Destaques

Mostrando postagens com marcador imprensa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador imprensa. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Quando os jornalistas também eram barbudos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No finzinho de um post do Glauco de dois anos atrás, ele chamava a atenção para um texto do blogue Futebol é Literatura sobre a ausência, hoje, de jogadores barbudos. "Parece que barba é crime. Será uma proibição contratual? Uma exigência dos técnicos? Penso saudosamente em Sócrates, no zagueiro campeão do mundo Hugo de León, do ponta Mário Sérgio, do atacante Kita. Coitados, órfãos do futuro, sem sucessores", dizia Fabrício Carpinejar, o autor. Pois é, os tempos eram outros. Hoje em dia a "rebeldia barbuda" quase não é mais tolerada. E não é só no futebol que isso acontece, infelizmente. Os pelados vigiam os peludos.

Na política, com exceção do Lula, do José Genoíno e de mais meia dúzia de três ou quatro, é difícil achar alguma figura de maior proeminência que mantenha com orgulho seus pêlos na cara. E na imprensa não é diferente: o visual yuppie e mauricinho que passou a imperar nas redações a partir dos anos 1990 limpou de vez o rosto dos jornalistas - com exceção, talvez, dos manguaças de alguns blogues e publicações "de esquerda" (a exemplo do rapaz na foto acima). Por isso, foi com satisfação que vi, no Facebook, um retrato do arquivo de nosso camarada Jesus Carlos, da agência Imagenlatina. Vejam aí, com legenda dele:

Greve - ABCD. Jesus Carlos (Em Tempo) e Lula conversando, com Irmo Pasoni (Veja), Hélio (free-lancer) e U. Detimar (Folha de São Paulo) durante a greve de 1979, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Foto: Roberto Faustino.

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Por não ser dono de bar, jornalista é cliente assíduo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Muita gente não entende o motivo de a maioria dos jornalistas beber tanto. Já elocubrei sobre isso aqui no blogue, mas vejo que o assunto gerou até análises acadêmicas. No livro "Jornalismo freelance - Empreendedorismo na Comunicação", de João Marcos Rainho (Summus Editorial, 2008), o autor afirma que três caminhos surgem quando um jornalista está desempregado. Primeiro, óbvio, é procurar e arrumar outro emprego. Segundo, profissionalizar-se como freelance. E, terceiro, continuar desempregado e mudar de ramo - e Rainho observa que "esta última possibilidade está se tornando muito comum nos últimos anos!" (e deve ser, mesmo, ainda mais depois que acabaram com a necessidade de diploma para exercer a profissão). Pois bem, mais algumas páginas à frente há um trecho interessante sobre os que renegam ou pretendem renegar o ofício (os grifos são nossos):

"Pesquisando sobre o modo de vida dos jornalistas para sua tese de mestrado, Isabel Siqueira Travancas entrevistou dezenas de profissionais no Rio de Janeiro [trabalho publicado no livro 'O mundo dos jornalistas']. Ela descreve que o sonho da maioria dos jornalistas dos grandes centros urbanos é ser dono de um jornal - ou ter um bar, para se libertar do esquema empresarial do grandes jornais e do próprio anonimato."

Taí: na impossibilidade de ter um bar, o jornalista vira cliente. Ou melhor: verdadeiro devoto e militante da causa! E o problema do anonimato acaba quando ele passa de alcoólatra anônimo para bêbado conhecido...

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Bom de bola e ruim de conta

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Santos saiu na frente na temporada de contratações que se abre e selou o retorno do ótimo meia Elano (foto), que estava no Galatasaray, da Turquia, por R$ 6,4 milhões (e três anos de contrato). O jogador foi uma das peças principais daquele timaço montado a partir de 2002, que revelou Robinho, Diego, Renato & companhia e que levantou dois títulos brasileiros e dois paulistas. Elano está com apenas 29 anos, em boa fase e tem muita bola pra mostrar ainda. Contratação certeira, a diretoria santista merece reconhecimento. Mas, em entrevista ao diário Lance!, Elano pareceu meio confuso ao responder sobre o tempo gasto nas negociações entre Santos e Galatasaray:

- Me preparei para duas ou três semanas de dor de cabeça, mas foi tudo muito rápido. Acho que foram 20 dias no total.

Ué, se três semanas representam 21 dias, por que então o tempo gasto (20 dias) foi "muito rápido"? Enfim, bom retorno ao Brasil e à Vila Belmiro, que você joga muito melhor do que faz contas, Elano.

sábado, outubro 30, 2010

Felipão, o Serra dos bancos de reserva

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É questionável o título, mas quem mais deu xilique com jornalista na campanha foi o candidato da oposição, José Serra (PSDB). Por coincidência, trata-se de um palmeirense. Só por isso a piadinha.

