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quarta-feira, outubro 28, 2015

'Os bares e puteiros são meu laboratório'

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Tonico no tempo em que vivia Zé Carneiro
O ator Tonico Pereira, mítico Zé Carneiro do Sítio do Pica Pau Amarelo de minha infância, interpreta atualmente um malandro em mais uma das telenovelas globais. Numa entrevista para o site IG, ao ser questionado sobre a composição da personagem Ascânio, descrito como "vagabundo e bêbado", ele escancara: "Não tenho essa ortodoxia escolar. Os bares e puteiros são meu laboratório. Está tudo dentro de mim". E mais: em plena "crise econômica", Tonico diz que já foi à falência sete vezes. "Minha bandeira é o descontrole", enfatiza.
Personagem Ascânio: 'vagabundo e bêbado'
Chamando a responsabilidade pelo aperto financeiro para si, evita bater no governo de Dilma Rousseff, a presidenta que, como candidata à reeleição, no ano passado, contou com o apoio público do ator em um ato no Rio de Janeiro. E, já que ele falou sobre cachaça e eu entrei na seara política, completo a tríade do Futepoca no post com uma menção de Tonico Pereira ao futebol. Segundo ele, na entrevista para o IG, o esporte foi preterido por seu apetite sexual: "Entrei na profissão [de ator] pelo prazer e satisfação, mas também pela libido. Na época que comecei, tinha muita mulher bonita querendo se libertar, estava começando aquela coisa da pílula e era melhor estar no teatro do que no futebol, rodeado de homens".


segunda-feira, agosto 17, 2015

Manifestação justificada

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Depois de o São Paulo passar - mais um - vexame no sábado, sendo goleado por 3 a 0 pelo provisoriamente rebaixado Goiás em pleno Morumbi, nas fuças de 25 mil torcedores (e nem é a primeira vez que isso acontece, leia esse post aqui), vejam a cena que percebi num comercial de cerveja que está sendo exibido atualmente na TV:



segunda-feira, março 09, 2015

Sim, o consumo exagerado de álcool mata. Mas falta discutir (e tolher) a propaganda de bebidas

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Depois que um rapaz de 23 anos morreu após ingerir cerca de 30 doses de vodca numa espécie de "gincana alcoólica" disputada entre repúblicas universitárias, o consumo excessivo de álcool entre os jovens voltou à pauta midiática. Como o tom das notícias, editoriais e opiniões é sempre meio acaciano (sim, óbvio: beber exageradamente mata, não importa a idade), o Estadão fuçou algum dado concreto para fugir da subjetividade e publicou, baseado em números do portal Datasus, que, no Brasil, "a cada 36 horas um jovem morre por intoxicação aguda por álcool ou de outra complicação decorrente do consumo exagerado de bebida alcoólica". Tal cálculo baseia-se no último levantamento disponível, de 2012, quando ocorreram 242 mortes na faixa etária dos 20 aos 29 anos "por transtornos por causa do uso do álcool", conforme definido na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Mas o dado mais interessante da reportagem talvez seja o fato de que, segundo o Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Inpad/Unifesp), entre os brasileiros que consomem álcool, o hábito chamado de "beber em binge" [ou "beber pesado episódico], quando há ingestão de pelo menos cinco doses de bebida em um período de duas horas, cresceu de 45%, em 2006, para 59%, em 2012. De acordo com o psiquiatra Jerônimo da Silva (leia aqui), um drinque - ou uma dose - seria o equivalente a uma lata de cerveja (350 mililitros) ou a uma taça de vinho (150 ml) ou a uma dose de destilado (50 ml). "Esse abuso ['beber em binge'] é mais comum entre jovens, porue nessa faixa etária é realmente mais difícil controlar os impulsos", disse, ao Estadão, Clarice Madruga, pesquisadora do Inpad/Unifesp.

E ela acrescentou: "É preciso que o poder público intervenha na venda de bebida". Tudo bem, concordo que é responsabilidade do governo (principalmente o federal) impor limites no comércio de bebida alcoólica. Porém, como sabemos que o poder público, atualmente, é muitas vezes refém do poder econômico (desde o financiamento privado de campanhas eleitorais até a pressão exercida para estabilização ou desestabilização da economia do país, dependendo dos interesses), fica difícil imaginar que consiga se impor contra um setor tão lucrativo do mercado. Segundo o jornal Correio Braziliense, "o Brasil é o 3º maior produtor de cerveja do mundo, e a produção cresce a uma taxa média de 5% ao ano. O segmento cervejeiro responde por 80% do mercado de bebidas alcoólicas, com faturamento anual de R$ 70 bilhões. Recolhe R$ 21 bilhões em impostos por ano e paga R$ 28 bilhões em salários para um universo de 2,7 milhões de empregados em mais de 200 fábricas".

