Destaques

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Sem zebras, Copinha chega à segunda fase

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Ontem se encerrou a fase de grupos da Copa São Paulo de Juniores. Talvez a mais divertida, por registrar épicas goleadas e por possibilitar a nós vermos equipes alternativas como Rio Bananal-ES, Baré-RR, Paraibano-PB e tantos outros.

Agora a competição inicia seus mata-matas, e daí vai até a decisão do título, no dia 25. São 32 equipes ainda na disputa. Quase todos os principais times do futebol nacional avançaram - alguns com 100% de retrospecto, como Santos, São Paulo, Palmeiras e Internacional, entre outros.

E a Copinha segue sendo uma verdadeira festa do futebol, como falei em post do ano passado. Estive ontem no Baetão para assistir São Bernardo x Coritiba e, apesar do péssimo futebol apresentado, saí do estádio satisfeito, pelo clima legal que lá estava. Fui com a camisa do Santos e dividi a arquibancada com gente trajada com o uniforme de São Paulo, Corinthians, Palmeiras e tantas outras equipes. O estádio estava bem cheio - seguramente, com bem mais público do que o São Bernardo FC atrairá em sua disputa na série A2, que começa no dia 24. Claro que a entrada franca tem peso decisivo nisso; mas é sempre positivo ver que o entusiasmo pelo futebol prevalece.

Os confrontos da primeira fase de mata-matas da Copinha serão os seguintes:

Santos-SP x Guarani-SP
Cruzeiro-MG x Juventude-RS
Flamengo-RJ x Fortaleza-CE
Grêmio-RS x Atlético-PR
Vila Nova-GO x Figueirense-SC
Internacional-RS x Rio Branco-SP
São Paulo-SP x Juventus-SP
Barueri-SP x São José-RS
Palmeiras-SP x Paraná-PR
Atlético Sorocaba-SP x São Caetano-SP
Vasco-RJ x Avaí-SC
Goiás-GO x D. Brasil ou Sertãozinho (a ser definido por sorteio)
Corinthians-SP x D. Brasil ou Sertãozinho (a ser definido por sorteio)
Ponte Preta-SP x Portuguesa-SP
Fluminense-RJ x Rio Claro-SP
América-MG x América-SP

Vejam também os gols da última rodada, em vídeo da Globo.com:

Buraco do metrô: dois anos da tragédia impune

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Hoje faz dois anos da maior tragédia em obras de transporte público na cidade de São Paulo: o desabamento em um dos canteiros da futura Via Amarela do metrô, na Marginal Pinheiros, que matou sete pessoas e resultou na interdição de 55 imóveis nas imediações da cratera e na demolição de cinco deles. Um fato absurdo, creditado unicamente ao Consórcio Via Amarela, responsável pela construção e liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e ainda por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. Mas o consórcio foi contratado pelo governo do Estado (gestões tucanas de Geraldo Alckmin e José Serra), que se isentou completamente de responsabilidade e foi docilmente poupado pela imprensa.

Na semana passada, segundo o site Uol, o promotor Arnaldo Hossepian Junior protocolou na 1ª Vara Criminal do bairro Pinheiros um documento em que denuncia 13 pessoas ligadas ao consórcio e ao Metrô como responsáveis pelo acidente nas obras da linha 4, acusando os engenheiros envolvidos de negligência e imprudência. De posse dos laudos feitos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e pelo Instituto de Criminalística, o promotor afirmou corajosamente que a tragédia poderia ter sido evitada. Os laudos haviam demonstrado também ter havido explosões momentos antes do acidente e que o plano de evasão no entorno da obra não funcionou.