Luiz Felipe Scolari reclamou da insistência dos representantes da imprensa em relação à fibrose do chileno Valdívia, que impediu o atleta de atuar mais do que 18 minutos na última quarta-feira, no empate com trapalhada da arbitragem com o Atlético-MG.

Na partida anterior, Felipão já havia soltado um palavrão a respeito do mesmo tema (ele disse "merda", ao que responderam, com um "afe! Que horror!", as iminentes diretoras da liga das senhoras da Pompeia).

Neste sábado, 30, véspera do segundo turno presidencial, quando o Palmeiras venceu o pujante Goiás, penúltimo colocado do Brasileirão, por 3 a 2, veio a reação.

Não, não há menção aqui à reação do Palmeiras sem Valdívia e muito menos à do Goiás. Trata-se de uma mobilização da categoria dos jornalistas esportivos setoristas do Palmeiras (Jesp, na sigla que eu acabei de inventar).

A turma apareceu para trabalhar na Arena Barueri com nariz de palhaço. A resposta foi um sorrisinho irônico de Felipão, que não soube (ou não quis responder) o que dizer. Pouco tempo depois de sua chegada aos domínios alviverdes neste ano, o técnico havia desagradado os profissionais da imprensa por decretar a lei do silêncio entre os jogadores na saída do gramado. Tudo para evitar que os cabeças-quentes acionassem líguas desatadas que, a seu ver, prejudicariam o grupo.

Segundo Carlos Augusto Ferrari, alguns veículos anunciaram que seus repórteres estão de folga – quer dizer, não vão participar de coletivas do treinador – até que haja um pedido de desculpas. Provavelmente o mundo fique melhor na próxima semana, ainda segundo o jornalista do GloboEsporte, quando um almoço (boca-livre) para setoristas selará o fim dos atritos.
Pra pensar

Diferentemente de Serra, no Felipão eu voto. Bom, para a sucessão de Luiz Gonzaga Belluzzo, se eu votasse, talvez até optasse pelo tucano se o concorrente fosse, por exemplo, o Mustafá Contousi. Mas feliz ou infelizmente, o estatuto da Sociedade Esportiva Palmeiras impede que alguém que não tenha sido conselheiro do clube esteja apto a disputar a presidência. Assim sendo, segue o jogo.

Já pensou a moda pega? Se um jornalista for cobrir candidato à Presidência da República com nariz de palhaço, terá mais do que sorriso irônico. E vai ter gente achando que é coisa de comunista.
E se a moda pegar para outros grupos? Por exemplo, se, em vez de gritar "or, or, or, queremos jogador", a torcida comparecer às arquibancadas com esferas vermelhas diante das narinas? Bom, aí os jornalistas – com ou sem o nariz postiço – vão estampar: "Crise no Palestra Itália".

Enquanto isso não acontece (ufa!), na décima posição, a quatro do quarto lugar Botafogo, os 3 a 2 sobre o vice-lanterna foram um bom resultado – obrigatório, mas bom. Os gols saíram de duas jogadas individuais e de um cruzamento para gol de cabeça. O adversário frágil ainda fez mais do que lhe deveria ter sido permitido. Mas a vitória é o que interessa nesse caso.

quinta-feira, outubro 28, 2010

Liberdade de imprensa no dos outros é refresco

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Liberdade de imprensa e de expressão é um dos temas frequentemente discutidos e reportados aqui no Futepoca, até porque somos nove profissionais da comunicação e o próprio blogue é mais um espaço a defender a pluralidade de informações e opiniões. Recentemente, o governo Lula vem sendo atacado por supostamente querer "controlar" ou, mais explicitamente, "amordaçar" a mídia. Mentira - e ninguém melhor para botar os pingos nos is do que o próprio presidente: "Muitas vezes, uma crítica que você recebe é tida como democrática, e uma crítica que você faz é tida como anti-democrática. Como se determinados setores da imprensa fossem acima de Deus e que ninguém (deles) pudesse ser criticado. (...) No Brasil, a imprensa deveria assumir categoricamente que ela tem um candidato e que tem um partido. E que falasse. Seria mais simples, mais fácil. O que não dá é para as pessoas ficarem vendendo uma neutralidade disfarçada", disse Lula, para o site Terra.