Essa mesma notícia confirma o a supremacia do setor privado sobre o público, pois aponta que "o Brasil perde hoje, com os problemas decorrentes do álcool, 4,5 vezes mais do que o faturamento da indústria das bebidas alcoólicas, enquanto o alcoolismo suga o equivalente a 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB), pequenos e grandes grupos do setor movimentam, juntos, 1,6% de todas as riquezas produzidas no país". Ora, então está claro que o governo e a população "que se danem", o que interessa é lucrar! Se a situação chegou a esse ponto de prejuízo social, e o governo se mostra "de mãos atadas", fica explícito que o mercado é quem dá as cartas nesse jogo. Assim sendo, resta-nos a velha "política de redução de danos". Se não dá pra cercear a venda, podemos reivindicar então maior controle na propaganda de bebida alcoólica, que é um verdadeiro "vale-tudo" no Brasil.

No artigo “Propaganda de álcool e associação ao consumo de cerveja por adolescentes”, publicado na edição de junho da Revista da Saúde Pública, os pesquisadores mostram os resultados do estudo que interrogou 1.115 estudantes, do 7º e 8º anos de escolas públicas de São Bernardo do Campo (SP): a maioria dos jovens afirmou que se identifica com o marketing da indústria de bebidas, pois (o grifo é meu) "os comerciais parecem refletir situações de suas vidas". Segundo o artigo, essa similaridade faz os adolescentes classificarem a mensagem recebida como "verdadeira", como exemplifica uma das opções mais marcadas no questionário (o grifo é meu): "as festas que eu frequento parecem com as dos comerciais". E mais: segundo o estudo, a noção de fidelidade à marca, exposta constantemente nas propagandas de cerveja (a bebida mais consumida no país), tem um "impacto essencial para a ingestão de álcool precocemente".

De fato, as propagandas de cerveja costumam mostrar sempre um ambiente de muita alegria, muita brincadeira, muita paquera, muita gente "bonita" e sorridente - e MUITA bebida. Procuram convencer o consumidor de que quem não bebe - ou bebe pouco - está automaticamente "excluído" da "turma", do grupo "bacana", "popular" e que "curte a vida adoidado". Mesmo quando os problemas decorrentes do álcool são abordados nessas propagandas - ressaca, amnésia, briga de casal e besteiras cometidas tipicamente por bêbados -, o clima é de gozação, de palhaçada, de algo risível. Nunca censurável. Ou seja, se até "dar vexame" ou "fazer merda" é engraçado, isso é mais um motivo para entrar para a "turma", para "encher a cara", para não ter limites ao beber. Pode parecer besteira, mas acho que subestimamos o poder e o alcance da propaganda e da televisão. Os mesmos telejornais que noticiaram a morte do rapaz de 23 anos que ingeriu 30 doses de vodca exibiram, no intervalo comercial, propagandas divertidas e estimulantes de bebidas alcoólicas.

Nunca é demais lembrar: canal de TV é concessão. Propaganda de bebida alcoólica (e de cigarro) deve ser assunto prioritário no debate de saúde pública. E deve, sim, ser tolhida.


segunda-feira, outubro 27, 2014

Inesquecível

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sexta-feira, outubro 24, 2014

Silvio Santos, O MITO

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Participação da jornalista Rosana Jatobá no Programa Silvio Santos. Memorável. Alguns trechos da genialidade do velho gagá, digo, apresentador mais popular da TV brasileira:

ROSANA JATOBÁ - Eu sou de um lugar para onde todo mundo quer ir nas férias.

SILVIO SANTOS - Carapicuíba?

ROSANA JATOBÁ - Vou lançar livros infantis sobre sustentabilidade, para aprender a cuidar do planeta, do meio ambiente.

SILVIO SANTOS - Ih, esse assunto é chato. O dia em que o planeta terminar eu não vou estar aqui, mesmo.

ROSANA JATOBÁ - Mas é para você deixar um mundo melhor para o Pedro [filho de Patricia Abravanel e neto do apresentador], que acabou de chegar.

SILVIO SANTOS - O Pedro que se vire! Eu me virei, por que ele não pode se virar?

Jatobá e Silvio Santos: liberdade é ser gagá e esculhambar quem se leva muito a sério


terça-feira, novembro 26, 2013

Seedorf opina com bom senso

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Ganso brilhando no Santos: acima da média
Paulo Henrique Ganso é um excelente jogador, acima da média, um dos melhores meias surgidos no país nos últimos dez anos. Isso é indiscutível. Desde que despontou para o futebol profissional no Santos, em 2009, e principalmente na temporada do ano seguinte, chamou a atenção da imprensa e de todos os que gostam de futebol técnico, talentoso e de qualidade. Mas, infelizmente, sofreu contusões e cirurgias sérias precocemente, que impediram a evolução natural de sua carreira, a exemplo do colega e compadre Neymar. Depois de muito esforço para tentar atuar em alto nível pelo Santos, forçou a saída para o São Paulo e, somente após um ano completo no novo clube, começou a mostrar um pouco do que sabe, muito pelo incentivo do treinador Muricy Ramalho. Tomara que continue a evoluir e volte a brilhar. Todos os que gostam de futebol torcem por isso.