Porém, tudo acaba em pizza. Em entrevista coletiva, o próprio Hossepian disse que não acredita que os responsáveis sejam presos. Enquanto isso, nas ruas vizinhas ao local da tragédia os moradores ainda lamentam os prejuízos. "Meu prejuízo foi muito grande e só aceitei a mixaria que eles me ofereceram porque minha família pediu para tirar o processo. Eles me f... de verde e amarelo", reclama o espanhol Fidel Montes, dono de uma marcenaria que ficou fechada por três meses, em entrevista para o Uol. José Carlos de Oliveira, por sua vez, tinha sociedade em um estacionamento que ficava na esquina das ruas Capri e Gilberto Sabino e foi engolido pelo deslocamento de terra para dentro do buraco à beira da marginal do rio Pinheiros.

Hoje, ele cuida dos carros na rua e aluga vagas em garagens das cercanias. "Eu era microempresário, agora sou um flanelinha." Já a taxista Rosa Maria Pescuma foi desalojada por decisão judicial e teve de abandonar sua casa na rua Gilberto Sabino na última semana de 2008. Diante de sua porta há cavaletes e placas de "proibido passar". Ela e seus dois cachorros tiveram de ir morar com a filha no município de Osasco. "Meus clientes e amigos estão aqui. Saio com dor no coração." E aí, governador José Serra, só silêncio? E aí, Veja? E aí, Arnaldo Jabor? Nada a comentar? Além das mortes e perdas, quanto o governo do Estado está tendo de prejuízo com o reparo e o atraso na entrega das estações? Isso não é um boa pauta, não?!??

sábado, janeiro 10, 2009

As imagens que dizem mais

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Acima, matéria jornalística de Mohammed Vall, da rede de televisão Al Jazeera. As imagens falam por si. E, pra não dizer que não damos o famigerado dogma jornalístico do "outro lado", um vídeo abaixo que mostra a "diferença" entre o exército israelense, auto-intitulado o "mais ético", e os palestinos. Tocante a cena do militar acariciando um gatinho em Gaza, apoiando um velhinho e brincando com crianças... De fato, pode-se ver como alguns militares de Israel cuidam da segurança dos palestinos nessa notícia.

 



Leia o que o Futepoca já escreveu sobre a Palestina:

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O encontro das fotos com o fotógrafo em um bar

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Domingo de calor em Taquaritinga, interior de São Paulo, e o amigo Taroba me chamou pra tomar um "sorvete" (três bolas de chocolate e duas doses de vodka) no mítico Bar do Tadao. Chegando lá, um rapaz mostrava com todo o cuidado, para um grupo muito compenetrado de 10 a 12 pessoas, algumas fotografias em papel, coisa rara em tempos de maquininhas digitais. Percebi que eram imagens de algum show de rock, mas, como já não conheço quase ninguém na cidade em que nasci, não quis me intrometer. Só que o Taroba já voltava com os "sorvetes" e cumprimentou o dono das fotos: "- E aí, Miau, beleza?". E acrescentou, para meu espanto: "-Ah, você está com aquelas dos Ramones aí? Pois esse aqui é o Marcão, foi ele quem fez as fotos!". Todos olharam estupefatos para a minha cara. Era verdade. Duas dessas fotos: o guitarrista Johnny Ramone (acima) e o baixista C-Jay (abaixo).

Bom, pra resumir: o Miau se chama Gustavo, é professor de Filosofia, fanático pela banda dos falecidos Joey, Dee Dee e Johnny Ramone mas, infelizmente, não tinha idade, na época, para ter ido a um show deles. Então lhe contei a história das imagens, que ele guarda como relíquias (as cópias eram do Taroba, que o presenteou). Essas fotos eu fiz no último show dos Ramones no Brasil, em março de 1996, para o jornal Tribuna de Indaiá, de Indaiatuba (SP). Foi uma gambiarra só: eu era editor de Esportes (nada a ver) e um amigo que trabalhava em Campinas tinha o esquema para tirar credenciais de fotógrafo mas não podia ir. Eu pedi a câmera para o meu jornal e paguei a passagem do bolso, numa excursão de um fã-clube local. A concentração foi num bar e a viagem, ida e volta, uma bebedeira (e fumaceira) daquelas.