"Mas eles preferem fingir que não têm lado e fazem crítica à todas as pessoas que criticam determinados comportamentos e determinadas matérias. (...) Quando nós tomamos a decisão de fazermos a Conferência da Comunicação, determinados setores da imprensa não quiseram participar e acharam que aquilo era anti-democrático. Eu não sei qual é a preocupação que as pessoas têm de a sociedade discutir comunicação. Mas o Brasil vai ter que estabelecer um novo marco regulatório de telecomunicações", acrescentou (veja a ÍNTEGRA AQUI).
Lula cutucou onde a ferida mais incomoda os donos do meio de comunicação: a apregoada liberdade de imprensa defendida por eles é totalmente relativa, pois o foco depende do lado político que eles defendem ou atacam. Mais precisamente sobre o candidato José Serra, do PSDB, conhecido pela hipocrisia com que defende a tal liberdade da imprensa ao mesmo tempo que não dialoga e chega mesmo a calar jornalistas que não o agradam.

Em 27 de setembro, a então candidata à presidente Marina Silva, do PV, já advertia: "Tenho ouvido reclamações nos últimos dias que o ex-governador José Serra tem ficado nervoso quando fazem perguntas que ele não gosta. Ouço também relatos de que há uma tentativa de intimidação dele aos jornalistas. Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa. Uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. Outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule. Serra constrange e tenta intimidar jornalistas". Não por acaso, Marina usa hoje seu blogue para criticar o "vale-tudo" de Serra nessa campanha eleitoral.

Sendo assim, por estarmos a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial, penso ser interessante apontar esse jogo sujo (mais um) da chamada "grande mídia" brasileira, que tenta construir um Lula "ditador" e "censor" contra o verdadeiro merecedor desses adjetivos, o candidato tão protegido e blindado pelos próprios meios de comunicação. Reproduzo abaixo uma reveladora sequência de eventos que mostram o quão defensor da liberdade de imprensa José Serra é (e que poderia ser ainda pior, se investido do poder de presidente da República), a partir de uma lista feita pelo jornalista Antônio Biondi para o blogue O Escrevinhador. Vale a pena ler até o final. A arrogância e tirania impressionam pela constância e pelo descontrole emocional:

29 de maio de 2009
Vítima: Estadão/ repórter Sandro Villar. Escreveu o Estadão: "A entrevista coletiva foi tumultuada. A segurança reprimiu os jornalistas com certa dose de truculência. O governador fugiu das perguntas políticas. Ao ser perguntado pelo repórter do Estado se faria dobradinha com Aécio Neves na eleição para a presidência, Serra se irritou. "Pensei que você veio para perguntar sobre o hospital", respondeu (em referência a uma pauta publicada). Um segurança agarrou o repórter na frente do governador, que condenou a atitude do jornalista (!) e soltou um sonoro palavrão impublicável. Villar declarou, em correspondência a Luis Carlos Azenha: "Não faz muito tempo surgiram informações de que o Serra foi submetido a um cateterismo realizado secretamente na calada da noite. Eu queria perguntar isso ao governador para ele desmentir ou não. Mas, pela segunda vez, fui agredido pela segurança de Sua Excelência. Protestei e disse que nem na época da ditadura militar fui tratado com tanta truculência".

10 de maio de 2010
Vítima: Rádio CBN/ comentarista Miriam Leitão. Em entrevista pela manhã, Miriam perguntou se o presidenciável respeitaria a autonomia do Banco Central ou se presidiria também a instituição, caso vencesse a eleição. Serra primeiro respondeu que a suposição da jornalista era "brincadeira". Em seguida, disse, ríspido: "Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência!". Questionado se interviria na instituição ao se deparar com um erro, Serra interrompeu Miriam: "O que você está dizendo, vai me perdoar, é uma grande bobagem".

10 de maio de 2010
Vítima: Rádio Nacional. Relato da Folha de S. Paulo: "Um repórter da Rádio Nacional, emissora estatal, perguntou se o tucano acabaria com o Bolsa Família. Serra reagiu de forma ríspida. 'Por que a pergunta? Porque disseram para você que eu vou acabar? Então eu gostaria de saber a fonte. Isso é uma mentira total', afirmou. Em outro momento de irritação, Serra não quis detalhar sua posição referente à divisão dos royalties do pré-sal. 'Não vou ficar repetindo.' Assessores de Serra procuraram repórteres para pedir desculpas pelo tom do tucano, que chegou ao evento com 40 minutos de atraso".

22 de junho de 2010
Vítima: TV Cultura/ mediador Heródoto Barbeiro. "Como o estado poderia prestar serviço não cobrando pedágios tão caros como são cobrados no estado de São Paulo? A gente viaja por aí e as pessoas reclamam que para ir de uma localidade à outra custa R$ 8,80″, questionou o jornalista. "Você tá transmitindo o que o PT vive dizendo", acusou Serra. O candidato afirmou que o modelo de privatização de rodovias de São Paulo passou por mudanças em seu governo. "Nós mudamos o modelo de concessões e os pedágios baixaram em relação aos elementos anteriores". Ao final da discussão, Serra classificou as indagações do jornalista de "trololó petista" e condenou Barbeiro por não apresentar resultados do governo tucano em São Paulo. "Essas perguntas têm sempre de vir acompanhadas de resultados", exigiu o tucano. Logo depois, Barbeiro deixou a bancada do programa, dando lugar a Marília Gabriela.