Porém, desde que chegou ao Morumbi, há uma campanha aparentemente "orquestrada", na imprensa esportiva nacional (ah, a imprensa esportiva!), para entronizá-lo como um semideus intocável, "craque dos craques" e acima de qualquer julgamento ou crítica. Nos tempos do técnico Ney Franco, que, a meu ver, teve que escalá-lo sob pressão da diretoria, antes que Ganso estivesse 100%, cansei de ver jogos em que ele foi um dos piores em campo, mas a mídia descia o sarrafo em outros jogadores e no treinador e o poupava explicitamente de cobranças. Quando o técnico caiu, começou uma ladainha hegemônica na imprensa (principalmente na TV e inclusive nas emissoras de rádio, que ouvi muito este ano) dizendo que todos os problemas do São Paulo seriam resolvidos se Ganso fosse titular absoluto. Paulo Autuori chegou e fez isso. Nada mudou; o time seguiu passando vexame. E Ganso, incólume - mesmo quando não fazia absolutamente nada em 90 minutos.

Ganso no São Paulo: ainda está devendo
Daí veio Muricy Ramalho, que teve a grande postura de mandar Jadson para a reserva e deixar Ganso à vontade para comandar o meio de campo, com a cobertura do "ressuscitado" Maicon. Deu certo: o ex-santista passou a encaixar assistências dignas de aplausos e até a fazer alguns golzinhos. Mas, convenhamos, ainda não é nem 30% do que era há três ou quatro anos (o que pode até ser motivo de comemoração, pelo potencial futuro de rendimento). Só que a mídia aproveitou sua recuperação para engrossar a opinião unânime de "craque absoluto, maior gênio atuando no país etc etc". Chega a ser constrangedor, pois, quando Ganso erra (e ele erra bastante, assim como todos os outros esforçados jogadores sãopaulinos), ninguém comenta ou dá destaque. E aí a coisa fica ainda mais delicada quando começa o côro ensurdecedor pedindo o meia na seleção brasileira. Até Muricy embarcou e "cobrou" Felipão.

Sim, volto a repetir, Ganso é acima da média e tem um potencial raro. Mas ainda não voltou a ser aquele de 2010, longe disso. E ontem outro craque indiscutível, o veterano Seedorf, teve a coragem de dizer isso em alto e bom som no programa "Bem, amigos", comandado por Galvão Bueno na SporTV, canal fechado da Rede Globo. Depois de muito confete sobre o lance genial de Ganso contra o Botafogo, que driblou três defensores e acertou a trave, Seedorf foi questionado pelo ex-árbitro Arnaldo Cezar Coelho se Ganso faria sucesso na Europa. "Na Itália, ele não passaria assim, não", cortou, seco. E, diante da insistência dos "Gansetes" Galvão e Arnaldo, atalhou: "A marcação é diferente. O Ganso pára a bola, joga, pára a bola. De vez em quando, ele faz jogadas de primeira e aí que vem todo o seu talento. Acho que ele tem muito talento, mas esses momentos não podem ser a descrição desse jogador. Ele pra mim anda um pouco devagar dentro do campo e com esse ritmo não vai dar na Europa". Silêncio constrangedor no programa, que é transmitido ao vivo...

Que fique claro: eu torço muito para que Ganso volte, o mais breve possível, a jogar no nível que já demonstrou. Mas essa ducha de água fria do Seedorf no oba-oba da imprensa sobre o meia sãopaulino foi espetacular. E talvez ajude o próprio Ganso a se conscientizar de que a distância entre o que está jogando e que dizem que está jogando ainda é quilométrica - e o incentive a reagir ainda mais. Grande Seedorf!

terça-feira, outubro 29, 2013

Alex, o 'língua de trapo', critica Roger 'chinelinho'

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Sydney, 2000: Alex (10) faz o
gol da vitória sobre o Japão e é
abraçado pelo reserva Roger
Depois de escancarar para o jornal Lance!, em agosto, que "quem realmente cuida do futebol brasileiro é a Globo" (leia e veja o vídeo aqui) - o que, apesar de ser uma obviedade, foi a primeira vez que um jogador teve peito pra dizer isso em alto e bom som (e a prova de que incomodou foi que o próprio presidente de seu clube, o Coritiba, rebateu a afirmação) -, o veterano meia Alex agora resolveu comprar briga com o ex-jogador e hoje comentarista Roger Flores, que trabalha para a SporTV. Em entrevista para a revista Placar (veja vídeo aqui), Alex detonou:

- Eu não vi ele [Roger Flores] falar de mim, ainda, porque eu tô jogando. Então não consigo e também não busquei informação. Mas eu vi o Roger, por exemplo, comentando os jogos do Fluminense. Pô, difícil, cara! Difícil. Porque a gente conhecia o cara, a gente sabia como que o cara se comportava no dia a dia, a gente sabia o tipo de jogador que ele era, a gente sabia até onde podia contar com o cara. Aí você vê ele na televisão. Ele tá batendo forte em alguns jogadores, tá batendo forte. Mas, coisas que de repente ele veja hoje, não tem o sentimento mais de jogador, porque ele não tem, ele perdeu, hoje ele tá do outro lado, ele não é mais vidraça, ele é uma das pedras, e fala com a mesma irresponsabilidade que os outros falavam, entendeu? E eu não tô falando de mim, porque eu não vi, entendeu? Como eu tô jogando, eu não sei se ele comentou jogo nosso ou não, porque também tô cagando, tô nem aí pra isso. Mas eu tô falando de jogos que eu tava vendo e ele tava comentando. Então fala-se com a mesma irresponsabilidade de um outro cara.

Deco: 'Como se ele treinasse.'
Alex, que jogou com Roger pela seleção brasileira nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, defendeu o também recém-aposentado meia Deco: "Aí ele [Roger] vem falar do Deco na televisão. Não dá pra falar dele. Quando o Deco jogava, a gente tinha de bater palma pra ele no fim do jogo”. Em abril deste ano, na SporTV, Roger afirmou que os jogadores do Fluminense “não treinavam muito e, por isso, erram muito passes”. Deco, que ainda não tinha pendurado as chuteiras, rebateu: “Como se ele treinasse muito”. Roger também disse, na TV, que o volante Edinho, do Fluminense, “precisaria de um [revólver calibre] 38 para matar uma bola”. A afirmação pegou tão mal que foi um jogador de outro time, Renato Abreu, que na época jogava pelo Flamengo, quem defendeu o colega criticado:

- Não costumo ver jogos pela TV, então ainda não vi o Roger comentando. Mas uma das maiores decepções que temos é quando ouvimos alguém que já jogou bola falando esse tipo de coisa [piada com o revólver calibre 38]. Uma coisa é o cara que nunca jogou bola, mas quem já esteve dentro das quatro linhas sabe como é difícil a nossa situação. Existem críticas construtivas, que temos que ouvir mesmo. Mas críticas direcionadas, como essa, incomodam. Assim como o domínio pode até não ser o forte de determinado jogador, o Roger também tinha suas deficiências. Ficamos surpresos quando acontece algo desse tipo com um cara que já jogou.

Roger no Timão: 'chinelinho'
Antes, em fevereiro, Roger já havia causado polêmica ao dizer que em estádio vazio fica mais fácil para jogador "dar migué": “O jogador tem posição em campo, mas naturalmente ele busca o espaço que sente mais à vontade. Mas com o técnico falando ali perto em um estádio sem a torcida, não dá para dizer que não ouviu” (leia aqui). Ou seja, presume-se que ele entendia muito bem e usava o "truque" quando jogava... E o curioso é que, em sua passagem pelo Corinthians, entre 2005 e 2008, Roger ganhou o apelido de "Chinelinho", pois vivia no Departamento Médico. Recentemente, a torcida do Corinthians até o comparou a Alexandre Pato, por um pênalti perdido nas cobranças contra o Figueirense, em 2005, que ajudou a desclassificar o Timão da Copa do Brasil. Sobre o apelido, Roger afirmou à Fox Sports (veja o vídeo aqui) que foi "um bobo" que inventou:

- Isso é uma das coisas que me fizeram estudar jornalismo. Acho que tem muito brincalhão falando de futebol, muita gente pouco preparada, que não sabe como as coisas acontecem dentro do time profissional. Foi um bobo que lançou isso aí, quando eu tava no Corinthians, quando eu quebrei a minha perna. E depois de quebrar a perna eu tive que acelerar pra poder voltar a jogar mais rápido, porque a gente ia disputar uma Libertadores. Eu tinha sido eleito o melhor jogador do campeonato em 2005 e aí, com essa aceleração, acontecem outros problemas. Se você não se recupera bem de uma lesão muito grave e volta antes do esperado, certamente você tem outros tipos de lesões, muitas vezes musculares. Isso aconteceu comigo e um bobo lançou esse apelido aí, que ele colocou em mim. Mas se você for contar, em pouco mais de dois anos que eu estive no Corinthians, eu fiz mais de 100 jogos.

