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sábado, dezembro 29, 2012

Retrospectiva Futepoca - os dez posts mais acessados de 2012

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Época de retrospectiva e o Futepoca faz a sua própria por meio dos dez posts que foram mais acessados em 2012, mostrando um panorama diversificado do que foi assunto por aqui, mas também nos papos de botequim de todo o Brasil. Confira a lista e relembre alguns dos momentos importantes (ou nem tanto) do ano.

Para reler os posts originais, é só clicar nos títulos.

1 - E por falar em saudade (ou não)... Por onde andam aqueles jogadores que você achava que tinham se aposentado

O torcedor sempre se surpreende ao saber que aquele ídolo ou atleta que já foi conhecido ainda está atuando como profissional, apesar da idade ou do aparente sumiço do noticiário. Por conta dessa curiosidade, o post que mostrava onde estavam jogadores como Rodrigo Gral, Paulo Almeida, Warley, Luis Mario e Baiano foi o mais acessado de 2012.


Como diz o nome do nosso site, nem só de futebol vive o Futepoca. E foi uma manifestação política e de coragem de um garçom de Madri que evitou a chegada da tropa de choque local até manifestantes que estavam refugiados no bar onde trabalhava o vice-campeão entre os mais lidos do ano.


O ano foi duro para os clubes europeus, mas a desigualdade econômica que se aprofunda entre clubes grandes e menores no Brasil fez muitas vítimas também por essas bandas. A saída para muitas equipes que não tinham dinheiro para contratar jogadores de alto nível foi contratar modelos famosas para ações de marketing como a divulgação de novos uniformes. Mais barato que tentar repatriar um atleta que está na Europa...


A CBF decidiu agitar o fim de ano esportivo ao demitir o treinador Mano Menezes e a gente resolveu colocar a confederação de Marin no divã para analisar alguns aspectos do significado dessa troca inesperada.


Das discussões mais áridas que este site costuma fazer, a que alcançou mais repercussão nas redes sociais foi a respeito do ocorrido no reality show Big Brother, um fato ainda nebuloso e que talvez não tenha despertado a reflexão e ação necessárias por parte da sociedade em geral e do poder público.


Durante as Olimpíadas de Londres, chamou a atenção o desabafo do lutador de tae-kwon-do Diogo Silva, sobre como o esporte amador é tratado no Brasil, tanto por quem de direito quanto pela mídia. Não quisemos deixar sua voz no vazio e repercutimos suas declarações, lembrando a história de um esportista que pensa e age de forma muito diferente dos demais.


Nas Paraolimpíadas, um brasileiro derrubou aquele que talvez seja o maior ou mais impressionante atleta da modalidade em todos os tempos. Oscar Pistorious disputou também as Olimpíadas de 2012, mas foi derrotado na sua prova predileta pelo brasileiro Alan Fonteles, que tem uma trajetória comum a muitos conterrâneos, repleta de obstáculos, acasos e alguns fatos que renovam as esperanças de quem quase não deveria tê-las.

8 - O show obscurantista de Heloisa Helena

Em meio a uma sessão do STF que julgava o aborto de anencéfalos, a ex-candidata à presidência da República Heloisa Helena resolveu dar seu parecer alimentando a confusão sobre o tema e ratificando alguns preconceitos somente para fazer valer sua opinião. Triste de lembrar.


À guisa de pilhéria, o post fazia referência à bem-humorada campanha em prol da equipe argentina feita na final da Libertadores de 2007, quando os portenhos bateram o Grêmio. Desta feita, o resultado não foi o ideal para os secadores.


Em 2012, o Alvinegro da Vila Belmiro fez cem anos e, claro, teve seu espaço no Futepoca, no qual foram relembrados momentos épicos – e outros nem tanto – de um clube que faz parte da história do futebol daqui e do mundo. O post-homenagem fecha a lista dos mais vistos de 2012, aguardemos os de 2013!

sábado, abril 14, 2012

Cem anos do Santos, o time que faz sonhar

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Falar dos cem anos do Santos atendo-se às glórias conquistadas pelo clube é um tarefa quase impossível. Não só pela quantidade e pelos números incríveis da equipe profissional que mais marcou gols na face da Terra, mas também pela forma com que muitos títulos foram conquistados. E também por aquelas equipes que não obtiveram títulos e mesmo assim fizeram história, como o time que marcou pela primeira vez cem gols no futebol brasileiro em uma competição. Cem gols em 16 partidas, uma média espetacular de 6,25 gols alcançada em 1927, oito anos antes do seu primeiro campeonato paulista. Na Vila Belmiro, sempre foi assim, a arte precede aos títulos.