Julho de 2010
Vítima: Rádio Mirante AM, do Maranhão/ repórter Mário Carvalho. Serra irritou-se quando foi perguntado sobre o que faria para diminuir sua rejeição no Nordeste. Respondeu: "Onde você viu essa informação? Você está fazendo campanha para Dilma". "No Ibope e no Datafolha", disse Carvalho. "De qual emissora você é?", inquiriu Serra. "Da Mirante AM". "Não é rádio do Sarney? Eu não sei aonde você viu isso. Vamos fazer uma coisa, você quer fazer propaganda pra Dilma? Eu acho legítimo que sua rádio e você faça campanha para Dilma. Não tenho nada a me opor. Agora não venha falar mentira. Tudo bem, faz a campanha direto", despejou, gritando, o candidato do PSDB.

16 de julho
Vítima: TV Globo/ Fábio Turci. Segundo Mino Carta, o repórter dirigiu à Serra uma pergunta sobre juros. O perguntado não escondeu sua irritação, e indagou com a devida veemência: "De onde você é?". Turci esclarece ser da Globo. E Serra, de pronto: "Ah, então desculpe".

7 de agosto de 2010
Vítima: TV Cultura/ Gabriel Priolli. No final da tarde, Fernando Vieira de Mello, vice-presidente de conteúdo, chamou Priolli à sua sala para comunicá-lo de seu afastamento da direção de jornalismo da emissora. O episódio aconteceu apenas 5 dias depois de Priolli assumir o cargo. Ele havia encomendado uma reportagem sobre pedágios no estado de São Paulo. A Folha escreveu sobre o episódio: "Nos corredores da emissora e na blogosfera, circula a informação de que, por trás da saída de Priolli, está uma reportagem sobre problemas e aumento nos pedágios. A reportagem teria sido 'derrubada' – jargão para o que não é veiculado – por Mello. 'A reportagem não foi ao ar na quarta-feira por uma razão simples: não estava pronta', diz Mello. 'Eram ouvidos só [Geraldo] Alckmin e [Aloísio] Mercadante. Em período eleitoral, somos obrigados a ouvir todos os candidatos. Foi isso que fizemos', acrescenta." Escreveu o Observatório da Imprensa: "Explicações complicadas terão que ser dadas pelo candidato à presidência José Serra – acusado de ter pedido a cabeça dos jornalistas."

23 de agosto de 2010
Vítima: TV Brasil. O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se irritou com uma pergunta de uma jornalista da TV Brasil, emissora estatal, sobre o fato de a propaganda na TV completar uma semana hoje e a expectativa
do tucano de conseguir reagir nas pesquisas. "Pergunta lá pro seu pessoal na TV Brasil. Eles têm uma opinião", disse Serra.

15 de setembro de 2010
Vítima: CNT/Gazeta/ entrevistadores Márcia Peltier e Alon Feurwerker. Serra irritou-se durante gravação e ameaçou deixar o programa "Jogo do Poder", da CNT, comandado por Márcia Peltier e Alon Feurwerker. Ele não gostou de perguntas feitas e depois de dizer que estavam "perdendo tempo" com aqueles assuntos, passou a discutir com Márcia. Disse que, em vez de tratarem do programa de governo, estavam repetindo "os argumentos do PT". Em seguida, levantou-se para deixar o estúdio. "Não vou dar essa entrevista, você me desculpa. Faz de conta que não vim", disse Serra, reclamando que a entrevista não era um "troço sério". Logo depois, pediu que os equipamentos fossem desligados e disparou: "Isso aqui está um programa montado." A apresentadora negou com firmeza a acusação e teve uma conversa reservada com Serra. Só então o candidato aceitou voltar ao estúdio.

28 de setembro de 2010
Vítima: Folha de S.Paulo/ repórter Breno Costa. Em Salvador, diálogo entre o repórter Breno Costa, da Folha, e o candidato do PSDB. "Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a [sua] estratégia?". Resposta de Serra: "Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez". Sobre a matéria, explicação da Folha: "Serra referia-se à reportagem que mostrou ressalvas feitas por técnicos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo no ano de 2009, quando ele era governador. As objeções técnicas do TCE-SP, que aprovou suas contas, referiam-se a ações que, hoje, fazem parte da lista de promessas do tucano".

13 de outubro de 2010
Vítima: Valor Econômico/ repórter Sérgio Bueno. O repórter fez pergunta sobre Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. E ouviu do candidato: "Seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral. Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos". Horas depois, a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, ensinou: "O jornalista [Sérgio Bueno] só estava fazendo o trabalho dele, que é perguntar. Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem".

