Destaques

domingo, junho 15, 2008

"Os companheiros de Garrincha puseram os russos na roda, ao ritmo de samba"

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Muito já foi escrito sobre o jogo entre Brasil e a então existente União Soviética, na Copa de 1958. Naquele dia, nossa seleção entrou em campo com três novidades: Zito, Pelé e Garrincha. O placar de 2 a 0 pode parecer pouco para as novas gerações, mas, na ocasião, soou como uma tremenda goleada em cima do "futebol científico" que havia faturado a medalha de ouro nas Olimpíadas de Melbourne, na Austrália, dois anos antes. Ruy Castro conta, no livro "Estrela Solitária: Um brasileiro chamado Garrincha" (Companhia das Letras, 1995), que, pouco antes de os times entrarem em campo, o técnico Vicente Feola olhou para o meia Didi e falou: "-Toque todas as bolas para o Garrincha". E, virando-se para o ponta-direita: "-Tente descadeirá-los logo de saída". Assim que o juiz apitou o início da partida, segundo texto da época, aconteceu simplesmente o seguinte:

Vavá toca para Didi, que lança Garrincha. O lateral Kuznetsov corre. Mané ginga o corpo para a esquerda, mas sai pela direita. Kuznetsov desaba de traseiro no chão. A educada torcida sueca não sabe se ri ou se aplaude. Na dúvida, deixa o queixo cair. Sete segundos depois, Garrincha tem de novo Kuznetsov à sua frente. De novo, balança o corpo para direita e passa como uma flecha para a esquerda. Repentinamente, pisa na bola e estanca. O lateral soviético volta à carga. Leva outro drible. E mais outro. A torcida fica de pé, atônita. Mané invade a área perseguido por Kuznetsov, Voinov e Krijevski. Dribla os três. Pelé está livre na pequena área. Mas Garrincha, mesmo sem ângulo, dispara a bomba. A bola explode na trave direita de Yashin e se perde pela linha de fundo. Um minuto de jogo. O estádio inteiro ri e aplaude com entusiasmo. Garrincha volta para o meio de campo com seu trote desengonçado. A defesa brasileira intercepta o tiro de meta soviético e a bola vai aos pés de Mané. Que passa para Didi. Para Pelé. Para Garrincha. Para Pelé. Outra bomba estoura contra as traves de Yashin. Dois minutos de jogo. Garrincha está de novo com a bola. Corre em ziguezague. Finge que vai, e não vai; finge que vai, e vai. Os soviéticos vão ficando estendidos no chão. Um a um. Didi lança Vavá. Gol do Brasil. O relógio marca três minutos.

"Foram os três minutos mais fantásticos da história do futebol e a mais assombrosa aparição na ponta-direita desde Stanley Mathews", escreveu, deslumbrado, o jornalista francês Gabriel Hannot. Só por esses três minutos, esse jogo já merece ser imortalizado como um dos mais espantosos da história do futebol. Ouça trechos da narração da Rádio Panamericana, de São Paulo, na época:

Ouça trechos do jogo


Se não abrir, clique aqui.

Ficha técnica

Data: 15/Junho/1958
Local: Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Público: 50.928
Árbitro: Maurice Frederic Guigue (França)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

URSS: Yashin; Kesarev, Kuznetsov, Voinov e Krijevski; Tsarev, A. Ivanov e V. Ivanov; Simonjan, Iljin e Netto; Técnico: Gavril Katchaline;

Gols: Vavá (3) e Vavá (66).

sexta-feira, junho 13, 2008

Holanda sensação

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O que é esse time da Holanda? Capenga nas eliminatórias para a Euro (8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas), era tida como virtual eliminada, por ter caído no grupo de Itália e França, respectivamente atuais campeão e vice mundiais. Mas ganhou inquestionavelmente dos dois favoritos, está classificada como primeira do grupo e virou favorita ao título. Pode ser um pouco de exagero, mas quem viu os jogos ficou com a impressão de que é o time mais vibrante da Euro.



O jogo contra a França foi um arraso. Gol logo aos 8 minutos, domínio quase completo na primeira etapa. Quando a França deu uma melhorada, fez um gol em contra ataque magnífico - cinco toques e caixa. A França continuou a melhorar e chegou ao gol com Henry. Mas menos de um minuto depois a Holanda fez mais um golaço, com Robben batendo forte, quase sem ângulo. O quarto veio nos acréscimos, um chutaço de fora da área. Só golaço.

Será que a nova Laranja Mecânica tem bala para chegar ao título? Está dando gosto de torcer para isso.

Tudo para dar errado e o Galo ganhou

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Numa partida com jogador a menos desde o primeiro tempo, com dois pênalties marcados contra, depois de na rodada anterior ter perdido de goleada. Estranhamente, o enredo não terminou em tragédia para o Atlético Mineiro.

O Galo saiu na frente logo no começo do jogo em gol de cabeça do zagueiro Leandro Almeida. Tomou empate em pênalti marcado de bola na mão (nunca vou entender esse critério que depende da intenção, como alguém sabe o que se passa na cabeça do zagueiro?).

Daí o Galo se perdeu, passou a errar passes, mas achou um gol quando o centro-avante Eduardo cruzou e o lateral Coelho fez gol de cabeça dentro da área.

Daí, final do primeiro tempo o juiz dá um segundo amarelo ao zagueiro Welton Felipe numa falta no meio de campo.

Intervalo com o Galo com 2 a 1, jogador a menos, Coelho machucado...

O que era para se transformar em tragédia virou alegria para os atleticanos com dois contra-ataques bem encaixados: 4 a 1, principalmente pela atuação de Petcovitch.

O Ipatinga ainda perdeu pênalti.

Duas constatações:
o time do Atlético, mesmo ainda desorganizado e com jogadores medianos, vem melhorando com o técnico Gallo. Está jogando com muita vontade.

O Ipatinga é sério candidato ao rebaixamento. Não adianta trocar de técnico, o time é ruim. A não ser que arrume dinheiro e contrate jogadores melhores terá o mesmo destino do campeonato mineiro.

Namoro de fora

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Ontem, Dia dos Namorados, o tucano José Serra (na foto, à direita) assinou em Washington, nos Estados Unidos, dois contratos de empréstimo para o (des)governo de São Paulo, um com o Bird (Banco Mundial), no valor de US$ 645 milhões, e outro no valor de US$ 10 milhões com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Tempos atrás, o jornal ABCD Maior publicou reportagem de Diego Sartorato mostrando que hoje, com a recuperação da economia brasileira, pegar empréstimos no exterior pode ser um tiro no pé.

Um exemplo é a Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), que emprestou o equivalente a R$ 280 milhões do JBIC (Banco Internacional de Cooperação do Japão) para recuperação da represa Billings mas, com a valorização do Real e a desvalorização do Iene, moeda japonesa, acabou ficando apenas com R$ 255 milhões (20% a menos). Por isso, foi preciso fazer mais um empréstimo internacional de US$ 40 milhões com o BID para completar as obras. Em outro programa de obras viárias com empréstimos internacionais, São Bernardo perdeu 37% do dinheiro emprestado com a desvalorização do dólar de 2005 para cá. Diz a matéria de Sartorato:

O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), explica que, no período entre o fechamento de uma parceria internacional e o recebimento efetivo do investimento, burocracia que pode levar anos para ser concluída, o valor absoluto do dinheiro continua o mesmo, mas seu poder de compra pode cair, de acordo com a flutuação cambial. "Da mesma maneira, isso afeta o andamento das obras fechadas em parcerias internacionais. Como a compra de materiais e pagamento de mão-de-obra acontece em reais, você tem de aumentar o investimento com recursos próprios", diz. A vantagem, nesse caso, é na hora de pagar a dívida. "Se a sua moeda continua se fortalecendo, o valor relativo da dívida também fica mais fácil de quitar." No entanto, a operação continua sendo uma "loteria perigosa". "O problema é se na hora de pagar a dívida, a cotação da sua moeda cai e a conta fica ainda mais cara. Isso é uma tragédia", resume.

Daí, Belluzzo cita alternativas ao arriscado empréstimo internacional:

"Os juros internacionais são muito mais baixos e essa é uma vantagem considerável. Mas existe também a possibilidade de procurar a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que têm juros mais baixos", ressalta.

Mas alguém aí acredita que Serra recorreria ao governo federal? Para ele, mesmo que arriscado, é melhor um "namoro de fora"...

A sociedade dos distintivos

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Estava ontem no ônibus, umas cinco e meia da tarde, voltando com meu filho da escolinha pela avenida Franscisco Morato, zona Oeste de São Paulo. Eu tinha acabado de passar a catraca e ia descer no ponto seguinte, quando deparei com um rapaz de uniforme esportivo, tipo agasalho "adidas", bem diante da porta. Num primeiro relance, achei que era um torcedor do Fluminense, pois o uniforme era branco, com três listras no ombro, duas verdes e uma rosada no meio. Mas não, era um torcedor da Mancha Verde, paramentado do tênis ao boné.

Meu filho também se interessou pelo palmeirense e ficou olhando, até que abriu o seu sorriso de quatro dentes. O rapaz retribuiu com um sorriso simpático, deu uma risadinha e falou comigo "Tô vendo que não é corintiano". Havia uma cumplicidade boa na sua fala, ele realmente achou que uma criança que sorrisse para ele daquele jeito tinha que ser palmeirense, ou no mínimo não ser corintiano. Ao que respondi, amigavelmente, "Claro que é".

O moço fechou a cara, apertou um pouco os beiços e fixou os olhos no chão. "Embaçado", disse. "Ele é respeitador", acrescentei, pra quebrar o clima. Mas não teve jeito, o até então simpático palmeirense não tirou os olhos do piso do ônibus até que a porta abrisse e ele descesse, no mesmo ponto que nós, sem um gesto.

Duas reflexões me sobrevieram. A primeira foi a constatação de que um torcedor fanático lê o mundo apenas pela lente de sua identidade de torcedor. Quer dizer, ele mesmo se reduz ao distintivo que leva no peito, como um soldado, um membro de seita. Aquele palmeirense não podia entender que eu pudesse ser simpático com ele, sendo ao mesmo tempo seu adversário de torcida - "seu inimigo", devia pensar. Sua farda é o que ele é, ele acredita que quem o vê não o enxerga como uma pessoa complexa, com uma história própria, com qualidades e defeitos, o vê simplesmente como um palmeirense. E a um sorriso de um desconhecido reagiu simplesmente como torcedor.

A segunda coisa, um ponto a frente, é que nesse contexto até mesmo meu filho Chico tinha algo de ameaçador. Registre-se, é um bebê de um ano de idade, mas sendo ele corintiano o palmeirense não podia se render ao apelo de seu sorriso fofo, e continuar com os gracejos que todo mundo faz. Já era um pequeno inimigo. É terrível isso. A adesão a uma torcida, algo que legitimamente faz parte da mitologia individual-social de pessoas e grupos, pode se tornar mandamento moral, regra de conduta para se saber quem são as boas e as más companhias. É a violência das verdades morais se manifestando de forma crua e próxima, do mesmo tipo que se usa para fundamentar as "cruzadas" pelo "bem", ou outro tipo de cegueira violenta. Toda a necessidade de compartimentação - i.e., de discriminação - em nossa sociedade se mostrava naquele gesto de mirar o chão e evitar o encontro com o olhar daquele bebê maligno.

