, devido à crise econômica do país do Velho Mundo e pela pujança da nação emergente sul-americana.

Na segunda-feira, 26, o Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios britânico (CEBR, na sigla em inglês) conseguiu projeção por ter sido destaque em dois diários da terra da rainha – The Guardian e Daily Mail. A julgar pela edição de imagens, a economia canarinho é movida pela vista da Baía da Guanabara, pelo Cristo Redentor e pela ginga das mulatas sambando. Mas 13 dias antes, o lusitano Exame Expresso orgulhou-se de ver que a antiga colônia estava mesmo a cumprir seu ideal de tornar-se um imenso Portugal.

Mas não foi para fazer alusão ao Fato Tropical, de Chico Buarque e Ruy Guerra, que comecei este post.

Foi por me ver diante de um dilema e tanto envolvendo um gigante do samba, admirado por estas bandas tanto pela produção musical quanto, a despeito do fim trágico e prematuro, pelo desempenho em mesa de bar. Noel Rosa escreveu, com Orestes Barbosa, a divertidíssima Positivismo, em que começa logo ensinando que "verdade, meu amor, mora num poço". Nessa toada é que diz, mais adiante:

Vai, orgulhosa, querida
Mas aceita esta lição:
No câmbio incerto da vida
A libra sempre é o coração


Para alguém que viveu até 1937 e escreveu sete anos antes dos acordos e do sistema Bretton-Woods e muitos antes de sua supressão unilateral em 1971 pelos Estados Unidos, a libra até poderia ser a referência, o porto-seguro, a liquidez para onde correm os capitais no momento de incertezas. Se não o fosse, poderia cumprir a função no imaginário da população.

Mas as notícias de dezembro colocam a libra, enquanto representante da economia onde circula, como superada até pelo real. Mas será ufanista aquele que tentar colocar a moeda brasileira na poesia de Noel Rosa. Até porque, estabilidade mesmo não há com câmbio flutuante, como já leciona o sábio.

Então, se a petulante missão fosse atualizar a bela metáfora do poeta da Vila, o dólar poderia ser candidato. É para lá – mais precisamente para os títulos da dívida dos Estados Unidos – que corre boa parte do capital na hora da incerteza, apostando na liquidez. Mas mesmo esse bastião anda soluçando, com teto de endividamento estourando e um turbilhão de dúvidas desde a crise financeira de 2008. O euro, prometido como alternativa à moeda estadunidense a partir de 2000, também atravessa solavancos.

Diante da crise, estaria a metáfora comprometida? Ou seria o caso de apostar em um país que controla fluxos de capital e cotações da moeda, ainda que a patamares artificiais, como a China? Prefiro não imaginar intérprete algum cantarolando: "No câmbio incerto da vida, o yuan sempre é o coração".

segunda-feira, julho 25, 2011

A Copa América deu alguma lição à seleção brasileira?

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Para falar a respeito da Copa América que se encerrou hoje e da participação brasileira, é interessante fazer um breve retrospecto do escrete canarinho nos últimos cinco anos, e de como a tal “opinião pública” reagiu a cada resultado importante do time. 

Após o fim da Copa de 2006 – o grupo comandado por Carlos Alberto Parreira era uma balbúrdia. Medalhões faziam o que queriam, Ronaldo e Adriano chegaram a seleção acima dos cem quilos. O Brasil, segundo a avaliação geral, perdeu para a França por conta disso: faltou autoridade mas, mais que tudo, não houve “comprometimento” do grupo, que não tinha um líder no banco ou dentro de campo.

Ah, aquele time do Dunga... Foto: Owen Jeffers Sheer
Após a Copa América de 2007 – o substituto de Parreira era Dunga. Sem nunca ter sido treinador antes, aos olhos da CBF, era a tal liderança que a seleção supostamente precisava. Pra variar, após um Mundial fracassado, a renovação começou, embora, aos poucos, parte dos derrotados de 2006 tenham voltado mais tarde. A seleção vencia, jogava com a tal garra, mas nem mesmo a vitória por 3 a 0 contra a Argentina na final da Copa América convenceu os céticos. O time era defensivo e pouco talentoso, na visão de muitos. Outros se contentaram com o estilo vitorioso que o treinador implantava na equipe, talvez conformados com o fato de o Brasil não ter tantos craques como outrora. 

Após a Copa do Mundo de 2010 – ah, mas que Brasil foi aquele! Até o Cruijff cornetou Dunga, não era a seleção... Onde estava aquele futebol faceiro, lépido, fagueiro, que sempre caracterizou a amarelinha? É preciso resgatar a ofensividade do futebol brazuca! Mano Menezes, segunda opção da CBF, é contratado, apesar de não ter exatamente um “DNA ofensivo” pra trazer de volta os bons tempos do ludopédio tupiniquim.