Que esses fatos lamentáveis ajudem os eleitores a pensar muito bem até o próximo dia 31.

quarta-feira, setembro 15, 2010

O desespero machucando o coração (2)

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Outro dia comentei aqui sobre o despropósito da Editora Abril de enfiar uma foto do José Serra no meio do encarte de um CD do Chico Buarque. Agora foi a vez das Organizações Globo colaborarem com sua parcela no desespero pela iminente surra que os tucanos levarão nas urnas. Hoje, o site do jornal O Globo traz uma inacreditável "matéria" sobre o "futuro" do governo federal. Contra todas as evidências, a taróloga Cinara Mattos (foto) garante: "Vai ter segundo turno, entre Dilma e Serra".

Além do "incentivo moral" para o PSDB, Cinara ainda tenta convencer os eleitores de Dilma de que, vitoriosa, ela estaria à beira da morte e passaria seu governo para "assessores". "Ela vai ganhar e vai focar na economia, mas, como está doente, vai precisar ser muito assessorada". Não contente em urubuzar a saúde da candidata, Cinara ainda alerta os simpatizantes do popular presidente Lula que ele será inimigo dela. "No primeiro mês de mandato, Dilma vai mudar com o Lula completamente. Ele vai querer comandar atrás dela, e ela vai dizer que não, que o comando é dela. Eles vão romper definitivamente", sentencia a taróloga.

Em tempo: Cinara Mattos é a mesma que previu, para o Globo Esporte, que seremos campeões na Fórmula 1 este ano. "Com certeza voltaremos a ser campeões. Os mais cotados são o Felipe Massa e o Bruno Senna. Um dos dois vai trazer a taça para o Brasil". Faltando cinco provas para o final da temporada, Massa é o 6º colocado na tabela, 63 pontos atrás do líder, e Bruno Senna é o 22º, sem um ponto sequer. Melhor que isso: Cinara também previu, para o site UOL, que a final da Copa do Mundo de 2010 seria entre Brasil e França. "Essa será a final", disse a taróloga, em janeiro. "(A França) Vem quente. Ela quer porque quer. A cabeça está direcionada para ganhar. Tem chance real". Raymond Domenech que o diga...

segunda-feira, agosto 23, 2010

Em defesa do consumidor, também chamado leitor

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O comediante inglês Tom Scott, em seu espaço virtual, resolveu propor advertências para o conteúdo da grande mídia. "Parece um pouco estranho que a mídia cuidadosamente alerte e rotule qualquer conteúdo que envolva sexo, violência e linguagem pesada - mas não há sistema de rotulação semelhante para, digamos, jornalismo desleixado (sloppy journalism) e outros conteúdos questionáveis", observou Scott. "Daí especulei que era tempo para consertar isso, então fiz alguns adesivos. Eu os tenho grudado em cópias de jornais gratuitos que encontro no underground londrino. Você provavelmente vai querer fazer o mesmo", acrescentou. Ele tem razão: aqui no Brasil, os textos do PIG (Partido da Imprensa Golpista) bem que merecem advertências como essas:


Ps.: Se a visualização estiver muito ruim, clique na imagem.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Pesquisa para quem precisa de pesquisa

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Resultado da 4ª Pesquisa Lance!-Ibope de torcidas, com 7.109 pessoas de 141 municípios, a partir de 10 anos de idade. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Por isso, clubes separados por pelo menos 2,4 pontos estão empatados tecnicamente. Análise do jornal: "Pela primeira vez, a representatividade do Flamengo caiu (ainda que dentro da margem de erro), e o São Paulo não pode mais ser considerado em empate técnico com Palmeiras e Vasco. A partir dali todos os clubes estão em empate técnico com quem está imediatamente abaixo".

Ranking...........Torcedores........Parcela

1º-Flamengo.......33,2 milhões........17,2%
2º-Corinthians....25,8 milhões........13,4%
3º-São Paulo......16,8 milhões.........8,7%
4º-Palmeiras......11,6 milhões.........6,0%
5º-Vasco...........7,9 milhões.........4,1%
6º-Grêmio..........7,7 milhões.........4,0%
7º-Cruzeiro........6,8 milhões.........3,5%
8º-Santos..........5,2 milhões.........2,7%
9°-Atlético-MG.....5,0 milhões.........2,6%
10º-Inter-RS.......4,8 milhões.........2,5%
11º-Sport..........3,3 milhões.........1,7%
12º-Bahia..........3,1 milhões.........1,6%
-Botafogo-RJ....3,1 milhões.........1,6%
-Fluminense.....3,1 milhões.........1,6%
15%-Vitória........2,3 milhões.........1,2%
16º-Fortaleza......1,5 milhão..........0,8%
17º-Atlético-PR....1,2 milhão..........0,6%
-Ceará..........1,2 milhão..........0,6%
-Santa Cruz.....1,2 milhão..........0,6%