Que não me interpretem mal. Uso o exemplo do palmeirense porque eu e Chicão somos corintianos, e conosco essa cena obviamente não poderia ter acontecido com um membro da Gaviões. Mas meu assunto não são os palmeirenses, e sim essa simplificação do homem, essa redução de natureza fascista, que pode muito bem servir de modelo para entendermos outros tantos tipos de discriminação com os quais convivemos.

Empate com sabor... de empate

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Quando comecei a ver a escalação de Santos e Fluminense que se enfrentavam no Maracanã, logo tentei me acostumar com a idéia de uma derrota. Jogador por jogador, o time carioca suplantava e muito o paulista, e o conjunto então, nem se fala. Os peixeiros jogavam sem Kléber, Wesley e Domingos, enquanto o Tricolor não tinha Thiago Silva e Neves.

Iniciada a partida e as piores expectativas se confirmavam. Aos 6 minutos, Ygor deu um belo passe para Dodô. Algo inacreditável dada a condição técnica do volante. Fábio Costa defende o chute, mas a bola volta para Washington. Gol. O Fluminense pressiona, o Santos apresenta uma apatia impressionante. O lateral-esquerdo Carlinhos, que parece ter sido negociado com o Cruzeiro em troca pelo lateral Apodi, aparenta não estar em campo. Outros alvinegros idem. Só se salva o estreante Róbson, ex-Mogi Mirim, meia que colocou o há muito apagado Molina na reserva, mostrando personalidade e habilidade. Mas nada que fizesse a diferença em uma equipe que aceitava a pressão do adversário com uma parcimônia ímpar.

No segundo tempo, Cuca colocou Molina no lugar de Carlinhos e Tabata no lugar de Marcinho Guerreiro. Mesmo com três zagueiros, colocou o time à frente e deu certo. O Fluminense parecia não acreditar que aquele adversário entregue e pouco técnico da primeira etapa pudesse pressionar e vacilou. Ainda chegou a alguns contra-ataques perigosos, mas depois recuou. Renato tirou o ótimo Arouca e colocou o limitadíssimo Mauricio, atraindo o Santos para seu campo. Também sacou Conca e um tímido Dodô. O time da Vila Belmiro não se fez de rogado e, mesmo desentrosado, criou chances. Martelava, mas não chegava.

O gol só veio aos 47, em excelente passe de um irregular Rodrigo Souto que o garoto Tiago Luís aproveitou, na saída estabanada de Fernando Henrique. Um gol que dá alguma moral para o Peixe e um resultado justo, já que cada tempo foi de um time. Empate com sabor de empate, até porque a partida não poderia ter outro resultado.

Santos, a última fronteira da Traffic

Cuca vai aproveitar os dez dias de folga na tabela para fazer uma inter-temporada no CT Rei Pelé. A idéia é avaliar o elenco inchado e desigual, de 34 jogadores, e preparar dispensas. Carlinhos já foi e Tabata está na marca do pênalti faz tempo. Enquanto isso, o Peixe quer trazer de volta um jogador rejeitado mais de uma vez pelo “gênio” Luxemburgo e que fez sucesso no Sport. Trata-se de Luciano Henrique, autor do segundo gol pernambucano contra o Corinthians na quarta. O time da Vila é detentor dos direitos federativos do atleta e vai tentar negociar com o Leão, que tem contrato de empréstimo com o meia até o fim do ano. Só para não esquecer, para a posição de Henrique Luxa preferiu nomes como André Belezinha (Iraty) e Petkovic.

Enquanto isso, a Traffic, maior fundo de investimento de futebol do país, tenta negociar com o último grande paulista no qual ainda não tem nenhum tipo de inserção. O presidente Marcelo Teixeira tenta salvar a sua pra lá de questionável administração financeira, que não permite ao clube contratar reforços de peso, com a ajuda de Wagner Ribeiro, sócio do empreendimento e que via na presença de Émerson Leão um obstáculo a seus interesses no Alvinegro.

Alguns nomes teriam sido apresentados em conversa com a diretoria e o treinador Cuca está confiante. Já mandou avisar: “"Pode ter certeza, pode marcar o dia: o Santos fica entre os seis. Ou em quinto, ou em quarto, primeiro. Vamos montar time forte, até porque esse time mostrou contra o Fluminense que tem brio. Confio no meu trabalho." Será cobrado, Cuca...

Hoje, além do acordo com o Palmeiras, a Traffic trouxe o meia Elias para o Corinthians e também agencia e possui participação nos direitos federativos de Hernanes, do São Paulo. O grande problema de acordos como esse que começa a ser costurado é que, clubes descapitalizados conseguem até trazer jogadores renomados e jovens, mas não ficam com parte significativa dos lucros de uma negociação futura. Servem mais de vitrine para atletas com potencial. Sendo que a maior fonte de receita dos times ainda é a venda de jogadores, é bom negócio?

Cafu

Fora do âmbito do fundo de investimentos, tudo indica que o Peixe pode fechar com o veterano Cafu, que entraria na Justiça para poder estrear antes de agosto, quando é reaberta a época de transferências internacionais. Pra quem não tem um lateral-direito de ofício no elenco e dada a escassez da posição no futebol brasileiro, pode até ser bom negócio.

De virada, com frango de São Marcos, e a volta dos meias

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O Palmeiras venceu, no Palestra Itália, o Cruzeiro por 5 a 2. A goleada teve contornos de drama, quando Guilherme abriu o marcador aos 16 da primeira etapa para os visitantes, em um pênalti marcado por bola na mão de Gustavo. Como os leitores do Futepoca já aprenderam, usar as mãos é uma questão de interpretação do árbitro. Mas pelamordeDeus!

O empate demorou 13 minutos, também de pênalti, sofrido por Valdívia e cobrado por Alex Mineiro. Thiago Martinelli foi expulso pela falta dentro da área. O pênalti foi bem cavado. Por "bem cavado" quero dizer que Valdívia percebeu o pézão do zagueiro e só caiu. Como era o último homem, expulso.

Depois, no segundo tempo, Diego Souza cabeceou para trás, em cruzamento de Leandro, para Valdívia completar de primeira. Diego, Gustavo e Alex Mineiro fizeram os outros tentos verdes.

Quando estava 3 a 1, Marcos tomou um "peru", em suas próprias palavras. Não é a primeira falha da vida, mas no boteco deste torcedor, o canonizado goleiro tem crédito.

O time entrou com Léo Lima, Pierre e Martinez. No primeiro tempo, saindo atrás no marcador e precisando vencer, o técnico deu uma de Nelsinho Batista (que maldade!) e pôs Diego Souza. Funcionou.

A vitória é importante. Contra o vice-líder, tira do time de Adilson o posto de defesa menos vazada, e reestabelece a confiança nos meias do time. Valdívia e Diego (foto) foram bem.

Cobrador
Só não reestabelece a confiança no técnico Vanderlei Luxemburgo. Ninguém falou em qualidade e conhecimento sobre os domínios da bola. É que depois de plantar aos quatro ventos (perdão pela mistura de metáforas) que tinha proposta do México e do francês Lyon, agora a onda é que o Fenerbhaçe, ex-Zico, quereria o treinador das gravatas amarelas e ternos assinados por estilistas milaneses. Opa! Milão? Será que é assim que se criam os rumores?

Na quarta-feira, no ônibus, o cobrador pôs o dedo na minha cara umas três vezes. Numa delas foi pra dizer:

– Vocês (palmeirenses) é que tem que tomar cuidado, porque o Lulxemburgo quer sair. E quando ele sai de um time, deixa tudo arrasado!

O cidadão é são-paulino. Independentemente disso, saberá ele o que diz?



Corrigido às 17h45

quinta-feira, junho 12, 2008

A Euro avança

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Agora que todos os futepoquenses passaram por tragédias futebolísticas em 2008, vamos ao que interessa de verdade: a Euro 2008. Vai falar que não está todo mundo (que pode) assistindo aos jogos? Até na TV aberta (vulgo Record) tá passando.

Estamos no curso da segunda rodada da primeira fase. Portugal já se garantiu nas quartas, com duas vitórias acachapantes sobre Turquia e República Checa. Ótimos jogos. Esses times decidem a próxima vaga, já que a anfitriã Suíça perdeu seus dois jogos e já caiu fora.

Hoje, a Croácia ganhou da Alemanha e também já está lá. Com esse resultado, é possível que alemães e portugueses se enfrentem já na próxima fase, basta que a Alemanha fique em segundo do grupo. Devem ser os dois classificados em um grupo que ainda tem Áustria e Polônia, que empataram em 1 a 1 hoje.

Amanhã é o dia D para a Itália. A Azzura perdeu o primeiro jogo para a Holanda, que veio voando baixo, e precisa vencer a Romênia para continuar na competição. Já a Holanda pega a França, que decepcionou na estréia, empatando em 0 a 0 com a Romênia. De fato, o jogo foi ruim à beça. Se continuar assim os Bleus nem passam de fase.

Já o grupo D. Sei lá. Espanha, Suécia, Rússia e Grécia têm chances. Acho que a Espanha, que já ganhou de 4 a 1 da Rússia, classifica. A segunda vaga? Não vou nem arriscar um palpite. A Rússia desclassificou a Inglaterra da Euro, quem sou eu pra falar alguma coisa?

De qualquer forma, o torneio está bem bom. Alguém arrisca um bolão aí nos comentários?

Uísque feito com leite fermentado de camelo

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Depois de seis posts queimados com defunto ruim, vamos ao que realmente interessa: cachaça. Estou lendo "Confesso que vivi", autobiografia do poeta chileno Pablo Neruda (foto), e em determinado trecho ele narra uma visita à Mongólia no início dos anos 1950:

É certo que provei em taças de prata, incrivelmente lavradas, o uísque dos mongóis. Cada povo faz seu álcool do que pode. Este era de leite fermentado de camelo. No entanto sinto calafrios quando recordo seu sabor.


Depois, o poeta foi conhecer a China:

Cada um de nós tinha à sua disposição uma pequena garrafa de cristal cheia de vodca. Os 'gambé' estouravam com profusão. Este brinde chinês obriga a emborcar a taça de um golpe, sem deixar uma gota. O velho marechal Chu Teh, defronte a mim, enchia seu copinho com freqüência e com seu grande sorriso camponês me incitava a cada momento a um novo brinde. No final do almoço aproveitei um momento de distração do antigo estrategista para provar um trago de sua garrafa de vodca. Minhas suspeitas se confirmaram ao comprovar que o marechal tinha tomado água pura durante o almoço enquanto eu lançava às entranhas grandes quantidades de fogo líquido.


Ao que não se sujeita um diplomata...