Após a Copa América de 2011 – Mano, no papel, chega quase a montar um time “pra frente”, às vezes até parece tentar reproduzir o esquema de Dorival Junior no Santos do primeiro semestre de 2010. Tem as duas maiores estrelas daquele time, aliás, mas o futebol jogado está bem distante daquele. Finda a participação na Copa América, em 12 partidas, são parcos 16 tentos, somente um a mais que a seleção de Dunga fez em seis pelejas pela Copa América de 2007. Agora, volta o discurso do comprometimento: são os meninos que não seguram a onda, que se preocupam mais com o dinheiro, com contratos, com o cabelo do que com a seleção.

Pois é, como se vê acima, os argumentos para justificar a derrota da seleção são reciclados: em uma hora, faltou raça; na outra, faltou técnica. E, quando uma seleção como o Uruguai é campeã da Copa América, como agora, a sensação de que “faltou raça” fica mais evidente para parte dos torcedores. Curiosamente, parece que a tal “raça” uruguaia esteve adormecida durante muito tempo, já que a seleção celeste ficou fora das Copas de 1994 e 1998, saiu na primeira fase em 2002 e também não viajou para a Alemanha em 2010.

O Uruguai é sim, a tal raça, mas não só. É conjunto, é técnica e habilidade, tem jogadores acima da média como Forlán e Suárez, e já joga junto há algum tempo. Quem viu o segundo gol marcado pela Celeste contra o Paraguai percebeu como se pode ver arte e habilidade em um contra-ataque. O Brasil, hoje, não usa essa arma, mesmo tendo jogadores aptos para tal. Aí aparece uma diferença fundamental entre as duas seleções: uma é time; a outra, ainda não é.

Claro que essa equipe uruguaia de hoje não será a mesma em 2014. Boa parte dos atletas tem mais de 30 anos e, contando que a Celeste consiga a classificação para a Copa no Brasil (o que não são favas contadas, já que eliminatórias por pontos corridos é algo bem diferente de torneios mata-mata curtos), não farão mais parte do escrete de Oscar Tábarez. Já o Brasil, se Mano se decidir por um esquema e conseguir também a tal fórmula para unir os jogadores em torno de um objetivo (coisa que Dunga fez, mas nem por isso foi campeão), vai ter à disposição um time bem mais respeitado do que foi nessa triste Copa América de parcos gols e baixo nível técnico.

Mídia se preocupa muito com o cabelo de Neymar. Foto: Ronnie Macdonald
Mais do que a pauta atual que movimenta a mídia tradicional, aquela sobre a dita “instabilidade” dos meninos da seleção, o que deveria ser perguntado é se Mano é o treinador ideal para lidar com esses garotos. Porque são, de fato, joias raras como há algum tempo o futebol brasileiro não produz. Dunga errou em não convocá-los para dar alguma experiência de seleção como aconteceu, por exemplo, com Ronaldo (em 1994) e Kaká (em 2002), mas cabe ao atual treinador criar um ambiente e apostar em um esquema em que seus talentos sejam mais bem aproveitados.

Aliás, será também que o atual técnico da seleção não “sentiu” o peso do cargo? Ele tem, de fato, um esquema tático que julga vencedor ou ainda está tateando? Vai rifar jogadores e arriscar perder a confiança de comandados por conta de sua boa relação com a imprensa (leia-se Globo) que até agora o tem poupado?

A mídia você já tem, Mano, ganhe seus jogadores e seja de vez em quando pára-raios deles, como fez Felipão ontem. Os resultados virão mais rápido, pode apostar.

sábado, julho 16, 2011

O futebol feminino do Brasil por quem conhece

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Depois da derrota da seleção brasileira para os Estados Unidos nos pênaltis, no Mundial da de futebol feminino, choveram avaliações sobre o porquê do Brasil ter perdido. O Futepoca não se arriscou na área e foi conversar com quem entende de futebol feminino no país: Luciane Castro, do Futebol para Meninas e titular do blogue Laço de Chuteira. Na entrevista abaixo, ela fala sobre a eliminação do Brasil, o esquema adotado pelo técnico Kleiton Lima durante o Mundial e a organização da modalidade que ainda engatinha no Brasil. 

Futepoca - Você criticou bastante a preparação da seleção para o Mundial. Como foi esse período pré-Mundial?