Sem querer dar razão ao Alex ou ao Roger, a picuinha me parece remeter a uma questão maior: a tal liberdade de imprensa, que para muitos significa liberdade de achincalhar e ofender à vontade. Tudo bem, futebol é um assunto que, para o povão, não pode ser sisudo ou muito técnico. Logo, os comentaristas (que, para mim, são palpiteiros remunerados), em sua maioria, usam linguagem coloquial, descontraída e "de beira de gramado". No caso dos que são ex-jogadores, muitas vezes até chula (Neto, da TV Bandeirantes, é um dos que costumam extrapolar). Do outro lado, a maior parte dos jogadores de futebol também costuma ser "dodói" e refratária a qualquer tipo de crítica. Para mim, tudo se resume em "falar com propriedade". Se fosse pra falar que fulano não consegue "matar" uma bola, eu buscaria uma seleção de imagens comprovando isso. Se fosse pra falar que tais e tais jogadores não treinam, só acompanhando todos os treinos ou com fonte em on de alguém do clube falando. Caso contrário, é tudo palpite ou insinuação. Que dá margem para que muitos, como o Alex, contestem. Enfim, "quem fala o que quer ouve o que não quer".

sexta-feira, julho 05, 2013

Quando a mídia começou a mandar no futebol

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Rede Globo e CBF: relações promíscuas
Em 2012, as cotas de TV representaram 40% do faturamento conjunto de R$ 3,08 bilhões dos 20 maiores clubes brasileiros em 2012, segundo estudo do consultor Amir Somoggi divulgado recentemente. Isso explica a ingerência explícita de grupos de comunicação como a Rede Globo na (des)organização do calendário futebolístico nacional, no dia e horário dos jogos, na cartolagem da CBF e dos clubes e em outras questões decisivas. Mas esse tipo de promiscuidade vem de muito longe. O livro "O Marchal da Vitória - Uma História de Rádio, TV e Futebol", biografia do finado empresário e cartola Paulo Machado de Cavalho, de autoria dos jornalistas Tom Cardoso e Roberto Rockmann (Editora A Girafa, 2005), aponta momento exato em que política, poder, dinheiro, futebol e comunicação se cruzaram no Brasil.

Record engajou-se na 'Revolução'
Depois de comprar a minúscula Rádio Record em 1931, Machado de Carvalho conseguiu projetá-la no ano seguinte ao engajar-se fortemente na "Revolução Constitucionalista" do ano seguinte, insurreição da elite paulista contra o ditador Getúlio Vargas que contou com a adesão total da referida emissora de rádio para mobilizar a população. Após três meses de batalhas, o governo federal venceu os paulistas e fechou a Record - que seria reaberta graças aos contatos amistosos de Carvalho, filho de tradicional família "quatrocentona" paulistana, com o general Cordeiro de Farias, indicado por Vargas como novo chefe de polícia em São Paulo. Mais do que isso: o ditador se interessou pelo poder da emissora a usaria para seus fins populistas. Porém, no rescaldo daquele pós-"Revolução Constitucionalista", a Record teve que acabar com o noticiário político.

Plantão da Record nos anos 1930
Foi então que o empresário de comunicação resolveu apostar todas as suas fichas na programação esportiva. Como ainda não se narrava jogos em São Paulo, a Record criou o primeiro plantão esportivo do Brasil, com cinco telefones de manivela ligados aos estádios e pistas de corridas de cavalo. "A cada gol ou páreo, um repórter discava para a sede da Record e dava a notícia". Essa cobertura "ao vivo" não existia e fez enorme sucesso. As emissoras concorrentes ouviam as notícias "frescas" da Record e, minutos depois, divulgavam para seus ouvintes na maior cara dura. E, assim como contou com a sorte ao comprar a emissora logo antes da "Revolução" de 1932, movimento que selou a ligação da Record com a população, Paulo Machado de Cavalho acertou instintivamente outra vez ao apostar no esporte justo em 1933, quando o futebol se profissionalizou no país.

Rio-SP de 1933: Palestra campeão
Para celebrar a mudança, dirigentes paulistas e cariocas deram uma trégua nas rixas bairristas e organizaram naquele mesmo ano, em parceria, o primeiro Torneio Rio-São Paulo. A Record contratou mais funcionários para a equipe do "Esporte nas antenas" e aumentou de cinco para sete o número de linhas telefônicas instaladas em campos das duas cidades. Com isso, liquidou a concorrência. Mas a Rádio Cruzeiro do Sul, de propriedade do milionário Alberto Byington, resolveu acabar com essa hegemonia. E, com isso, inaugurou o poder dos meios de comunicação sobre o futebol brasileiro. Terminado o Torneio Rio-São Paulo, a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) enviou uma carta à Record anunciando que a partir de 1934 só a Cruzeiro do Sul teria permissão para transmitir jogos de futebol.