Juca Kfouri, sobre a final da Copa do Brasil

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Passadas as emoções, a sensatez de Juca Kfouri:

"Escrevi ontem que aparentemente houve pênalti de Magrão em Acosta.

Fosse eu o árbitro e teria marcado a falta.

E hoje estaria arrependido...

Depois de ver o lance dezenas de vezes, calmamente, de todos os ângulos com as imagens da Globo e da Band, conclui que não houve o toque no atacante corintiano.

E comparar o lance ao de Fábio Costa em Tinga, em 2005, só pode ser brincadeira.

Caros corintianos, aprendamos todos a perder."

(íntegra do post)

Em outro post, o jornalista comenta o lance já falado aqui e que não mereceu qualquer comentário ou ponderação da imprensa ou mesmo dos freqüentadores deste blogue: o chute de Fabinho em Enílton dentro da área.

"Em tempo: é claro que houve erros de arbitragem contra o Corinthians, como, por exemplo, um lance de impedimento mal marcado do Acosta.

Como Carlinhos Bala merecia ser expulso com Saci, embora ele tenha sido discreto e o Mula-Sem-Cabeça tenha sido espalhafatoso.

Mas houve um pênalti em lance sem bola do Fabinho no Enílton, lance que também deveria redundar na expulsão do corintiano..."

O mau perdedor

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Sempre que vejo coletivas de treinadores, sinto o famoso sentimento de “vergonha alheia”. Os repórteres, em geral até com certa e perigosa intimidade com os comandantes de times, fazem somente perguntas caridosas, às vezes quase pedem desculpas por questionar algo mais incisivo.

Na coletiva de Mano Menezes não foi diferente. Claro que somente a imprensa paulista queria escutar o corintiano. Dentre as pérolas do gaúcho, disse que o título do Sport “não foi justo”, acrescentando que “se o Corinthians tivesse vencido por 3 a 0 no Morumbi, perderia pelo mesmo placar aqui”, sugerindo um complô contra a equipe paulista.

Criticou a arbitragem, evitando falar da formação do time, defensiva na melhor das hipóteses, covarde na mais realista. Acusou um “descritério” do árbitro (perdoai-o, Camões!) e disse que era possível contar nos dedos de uma mão as situações em que seu time foi favorecido na Copa do Brasil, o que, para ele, era algo “desparelho” (tá bom, Camões, é complicado perdoar quem quer falar difícil).

Coerente, Menezes desculpou Wellington Saci, que permaneceu 58 segundos em campo antes de pisar em Carlinhos Bala e ser expulso. Claro, toda culpa era da arbitragem. Ele, que viu faltas invertidas, pênalti não marcado, a conspiração em cada grama da Ilha do Retiro, afirmou que não pôde observar o lance da expulsão. Uma falácia, já que foi informado de todas as versões por gente que viu pela TV, como acontece com todos os técnicos.

Mas o que ele não disse é por que colocava um lateral no lugar de uma atacante, no caso, Dentinho, precisando marcar um gol. Eu, que vi a partida, gostaria de saber. Até imagino que fosse para liberar André Santos para o ataque, já que o atleta pouco apareceu em Recife. Mas só imagino. Acho que o torcedor corintiano tinha o direito de saber, ao invés de ser bombardeado com argumentos pueris que só fomentam ainda mais a cultura de nunca admitir a derrota, tão enraizada no torcedor brasileiro. É melhor incitar o ódio elegendo um inimigo externo do que admitir os próprios erros. É mais fácil estimular o emocional do que tentar debater de forma inteligente.

Nelsinho Baptista deu um baile em Mano Menezes. Mudou o time com 25 minutos, alterando a forma de jogar e agredindo (futebolisticamente) o rival. Ao time paulista, restou agredir (fisicamente) o vencedor. O corintiano merecia mais.

PS: a Globo e seus comentaristas formam o consenso. Enquanto o lance de suposto pênalti em Acosta (que nenhum corintiano no gramado reclamou, só o Mano vidente pós-jogo) foi dado como verdade, o também ex-árbitro Renato Marsiglia discordava na Sportv. Afirmou que o goleiro pegou na bola em uma dividida normal. Já o lance de Fabinho, que alavancou um adversário dentro da área e depois o chutou sem bola no mesmo lance, não mereceu sequer um segundo replay na emissora carioca, que ontem era paulista. E assim as "verdades" são construídas...

PS 2: Sport campeão da Copa do Brasil e Fluminense na final da Libertadores. São Paulo percebe que não é o centro do universo. Ainda bem.

Sport campeão da Copa do Brasil

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Comecemos pelo começo. O Sport é campeão da Copa do Brasil. E com todos os méritos. É um grande time e teve mais bola e nervos (principalmente nervos) nos dois jogos da decisão.

Ao Corinthians, faltou Corinthians. Faltou o time buscar o jogo, o ataque, o gol. Não teve bola para acalmar o jogo e pressionar. Entrou obstinado em defender e não rolou. Abdicou do ataque durante o primeiro tempo, atraindo o Leão e buscando um contragolpe. Não funcionou.

O Sport fustigou o primeiro tempo todo, mas só teve uma chance clara no gol de Carlinhos Bala, que joga pra caramba. O Corinthians sentiu o gol e se desorganizou. O segundo, de Luciano Henrique, em chute que pode ir do esquisito ao genial (não vi o bastante para ter certeza), sacramentou, senão a derrota, o fim dos nervos paulistas. O Timão pressionou no final, mas desorganizado.

Não acreditei na derrota, acreditei no segundo tempo, no intervalo, em uma ducha fria nos nervos dos jogadores. Era só fazer um golzinho...

O Corinthians voltou com Lulinha e Acosta no lugar de Diogo Rincón e Carlos Alberto. Aqui, um ponto que me parece fundamental. Rincón, o único meia do time, talvez por estar arrastando uma contusão, não jogava bem. O time se ressentiu de organização no meio e força no contra-ataque.

Nenhuma das alterações resolveria nada disso. Lulinha tem jogado como um falso ponta direita, Acosta é um atacante solto pelo meio. O chutão tornou-se a tônica do time, lembrando o Paulistão. Do lado do Sport, Carlinhos Bala e Luciano Henrique puxavam os contragolpes, sem efeito.

Lá pelos trinta minutos, deixei de acreditar. Mano Menezes tirou Dentinho, em noite pouco inspirada, assim como André Santos, e colocou Saci. O mitológico ser durou pouco, bateu em Carlinhos Bala e foi expulso. Um amigo disse “tá tudo certo: começa perdendo, tem jogador expulso, e é campeão, esse é o normal”.

E aí, eu tirei da raiva a vontade de torcer, de ser campeão de novo. Achei que o time faria o mesmo, mas talvez vontade não seja o que faltou. Herrera ainda perdeu um bom ataque, Acosta sofreu pênalti que o juiz não deu. Mas estava sacramentada a derrota do tima alvinegro.

Depois do apito final, saí da sala e fui para o terraço do apartamento para fugir da comemoração do Sport, dos comentários do pessoal de casa. Acendi um cigarro e tomei minha cerveja ouvindo os fogos de palmeirenses, santistas e são-paulinos. Fumei olhando o vazio e sentindo cada grama de tristeza, cada ponta de raiva, cada centímetro de derrota.

O cigarro acabou e joguei a bituca no telhado vizinho. Fiquei olhando e esperando a brasa se apagar, como a esperança da redenção corintiana.

Nisso, parei. Lembrei de 2007, da draga monumental, de jogos sem gosto, de um catado se fingindo de time do Corinthians. Lembrei do rebaixamento. Lembrei do Paulistão, do time se armando, dos 4 a 0 no Goiás, dos jogos épicos contra o Botafogo. “Até que enfim esse time dá uma alegria pra gente”, ouvi meu pai dizer.

Virei as costas para a brasa ainda ardendo e entrei. À merda os anticorintianos e seus fogos invejosos, ao diabo com o Sport e a Copa do Brasil, que se danem a derrota e a tristeza do momento. Aqui é nóis, aqui é Corinthians!

Caímos para a segundona e recuperamos nossa honra com uma final digna. Mais que isso, com um time digno. Não necessariamente bom, mas com pessoas dignas envergando a camisa alvinegra. Fomos mais longe do que qualquer um esperava no segundo torneio mais importante do país, e não perdemos para ninguém, mas para um time grande numa fase vitoriosa que se confirmou irresistível.

Claro que, uma vez na decisão, eu queria ganhar. E dava pra ganhar. Foi por pouco, faz parte. O Sport fez por merecer, fez mais que nós em campo, paciência.

Perder é triste, mas acontece. Não estou com paciência para ficar me lamuriando. Cabeça erguida e bola pra frente na Série B, que ano que vem a gente volta e dá o troco no Sport e na vizinhança. Corintiano, maloqueiro e sofredor, graças a Deus.

Curtas

- Fico em dúvida se o segundo gol foi falha do Felipe ou não. O chute do cara toma uma trajetória bizarra e ainda tem o Enilton tentando cabecear. Meu pai diz que nunca mais vai confiar no Felipe, que ele não está jogando com vontade, que está com a cabeça numa transferência para a Europa. É possível, mas sinceramente não sei se culpo o cara pelo gol.

- Cada um pode dizer o que quiser, mas eu vi pênalti no Acosta. O goleiro levanta o pé depois que é driblado e acerta o atacante. Mas repito que isso não tira o mérito do Sport, que fez mais que o Corinthians no agregado das duas partidas.

- Carlinhos Bala joga muito, e já acho isso faz um tempo. Luciano Henrique também é bom de bola. Peço desculpas aos torcedores do Sport, mas sofro de um mal que me impede de avaliar de verdade o desempenho de qualquer time contra o Corinthians. Só vejo o alvinegro jogar, não tem jeito...

- Se bem me lembro, só o Corinthians teve textos tão rápidos no Futepoca escritos por adversários não envolvidos no jogo em questão. Faz parte.

- Fica provado mais uma vez que esse lance de recuar e atrair o adversário não funciona, pelo menos não para o Corinthians. Mano Menezes que aprenda a lição.

- Parabéns ao Sport e aos pernambucanos, que vivem começo de ano muito bom. Minha parte analista está feliz com o crescimento de times de outros estados do Brasil. Só valoriza o futebol como um todo. Mas minha parte analista é bem pequenininha em comparação com minha porção conrintiana...

Parabéns ao Leão do Norte!

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Não sei o que foi mais ridículo, a empolgação do secador ou o nível técnico do jogo. Nunca vi tantas bolas perdidas no meio campo e em saída de jogo, dos dois lados, uma verdadeira pelada. O frango do Felipe é algo para calar a boca de todos (inclusive eu) que falaram do Frangório Ceni na semifinal contra o Horácio. Deplorável. E a falha da defesa no primeiro gol, nem se fala. Sem tirar o mérito do Bala, claro, que deu aquele passinho à frente para se desmarcar e fez o gol.