Pelé e Clodoaldo: o futebol agradece ao Santos
Mas, além da história do clube, existe aquela relação única que cada torcedor constrói com seu time. A minha começou mesmo antes de eu nascer, quando o meu avô materno, nascido no Sul de Minas, mudou para o litoral paulista. E um dos motivos da mudança era o fato de ele ser torcedor... do Santos. Certamente foi a narração de pelejas épicas e repletas de gols que fez seo Benedito torcer para um time que, àquela altura, nunca havia sido campeão além dos domínios da Baixada. E que, mais tarde, graças ao futebol bem jogado, conquistaria outros tantos torcedores em todo o mundo, parando guerras e dando à seleção brasileira alguns dos jogadores responsáveis pela época de ouro do futebol brasileiro. Desde os protagonistas Zito e Pelé em 1958 até os atores principais do gol mais bonito de todas as Copas em 1970, que começou com os dribles desconcertantes do santista Clodoaldo, passou pela assistência perfeita de Pelé e culminou na finalização indefensável do peixeiro Carlos Alberto Torres.

Sim, porque, diferentemente de times que surgem em capitais de estado e tem somente que superar concorrentes da própria cidade para se sobressair, contando com o inevitável apoio econômico e político (de dentro e fora do mundo da bola), o Peixe – apelido dado pelos rivais justamente para menosprezar sua origem – teve que jogar muita bola para se tornar o que é. Foi preciso subverter a lógica dentro dos gramados, arrebatando pela beleza dos lances desenhados por artistas incomuns, para também subverter a lógica que o destinaria a ser um time pequeno. O Alvinegro tornou-se gigante não pela sua natureza, geográfica ou econômica, e sim por representar em campo a essência do jogo. 

A provação 

Mas nem tudo foram flores nesses cem anos. Até porque, para uma trajetória vitoriosa, a derrota e o sofrimento são elementos que ajudam a formar o caráter, do torcedor e de um time. Desde a primeira vez que pisei na Vila Belmiro – levado pelo meu pai, aos sete anos de idade, em um Santos e Ponte Preta de 1982 –, até hoje, um período em particular foi terrível: a fila de 18 anos sem título. E para alguém que está em fase de crescimento em um período como esse, a crueldade do torcedor rival é muito mais marcante, porque se junta a todas as outras agruras de criança e de adolescente. Na Baixada, onde o Santos é o mais odiado pelos rivais, o peixeiro se tornava alvo de gozação a cada bate-papo de futebol. Quando o time perdia – para qualquer adversário – volta e meia escutavam-se rojões. Fora da região, a tarefa era suportar o desdém de muitos que fingiam que o time não existia ou que era “coisa de historiador”. Para o santista, a fila era mais que uma provação, pois havia o fardo da gloriosa história para carregar, que não se refletia nas quatro linhas.

Um personagem histórico, uma partida inesquecível
Não que não tenha havido chance de o clube sair da fila. Depois de algumas formações ridículas da segunda metade dos anos 80 e da primeira metade dos 90, o Santos se reergueu. E, por destino, foi pelos pés de um camisa dez. Não, de um camisa Dez, com caixa alta. Giovanni comandou uma equipe que tinha desde jogadores “renegados” como Marcos Adriano e Macedo, até jovens e não tão jovens esperanças como Narciso, Jamelli, Edinho, Wagner, Carlinhos, Marcelo Passos, Robert e a arma surpresa Camanducaia. O meia também foi protagonista de uma das maiores partidas da rica história alvinegra e que foi, seguramente, a maior atuação individual de um boleiro que vi ao vivo.

Mas não foi ali que saímos da fila. Deixei o Pacaembu triste naquela segunda partida da final do Brasileiro de 1995, mesmo assim fui saudar os vice-campeões na Praça Independência, em Santos. Alguns jogadores foram até lá prestigiar aquela torcida que considerava aqueles os verdadeiros campeões brasileiros. Fui ali não para lamentar a arbitragem, e sim para agradecer àqueles que tinham devolvido a autoestima ao santista, que fizeram daquelas lembranças gloriosas, que eu não tinha vivido, uma realidade. Uma realidade que não se fez presente pelo título, que ao final não veio, mas pela beleza, pelo futebol bem jogado que honrava a mística da camisa alvinegra que chegou a parecer perdida.

A beleza tinha voltado, mas a zombaria continuava. E não cessou com o título do Rio-São Paulo de 1997. Nem com a Copa Conmebol de 1998. Era preciso um título mais significativo. Um Paulista, que na época tinha mais charme que hoje, ou um Brasileiro... O Estadual quase veio após uma partida enfartante em que o Peixe virou contra o Palmeiras de Felipão nas semifinais, um épico 3 a 2 depois de estar perdendo por 2 a 0 até os 23 minutos do segundo tempo. Mas, na final, o time perdeu o título para o São Paulo.