Já no interior do Olympia, em São Paulo, eu e outros fotógrafos ficamos espremidos em 1 metro de corredor entre o palco e a grade isolante dos malucos da platéia, que nos socavam e cuspiam. O esquema era cruel: só podíamos fotografar até a quinta música - o que, em termos de Ramones, daria no máximo 10 minutos. Era proibido usar flashes e os holofotes piscavam ao ritmo das pancadas de Marky na bateria. Ninguém tinha máquina digital e, por isso, cada clicada era um mistério. Se o disparo ocorresse no milésimo de segundo em que a luz se apagava, não sairia nada. Esse foi o motivo de eu ter clicado 36 vezes e aproveitado só umas 10 fotos.

Ao contar isso para o Miau e outras pessoas que hoje têm menos de 25 anos, nunca me senti tão dinossauro (rsrs). Nem tentei explicar como fizemos para revelar os fotolitos, riscar a diagramação, colar os past ups... Tratamento de imagem? Nem em sonho! Buenas, mas chega de velharia. Só registro aqui mais uma das inúmeras situações insólitas que o bar, esse mito, sempre me proporciona. Hey ho, let's go! E manda mais um "sorvete", Tadao!


Outras duas: os malditos holofotes piscando sobre o baterista Marky (à esquerda) e outro deles ofuscando o rosto do finado Joey Ramone (à direita). Quase impossível manter o foco com os empurrões da malucada





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Zico assume CSKA e vai estrear na Copa da Uefa

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Depois de passar um tempo treinando o Bunyodkor, do Uzbequistão (onde conquistou as importantes Liga Nacional e a Copa do Uzbequistão), o ex-jogador e agora técnico Zico (foto) assume agora o comando do CSKA, de Moscou - time do atacante brasileiro Vagner Love. O Galinho entra no lugar de Valery Gazaev, demitido em dezembro. O primeiro compromisso do treinador está agendado para o dia 19 de fevereiro, contra os ingleses do Aston Vila, pela fase de mata-mata da Copa da Uefa. Será que está pintando um futuro concorrente ao posto de Dunga? Se o critério de escolha for o mesmo, Zico não precisa nem ganhar nada. Aliás, não precisaria nem ter treinado time nenhum...

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Israel e o mito da liberdade de imprensa

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É sempre difícil acrescentar algo em relação ao que acontece na Faixa de Gaza sem repetir quem faz uma excelente cobertura da tragédia gestada no Oriente Médio. O Idelber Avelar vem trazendo notícias e informações relevantes sobre os ataques israelenses, mas uma saltou aos olhos e interessa ser analisada aqui, já que diz respeito à imprensa e todos os membros desse blogue nela trabalham.

Ele cita um belo furo do Cloaca News , que descobriu o blogue de uma jornalista de O Globo e que também aparece na Globo News, Renata Malkes, que faz a cobertura ou algo que se assemelhe a isso, do Oriente Médio. De ascendência judaica, ela não hesita em fazer comentários preconceituosos e cheios das certezas típicas de quem não respeita a diversidade e a diferença.

O tal blogue, denominado Balangan, foi abandonado pela jornalista, mas o Cloaca, com o auxílio da Wayback Machine, resgatou o que ela escreveu de 2002 a 2007. Em um determinado post , diz que os árabes são mentirosos, reforçando a idéia com uma parabolazinha em outro. Já noutro texto exulta ter sido aceita no exército . Sim, sim, é essa pessoa que está encarregada de fazer a cobertura “imparcial” do “conflito” na Faixa de Gaza.