Inauguração do Pacaembu, em 1940
O preço? Byington comandava o comércio de vendas de material de iluminação e propôs aos clubes, em troca da exclusividade nas transmissões, iluminar (a preços camaradas...) todos os estádios de futebol da cidade. Fora isso, ofereceu salários milionários para tirar a equipe que cobria esportes na Record. Somente em 1940, com a inauguração do estádio municipal do Pacaembu - que hoje tem o nome de Paulo Machado de Carvalho - foi que todas as emissoras da cidade passaram a ter cabine à disposição para transmitir os jogos, sem pagar nada por isso. Mas o dono da Record estava escaldado: embarcou diretamente na cartolagem futebolística, como diretor e presidente do São Paulo e, depois, como chefe das delegações brasileiras que venceram as Copas de 1958 e 1962, quando ganhou o apelido de "Marechal da Vitória".

Bellini com Paulo Machado de Carvalho, o 'Marechal da Vitória'
Assim, já proprietário da Rádio Panamericana e da TV Record, conseguiu respaldo político para que suas emissoras voltassem a transmitir futebol e estruturassem coberturas esportivas que marcaram época. Curioso é que, em 1965, proibido pela Federação Paulista de Futebol (FPF) de transmitir os jogos do Paulistão, pois os clubes reclamavam da baixa bilheteria nos estádios, Paulo Machado de Carvalho teve que tirar da cartola qualquer coisa que pudesse preencher o horário televisivo das tardes de domingo. Foi assim que surgiu o programa "Jovem Guarda", sucesso estrondoso entre a juventude que projetou para o estrelado Wanderléa, Erasmo Carlos e, principalmente, Roberto Carlos. Mas isso já é outra história...

quinta-feira, maio 02, 2013

Estratégia

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Sugestão pra fugir da novela ou daquela comédia romântica...


terça-feira, junho 21, 2011

Vamos beber ao Ravel e à Wilza Carla!

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No início do ano, fiz um post sobre a morte do Cido Guarda Chuva, figura folclórica de minha cidade, como símbolo de um mundo que existia há umas três décadas e que já está desaparecendo sem deixar vestígios. Pois, neste final de semana, duas outras figuras folclóricas e relacionadas à minha infância, dessa vez com fama televisiva e projeção nacional, também partiram desta pra melhor: o cantor Ravel (à esquerda), que fazia dupla com seu irmão e também falecido Dom, conhecidos por pérolas ufanísticas como "Eu te amo, meu Brasil" (veja vídeo abaixo), e a rechonchuda Wilza Carla (à direita), ex-jurada do Programa Sílvio Santos e estrela de pornochanchadas que faziam nossa alegria nas noites de "Sala Especial", na TV Record (veja trecho de um desses filmes abaixo). Dois símbolos de um Brasil que já não existe. A eles, meus sentimentos. E vamos beber o(s) morto(s)!



quinta-feira, junho 02, 2011

O futebol filosófico e bíblico

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Alemanha x Grécia:



Coríntios x Apocalipse:

terça-feira, maio 31, 2011

A diferença do futebol italiano, inglês e espanhol

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Entrevistado ontem pelo programa Arena SporTV, o ex-santista Robinho, atualmente no Milan, definiu assim a diferença entre o estilo de jogo dos três países onde atuou, na Europa:

- Gosto do futebol na Itália porque tem muito toque de bola, muita tabelinha, o jogo é corrido. Já na Inglaterra era só chuveiro na área, muito contato, não era meu estilo. Mas o melhor é na Espanha, onde todas as equipes atacam muito, até as pequenas. Na Itália, só os grandes clubes vão pro ataque, os pequenos se fecham muito.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Mais piada pronta

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Ontem à noite, durante o último debate entre a maioria dos candidatos à governador de São Paulo, transmitido ao vivo pela TV Globo, o petista Aloizio Mercadante, 2º colocado nas pesquisas, reforçou várias vezes que o tucano Geraldo Alckmin, 1º colocado, estava evitando confronto direto com ele e só fazia perguntas para os outros concorrentes. No último bloco, o apresentador Chico Pinheiro passou a palavra para Alckmin, que ensaiou uma resposta a Mercadante, mas o microfone falhou e o som sumiu. Depois de alguns segundos constrangedores, a transmissão saiu do ar, surgiu uma tela preta e, na emergência, entraram comerciais. Curiosamente, a primeira propaganda veiculada foi a de um DVD que destacava, em letras garrafais, a música TRISTEZA DO JECA...