Nem as falhas da arbitragem contra o Corinthians justificam revolta, pois o time deveria ter decidido na bola. De fato, o amarelo para Durval na falta em Herrera ficou barato, pois a bola estava lá do outro lado e o cara agrediu deliberadamente. A expulsão do Wellington Saci foi justa (aliás, foi pouco pelo tamanho da estupidez), mas o Carlinhos Bala deveria ter sido expulso junto. No finalzinho do jogo, foi pênalti no Acosta, mas mesmo sendo "de lei" não mereceu, pois ele perdeu o gol mais feito da partida. Parênteses nas falhas da arbitragem para o segundo gol mais feito da partida, perdido pelo Herrera, que jogou a bola na lua depois de receber excelente passe do Lulinha e limpar o zagueiro razoável facilidade. O próprio Lulinha perdeu gol na cara também. Voltando aos erros, a expulsão do Wilson foi ridícula, nenhum lance que justificasse. Que se desconte a expulsão do Fabinho, que essa sim deveria ter acontecido.

O Corinthians chegou longe demais? Pode ser, ninguém esperava, ninguém. Diante do momento que o time vive, de sair do fundo do poço, foi um salto, de causar inveja. Mas a resposta não deixa de ser cômoda, pois o fato é que dava pra ter ganhado o jogo, e o Sport era tão ruim quanto o Timão. Tinha a torcida nesta final, que vaiou forte, mas infelizmente o jogo foi decidido no erro, não na qualidade. Em todo caso, pela fase do time recifense, o resultado faz todo sentido. E está consumado, o Sport é campeão, com muito mérito e glória, um título pra lá de merecido.

Parabéns ao Leão do Norte, insuperável na Ilha do Retiro.

Sport campeão. Nelsinho é o cara. Carlinhos Bala resolve

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Nelsinho Batista calou o Futepoca. Calou a minha boca. E o Sport é campeão da Copa do Brasil.

Com um 2 a 0 construído em três minutos, dos 35 aos 38 do primeiro tempo, o Sport de Recife resolveu a fatura. Carlinhos Bala e seu penteado ímpar abriram o placar. Luciano Henrique, o camisa 10, finalizou. Nas palavras do cara, o time de Recife jogou com o regulamento na mão.

Já o Corinthians não jogou. Pior, apelou. Fez-se de timeco, timinho. Tanto que teve dois expulsos. Felipe, o goleiro, tomou um frangaço no segundo gol.

O Sport que eliminou o Palmeiras, o Internacional de Porto Alegre e o Vasco. Agora, levanta o caneco.

Vai Nelsinho!

Foto: Nelsinhobatista.com.br

Na foto, Nelsinho em 2007, então
recém-chegado ao Parque São Jorge


Temo pela saúde do técnico que comandava o Corinthians na data do rebaixamento e na derrota da final da Copa do Brasil. Mas ele diz que o trabalho no clube pernambucano é reconhecido e que ele não sai agora. Carece culhão pra mexer no time no primeiro tempo, quando ainda estava zero a zero. Deu certo, ó?

A minha secagem
Para estudo das próximas gerações de arqueólogos e supersticiosos de plantão, deixo registrada a minha experiência de secador: Honestamente descrente na reviravolta e cético a respeito do Sport, cheguei em casa e comecei a fazer pão. Primeiro, segui a receita de ciabata. Depois , de pao integral. De cara, abri uma garrafa de vinho (R$ 15 na promoção). E só terminei o último gole no apito final. No meio do jogo, fiquei receoso de que isso pudesse ser interpretado como uma espécie de ritual macabro. Mas eu garanto que foi só pra secar.

E você? Como secou o Corinthians?

quarta-feira, junho 11, 2008

É hoje!

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Sport e Corinthians entram em campo hoje para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. Depois de vitória por 3 a 1 no Morumbi, na última quarta-feira, o Timão poder perder por um gol de diferença que será campeão. O Sport leva se fizer 2 a 0 (pelo gol marcado fora) ou se fizer três gols de diferença. Novo 3 a 1 leva a disputa para os pênaltis.

Falando assim, parece que a coisa é simples. Pois não é, pelo menos para os dois times e seus torcedores.

Para os paulistas, é a chance antecipada de gritar “é campeão”, num ano que prometia ser, na melhor das hipóteses, um marasmo, com o acesso para a Série A conquistado sem sustos, e na pior, uma tragédia, se o tal do acesso não viesse ou, como queria o Marcão, o time embicasse rumo à Série C. Chegar a uma decisão, ainda mais da Copa do Brasil, era algo que não passava nem perto das minhas previsões mais torcedoras.

Para os pernambucanos, seria o segundo título nacional, e esse sem contestação de ninguém, já que o primeiro, no Brasileiro de 1987, é reconhecido pela CBF, mas questionado pelo Flamengo e um monte de gente. Além de confirmar uma volta por cima do futebol pernambucano, que tem pelo segundo ano consecutivo dois representantes na elite nacional, e com boa campanha do Náutico nesse começo do Brasileirão.

Além disso, é uma final entre dois “azarões”, que entraram desacreditados e chegaram. No caso do Sport, detonando os dois favoritos de véspera no torneio, Palmeiras e Internacional. E se o Corinthians teve vida mais fácil, passando por Goiás (no sufoco) e São Caetano, a semifinal contra o Botafogo foi para tirar qualquer dúvida de que o time não está ali a toa.

Favorito? Eu não acho que tenha favorito. Mas acho que o Corinthians leva o título, suado. Mas se o Sport levar, será justo, pela bela campanha e, se for o caso, pela virada na final.

E digo mais, antecipando um discurso típico de derrotados, mas que tem um fundo de verdade nesse caso. Ficarei triste se perder, claro, mas o que o time fez até agora, a forma como vem jogando, com entrega, raça e técnica, um futebol pra frente, buscando o gol, com variações táticas e comprometimento dos jogadores e comissão técnica, sintonia com a torcida, tudo isso já me deixou feliz pra caramba.Puxem aí na memória e lembrem de um time do Corinthians com essa característica de um bom jogo coletivo. Faz um bom tempo.

E tudo isso com jogadores que chegaram sem badalação, até desacreditados (vide Herrera), e se envolveram num projeto pessoal e coletivo no Corinthians. Sem parcerias, medalhões, nada. Um Corinthians bem Corinthians, aquele do povo, da raça, da democracia, revolucionário. “Só” isso já aqueceu bastante meu coração torcedor, que vinha sofrendo bastante nos últimos anos. Meu pai, após a classificação contra o Botafogo, desabafou: “Até que enfim esse time dá uma alegria pra gente”. Quem sabe hoje não vem mais uma?

Curtas

- Mano Menezes faz mistério sobre a escalação. A dúvida é se entra Lulinha ou Alessandro na meia direita.

- O Sport deu um chapéu no Timão e colocou apenas 950 ingressos à disposição dos visitantes. Andrés Sanches diz que havia solicitado 3 mil já há dez dias. No entanto, nada tem o mandatário corintiano que reclamar, depois de ter reservado só 1.050 ingressos para os torcedores do Sport no Morumbi. Proporcionalmente, estão melhor os alvinegros. Atitude pequena dos dois presidentes numa grande decisão como essa.

- O Juca Kfouri publicou a tabela abaixo em seu blog relacionando o desempenho do Sport dentro e fora de casa nos últimos jogos da Copa do Brasil. Claro que não tem nada a ver, mas a conincidência é divertida. De minha parte, espero que os pernambucanos mantenham a tendência.


*Alterado às 14h55

Só a Suécia se classificava na segunda rodada em 1958

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Como nem Brasil nem Inglaterra fizeram gols, o vídeo mostra um dos heróis da segunda rodada, o imortal Lev Yashin

No estádio Ullevi, em Gotemburgo, 55 mil pessoas esperavam para ver Brasil e Inglaterra na segunda rodada do grupo IV da Copa do Mundo de 1958. Era um 11 de junho e a nossa seleção havia tido uma bela estréia contra a Áustria, um inconteste 3 a 0. Já os ingleses tinham empatado com a União Soviética em 2 a 2.

Os ingleses foram para a Suécia com uma tragédia na bagagem. Em fevereiro daquele ano, um acidente aéreo vitimou parte da base da seleção, ocasionando a morte de quase toda a equipe do Manchester United, bicampeão inglês das temporadas de 1955-56 e 1956-57 e com média de idade de 24 anos. Ainda assim, o English Team era uma equipe de respeito, primando pelo vigor físico e dona um forte sistema defensivo. O Brasil tentava confirmar a boa impressão da partida de abertura e Feola fazia sua primeira alteração no time. Saía o flamenguista Dida para a entrada do vascaíno Vavá.

Durante os 90 minutos, pelo menos em quatro ocasiões a seleção brasileira chegara com perigo ao gol de McDonald, com uma bola de Vavá na trave, dois arremates de Mazzola, sendo uma cabeçada por cima do goleiro e do travessão, e um tiro de fora da área de Dino Sani. O detalhe interessante é que o centroavante cruzmaltino jogou fora de posição, preenchendo a meia-esquerda e, mesmo assim, saindo-se melhor que Dida.

Sobre essa partida, Zagallo conta uma passagem curiosa. "O lateral que me marcava, falava comigo e apontava para o placar. E eu não entendendo nada. Depois que eu fiquei sabendo: o 0 a 0 classifica os dois. Então ele pedia para não correr muito." O inglês, como mostraria a partida desempate entre União Soviética e Inglaterra mais à frente, estava errado na sua ponderação. Ou tentava enganar o velho Lobo.

Ainda que tenha sido melhor durante todos os 90 minutos, o Brasil sofreu com alguns contra-ataques, o que deu um clima de apreensão à partida. Uma peleja com duas equipes guerreiras, mas leais. Ao fim, o 0 a 0 foi melhor para o escrete da Rainha, que passou a maior parte do tempo se defendendo. Porém, a produção ofensiva não agradou o treinador Vicente Feola, que começava a arquitetar o time que seria talvez a melhor seleção nacional da História.

Só a Suécia classificada
Pelo grupo do Brasil, a União Soviética superou a Áustria por 2 a 0, um gol em cada tempo. O lendário arqueiro Yashin defendeu uma penalidade quando o jogo estava um a zero e assegurou a vitória vermelha. O grupo I teve uma emocionante partida onde a Tchecoslováquia, que mostrou um ataque insinuante, marcou 2 a 0 na Alemanha ainda na primeira etapa. Mas os campeões do mundo reagiram e empataram, garantindo um 2 a 2 ao fim. Ainda pelo mesmo grupo, a Argentina venceu a Irlanda do Norte por 3 a 1.

No grupo II, a Suécia derrotou a Hungria por 2 a 1 e os nórdicos foram os únicos a conseguir duas vitórias seguidas, assegurando a classificação para as oitavas. Já os galeses eram surpreendidos pelo México em um empate por 1 a 1, com o zagueiro Romo anulando a principal arma do País de Gales, o centroavante John Charles.

A França não repetiu a espetacular goleada da estréia e sucumbiu diante da Iugoslávia, no grupo III, por 3 a 2. Em um jogo disputado, no qual a garra guarani prevaleceu sobre a melhor técnica do rival, o Paraguai derrotou a Escócia pelo mesmo placar da outra partida do grupo.