O serviço isento do objetivo jornalismo da grande imprensa brasileira, como o praticado por Veja, que justificou os ataques israelenses como nem a assessoria de imprensa do governo faria, coadunam com a “liberdade de imprensa” que existe em Israel. Os jornalistas estrangeiros foram proibidos de entrar na Faixa de Gaza, algo que foi denunciado  por Ethan Bronner, do The New York Times. Enquanto as notícias sobre a trágica situação dos palestinos só chegam ao resto do mundo por meio de blogues, sites independentes e pessoas que já vivem agora o cerceamento de comunicação (já que lá não há no momento sequer eletricidade), há amplo acesso ao sul de Israel para a mídia, local onde chegam os foguetes do Hamas. Não é de se estranhar, já que governo israelense também não é muito tolerante com opiniões contrárias à sua política de apartheid e inclusive já foi responsável pela prisão e espancamento de um jornalista premiado, Mohammed Omer, correspondente da Inter Press Service na Faixa de Gaza, como se pode ver aqui.

Alguém pode dizer como a mídia daqui relataria tais fatos se ocorressem na Venezuela?

Leia o que o Futepoca já escreveu sobre a Palestina:

Tiquira - a cachaça de mandioca brava

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Famoso pelo exclusivo e exótico Guaraná Jesus, o estado brasileiro do Maranhão também possui uma peculiaridade na produção etílica. Trata-se da Tiquira (à esquerda), cachaça produzida a partir da mandioca brava. Quando ganhei uma garrafa do colega Gerson, já citado aqui no Futepoca, tomei um susto: pensei que estava me dando um frasco de Pinho Sol lavanda (abaixo). Mas a cor da Tiquira é essa mesma, roxa. Pela internet, descobri que isso se deve à infusão de folhas de tangerina durante o processo de destilação. E o negócio é forte: Gerson disse que quase desmaiou quando provou um gole, lá em São Luís, e que seu cunhado, cachaceiro de respeito, acusou o golpe e parou no meio copo. Entre os maranhenses, corre a lenda de que, se tomar banho depois de beber Tiquira, a pessoa morre. Segundo o Sistema de Informações Agroindustriais da Mandioca Brasileira, o teor alcoólico da bebida gira em torno de 45º. Bom, ainda não tive coragem de experimentar. Mas vou levá-la amanhã ao bar Pinheirinho, no bairro Pinheiros, aqui em São Paulo (rua dos Pinheiros, 1.183, a partir das 20h30). Quem tiver coragem, que se arrisque. Porém, por via das dúvidas, é bom não tomar banho ao chegar em casa...

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quarta-feira, janeiro 07, 2009

Por que você torce para o seu time?

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Se o futebol entra de forma diferente na vida de cada pessoa, o que dizer do time do coração, que desperta paixões de tal monta que às vezes ultrapassam o próprio gosto pelo esporte bretão? O grau de fidelidade a um clube varia, indo desde a simples convenção social que praticamente obriga que o cidadão, mesmo alheio ao futebol, tenha que se declarar adepto de alguma agremiação; até o fanatismo daqueles que dizem com cândida sinceridade que dariam a vida pelo time.

Mas como surge essa marca que nos acompanha pelo resto da vida (com exceção dos vira-casacas, obviamente)? Tentaremos aqui elencar os mais variados motivos que levam alguém a se tornar um torcedor. Veja qual deles foi o seu e, se não for nenhum, deixe seu depoimento.

Os pais – se o pai ou a mãe forem de fato apaixonados por um clube, é difícil para a criança escapar da sina. Torcer para uma camisa é algo que se aprende antes de falar, algo tão natural quanto segurar a colher ou usar o penico. Quando o garoto vai se questionar porque grita “gol” junto com o pai, já é tarde demais. Claro que também pode haver o efeito contrário: a criança pega birra e, de forma cruel, passa a torcer para o rival. Contudo, se o guri não for cuidado com apego e atenção ou se os genitores não ligarem para futebol, abrem-se as portas para influências externas pra lá de perigosas.