quarta-feira, setembro 15, 2010

Medo, pânico, desespero

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Há quatro meses, eu já comentava a visível irritação de José Serra (à direita, sempre) e perguntava se ele não ia partir pra cima dos jornalistas. Não deu outra: depois da Miriam Leitão e do Heródoto Barbeiro, que foi limado do programa Roda Viva, da TV Cultura, agora foi a vez de brigar com Marcia Peltier, da CNT, na gravação de entrevista que vai ao ar hoje à noite. "Faz de conta que eu não vim", rosnou Serra, depois de perguntas sobre pesquisas de opinião e quebra de sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB. "Isso foi montado", acusou o candidato tucano. Marcia reagiu, indignada: "Montado para quem? Aqui não tem isso". Para finalizar o ataque de destempero, Serra perguntou se Dilma Rousseff também seria entrevistada pela CNT. Com a confirmação, sugeriu "educadamente" que dirigissem as perguntas à adversária petista.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Equilíbrio no primeiro debate

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POR LUISINHO BASSOLI*

O primeiro encontro entre os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, transmitido ontem pela Band, foi marcado pelo equilíbrio. Dilma Rousseff demonstrou certo nervosismo, compreensível por ser seu primeiro debate e por estar no foco das atenções, ainda sob o impacto da pesquisa CNT/Sensus, divulgada horas antes, na qual aparece dez pontos à frente de Serra. Saiu-se bem, respondeu às perguntas, evitou usar o palavreado excessivamente técnico que a caracteriza – e que era a principal preocupação dos seus assessores –, sem deixar de apresentar dados e estatísticas. Buscou colar sua imagem à de Lula ao resumir que seu projeto é dar sequência ao atual governo.

"Modesto", Plínio de Arruda Sampaio afirmou se tratar de um dos grandes nomes da política brasileira. É, pessoalmente, uma reserva moral, detentor de sabedoria ímpar. Seu ponto fraco é seu partido, o pequeno PSol, cuja postura isolacionista inviabiliza qualquer prática de governo. Plínio prega o sonho, o ideal socialista, é impossível discordar de sua teoria. Porém, a responsabilidade nos obriga a lutar pelo possível, ainda mais quando vemos que as mudanças estão em curso. Cabe lembrar que Plínio tem a mesma origem de Dilma, foi candidato ao governo de São Paulo e deputado federal pelo PT até se juntar a outros dissidentes para fundar o PSol.

José Serra aparentou ser a pessoa certa na hora errada. O grupo político que lhe dá sustentação é por demais conservador, reacionário, e impõe uma agenda atrasada tanto em relação à economia quanto às políticas sociais. O tucano abordou temas de gestão pública, mas falta-lhe, contudo, uma marca definitiva, um projeto que o identifique. Serra não conseguiu sair da encruzilhada em que se meteu: poupou o presidente Lula sem assumir que seu governo é bom – se escolhesse por se opor ao presidente, iria desagradar à esmagadora maioria dos eleitores que o aprova; se optasse por elogiá-lo, acabaria credenciando sua rival Dilma. Na mesma esteira, tentou manter equidistância do ex-presidente FHC, nem defendeu nem criticou seu governo, e essa dubiedade não passou despercebida, refletiu a notória indecisão tucana.

Marina Silva foi previsível, não decepcionou, é certo, só que não conseguiu empolgar os espectadores. Confirmou que tem boa vontade, explorou bem o assunto meio ambiente, lema principal de sua campanha, e abordou com lucidez os espinhosos temas econômicos e administrativos. Seu bom desempenho, todavia, não foi suficiente para consolidá-la como a melhor candidata, na medida em que não tem uma base política forte o bastante para garantir que consiga governar. Assim como Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva construiu sua carreira no PT. Agora, sozinha em seu PV – partido que fará uma bancada ínfima de deputados e nenhum senador –, a ecologista não passou a sensação de segurança necessária para ocupar o mais alto cargo da nação. Teve o mérito de incluir a questão ambiental na pauta, como nunca havia sido feito.

Entre alguns momentos de tensão, prevaleceu a cordialidade. Um exercício de democracia, todos tiveram a oportunidade de expor suas candidaturas. Nada que pudesse alterar o quadro que vem se desenhando, nenhuma novidade sobre o que já está sendo discutido publicamente há tempos, em entrevistas, encontros, plenárias, comícios. A eleição segue com seu caráter plebiscitário, isto é, quem aprova o governo Lula e quer sua continuação, votará em Dilma.

*Luís José Bassoli é advogado, faz pós-graduação em Globalização e Cultura, dá aulas de Geopolítica no Colégio Objetivo e é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Taquaritinga (SP); na política, foi presidente do Diretório do PT naquele simpático município; no futebol, é sãopaulino roxo e cateano (sofredor pelo Clube Atlético Taquaritinga). Bebe muito uísque, "of course".

quarta-feira, junho 16, 2010

Na TV da Coréia do Norte, seleção venceu o Brasil

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*Obs: o vídeo, evidentemente, é uma piada...

1 litro de cachaça na cesta básica já!