"Termina o prélio com o placar acusando 0 a 0"

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Dando seqüência às postagens das locuções de jogos da Copa de 1958, com material da Rádio Panamericana de São Paulo, lançado na época em disco de vinil, trazemos hoje trechos da partida entre Brasil e Inglaterra, disputada em 11 de junho daquele ano. O empate, único da campanha brasileira na Suécia, deixou em nossa torcida uma impressão de dever não totalmente cumprido. Afinal, os ingleses são os inventores do futebol e não vencer o arrogante English Team foi uma espécie de caroço na garganta do "complexo de vira-latas" tupiniquim.

Tanto que, em maio de 1959, a Inglaterra veio ao Maracanã para uma espécie de "amistoso-desagravo", como se o título mundial do ano anterior precisasse da chancela de uma vitória sobre eles - o que de fato ocorreu, 2 a 0, com uma atuação estupenda de Julinho Botelho, que entrou em campo sob vaia monumental, por estar substituindo Garrincha, e, depois de dar o passe para o primeiro gol e marcar o segundo, foi aplaudido de pé pelas milhares de pessoas que lotavam o estádio.

No zero a zero de junho de 1958 o Brasil também dominou o jogo, mas perdeu várias chances claras de gol, principalmente com o centroavante Mazola (titular até então). Num programa de 1974 que a TV Cultura reprisou outro dia, o próprio técnico Vicente Feola revelava que Mazola perdeu lugar no time nessa partida. Consta que sua contratação pelo Milan foi selada durante a Copa, deixando o então palmeirense, de 19 anos, meio "desligado".

Autor de dois gols contra a Áustria, na estréia, Mazola ainda teria outra chance contra o País de Gales, nas quartas-de-final, pois Vavá havia se contundido contra a União Soviética. O incrível é que, nesse jogo, ele marcou um golaço de meia-bicicleta (ou "puxeta"), da altura da meia-lua, mas o juiz anulou inexplicavelmente. Acabava a Copa para Mazola, que, além do Milan, jogou pelo Napoli, Juventus e os suiços Chiasso e Mendrisio Star. Já naturazilado e rebatizado como Altafini, disputaria a Copa de 1962 pela Itália.

Sobre o confronto com a Inglaterra na Copa da Suécia, vale destacar também que o goleiro McDonald (na foto acima, tirando bola da cabeça de Vavá) teve brilhante atuação contra os brasileiros, bem como Gilmar dos Santos Neves em nossa retaguarda. Ouça abaixo trechos do empate sem gols no jogo disputado há exatos 50 anos na Suécia. Curioso é que, das cinco Copas que ganhamos, cruzamos com a Inglaterra em quatro delas: 1958 (0x0), 1962 (3x1), 1970 (1x0) e 2002 (2x1). Freguesia é isso aí...


Se não abrir, clique aqui.

Abaixo, a ficha técnica.

BRASIL 0 X 0 INGLATERRA

Data: 11/junho/1958
Local: Nya Ullevi, em Gotemburgo;
Árbitro: Albert Dusch (ALE);

BRASIL: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazola, Vavá e Zagallo. Técnico: Vicente Feola;

INGLATERRA: McDonald; Howe e Banks; Clamp, Wright e Slater; Douglas, Robson, Kevan, Haynes e A'Court. Técnico: Walter Winterbottom.



Trabalhando para o jornal TodoDia, de Americana (SP), entrevistei Mazola em1997, em Piracicaba (sua terra natal), num jogo festivo na Goodyear

terça-feira, junho 10, 2008

Tipos de cerveja 11 - As Imperial/ Double IPA

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A Imperial India Pale Ale (IPA) e a Double IPA são tipos recentes de cerveja. Acredita-se que tiveram origem no Festival de Cerveja de Oregon, nos Estados Unidos, em 1996, quando foi apresentada a Rogue IPA. O estilo demorou algum tempo a se impor, mas, na virada para o novo milênio, tornou-se extremamente popular na Europa, com dezenas de novos exemplares, muito apreciados pelos conhecedores de cerveja. A Double é ligeiramente mais escura e encorpada que a IPA original, devido ao uso de malte em maiores quantidades. "Isso se explicando pela necessidade de equilibrar a cerveja que possui, em geral, quantidades quase absurdas de lúpulo. Tal dá-lhe um carácter amargo e refrescante, fatores que ajudam a encobrir o volume de álcool que pode variar entre os 7,5% e os 10%", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Há exemplares conhecidos por Extra IPA ou Extreme IPA. Para experimentar: Three Floyds Dreadnaught Imperial IPA (foto), Norrebro Bryghus North Bridge Extreme e Stone Ruination IPA.

Lula comemora guerra do Paraguai, depois recebe Nicanor Duarte

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A secretaria de comunicação da Presidência da República distribuiu uma prévia da agenda do presidente Lula com uma seqüência de atividades que representa, no mínimo, uma gafe nas relações com o Paraguai. Uma atividade comemora o aniversário de uma batalha na guerra contra o país no século XIX, e outra celebra a visita do atual mandatário da nação vizinha.

Às 16h desta quarta-feira, 11, está prevista uma comemoração pelos 143 anos da Batalha de Riachuelo, no Grupamento de Fuzileiros Navais. O conflito naval foi travado às margens do rio de mesmo nome, durante a Guerra do Paraguai, em 11 de junho de 1865.

Reprodução

Reprodução de Batalha naval de Riachuelo, de Victor Meireles,
do acervo do Museu de História Nacional do Rio de Janeiro


Quatro horas depois, às 20h, Lula recebe o presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos. O mandato de Duarte tem apenas mais dois meses, já que Fernando Lugo foi eleito em maio e deve assumir em 15 de agosto. Mas ele ainda está no cargo.

A prova está na agenda distribuída pela página da Presidência na internet. Clique aqui.

Foto: Ricardo Stuckert/Pr
1910RS004.jpg
Presidente Lula cumprimenta o presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, durante
atividades da 17ª Cúpula Ibero-Americana, em novembro de 2007
: "Passa lá, em Brasília,
qualquer dia desses."


Bem feio
Os paraguaios chamam o conflito: Guerra Contra la Triple Alianza ou Guerra Grande. Atualmente historiadores apontam a influência britânica no conflito, praticamente o último em que o Brasil se envolveu nacionalmente – pelo menos como ator principal. Uma visão paraguaia sobre o conflito está aqui. O governo Duarte nem ficou sabendo. Ainda.

Há dez anos, direto do túnel do tempo

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No dia 10 de junho de 1998, uma quarta-feira, a bendita Copa do Mundo da França fez com que toda a redação do jornal O Povo, de Fortaleza (CE), fosse dispensada para assistir a estréia do Brasil contra a Escócia. Uma repórter amiga minha, Alessandra Araújo, fazia aniversário na ocasião. Fomos para um buteco no Benfica, bairro estudantil e boêmio da capital cearense, muito mais para comemorar o aniversário do que para ver o jogo.
Sorte nossa, pois o lugar era milimétrico e o máximo que conseguimos nos aproximar da entrada do bar foi a uns 20 metros, em pé, na rua. Toda hora alguém gritava e, para nós, a impressão era a de que estava uns 4 a 4 ou coisa do gênero. Ninguém se entendia ou sabia dizer, com certeza, o que estava acontecendo no jogo. Daí, como nenhum de nós fazia questão de torcer para a seleção brasileira, andamos uma quadra e meia e encostamos perto de um ambulante que vendia cerveja mais barata - e mais rápida. Depois de muito tempo, já escurecendo, alguém se lembrou da partida. Passou um bêbado e eu perguntei o placar. "-O Brasil perdeu. Gol contra do Cafu!", sentenciou o manguaça. Daí passou outro torcedor e disse que a seleção tinha vencido por 1 a 0. Precisamos voltar ao bar para descobrir que o (estranho) gol tinha sido mesmo a favor. Informação de cachaceiro, só bêbado para acreditar...

segunda-feira, junho 09, 2008

O grande jogo da Euro

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Acabou há pouco uma grande partida de futebol. A Holanda massacrou a Itália na primeira rodada da Eurocopa, o torneio de futebol mais importante do ano, por 3 a 0. E não foi porque os campeões mundiais jogaram mal. Na verdade, o jogo merecia ter acabado uns 4 ou 5 a 2, tantas foram as chances perdidas. Até agora é o grande jogo da competição.

Merecem nota ainda Portugal e Alemanha, por vencerem bem seus jogos de estréia. Mas até aí, nada de novo.

Corinthians e os combustíveis das revoluções

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Jesus Carlos, o fotógrafo, envia uma foto para deleite dos corintianos. Pelo menos aos revolucionários.



Diz ele:

Anselmo e moçada do Futepoca,
aí vai uma colaboração para este grande blogue.
- Estamos de volta! Nesta semana, daremos o grande grito de guerra da Nação Corinthiana em pleno coração da cidade de Recife. Porém, desculpe-me as outras torcidas e olhem bem para a foto acima. Vejam que ser Corinthians, é mais do que uma bola em campo. Adelante Corinthians!!!
Saludos indígenas,
Jesus
Será que os corintianos do Futepoca já estão de ressaca na comemoração antecipada do título? Será que o motivo da ressaca é o terceiro combustível

"Mercadoria verde-amarela no barbante austríaco"

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Complementando o texto abaixo, do Glauco, inicio aqui a série de postagens das transmissões de rádio dos jogos do Brasil na Copa da Suécia, em 1958. As raridades vêm do LP "Brasil!!! Na Copa do Mundo", da antiga Odeon, presenteado ao Futepoca por Alessandro Mendes dos Reis, dono da livraria/ sebo Leitura & Arte, que fica na rua Fradique Coutinho, 398, em Pinheiros, São Paulo (ao lado do Bar do Vavá), telefone (11) 3081-4365.

Nas transmissões da Rádio Panamericana, da capital paulista, a narração é de Estevam Sangirardi, que costura as locuções de Geraldo José de Almeida e Waldir Amaral. Na estréia, como descreveu o Glauco, o Brasil bateu a Áustria por 3 a 0. O time tinha Dino Sani, Dida, Mazola (foto) e Joel, que perderiam suas vagas para Zito, Pelé, Vavá e Garrincha. Consta que Pelé só não começou a Copa como titular por estar machucado e Garrincha, fora de forma. E más atuações de Dino e Mazola contra a Inglaterra, no jogo seguinte, fariam Feola dar chance a Zito e Vavá, que seguiriam até a final. Na estréia, porém, Mazola fez dois gols.

Ouça aqui trechos da locução de Brasil x Áustria, com pérolas como "mercadoria verde-amarela no barbante austríaco", para descrever um dos gols. Nossos agradecimentos a Luciano Tasso, que emprestou sua vitrola, e Michel Lopes, que fez os cortes e tratou o som nos arquivos de MP3.