Tios e padrinhos – você não gosta muito de bola ou passa muito tempo longe dos filhos. Às vezes são períodos longos de viagem e seus rebentos convivem durante muito tempo com padrinhos ou tios, que mimam seus bebês com gracejos, presentes, idas ao estádio etc. Quando você se dá conta, tem um inimigo dentro de casa. Mas tudo bem, você não liga muito pra futebol mesmo. Contudo, não tenha dúvidas que vai se irritar muitas vezes durante a vida...

Amigos – outro tipo de influência que pode ser perniciosa. O menino está inserido em um meio social onde a maioria torce pra determinada equipe. Hesitante, ele tenta resistir. Mas o time da maioria está ganhando sempre, o do moleque está na fila e, de repente... ele se converteu! Quando crescer, pode até não lembrar que começou a torcer por causa dos amigos, mas as reuniões de família aos domingos não vão lhe deixar esquecer.

Namorado (a) – acontece muito com moças que não se ativeram de fato a um time. Ela conhece um rapaz que é torcedor fiel de uma equipe e, a partir daí, tem duas opções: tolerar e/ou ignorar os maus hábitos do camarada ou tentar adentrar no mundo dele. Se a escolha for a última, é meio passo para compartilhar da mesma doença do parceiro. O tal gosto pode se desfazer junto com uma eventual separação ou, se a afinidade com o clube for firme, resistir e se tornar parte do cotidiano da pessoa.

A moda – como visto no exemplo acima, uma onda favorável de um time pode ser fator determinante para o desempate ou para que alguém se declare torcedor – mesmo “socialmente” - de uma equipe. Não fosse isso, o Santos, oriundo de uma cidade média, jamais teria uma das dez maiores torcidas do país, algo cultivado na década de 60. A exemplo do São Paulo, que também ganhou adeptos no início dos anos 90. Embora a lenda diga que nem sempre esse seja o torcedor mais convicto, na prática, não é possível diferenciá-lo muito dos “torcedores de cabresto” forjados pelas famílias.

Partida marcante – às vezes o menino está ali, meio à toa e hesitante em relação a um time. E, de repente, se encontra diante de uma promessa de espetáculo, uma decisão ou um jogo histórico. Mal percebeu e começou a sofrer ou vibrar assistindo à partida, mesmo sem saber direito a razão. Pronto, virou torcedor. Há exemplos disso dentro desse próprio blogue e em cada boteco do país.

A casa – já diria Fernando Pessoa, pelo heterônimo de Alberto Caeiro, que o rio da aldeia dele era mais belo que o Tejo, mesmo sem sê-lo. Isso faz com que muitos times do interior tenham fãs apaixonados, porque vêem nele uma forma de ligação com o lugar de onde vieram, um cordão que não é conveniente que seja rompido. Também explica porque equipes que são jovens, como o São Caetano ou o Barueri, consigam encontrar alguns torcedores – não muitos, claro – mas que atestam a existência da equipe.

E aí? Qual é o seu caso?

O que fez você torcer para o seu time?


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terça-feira, janeiro 06, 2009

2009 mal começou e já pedimos seu apoio

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Começando um novo ano, após merecido recesso deste trabalho não-remunerado mas prazeroso que é o Futepoca, já vamos dar aos leitores uma notícia que nos orgulha muito. Esse espaço foi indicado para três categorias diferentes no Best Blogs Brazil, uma das mais importantes premiações da internet brasileira. Humildemente concorremos para Melhor Blog, Melhor Blog de Esportes e Melhor Blog de Política.

À primeira vista, este é o único blogue que concorre em três categorias diferentes. E, pra quem não lembra, em 2007 vencemos como Melhor Blog de Esportes, mesmo competindo com blogues de jornalistas da grande imprensa. De novo, enfrentamos o pessoal que está na mídia há tempos, mas vamos para o jogo. Mesmo começando a campanha só agora, contamos com seu apoio e seu voto para fazermos bonito na disputa.