No ano seguinte, nova decepção. Desta vez, com um gol de Ricardinho no último minuto da semifinal do Paulista. Ali, antes mesmo de o gol acontecer, um pressentimento me assaltava. Na outra partida da semifinal, Ponte Preta e Botafogo jogavam para saber quem seria o outro postulante ao título. Enquanto a Ponte era a finalista, para mim era lógico superar a tradicional equipe campineira e sair da fila contra ela. O Corinthians já tinha feito isso, o São Paulo já tinha a derrotado em outra final e o Palmeiras faria o mesmo sete anos depois. Mas quando o Botafogo garantiu sua ida à final, temi pelo pior. Faltavam cinco minutos para o jogo acabar. Para mim, era certo: o Santos não sairia da fila contra o time do interior. Uma fila de 17 anos não acaba assim. Aquela certeza tétrica me fez esperar pelo pior, que veio ao fim daqueles doídos 90 minutos. Decepção era pouco. Chovia na Baixada e naquele dia até os rivais guardaram os rojões em respeito à dor alheia. 

A redenção 

Em 2002, o ano também não parecia promissor. A desclassificação do time comandado por Celso Roth obrigou o Santos a viver o maior período de inatividade de sua história. Veio Emerson Leão, treinador então desacreditado, e o elenco contava com outros atletas que não haviam emplacado, como Paulo Almeida, Elano, Renato... André Luís, zagueiro-vilão do Paulista de 2001, e dois moleques como Diego, que ainda era só uma promessa, e Robinho, que nem isso era. E o final, finalmente, foi feliz.

Não foi só um título. Não foi só uma quebra de jejum. Foi um futebol que na fase final mostrou a essência da história santista: era o encantamento, a arte, o arrebatamento. O favorito “Real Madrid do Morumbi” foi derrubado; o futebol-força gaúcho do artilheiro da competição sucumbiu; e os algozes do ano anterior caíram diante das pedaladas do menino Robinho, que ainda jogou ao chão outro marcador no segundo gol daquela final e chamou dois jogadores de seleção para dançar no terceiro. E eu, que imaginei aquele momento durante tanto tempo achando que iria me emocionar, chorar, simplesmente não conseguia parar de rir. Porque aquele era um futebol alegre de fato, do tipo que sempre fez o santista e o amante legítimo da bola sorrir. O gigante havia voltado.

A dupla que deu continuidade à lenda
E, desde então, o Santos tem mostrado sua grandeza quase a todo ano. Vice do Brasileiro e da Libertadores em 2003, campeão brasileiro em 2004, campeão paulista em 2006 e 2007 (ano em que foi vice do Brasileiro); vice paulista em 2009, campeão paulista de 2010 e 2011, da Copa do Brasil em 2010 e da Libertadores em 2011. Nos dois últimos anos, deu ao mundo lindos gols e belos lances com a dupla Neymar e Ganso, além dos coadjuvantes talentosos que cativaram não só os torcedores como todos aqueles que gostam do bom futebol. Um Neymar “imparável”, como definiu um locutor mexicano, assombrando não só pela sua habilidade, mas também pela decisão de remar contra a maré e permanecer no Brasil diante de toda sorte de investidas estrangeiras. E, quando a técnica não foi suficiente e as adversidades apareceram, a raça resolveu, como quando Ganso encarnou Almir Pernambuquinho na final do Paulista, contra o Santo André. Eram novos capítulos de uma história que começou a ser escrita naquele 14 de abril de 1912, e que faz parte da minha vida antes de eu existir. Que faz com que o torcedor tenha orgulho do seu clube até mesmo quando ele não vence ou ganha títulos.

E é no centenário, nessa efeméride única, que se lembra daquilo que se viu e do que apenas se ouviu ou leu. E que sempre fez sonhar. É tempo de recordar daqueles que me apresentaram ao futebol, do meu pai que me levou ao campo sagrado da Vila Belmiro pela primeira vez e que ainda hoje me acompanha nas sagradas arquibancadas. Do meu avô que não conheci e que deve estar lá, junto com meu primo Salvador, fanático peixeiro que levou a bandeira do clube para o Além, onde deve estar apreciando o balé boleiro de estrelas como Araken Patusca, Feitiço, Camarão, Antoninho, Jair Rosa Pinto, Mauro Ramos de Oliveira, Ramos Delgado, Pagão, Tite, Vasconcelos, Toninho Guerreiro, Luis Alonso Perez e tantos outros que fizeram não só o Santos, mas o futebol brasileiro, ser o que é.

Como bem disse Mario Sergio Cortella, seu papel de filósofo também se relaciona com o fato de ser torcedor do Santos. Porque filosofar é ir além do óbvio, de buscar o inesperado. E o Santos, durante esses cem anos, foi muito além do óbvio. Que siga assim por mais muitos centenários.

Outros tantos virão para ver...
Também publicado em Filho de Peixe

sexta-feira, abril 13, 2012

Leão do Mar em ritmo de jazz ou Aquecimento para o Centenário

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Uma versão muito boa do Leão do Mar, tido como hino do Santos por muitos. Na verdade, é uma marchinha comemorativa do título paulista de 1955, composta em janeiro de 1956 pelo publicitário paulistano José Maugeri Netto. O hino oficial, composto pelo músico santista Carlos Henrique Paganetto Roma, é de 1957 e pode ser ouvido aqui.