Ficha técnica

BRASIL 3 x 0 ÁUSTRIA

Data: 08/junho/1958;
Local: Rimnersvallen, em Uddevalla, Suécia;
Árbitro: Maurice Guigue (FRA);
Assistentes: Jan Bronkhorst (HOL) e Albert Dusch (ALE);
Público: 25.000;

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Dino Sani e Didi; Joel, Mazola, Dida e Zagallo. Técnico: Vicente Feola;

Áustria: Szanwald; Halla, Swoboda e Hanappi; Happel e Koller; Horak, Senekowitsch, Buzek, Alfred Körner e Schleger. Técnico: Karl Argauer;

Gols: Mazola (38), Nilton Santos (49) e Mazola (89).

domingo, junho 08, 2008

Há 50 anos, começava a se erguer um gigante

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Há 50 anos, em um dia 8 de junho, acontecia a primeira rodada da Copa do Mundo de 1958. Àquela época, diferentemente do que acontece hoje, todas as 16 equipes que participavam do torneio estrearam no mesmo dia. Antes, 53 países se inscreveram para chegar à Suécia, mas seis desistiram.

Já estavam classificadas a Suécia, sede da competição, e Alemanha, campeã em 1954. Além delas, nove seleções saíram da Europa, três da América do Sul, uma da América do Norte e Central e mais uma do grupo da Ásia e África.

Curiosa foi a classificação deste último grupo. Turquia, Indonésia, Sudão e Egito se recusaram a jogar em Tel-Aviv, contra Israel. Como não se permitia que uma seleção chegasse à Copa do Mundo sem ao menos ter vencido uma partida, houve um sorteio entre os nove segundos colocados da Europa. País de Gales teve sorte e superou os israelenses por 2 a 0 duas vezes, indo à Suécia.

Assim, estavam formados quatro grupos de quatro seleções cada. O I, com a campeão mundial Alemanha Ocidental, Argentina, a extinta Tchecoslováquia e Irlanda do Norte. Já o II era composto por França, Paraguai, a então unida Iugoslávia e Escócia. A dona da casa estava no no III, junto com México, Hungria e País de Gales. O Brasil estava no IV, sede em Gotemburgo, e tinha Áustria, União Soviética e Inglaterra.

A estréia do Brasil

O Brasil estreou contra a Áustria, em Udevalla (vídeo acima). O time titular naquela ocasião era Gilmar (, De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Dino e Didi; Joel, Mazzola, Dida e Zagallo. A seleção de Vicente Feola jogava no 4-2-4, embora variasse para o 4-3-3 com o recuo do ponta-esquerda Zagallo para fechar o meio.

A Áustria, que havia derrotado Holanda e Luxemburgo nas eliminatórias, ostentava o terceiro lugar conquistado na Copa de 1954. Os primeiros vinte minutos da partida foram de equilíbrio, mas a seleção verde-e-amarela começou a tomar conta da situação na segunda metade do primeiro tempo. Assim, Mazzola chegou ao primeiro tento aos 38 minutos. No segundo tempo, o domínio brasileiro prosseguiu, e Nilton Santos, aos 6, praticamente assegurou a vitória. Com 2 a 0, Didi, Joel e Zagallo passaram a atuar na intermediária, buscando os contra-ataques com Dida e Mazzola. E foi de novo este que marcou aos 44, dando números finais à partida.

Segundo a revista Gazeta Esportiva Ilustrada, base deste e de outros posts futuros sobre a Copa de 1958, o time teve boas atuações de todos, sobrando críticas somente a Dino Sani e Dida. Gilmar, de acordo com a publicação, foi "a figura de proa do conjunto. Fez algumas intervenções notáveis que arrancaram aplausos da assistência". Já Didi foi tido como o "melhor dos atacantes e mola de nossa vitória."

As outras partidas

Pelo grupo do Brasil, Inglaterra e União Soviética empataram por 2 a 2. Pelo grupo I, embora campeã do mundo, a Alemanha enfrentava a desconfiança geral, enquanto seu primeiro adversário, a Argentina, chegava como um dos favoritos ao título. Domínio portenho, mas sem envolver os germânicos: 3 a 1 para os europeus. Ainda pelo grupo I, a Irlanda do Norte derrotou a Tchecoslováquia por 1 a 0.

No grupo III, os donos da casa venceram com facilidade o México, à época um país risível em termos futebolísticos. Na outra peleja do grupo, a Hungria não demonstrava nada da "máquina de jogar futebol" de 1954, em função da aposentadoria de alguns atletas e de outros que haviam abandonado o país por conta da invasão soviética em 1956, caso de Ferenc Puskas. Resultado, um fraco 1 a 1 contra País de Gales.

Pelo grupo III, Iugoslávia e Escócia não passaram de 1 a 1, enquanto a França superou o Paraguai por 7 a 3, com o início da escalada de Just Fontaine, autor de três tentos.

Santos: mais do mesmo

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Estréia de Cuca, um péssimo primeiro tempo do time santista, talvez um dos piores do semestre (feito digno de nota). Já na segunda etapa, Wesley é expulso de forma injusta, em sua primeira falta no jogo. Curiosamente, o time começou a atuar melhor, e finalmente ameaçou o gol do Vitória.

Em relação à equipe de Leão, o novo treinador peixeiro colocou Fabão no banco e promoveu Domingos. Com a ausência de Marcinho Guerreiro, suspenso pelo terceiro amarelo em quatro partidas, o esforçado e menos técnico (por incrível que pareça) Adriano ganhou vaga na equipe titular. Lima também deu lugar a Tabata, com Wesley indo para o ataque.

Embora a intenção de Cuca fosse que os dois meias Molina e Tabata jogassem pelas pontas e também se aproximassem dos atacantes, ambos tiveram atuação sofrível. O nipo-brasileiro foi sacado aos 31 minutos de partida, substituído por Lima, enquanto o ainda mais inoperante colombiano resistiu até os 11 do segundo tempo, saindo para a entrada de Quiñonez.

E não é que o equatoriano deu outro ritmo ao jogo? Combinou várias jogadas com Lima pela esquerda e chegou perigosamente ao ataque. O fato de Quiñonez modificar o panorama da partida mostra não somente a fragilidade do Vitória como também o quão mal está Molina.

Cuca fez, aos 41, outra substituição usual de Leão e também utilizada por Márcio Fernandes: a entrada de Thiago Luis. De novo, o garoto não fez muita coisa. Claro que o técnico deve dar uma feição diferente à equipe nas próximas semanas, mas o Alvinegro continuará sofrendo com um elenco fraco em opções e com dois dos seus melhores atletas, Kléber e Rodrigo Souto, jogando mal há tempos, talvez por conta de transações não-realizadas com o exterior. O treinador terá que utilizar todo seu dom de agregador e psicólogo para fazer o Peixe engrenar.

Nelsinho Batista vence Luxemburgo mais uma vez. E por 2 a 0

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A troça ficou fácil.

Dos 30 jogos entre os treinadores, Nelsinho Batista ganhou 10, contra oito vitórias de Luxemburgo. Houve 13 empates. E olha que em fases de mata-mata, há empate, com três classificações para cada lado.

O Sport é um time de marcação forte. Pelo menos contra o Palmeiras. Assim a galhofa fica muito facilitada. Os 2 a 0 do mistão do Sport de Recife sobre o Palmeiras na Ilha do Retiro neste domingo teve até cantoria dos rubro-negros: "um, dois, três, o Luxa é freguês".

Que desagradável.

Pelo menos não podem dizer que o Verdão o seja, já que os paulistas têm, no histórico do confronto, duas vezes mais vitórias. Tanto no geral, quanto nos campeonatos brasileiros.

No jogo
O time da casa jogou melhor. Sem Kléber, Martinez (suspensos) e Henrique na seleção do Dunga, o time não foi bem. Valdívia e Diego Souza estiveram apagados (e o Diego pôs um chutaço na trave). Denílson e Alex Mineiro não funcionaram. É por isso que o Kléber, por mais sem-noção que seja, continua titular.

O time da camisa verde-limão-siciliano precisa jogar mais bola.

E aguentar os alvinegros paulistanos.

Mais desagradável ainda.

P.S.: As três classificações de escretes dirigidas por Nelsinho diante de times comandados por Luxemburgo não eram finais. Já os três feitos computados ao treinador dos ternos importados e gravatas amarelas em fases "mata-mata" foram finais de campeonato. Ou seja, Luxemburgo só passa do rival se as partidas valerem o título. Se for antes, Nelsinho é que se dá bem. A lista das partidas desatualizada (faltam os dois últimos e trágicos jogos deste ano) estão aqui.

sábado, junho 07, 2008

Aproveitando o momento

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Uma série de motivos me fez deixar de escrever sobre o São Paulo aqui no Futepoca nos últimos dias. A derrota para o Fluminense foi o mais importante, a série de empates no Brasileiro não ajudou, a invejinha ao assistir o Corinthians e o algoz Fluminense avançando nas competições acabou de vez com a motivação.

Além disso, palpitar sobre o time no começo de um campeonato longo, de pontos corridos, é pedir para errar a avaliação. Ano passado Marcão e eu detonamos o time no início do Brasileiro e deu no que deu. Bom, melhor errar assim do que apostar no tradicional cavalo paraguaio, também conhecido como Botafogo.

Por isso, eu não ia escrever nada específico sobre a vitória do São Paulo sobre o Atlético-MG. Ela não significa nada sobre o desempenho do time no campeonato todo.

Maaaaaas....



André Dias mudou tudo! Nosso ilustre torcedor atleticano, integrante deste blog, jurou que iria ao Morumbi neste sábado só para conferir de perto o desempenho do zagueiro grosso como volante. Na sexta a imprensa noticiou que André Dias iria ao gramado deslocado, por conta da escassez de volantes no time (aliás, está praticamente confirmado: Richarlysson fora é reforço).

Até eu esperava um fracasso, claro. Mas não é que o André fez um golaço??? Não sei se jogou bem, já que o jogo não passou nem na TV a cabo. E não importa, nesse momento o que vale é a piada. André Dias é craque!!!

E tenho que aproveitar, que ultimamente não tenho tido oportunidade de fazer muitas.

Uma Venezuela em ascensão

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Claro que perder para a Venezuela no futebol, em se tratando de uma seleção pentacampeã como o Brasil, não deixa de ser vexatório. Mas o fato é que a equipe do país de Hugo Chávez vem mostrando uma evolução grande desde o final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Antes um mero saco de pancadas, agora os atletas locais começam a mostrar que a lanterna sul-americana é coisa do passado.

O esporte mais popular do planeta perde para o beisebol e o basquete no país, competindo com o ciclismo e o boxe na preferência dos venezuelanos, o que talvez explique o desempenho pífio da seleção ao longo da história. Até as eliminatórias para a Copa do Japão/Coréia do Sul, a equipe tinha vencido somente duas partidas na competição: contra a Bolívia em 1981 (1 a 0) e contra o Equador em 1993 (2 a 1). Em 1998, primeira edição disputada em pontos corridos, o time ficou em último, com três pontos, resultado repetido em todas as edições anteriores.