O link para se cadastrar está aqui. É rapidinho e você pode votar no Futepoca nessas três categorias e também aproveitar e prestigiar outros ótimos blogues nas demais categorias. Aliás, competindo com a gente tem sites muito bons que merecem visitas e votos. Se não for com a nossa cara, não percam a chance de votar neles.

Balanço das contratações: Corinthians monta bom time para 2009

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O tradicional – e chatíssimo – período de entressafra do futebol nacional está chegando ao final e já é possível – atendendo a pedidos – fazer uma primeira avaliação das contratações e da formação dos times para 2009. Muita coisa ainda pode mudar, mas algumas equipes já parecem ter estabilizado seus elencos. É o caso do Corinthians, de quem falarei aqui. A diretoria afirma já ter fechado o elenco para o ano, apesar de manter aberta a possibilidade de negócios de ocasião com bons jogadores – brecha que serve basicamente para manter a expectativa para a cada vez mais improvável vinda do atacante Kleber.

O alvinegro vem com uma base montada do ano passado – somente com a saída quase certa de Herrera até agora – e contratou seis reforços para 2009. Na zaga, chegou Jean (ex-Grêmio) e está quase tudo certo para a vinda do argentino Escudero, que deverão ser reservas de William e Chicão juntamente com os pratas da casa Renato e Diego. No meio, o ex-botafoguense Túlio chega para disputar a posição de volante com Fabinho e Christian, além de Bruno Octavio e Marcelo Oliveira. Também do Botafogo vem Jorge Henrique, que deve disputar posição com Dentinho. Por fim, no ataque, dois centroavantes: Souza (ex-Goiás e Flamengo) vem da Grécia para revezar com o maior reforço do time (em mais de um sentido), Ronaldo.

A agilidade das contratações impressionou. Faz muito, mas muito tempo mesmo que o Corinthians não começa uma temporada com um elenco montado e técnico contratado. As posições reforçadas são as que precisavam de opções, o que demonstra planejamento. Talvez eu tivesse ido atrás de um lateral direito, mas Alessandro parece ser homem de confiança de Mano Menezes. A contratação de Túlio pode ser questionada por já ter muitos volantes no elenco, mas entendo que a diretoria está se preparando para perde Fabinho no meio do ano.

Com as novas contratações, o estilo de jogo do time deve mudar. Com o brigador Herrera, a marcação começava já no ataque. Agora, com a entrada de Ronaldo ou Souza, é possível que Mano Menezes tente ajustar a marcação com um volante mais pegador que Elias. Com a suspensão de Morais, o time titular poderia ser: Felipe; Alessandro, Chicão, William e André Santos; Fabinho, Túlio, Douglas e Elias; Dentinho e Ronaldo.

É um bom time e tem uma base formada e entrosada. Fora o ataque, que precisava mesmo melhorar, os reforços trazem opções para o elenco, diminuindo a chance de uma contusão acabar com o time. Mano Menezes procurou jogadores que possam executar mais de uma função, como Jorge Henrique, que funciona como meia-atacante, e Escudero, que é zagueiro e lateral esquerdo.

Como diferencial, tem Douglas, um dos poucos meias pensantes do país hoje, o agressivo e habilidoso lateral André Santos e a boa revelação Dentinho, que tem sua chance de estourar. Além disso, tem uma dupla de volantes firme e de bom passe, dois zagueiros sérios e um bom goleiro. A grande incógnita é como será o desempenho de Ronaldo. Se conseguir atuar bem e manter uma seqüência (segundo o Paulo Vinícius Coelho, a última vez que ele jogou mais de seis jogos seguidos foi em 2004...), pode desequilibrar. Se jogar bem e apenas em alguns jogos, com um reserva decente (Souza), não deve atrapalhar.

PS.: Um feliz 2009 para todos, com muita cerveja, bons jogos de bola, saúde e essa coisa toda.