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Na última segunda-feira, o dispensável programa CQC, em mais um quadro para avacalhar e demoralizar ainda mais os políticos tupiniquins, colocou uma moça para coletar assinaturas de deputados federais para aprovar uma fictícia PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de um fictício parlamentar Chico Bezerra. E o que propunha essa PEC? A inclusão de 1 litro de cachaça na cesta básica - uma brincadeira claramente inspirada no sério, sólido e fundamental projeto Manguaça Cidadão, defendido há anos, com todos os fígados, pelo coletivo deste blogue. O pior é que a grande maioria dos políticos assinou o mico sem ler. E um deles, Eduardo Valverde (PT-RO), até justificou, ao ser informado do que havia acabado de assinar:

- Você estaria discriminando os trabalhadores que utilizam a a cachaça, tomam sua cachacinha de vez em quando.

Muito justo, concordo plenamente. Não sei por que tanta indignação, pois 1 litro de cachaça é um direito básico mínimo. Vejam abaixo esse trecho do programa:

quinta-feira, setembro 10, 2009

"Mandei parar o helicóptero pra mandar o Josué, via satélite", revela "técnico" do São Paulo

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O vídeo é antigo, ainda dos tempos em que o hoje alviverde Muricy treinava o hexacampeão brasileiro. Mas a convicção do rapaz pernambucano ao garantir para o repórter, em plena delegacia, de que ele era o verdadeiro técnico do São Paulo, impressiona. E nem tava bêbado. Desconfio que tenha sido esse o motivo do delírio. Confiram com os próprios olhos:

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Distinção de vogais

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O colega Luiz Otávio me conta sobre uma brilhante entrevista de Carlos Santos (foto), governador do Pará em 1994, para a TV local:

Repórter - Governador, estamos prestes a sediar uma convenção muito importante. O que o senhor pensa sobre a OEA?

Carlos Santos - Olha, o que eu posso dizer é que o Ó é Ó e o A é A!

terça-feira, novembro 18, 2008

PQFMTMNETA 2 - Maradona bate bola com Pelé em seu show na televisão (2005)

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 2 - Maradona bate bola com Pelé em seu show na televisão (2005)


O ano era 2005. Diego Armando Maradona vivia a melhor fase da sua vida após o término de sua carreira (futebolística, que fique claro). Já não estava mais obeso e sua saúde, aparentemente, andava nos conformes. Sua popularidade na Argentina estava inabalada como sempre; então, para celebrá-la, nada melhor do que um programa de televisão com exibição nacional e, naturalmente, repercussão internacional. Nascia assim La Noche del Diez, que durou seis meses em 2005.

Logo na estréia, o programa adotou uma estratégia perfeita para atrair a atenção de todo o planeta. Quem melhor para dialogar com Maradona que o Rei do Futebol, Édson Arantes do Nascimento? Eles praticamente não jogaram bola ao mesmo tempo - Pelé pendurou as chuteiras em 1977, e Maradona era apenas um garoto quando, um ano antes, iniciou no Argentinos Juniors - mas protagonizam a maior rivalidade entre atletas do futebol mundial. A discussão sobre quem é melhor entre os dois motiva muita gente, principalmente nos lados de lá do Rio da Prata. Embora se discute se realmente Maradona é o segundo melhor jogador da história, é inegável que ele é, abaixo somente de Pelé, a maior figura (seja lá o que isso quer dizer) do futebol mundial em todos os tempos.

O formato de La Noche del Diez era de "talk show". Ou seja, num contexto a lá Jô Soares, Pelé se deslocaria até os estúdios do Canal Trece argentino para responder algumas perguntas formuladas pelo apresentador Maradona. Obviamente que o papo não seguiu essa rotina. Ao invés de entrevista, o que se viu foi uma boa conversa entre os dois lados. Pelé questionou a Maradona sobre a história da água na Copa de 1990; o argentino confirmou o fato, mas negou-se a citar nomes, respondendo com um já clássico "eu digo o pecado, mas não digo o pecador". Ambos também falaram sobre drogas, problema que os envolve diretamente, já que Maradona é viciado confesso e Edinho, filho do Rei, já passou algum tempo em cana por conta dos entorpecentes.

E o momento de auge do programa foi uma mostra de habilidade dos dois. Eles ficaram jogando a bola, cabeça a cabeça, de um para o outro, por cerca de trinta segundos. A sequência foi interrompida por Maradona, e só porque a situação poderia ficar chata para os telespectadores - tenho certeza que, se não houvesse preocupações com o tempo, a troca de bolas poderia durar dezenas de horas. Confira abaixo:



La Noche del Diez acabou no final de 2005. Mike Tyson foi o último entrevistado. Além de Pelé e do ex-campeão de boxe, o programa contou com outras personalidades como Fidel Castro e Xuxa. Havia a expectativa que o programa fosse retomado em 2008 - mas a indicação do ex-craque para o cargo de técnico da seleção argentina certamente frustrou os planos de quem queria ver Diego novamente apresentando um programa na televisão.