Luciane Castro - O Brasil disputou o Sul-americano no ano passado, e as seleções vizinhas estão muito aquém da nossa seleção. Nessa competição, nos classificamos para o Mundial e para as Olimpíadas de Londres. Depois, teve o Torneio Cidade de São Paulo, com Canadá, México e Coreia do Norte. Preparação mesmo a seleção não teve, foi o que cansei de falar. Enquanto a maioria das seleções que disputaram o Mundial participaram de torneios da Europa e fizeram uma série de amistosos, com oportunidades de jogar contra rivais que disputariam o Mundial, o Brasil planejou dois amistosos, contra o Chile, que foi mais uma festa para a Marta; e com a Argentina, no Recife, que acabou não sendo realizado por causa das cinzas do vulcão. De qualquer maneira, segundo informações que tive, a CBF foi convidada para a Algarve Cup, e recusou. Ela não teria aceitado porque o que se pagava era pouco para levar a seleção feminina pra lá.
Mesmo assim, apesar de todas essas dificuldades, elas chegaram lá e fizeram frente. O que faltou foi uma orientação, o que prejudicou a seleção foi a disposição das atletas em campo.

Futepoca - O técnico Kleiton Lima inventou demais?

Luciane - Até comentei que o Kleiton estava “carpegiando”, porque a Maurine, por exemplo, alguns falam que é lateral, mas a vi de meia direita, e foi excepcional. Comentei que vi essa menina dando um passe à la Didi na Copa de 1958 que fiquei passada, ela jogou o fino nessa posição porque mete correria, tem visão de jogo. Na seleção, vi a Maurine correr nos três jogos pelo lado esquerdo, dominando com a canhota, mas conduzindo com a direita. Já a Rosana é lateral, e foi deslocada pra uma função que matou o jogo dela, a Marta tinha que voltar e armar a jogada, a Érika jogou como líbero. Até um jornal alemão criticou essa disposição tática que o Kleiton impôs, porque libero é uma função primitiva. A Cristiane, por exemplo, vejo mais como uma pivô, e quase não fez essa função no Mundial.
Kleiton Lima inventou demais no Mundial?
E sobrou pra quem? Pra zaga segurar o rojão, e pra Formiga e pra Estér. Quero conversar com o Kleiton e pedir pra ele explicar. As vitórias da primeira fase enganaram de algum modo, estava dando certo, então, vamos manter. Mas estávamos tomando sufoco por pouco. Alguns técnicos querem ser o Rinus Michels do século 21, querem inventar um esquema tático sensacional quando poderiam utilizar as atletas nas suas melhores condições.

Futepoca - Na partida em que o Brasil foi eliminado, ele demorou pra mexer quando a seleção ficou com uma jogadora a mais?

Luciane - Ele demorou pra mexer em todos os jogos, geralmente não mexia, não substituía, só mudava a posição das meninas em campo. Em um dos jogos [contra Guiné Equatorial], ele avançou a Érika, foi quando ela fez um golaço. Eu credito a eliminação a ele, não é uma questão pessoal, não entro no mérito da pessoa, entro no mérito do treinador, não vi uma liderança em campo. Faltou não só mexer na hora certa, mas mudar o esquema.

Futepoca - Curioso pensar que, nessas condições diante da seleção masculina, ele não seria mantido no cargo...

Luciane - Não sei, mas fico pensando quem poderia assumir. Tem outros fatores pra considerar, a preparação física, que tem que ser super diferente. Fui conversar com o fisiologista do Hospital das Clínicas e é tudo diferente, é preciso ter uma comissão técnica especializada para a modalidade feminina, e não sei se isso acontece. O jogo das meninas não é igual ao jogo dos homens, não dá pra ser igual. Porque não culpo as jogadoras? Porque a gente sabe em que condições elas estão, como são os estaduais... Em relação aos estaduais que temos, por exemplo, o Paulista, é o mais organizado do país, mas o carioca, os do norte/nordeste não são, são poucas as federações que trabalham de forma séria, com datas definidas.
Não estamos só chorando apoio, mas temos que mudar a postura de que não é só pedir, é exigir, tem que mudar as atitudes das meninas. Tem um medo relacionado ao que aconteceu num episódio de uma das convocações do Kleiton, quando uma blogueira colocou uma opinião dela e começaram a pipocar comentários anônimos com acusações pesadas contra o técnico. Ela foi processada, tirou o blogue do ar, e uma repórter da ESPN foi fazer uma matéria com algumas meninas, que acusaram o Kleiton de forma anônima, mas tinham medo de falar publicamente por correrem o risco de não ser convocadas pra seleção. Pensavam em si, na convocação, não no coletivo.