Pronto, registrei.

quinta-feira, agosto 05, 2010

A manchete é a que convém

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Saiu a última pesquisa CNT/Sensus. Pelos manuais de jornalismo, a notícia é que Dilma abriu dez pontos de vantagem sobre Serra: 41,6% e contra 31,6% do tucano e 8,5% de Marina Silva (PV). Poderia ser destaque ainda o fato de que a eleição estaria perto de ser decidida no primeiro turno com esses números. Mas a Folha achou por bem tascar a manchete abaixo em sua seção Eleições 2010.



terça-feira, julho 27, 2010

Veja especula sobre o Morumbi

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Na coluna Radar on Line de hoje, no site da Veja, Lauro Jarim questiona: "O que Lula quer com Juvenal?". "Hoje, no final do evento em que sancionou a lei que modificou o Estatuto do Torcedor, Lula chamou o presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, num canto e fez uma convocação ao pé do ouvido: - Juvenal, passa lá no meu gabinete para conversarmos ainda hoje", garante o colunista. E emenda: "Lula e Juvenal estão neste momento reunidos. O assunto é, naturalmente, o Morumbi e o imbróglio da abertura da Copa. Lula, como se sabe, apóia o Morumbi para sediar o jogo de abertura, algo que a FIFA e Ricardo Teixeira dizem que está fora de cogitação". Para encerrar, Jardim deixa as seguintes questões no ar: "Mas o que será que Lula quer dizer a Juvenal? Que vai peitar a FIFA e Teixeira? Ou teria ele uma solução para a encrenca?". Querem a minha opinião? Lula com Juvenal Juvêncio só pode ser encontro pra tomar pinga, com certeza! E o que a cachaça não remedia, remediado está.

terça-feira, junho 29, 2010

No país da delicadeza perdida

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ontem, o vereador do município de Pontes e Lacerda (MT) Lourivaldo Rodrigues de Moraes, o "Kirrarinha", do DEM, agrediu a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste (afiliada do SBT), nas dependências do Centro Integrado de Segurança Comunitária, nas barbas de diversos policiais, incluindo o delegado Algacir Romeu Brisola. E saiu andando como se nada tivesse acontecido. Como disse o camarada Fredi, o DEM (ex-Arena, ex-PFL) poderia deixar de eufemismos e adotar de uma vez a alcunha de P-Sengo (Partido dos Senhores de Engenho). Lamentável é pouco.

segunda-feira, abril 26, 2010

Como assim?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Na página C6 do Estadão de ontem, sobre a preferência do roqueiro Lobão pela cidade de São Paulo, onde mora, uma informação peculiar:

Em 1984, perdeu a mãe, que se suicidou. No enterro, tocou bumbo com a camisa do Botafogo.

terça-feira, abril 13, 2010

Perdendo a chance de ficar quieto

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Essa eu decidi postar só para o deleite e as considerações do Glauco:

- "Eu não sei se essa molecada do Santos consegue segurar a pressão. O São Paulo levou dois gols, e na volta para o segundo tempo eu vi o Hernanes cobrando um colega. Foi uma atitude de quem tem experiência e eu não sei se o Santos, caso leve um gol do São Paulo [na partida de volta], vai conseguir segurar a bronca", disse Vanderlei Luxemburgo, técnico do Atlético-MG.

- "Não sei se o Robinho aguenta, se o Edu Dracena, que é o capitão, aguenta", reforçou o treinador, confundindo o capitão santista [na verdade é Robinho].

terça-feira, abril 06, 2010

92% dos jornalistas aprovam governo Lula. Será?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Depois da pesquisa suspeita da Datafolha, que distanciou Dilma Rousseff quase dez pontos do José Serra (curiosamente, às vésperas do tucano deixar o governo de São Paulo para disputar a presidência da República), outro resultado nos surpreende agora, no início de abril. Segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), realizada durante três semanas no mês de janeiro, 92% dos profissionais de imprensa do país aprovam o governo Lula. O estudo, intitulado "A cabeça do jornalista: opiniões e valores políticos dos jornalistas no Brasil", ouviu 212 jornalistas de 70 veículos, distribuídos em 42 municípios de 22 estados, mais o Distrito Federal.