No entanto, nas cinco últimas rodadas da fase eliminatória para 2002, os venezuelanos ganharam quatro partidas, perdendo para o Brasil de Felipão na última rodada (não se esqueçam que muitos torcedores temeram a Venezuela antes do embate). Naquele torneio, a Venezuela protagonizou uma das maiores zebras das eliminatórias sul-americanas, vencendo o Uruguai por 2 a 0 em San Cristóbal. Depois, derrotou o Chile pelo mesmo placar, em Santiago; venceu o Peru em casa, por 3 a 0 e superou o Paraguai por 3 a 1. Em cada um desses jogos, a Venezuela conseguiu um resultado histórico.

Terminou pela primeira vez uma eliminatória fora da lanterna (que ficou com o Chile), obtendo 16 pontos e cinco vitórias (venceu também a Bolívia por 4 a 2). Já nas eliminatórias de 2006, conquistou cinco vitórias e três empates, com destaque para a partida contra a Colômbia, vencendo na casa do adversário, e um fantástico 3 a 0 contra o Uruguai em Montevidéu.

Depois de conseguir pela primeira vez passar para a segunda fase da Copa América, em 2007, nas atuais eliminatórias os venezuelanos já venceram o Equador, fora de casa, por 1 a 0, e superaram a Bolívia em um empolgante 5 a 3. Estão em quinto lugar, o que lhes daria o direito de disputar uma vaga para a Copa do Mundo contra uma equipe da Concacaf. Será que é dessa vez que a Venezuela irá para o Mundial?

*****

Não é só no futebol que a Venezuela tem surpreendido. No vôlei, pela primeira vez irão às Olimpíadas. Em dose dupla! O masculino, após a histórica vitória contra o Brasil de Bernardinho no Pan de 2003, venceu a Argentina na casa do rival para assegurar sua vaga. Já as meninas selaram sua classificação contra o Peru, uma das seleções mais tradicionais do continente.

*****

Não é possível mensurar ao certo se a evolução no futebol tem relação com os investimentos do governo de Hugo Chávez. Mas o fato é que tem sido feito um esforço para massificar a prática esportiva nas escolas e treinadores estrangeiros chegam para preparar atletas, como é o caso do brasileiro Ricardo Navajas, do vôlei. Para se ter uma idéia, em 2006, os investimentos na área foram de US$ 510 milhões, além de terem sido gastos US$ 700 milhões para financiar as obras da Copa América de 2007.

Dunga faz história

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Só para não passar batido, Dunga entrou para história por ter dirigido a seleção brasileira na primeira derrota para a Venezuela, por 2 a 0, ontem nos Estados Unidos.

O melhor comentário foi o da minha companheira de partidas de futebol, Simone, que disse que parecia uma "pelada lá no Atuba" (bairro na divisa entre das cidades de Curitiba e Colombo, no Paraná).

Depois de ganhar sem brilho do Canadá, perder para gloriosa Venezuela nesses amistosos caça-níqueis nos Estados Unidos (resisti ao trocadilho do caça-Nike), resta agora torcer para não ter vexame contra Paraguai e Argentina na eliminatórias.

Se bem que assalta a dúvida se não vale torcer contra para o Dunga cair.

Mas como já aprendi que do ruim só vem o pior, vou torcer para a gente ganhar logo os jogos e garantir a vaga na Copa da África do Sul.

Depois começa o movimento Fora, Dunga!

Ensaio fotográfico causa polêmica no Coritiba

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Um ensaio com a modelo Suzana Pittelli no estádio Couto Pereira vem causando polêmica no Coritiba. A sessão de fotos foi feita no dia 7 de maio, mas só após a publicação na revista Área Brasil, onde a moça veste e despe o uniforme do time da capital paranaense, que o presidente do clube alega ter tomado conhecimento da realização do trabalho.

O mandatário alviverde Jair Cirino dos Santos assegura que não soube do ensaio e que não teria permitido a sessão caso tomasse conhecimento. Ele diz que estádio do clube só pode ser usado para atividades esportivas.

No entanto, o editorial da publicação agradece ao Departamento de Comunicação e Marketing do Coritiba. Já a gaúcha Suzana Pitelli, gremista, é taxativa quando fala sobre uma possível punição a algum funcionário do Coxa. “Se fosse demitir alguém, tinha que demitir a diretoria todinha. Toda, toda. Tinha muita gente lá, mais de 20. Quem não gosta de futebol e mulher? Fala sério.”

Eduardo Jaime, diretor de marketing do Coritiba, se defende, dizendo que é difícil ficar sabendo de tudo que acontece no clube. “Os diretores são eleitos e todos eles têm uma vida profissional ativa. Muito ativa, aliás.” Ele fez questão de ressaltar que o problema estaria resolvido e novas “falhas de comunicação” não vão ocorrer mais.

O Coxa garante ter identificado o responsável pela liberação do estádio, mas não revelou o nome do dito cujo. Piada corrente na capital paranaense relaciona a proibição de cervejas nos estádios do Brasileirão e o ensaio da modelo no Couto Pereira: “já proibiram a loira gelada, agora querem proibir a loira pelada.”

sexta-feira, junho 06, 2008

Maldade: Mauaense goleou seleção paraolímpica

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Quando li essa notícia quase não acreditei: em abril de 2006, o Grêmio Mauaense (que hoje disputa a quarta divisão do Campeonato Paulista) recebeu para um jogo-treino a seleção paraolímpica! Para cúmulo da maldade, ainda goleou os portadores de deficiência por 7 a 1! Não contente, João Ricardo, técnico da equipe de Mauá na ocasião, cometeu a seguinte gafe: "O importante não foi o placar, mas a movimentação dos atletas" (sendo que, entre os adversários, tinha gente que não se movimentava direito). Gaúcho, o treinador da seleção paraolímpica naquele tempo, foi sincero: "Começamos bem a partida, mas os jogadores ficaram perdidos". E isso porque, ao dar o pontapé inicial da partida, o prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), ainda tentou salvar a situação: "Tudo vai dar certo!", exclamou, querendo dizer, na verdade: "Seja o que Deus quiser!". Inacreditável...

Cigarro de palha chupinhou gibi do Tex

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Convidado para uma festa junina, decidi comprar um maço de cigarro de palha. Encontrei um tal de Palheiros de Piracanjuba, goiano, forte pra diabo. Mas até que vai bem com cerveja. O bizarro é que, fuçando sobre esse treco na infernet, descobri que o dono da fábrica foi processado por usar, na embalagem, um desenho do personagem de história em quadrinhos Tex Willer, sem permissão (veja a embalagem à esquerda e a capa do gibi chupinhado à direita). A italiana SBE (Sergio Bonelli Editore), que detém os direitos do personagem criado em 1948 por G.L. Bonelli e Aurelio Galeppini, ficou sabendo da mutreta e acionou a justiça brasileira por intermédio do escritório Schneider, Baleche & Prado, de Curitiba. Resultado: a Palheiros de Piracanjuba mandou publicar uma nota num jornal dizendo o seguinte: "Antônio Elias Daher - Palheiros de Piracanjuba, comunica que utilizou no frontispício de sua embalagem a imagem do personagem TEX WILLER sem consentimento dos editores Sergio Bonelli Editore e Mythos Editora, e alterou a embalagem, sem essa imagem, cumprindo acordo extra judicial entre as partes". Que beleza!

LDU confirma bom momento equatoriano

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Ao despachar o América, a Liga Deportiva Universitária de Quito - que aqui costumamos abreviar como LDU, mas no Equador é grafada como LDUQ - avançou à sua primeira final de Libertadores. E levou o país de volta à decisão do principal torneio interclubes sul-americano depois de 10 anos.

Em 1998, o Barcelona de Guayaquil fez a final da Libertadores com o Vasco. Aliás, há uma série de coincidências entre a final de 1998 e a de agora. É um equatoriano contra um brasileiro; mais precisamente, um equatoriano contra um carioca; e é uma decisão composta por dois times que nunca venceram o torneio.

Ainda nesse sentido, cabe uma comparação interessante. Na Europa, o último campeão inédito foi o Borussia Dortmund, em... 1997! Esse ano o Chelsea quase repetiu o feito, mas ficou no quase. De lá pra cá, a América do Sul viu campeões inéditos em 1998, 1999, 2004, 2006 e verá de novo em 2008. E com três decisões entre "calouros" - além dos já citados Vasco x Barcelona e Fluminense x LDU, houve também o Palmeiras x Deportivo Cáli de 1999.

Mas retomando: a chegada à decisão premia um bom momento que a LDU vive nos últimos anos. Não sei como o time se portou nos campeonatos locais, mas me termos de Libertadores é fato que a LDU se tornou a principal referência equatoriana. Como santista, sei bem; o Santos teve a LDU como adversária em 2004 e 2005. Em 2004, inclusive, imprimiu um sufoco danado ao Santos nas oitavas de final. O Peixe perdeu lá por 4x2, venceu aqui por 2x0 e só avançou nos pênaltis (bons tempos em que não havia a "regra dos gols fora"). O São Paulo também sentiu a força equatoriana: na fase de grupos de 2004, levou 3x0 lá em Quito.

Vale lembrar que entre as seleções o Equador vem se consolidando como a quarta força do continente. Nunca havia disputado uma Copa do Mundo; se classificou em 2002, repetiu a dose em 2006 e é favorito a ter uma das vagas sul-americanas para 2010. Quem sabe um título de Libertadores não é o que o Equador precisa para ser mais respeitado no mundo do futebol?

quinta-feira, junho 05, 2008

O Fluminense sempre fez história

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Pouco antes do início da partida semifinal entre Fluminense e Boca Juniors, o locutor da Sportv, Luis Carlos Junior, perguntou ao ex-atleta e comentarista Junior se aquela era a maior partida da história do Fluminense. Fugindo totalmente do que seria o lugar comum, o rubro-negro respondeu que não sabia, pois o Tricolor era um clube centenário e para afirmar isso era preciso conhecer a fundo a história do Flu.

Nada mais correto. Alguns torcedores acham que não existia futebol antes da Libertadores, que começou a ser disputada em 1960, ou antes do Campeonato Brasileiro, iniciado em 1971. Mas havia. E muitos times faziam história já naquela época, com grandes exibições e dando craques fabulosos para o esporte mais popular do mundo. O Fluminense era uma dessas equipes.

Confesso que, depois das atuações apenas regulares nas oitavas-de-final e do primeiro jogo contra o São Paulo, achei que o Tricolor carioca não tinha a tal “cara de Libertadores” que tanto se fala das equipes que vencem o torneio sul-americano. Mas depois mostrou que possuía não só a feição vencedora, como também tinha aquilo que mais fascina no futebol: talento. Talento para continuar escrevendo sua bela história.

A vitória contra o São Paulo, com um gol no final, já havia sido um feito dramático. O empate com o Boca na Argentina, um belo resultado. Mas pairava a dúvida. Será que o Flu conseguiria repetir a façanha de superar o time argentino na Libertadores, algo só realizado pelo Santos de Pelé em 1963?