Futepoca - Uma mudança de postura é fundamental então.

Luciane - Sim, a minha briga é quase todo dia. Organizamos em parceria com o Museu do Futebol e fizemos um bate papo sobre o futebol feminino, convidamos o ex-presidente do Santos, Marcelo Teixeira, que fez um trabalho espetacular fomentando o futebol feminino, ele trouxe a Marta e a Cristiane, ganhou a mídia... Convidei a Rose do Rio, primeira técnica de futebol feminino do Brasil, porque a mulheres era proibidas de de praticar futebol no país; e o Dema, gestor do Palmeiras feminino. Cansei de tentar divulgar o evento com as boleiras no Facebook, mas só compareceu a Renata Capobianco e a Indianara iria, mas estava doente. A mulherada tem que se unir e mudar essa postura, penar mais coletivamente.
A mídia também poderia abrir esse espaço pras meninas, tem tanta coisa pra abordar no futebol feminino, boleiras, CBF, federações. É sofrido até cobrir futebol feminino, poucos clubes têm assessoria de imprensa. Mesmo com tudo isso, a seleção é competitiva, mandei um dossiê para a Alemanha, um texto mostrando como é a organização aqui porque lá fora os caras acham que, pela qualidade da nossa seleção, tudo é muito organizado. Mas a coisa só vai mudar mesmo quando as boleiras conseguirem entender que tem que mudar a postura, não pode mendigar como se a CBF estivesse fazendo um favor pro futebol feminino.

quinta-feira, julho 14, 2011

Brasil faz quatro com protagonismo do ataque

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Foi o jogo com mais gols da curtíssima “Era Mano” na seleção brasileira. Se não encantou e desbundou os amantes do bom futebol ao redor do globo, o time venceu bem e podia ter feito mais gols. Uma inversão parece ter acontecido: quando o ataque jogou bem, a defesa decidiu falhar. 

Uma pergunta técnica: 4 a 2 pode ser definido como goleada?

Pato e Neymar fizeram dois cada. Robinho, o terceiro elemento, fez um, mal anulado, no finalzinho e meteu uma bola na trave. Os três se mexeram bastante, fizeram boas tabelas. Gostei bastante do segundo de Pato, coisa de centroavante mesmo. É um tento que contradiz a sensação de “a gente é bom e ganha quando quiser” que uma galera (eu inclusive) suspeitou nos primeiros jogos.

Neymar também tentou menos dribles, que não estão dando tão certo assim ainda, e chutou mais para o gol. O protagonismo ficou com os jovens.

Robinho fez boa parceria com o melhor jogador em campo, o lateral-direito Maicon. Se é verdade que ficou bravo com a substituição, creio que Daniel Alves vai ter que se contentar. Na outra lateral, André Santos deu um passe perfeito para o gol de cabeça de Pato e jogou bem. Parece mais preso lá atrás no esquema de Mano, precisaria jogar mais solto.

Ganso deu um passe magistral, no giro do corpo, para o primeiro de Neymar. Mas participa menos o jogo do que no Santos, talvez por ser mais marcado. Uma hipótese que levanto agora é a falta de um outro jogador para colaborar nas tabelas pelo meio. Ramires deveria ser esse cara, mas ele tem errado muitos passes. Está jogando muito na marcação e chegando pouco. Talvez Elias seja uma boa opção para melhorar o passe – a tabela dele com Robinho no gol anulado mostra o potencial.


Os problemas se repetiram na defesa, com Júlio Cesar engolindo um frangaço no primeiro gol e um galináceo menos desenvolvido no segundo. Duas falhas que foram acompanhadas de erros de Lúcio e Thiago Silva. Vi gente falando que falta proteção para a zaga. Ora, se queremos que o time jogue pra frente, a zaga vai sobrar mais rojão lá atrás. Com o tempo, um sistema de marcação começando no ataque pode (e deve) ser desenvolvido – o que até já aconteceu em jogos da seleção. Mas por enquanto, o pessoal vai ter que aguentar.

No geral, foi um bom jogo, que só teve risco de fato por conta das falhas do goleirão. Mas o bom desempenho do ataque é um ponto positivo. Capaz que o pessoal tire um pouco o peso das costas e se encontre mais daqui pra frente.

A próxima partida é contra o Paraguai, domingo, às 16h. Já é fase eliminatória. O primeiro jogo foi difícil, com os paraguaios apertando a saída de bola e forçando erros da antes sólida defesa. Vamos ver o que pega.