A iniciativa dos pesquisadores Daniel Marcelino, Lúcio Rennó, Ricardo Mendes e Wladimir Gramacho apontou que 44% dos jornalistas consideram o governo Lula regular, 40% bom, 8% muito bom, 4% ruim e 3% muito ruim (o 1% que fica faltando deduz-se que seja dos que não sabem ou não quiseram responder). Entre os 212 profissionais ouvidos, a cobertura jornalística do governo tem sido adequadamente crítica para 46%, muito crítica para 35% e pouco crítica para 19%. A distribuição dos veículos de imprensa por setor foi: 69,3% de jornais impressos, 10,4% de TVs, 9,9% de rádio, 6,6% de internet e 3,8% de revistas.

Relevante é a conclusão dos pesquisadores de que "essa avaliação revela que prevalece uma visão pouco crítica por parte dos jornalistas sobre a atuação dos meios de comunicação no Brasil, principalmente sobre vieses ideológicos e erros nas coberturas". E pondera ainda que "o único senão é a visão preponderante de que o processo de influência sobre o conteúdo da cobertura é excessivamente centralizado em donos de empresas e diretores e editores de redação, reduzindo o número dos que participam no processo decisório sobre a pauta e conteúdo das reportagens".

"Também é interessante perceber que há uma ampla visão de que anunciantes e políticos são muito influentes nas decisões internas dos meios de comunicação", assinala o trabalho acadêmico. Sobre o posicionamento ideológico dos jornalistas entrevistados, 52% deles se declaram de esquerda ou centro-esquerda. Apenas 12% se dizem de direita, e 23% se posicionam como de centro. Dos entrevistados, 13% não conseguiram ou preferiram não se posicionar. Devem ser os tucanos enrustidos.

segunda-feira, abril 05, 2010

Triste fim de Policarpo Quaresma

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hilário, pra dizer o mínimo, o texto de Dora Kramer no Estadão de hoje. Depois que o jornal deu um passa-moleque em José Serra, chamando-o de "candidato clandestino" em pleno editorial, a "jornalista" faz hoje um "desagravo" ao coitadinho do Fernando Henrique Cardoso, que foi proibido de aparecer no lançamento da candidatura presidencial do PSDB. Sob o título "Gente insolente" (sério, ela escreveu isso mesmo!), Dora reclama que "o tucanatinho acha que ele não fica bem na fotografia do vigoroso partido onde vicejam próceres cuja capacidade de distinguir credibilidade de popularidade é nenhuma". E prossegue, indignada: "Sabe o cunhado que vive dando vexame? Pois é. Os tucanos agora resolveram tratar Fernando Henrique nessa base. Segundo eles, 'pesquisas internas' indicam que FH não é benquisto pelo eleitorado. Atrapalha quando fala" (a mais pura verdade). Injuriada com o tratamento que o sociólogo recebe hoje, Dora Kramer chega a xingar no melhor estilo "bobo, feio e cara de mamão": "Esse pessoal lê umas pesquisas, ou vê um boboca de um analista, se assusta com os arreganhos de meia dúzia de adversários e acha que is só os autoriza a jogar no lixo o respeito devido a quem permitiu que o partido iniciasse sua trajetória de vida pela rampa do Palácio do Planalto". E ainda faz uma comparação absurda com o PT, que nunca quis esconder o Lula (mas por que catzo deveria???), e dá outro puxão de orelha no ex-governador paulista. "Se é sobre esse tipo de caráter que o candidato José Serra falou quando se referiu a brio, índole e solidariedade em seu discurso de despedida do governo de São Paulo, há incoerência no conceito".

Mas o curioso é que, no mesmo dia em que Dora nos empurra esse amontoado de patacoadas, Emir Sader publica na Carta Maior o artigo "O Farol acha que você não tem memória". E vai direto ao assunto: "Triste figura a do FHC. Rejeitado por seus correligionários, considerado como alavanca para a oposição pela rejeição que sofre do povo brasileiro, funciona como clown, como personagem folclórica, lembrança de um passado que o governo luta para terminar de superar e a oposição para tentar esquecer e apagar da recordação dos brasileiros. Escondido pelos seus, repudiado pelos seus adversários, enterrado em vida pelos seus, tomado como anti-exemplo por seus adversários". Não contente, Sader faz questão de dar um recado às "viúvas" como Dora e de jogar a pá de cal no ex-presidente tucano: "Agora FHC tenta novo brilhareco, contra a opinião dos seus correligionários (nas palavras de uma de suas tantas viúvas nas imprensa, tratado como genro que a família quer esconder, porque só comete gafes, que favorecem o inimigo), francamente na onda anticomunista. Já tinha apelado para o 'sub-peronismo', para a denúncia do papel dos sindicatos no governo, agora ataca o desenvolvimento da China. Prefere seu neoliberalismo dos Jardins, aquele que quebrou o país três vezes no seu governo, que levou a taxa de juros – que seu candidato considera que hoje é alta, – a 48%, sem que este tenha protestado. Que fez o Brasil entrar em uma profunda e prolongada crise, de que só saiu no governo Lula". E ponto final. De fato, triste esse fim de Fernando Henrique, o neobobo de Higienópolis. E que papelão, hein, Dora Kramer! Faça o favor...