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Som na caixa, manguaça! - Volume 31

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ROMANCE DE UMA CAVEIRA
(Alvarenga/ Ranchinho/ Chiquinho Salles)

Alvarenga e Ranchinho

Eram duas caveira que se amava
E à meia-noite se encontrava
Pelo cemitério os dois passeava
E juras de amor então trocava

Sentado os dois em riba da lousa fria
A caveira, apaixonada, ansim dizia
Que pelo caveiro de amor morria
E ele, de amor, por ela vivia

Ao longe uma coruja cantava alegre
Ao ver os dois caveiro ansim feliz
E quando eles se beijava, em tom funébre
A coruja, batendo as asa, pedia bis

Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver novo de um defunto
E a caveira pr'ele se apaixonou
E o caveiro antigo ela abandonou

O caveiro tomou uma bebedeira
E matou-se de um modo romanesco
Por causa dessa ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco

(Gravação de 1957 no CD "Violeiro Triste", Revivendo, 2005)


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segunda-feira, janeiro 05, 2009

PQFMTMNETA 5 - O quarto goleiro do Grêmio vai para a seleção principal

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

PQFMTMNETA 5 - O quarto goleiro do Grêmio vai para a seleção principal (2007)

Em março de 2007, a seleção brasileira tinha dois amistosos, contra Chile e Gana, agendados. Como de costume, Dunga fez sua convocação sem muitas surpresas. Os nomes para o gol seriam Júlio César (Internazionale) e Hélton (Porto). Acontece que o ex-vascaíno sofreu uma lesão e não poderia integrar o escrete canarinho. Para o seu lugar, Dunga resolveu inovar: chamou Cássio, do Grêmio.

Dois meses antes, em janeiro de 2007, Cássio havia sido um dos principais nomes da seleção brasileira que conquistara com sobras o Sul-Americano Sub-20. Mas suas boas atuações pela seleção jovem não o fizeram ter destaque no Grêmio: no elenco tricolor, Cássio era apenas a quarta opção para a meta, atrás de Saja, Marcelo Grohe e Galatto.

Dunga justificou a convocação de Cássio por três motivos. O primeiro foi o bom desempenho no Sul-Americano; o segundo, a dificuldade de desfalcar algum clube com a convocação às pressas de outro nome; e o terceiro, a intenção de observar Cássio já tendo em vista os Jogos Olímpicos de Pequim, que aconteceriam em pouco mais de um ano e meio.

Cássio nem chegou a entrar em campo pela seleção principal. O que é quase uma regra quando se trata de goleiros reservas, aliás. Mas a fama que obteve certamente colaborou para que, dois meses depois do chamado de Dunga, o atleta fosse negociado com o PSV da Holanda, por pouco menos de R$ 4 milhões. Ele deixou o futebol brasileiro sem praticamente ter jogado pela equipe principal do Grêmio.

Apesar de ter recheado o bolso e de estar curtindo as belezas da Holanda, a vida de Cássio desde então não foi das mais fáceis. Entrou em campo uma única vez pelo PSV e não foi convocado para a Olimpíada - os goleiros que Dunga levou para a China foram Diego, do Almería, e Renan, à época no Inter de Porto Alegre e hoje titular do Valencia.

Mas 2009 parece que será um ano agitado para Cássio: sua transferência para o Vasco está bem encaminhada, e ele tem tudo para ser o arqueiro que o clube da Colina precisa desde a saída de Hélton - coincidentemente, o mesmo jogador que abriu a vaga para que o então quarto goleiro do Grêmio fosse chamado para a seleção.

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"Tomei 60 doses e fui dormir no meio do mato"

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A capacidade manguacística do ser humano é um negócio muito sério. Principalmente quando a bebida é grátis. Em Campinas (SP), o Bar do Kim, no Parque Jambeiro, promove todo 2 de janeiro o "Dia do Pingaiada". Agradecido por seu comércio ter se consolidado principalmente com a venda de cachaça, o proprietário Florivaldo Lisboa de Brito decidiu retribuir a generosidade dos pinguços e, já há quatro anos, nessa data, libera de graça doses de pingas variadas, conhaque, vodca, vinho, batidas, amarula, menta e outras beberagens menos recomendadas.