O primeiro tempo correu com o Tricolor segurando o jogo, tocando a bola e esperando o Boca. Os argentinos atacavam, mas não com tanto ímpeto, embora tivessem a iniciativa das ações. Riquelme aparecia pouco, e as jogadas portenhas aconteciam pelo lado direito, aproveitando a deficiência de marcação de Ygor e os avanços do ala Gabriel, que ataca bem mas marca mal. Uma chance do Flu, duas do Boca. E 0 a 0 no final da primeira etapa.

As emoções estavam reservadas para o segundo tempo. O Boca marca aos 12, em uma jogada típica. Datolo ginga no lado esquerdo do ataque. Enquanto ele baila, Palermo vai e volta duas vezes e se livra do marcador. E quem marcava o artilheiro era Thiago Neves, mostrando o quão ruim é quando o time recua pra só se defender. A volta de atacantes ou meias para a intermediária desarruma toda a marcação, a não ser que a retranca seja a tônica da equipe, o que não é o caso do Fluminense. A bola vem açucarada e o atacante faz aquilo que sabe fazer.

A partir daí, pensei “mas que time encardido.” Um ensaio de catimba, espaços se abrem para o contra-ataque, o toque consciente dos argentinos... Parecia tudo perdido. Mas Renato Gaúcho colocou Dodô no lugar de Ygor. E ele sofreu uma falta próxima à área. Washington cobrou magistralmente aos 17 minutos. Não deu tempo para o Boca dominar de forma completa a partida.

O visitante encurrala, ataca, mas aos 25 o argentino e torcedor do River Dario Conca domina pela esquerda. Olha pra área e cruza. A bola desvia em Ybarra e pega o goleiro Migliore no contrapé. Um tento salvador. Entre os 27 e os 35, só dá Boca. Uma pressão incrível, um ritmo eletrizante, com grandes intervenções do pouco confiável e rebatedor Fernando Henrique, tão vaiado em outras ocasiões pela torcida tricolor. Com justiça, diga-se. Mas era também a noite dele.

Então, pela primeira vez, vi um lance nada usual nas partidas da equipe de coração do ex-craque Maradona. Ao invés de sair jogando, o goleiro deu um chutão pra frente. O Boca, sempre inabalável, parecia tenso. Nervoso. Com medo. O Fluminense estocava, criava chances no contra-ataque, era dono da situação, mesmo acuado. E foi em uma saída errada de Palácio que Dodô, aos 47, acabou com a pose portenha. Festa no Maracanã. Eu, que não torcia nem para um, nem para outro, comemorei o gol carioca. Desta vez, o Maracanazo foi deles.

Nas arquibancadas, um Chico Buarque rindo como criança festejava com a filha Sílvia. Junto deles, os torcedores, quase 85 mil, cantavam e se emocionavam. Lá de cima, Castilho, Telê Santana, Preguinho, Didi e tantos outros que fizeram do Tricolor o que ele é, sorriram junto com Nelson Rodrigues, que caçoava dos "idiotas da objetividade". E quem sempre fez história, continuou fazendo.

Mais Fluminense:

E o Tricolor tá na final.
Cala-te, Boca!!!

Corinthians dá grande passo para o título

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O Corinthians recebeu o Sport e sapecou um 3 a 1 bem dado, que poderia ter sido mais. Os gols foram de Dentinho (que deu passe para o gol de Herrera), Herrera (que deu passe para o gol de Acosta) e Acosta. Enilton diminuiu para o rubro-negro, aos 45 minutos.

O Timão entrou pressionando e arrasou o Sport no primeiro tempo. Aos 20 e poucos minutos já estava 2 a 0 e Dentinho e Carlos Alberto haviam perdido outras três boas chances. Virar 4 a 0 não teria sido absurdo.

No segundo tempo, o Timão recuou para tentar matar o jogo no contra-ataque e deu espaço aos pernambucanos, que abafaram. Não gosto desse tipo de postura, mas adore o gol na roubada de bola de Herrera, o nome do jogo. O alvinegro teve mais uns dois contra-ataques perigosos, mas não ampliou.

No abafa, o Sport obrigou Felipe a pelo menos uma excelente defesa, em cabeçada no cantinho. No finalzinho, Carlinhos Bala fez um salseiro na defesa corintiana e a bola caiu no pé de Enilton, que diminuiu no cantinho.

O gol no final fez o passo corintiano parecer menor do que foi. O Mauro Beting chama a atenção para o fato de que nenhum time jamais tinha feito três gols num jogo de ida de final de Copa do Brasil.

O Timão tem agora a vantagem de poder perder por 1 a 0 ou empatar com qualquer placar. 2 a 0 dão título ao Sport, 3 a 1 leva para os pênaltis, e demais vitórias pernambucanas por diferença de 2 gols dão o título ao Corinthians. A vantagem é boa, sim senhor, ainda que pudesse ter sido maior.

A imprensa está fazendo um auê com o gol do Sport, chamado de “gol duplo” pela Folha. Claro que o gol fora ajuda, mas, de minha parte, nem que tivesse sido 3 a 0 eu comemoraria antecipadamente. O Sport é time grande e tem matado os jogos em casa. Considerando os outros placares do Sport na Copa do Brasil dentro da Ilha do Retiro (4 a 1 na porcada, 3 a 1 no Inter, 2 a 0 no Vasco), percebe-se que o time pernambucano tem bala pra virar. Mas acredito que, se jogar com a seriedade que jogou ontem, especialmente no primeiro tempo, o Corinthians leva o título.

Para diminuir o ímpeto dos secadores de todo o país, uma ilustríssima ajuda sobrenatural: praga lançada pelo Zé do Caixão contra os anti-corintianos, gravada em entrevista exclusiva com o cineasta José Mojica Marins feita pela equipe do Futepoca. Cuidado, infiéis!

quarta-feira, junho 04, 2008

As entrevistas Futepoca/Diplô

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Este glorioso blogue inaugura hoje uma nova seção, só com entrevistas especiais produzidas em conjunto com a página eletrônica do Le Monde Diplomatique no Brasil. Aqui, você poderá acompanhar conversas entre os integrantes do dois veículos e personalidades das mais distintas áreas, que falam não apenas sobre seus trabalhos mas também sobre os temas que norteiam esse espaço: futebol, política e cachaça.

Para estrear essa nova seção, dois convidados: o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o economista e dirigente palestrino Luiz Gonzaga Belluzzo.

Em seu estúdio no centro de São Paulo, Mojica logo de cara nos fez uma revelação: vai emprestar o nome de seu personagem mais famoso para uma aguardente. Não demorou muito para a mesa ter mais duas garrafas da dita cuja, além da que os entrevistadores tinham levado. Aliás, esse é um padrão nos encontros realizados: com pompa e circunstância, servimos cachaça artesanal selecionada, pra soltar a língua do entrevistado e a imaginação dos entrevistadores.

Durante as quase duas horas de conversa, Mojica falou sobre seus filmes, em especial o que será lançado ainda este ano, Encarnação do Demônio, que encerra a trilogia iniciada com À meia-noite levarei tua alma e Esta noite encarnarei no teu cadáver. Contou também suas participações na vida política do país e falou de uma das suas paixões, o Corinthians, rogando uma praga a quem se atrever a falar mal do seu clube.

Já o apaixonado palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais articuladores da parceria com a Parmalat nos anos 90 e também um dos pais do Plano Cruzado, fez uma interessante análise sobre a crise econômica nos EUA e os seus possíveis efeitos no resto do mundo. Também comentou aspectos da administração do futebol brasileiro e sentenciou, para desgosto dos alviverdes: o São Paulo tem a melhor estrutura entre os clubes de futebol do país. Além disso, Belluzzo falou sobre algumas das pessoas que admira no esporte bretão: Vanderlei Luxemburgo, Valdívia, o meia Alex e aquele que considera um "anti-ídolo", o goleiro Marcos.

*****

Aproveitando o ensejo, o Futepoca também estréia um novo layout, a partir de uma idéia de logomarca concebida por Olavo Soares, com arte de Carmem Machado e produção de Anselmo Massad. Algumas partes da página ainda não estão funcionando, mas em breve tudo estará bem (se tudo der certo).

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Abaixo, a praga do Zé do Caixão para quem "desprestigiar" a nova seção do Futepoca.


Pé redondo na cozinha - Desfalque no cardápio

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MARCOS XINEF*

Em 2002, tive a oportunidade de chefiar uma cozinha de estilo mexicano, em São Paulo - aliás, uma das comidas que eu mais aprecio. E no cardápio nós tínhamos dois pratos com bebida alcoólica: os onion rings (anéis de cebola empanados cuja massa inclui chope ou cerveja gelados) e as cenouras com tequila e lingüiça apimentada. Quem preparava as cebolas era o Bigode, que pedia o dobro de litros de cerveja que a receita precisava. E as cenouras ficavam por conta do Toni Gordão, que também pedia doses de tequila a mais.

Os dois guardavam as sobras das bebidas e, no fim da noite, iam para o vestiário manguaçar. O lado bom era que eles não bebiam durante o trabalho, então eu levava na boa. Depois de 30 dias observando de perto, resolvi não demiti-los. Apenas somei as bebidas em excesso e descontei de seus salários. Por esse motivo, infelizmente, os pratos acabaram saindo do cardápio...

CENOURAS COM TEQUILA E LINGÜIÇA APIMENTADA

Ingredientes
500 gramas de cenoura
200 gramas de lingüiça
4 colheres de sopa de manteiga
1/4 de colher de chá de endro (seco e socado com pimenta a gosto)
1/4 de xícara de chá de tequila

Preparo
Corte as lingüiças em rodelas e as cenouras diagonalmente, em fatias de 5 milímetros. Derreta manteiga numa frigideira, em fogo baixo, adicione a cenoura e a lingüiça, aumente o fogo para médio e cozinhe por 10 minutos, mexendo ocasionalmente. Junte o endro socado com sal e pimenta, misture bem, aumente o fogo, derrame a tequila na frigideira. Risque um fósforo e jogue na frigideira para flambar e, quando as chamas se extingüirem, retire o palito e sirva imediatamente. Rendimento: 4 porções.


Grande abraço a todos. E salvem o Bigode!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Sobre o time do Jardim Leonor (a pedidos)

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Tenho sido cobrado para falar sobre meu time, que parece não ter novidade nenhuma que seja digna de nota. Até comprei jornal para saber alguma coisa, mas continua tudo na mesma: Fábio Santos e Adriano vão arrumar as malas, Richarlyson tomou cartão e está suspenso, Zé Luís está machucado, Hernanes e Miranda estão na mira dos europeus, Muricy está sendo sondado por outros clubes, o time segue jogando mal e a diretoria mantém o fervoroso discurso de não contratar ninguém. Ou seja: NENHUMA NOVIDADE. O que esperar desse caldo de modorrice? No máximo, uma classificação bem suada para a Libertadores de 2009 (que eu duvido que aconteça). Leão fará uma boa campanha em algum time médio da Série A e voltará ao São Paulo no final do ano. E eu continuarei escrevendo sobre o futebol do século passado. Amém.

Ps.: Alguém tem ouvido declarações "engraçadinhas" do Marco Aurélio Cunha por aí? Não? Nem eu. Por que será, hein?