terça-feira, março 23, 2010

Serra não apita nada

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Enquanto a mídia paulistana abafa o tiroteio interno do PSDB estadual, com o potencial candidato a governador Geraldo Alckmin se estranhando com os desafetos Alberto Goldman (atual vice-governador) e Aloysio Nunes Ferreira (secretário de Governo), o futebol proporciona mais uma bola fora do (des)governador José Erra, digo, Serra. Ao receber a seleção da África do Sul, que é treinada por Carlos Alberto Parreira e faz uma série de amistosos no Brasil, o tucano procurou fazer gracinha ao tentar tocar uma vuvuzela, corneta usada por torcedores (foto abaixo, de Ricardo Trida/Diário do Grande ABC/Agência Estado). Primeiro, esqueceu de tirar a proteção do bocal. Depois, encheu o pulmão de ar e assoprou. Nenhum ruído. Após uma demonstração bem sucedida do ex-jogador Cafu, Serra fez mais uma tentativa. Ouviu-se um leve assovio - seguido de muitas gargalhadas da delegação sul-africana, da plateia e dos jornalistas. O (des)governador fingiu que achou graça.

quinta-feira, março 11, 2010

Primeira Lei da Política

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Lendo no Valor Econômico sobre uma possível chapa com Aloizio Mercadante (PT) para governador paulista e Paulo Skaf (PSB) como vice, um amigo jornalista comentou sobre o que, para ele, é a Primeira Lei da Política:

- Nenhum amigo é tão amigo que não possa virar seu inimigo; e nenhum inimigo é tão inimigo que não possa virar seu amigo.

quarta-feira, março 10, 2010

Será que Belluzzo também quis culpar o elenco?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Alexandre Lozetti, do Lance!, entrevistou na última sexta-feira o folclórico presidente do São Paulo F.C., Juvenal Juvêncio ("Não me acho folclórico. Às vezes falo coisas fora do diapasão" - defendeu-se, folcloricamente, o dirigente). Numa sala com ar condicionado congelante e odor de cachimbo apagado, segundo o repórter, Juvenal, o "intelectual", contou uma historinha interessante (se é verdade não se sabe) sobre o colega Luiz Gonzaga Belluzzo, presidente do Palmeiras:

- Em 2009, me perguntaram por que não ganhamos o campeonato. "Porque fomos incompetentes!". No dia seguinte o Belluzzo me telefonou: "Juvenal, você falou que o time é incompetente?". "Falei". Ele deu parabéns.

terça-feira, março 02, 2010

'Título mundial de futebol não enche barriga'

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Esse era Luiz Inácio Lula da Silva às vésperas da Copa da Espanha, em 1982. Presidente do Partido dos Trabalhadores e candidato ao governo de São Paulo, o político avisava ao jornal, sem medo de nenhum Larry Rohter, que ia beber "muita" cerveja vendo os jogos da seleção. Naquele ano, infelizmente, o time comandado por Telê Santana, com Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico no meio-campo, empolgou mas não ganhou. Lula também perdeu a eleição para Franco Montoro, do PMDB, mas viu seu Corinthians vencer o Campeonato Paulista com Sócrates e a jovem revelação Casagrande. Vinte anos depois, na Coréia e Japão, o Brasil garantiria o pentacampeonato contra a Alemanha, com gols de Ronaldo Nazário, hoje no Parque São Jorge. E, no final do ano, Lula chegaria à Presidência da República. Mas seu Corinthians perderia a decisão do Campeonato Brasileiro para o Santos, de Robinho, Diego, Elano & Cia.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Fosse o PT, a mídia chamaria de 'aparelhamento'

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em entrevista a cinco jornalistas de O Estado de S. Paulo, o presidente Lula aproveitou para canelar - com dados - uma das mais recorrentes críticas da oposição, a de que seu governo inchou a máquina pública. Segundo o nosso presidente, quem incha a máquina estatal, e ninguém fala nada, é o blindado (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra (PSDB):

- A cada 100.000 habitantes, o governo federal tem 11 cargos comissionados. Já o governo de São Paulo tem 31 cargos comissionados por grupo de 100.000 habitantes.

Pois é, o governo tucano emprega, proporcionalmente, quase três vezes mais pessoas sem concurso público. Curioso isso. Não era o PT que "aparelhava" o estado? Tenho a ligeira desconfiança de que a informação de Lula não despertará qualquer interesse na chefia de reportagem do Estadão. E de nem um outro jornalão, revistona ou emissora de TV do país.