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O Corinthians fez um bom primeiro tempo, pressionou o Flamengo e fez dois gols, um deles do contestado Ronaldo, que jogou melhor do que vinha fazendo. Mas tomou um logo no início da segunda etapa e não conseguiu furar a marcação do Flamengo. Esse é o resumo da ópera da desclassificação corintiana na Libertadores 2010.
Mano escalou o time com os três atacantes do ano passado e apertou o Flamengo. Criou uma penca de chances e poderia ter virado o primeiro tempo com vantagem maior. Vi uma estatística de 15 finalizações contra duas dos cariocas no primeiro tempo.
O gol logo no início da etapa complementar quebrou o time, que levou uns bons 10 minutos pra retomar a pressão. Aí, se manifestou o problema desse time: a dificuldade de fazer gols, esse objetivo menor do futebol. São raras as chances criadas em jogadas mais trabalhadas, trocas rápidas de passe, dribles. Muitos chutes de fora da área e cruzamentos.
Todo mundo brigou, correu, se esforçou. Mas não deu. A torcida reconheceu e aplaudiu o time no final. Na saída de campo, Elias e Dentinho choraram junto com milhares de alvinegros.
Brasileirão na fita
Agora, é juntar os cacos e se preparar pro Brasileiro. Corrigir problemas, que não são poucos. Especialmente do meio campo pra frente. Elias jogou muito ontem, de volta a sua posição. Não é meia, não adianta insistir. O problema é que Danilo, pelo jeito, também não. Cumpre um papel de meia, que é o de segurar a bola e cadenciar um pouco o jogo, mas só. Não dá um passe mais inspirado, um drible.
Outro problema de peso (seguindo a moda de manchetes sobre o cara) é Ronaldo. Ontem, jogou bem, participou de umas três ou quatro jogadas perigosas e marcou. Talvez precise do time mais avançado para render, mais gente por perto pra trabalhar junto, mais espaço. Os três atacantes propiciam isso. Enfim, Mano Menezes que se vire.
Sim, Mano fica, Andrés Sanches já avisou que não fará “caça às bruxas”. Já não tenho toda a convicção de outros tempos. O gaúcho é muitas vezes medroso, quando vê um problema que não consegue resolver, pensa logo num volante a mais. Foi o que aconteceu, entendo eu, com a falta de um meia que cumpra bem o papel que antes era de Douglas. Na duvida, sacou um atacante e meteu três volantes no time. Espero que tenha visto que não é por aí e bote de novo o time pra frente.
Mas isso é mal de toda uma geração de treinadores brasileiros. Ainda não vejo nome melhor que o de Menezes para a função. Os consagrados não me animam nada. Se fosse mudar, apostaria em algum cara novo, pra ver se fugimos da mesmice.
E a base?
E seguindo outra moda, essa mais produtiva e interessante, peço pela utilização (ou pelo menos teste) de jogadores da base. O time alvinegro na Copa São Paulo desse ano tinha dois meias interessantes, Jadson e William. De repente, a solução está em casa.