Neste ano, um dos que compareceram à esbórnia deu um depoimento surpreendente: "Ano passado tomei 60 doses de pinga e fui dormir no meio do mato. Este ano vão ser 'só' 40", minimizou o pedreiro Dirceu Aparecido Morge, apelidado muito apropriadamente de "Cozido". Ao seu lado, o carpinteiro Eduardo do Prado inventou uma tese muito interessante para não se classificar como "bêbado". "Tomei um pouquinho de cada. Fico embriagado, mas não bêbado. Bêbado é aquele que cruza as pernas e cai na rua, embriagado vai onde quer".

Mas o melhor foi a explicação do dono do bar para a escolha da data do "Dia do Pingaiada". "Dia 1º de janeiro a turma bebe muito, então faço no dia seguinte que o pessoal bebe menos", entregou Florisvaldo, o Kim. E por "beber menos" temos que considerar que os 300 manguaças que se deslocaram ao Parque Jambeiro este ano consumiram 53 litros de bebidas destiladas e fermentadas. "A bebida aqui nunca acaba, mas tem uns que bebem demais, vão para o outro lado da calçada e dormem um pouco. Só que depois ainda voltam para beber mais", arrematou Kim.


Os bebuns do Parque Jambeiro, em Campinas, no "Dia do Pingaiada" (com informações do Cosmo On Line e foto da Agência Anhangüera)


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quarta-feira, dezembro 31, 2008

A bola não pára...

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Festas de fim de ano, jogadores curtindo férias e nada de futebol. Seria quase verdade se, além das entendiantes partidas festivas que envolvem veteranos, artistas e modelos/atores nas bandas de cá, não houvesse gente pelo mundo fazendo história no ludopédio profissional.

O campeonato inglês não tem folga. Como explica o Trivela, a tradição de realizar jogos nessa época remonta ao fim do século XIX e algumas equipes aproveitam o período para deslanchar, enquanto outras acabam por tombar, talvez por conta do banzo de seus atletas.

E deve ter sido a raiva de trabalhar nessa época que motivou o atacante David Pratt, do Chippenham Town, equipe da sétima divisão do futebol inglês, a tomar o cartão vermelho mais rápido da história do futebol profissional. Foram apenas três segundos de jogo até o atleta dar uma entrada violenta sobre um jogador do Bashley, que obrigou o árbitro a mandá-lo pro chuveiro mais cedo. Ele bateu o recorde do italiano Giuseppe Lorenzo, jogador do Bolonha que, em 1990, foi expulso com dez segundos de partida.

Já na Espanha, embora o campeonato pare, jogos entre seleções regionais ou autônomas tomam conta do país. E a seleção de Extremadura disputou uma peleja com a seleção peruana, e era derrotada por 2 a 1 até quase o finalzinho. Mas, no último minuto, o selecionado local conseguiu uma penalidade inacreditável a seu favor. Na verdade, como mostra o vídeo abaixo, quem faz a “falta” no avante do Extremadura é o próprio companheiro de time. Três atletas peruanos foram expulsos por reclamarem do pênalti, que acabou convertido, decretando o empate pró time da casa. Expulsões, confusões e rapinagens. Haja espírito natalino...

terça-feira, dezembro 30, 2008

Maloqueiro é nóis! Bambi é o Gordo travequeiro!

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Com a colaboração de DIEGO SARTORATO*

O exército israelense bombardeou uma prisão palestina durante os ataques à faixa de Gaza e os detentos aproveitaram o foguetório pra fugir. Um fotógrafo da Reuters registrou a cena e, surpresa, vejam a camisa que tava usando um dos fujões. Maloqueiro e sofredor é isso aí, mano!


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-palestinos, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

A borracha e o mito do maluco que se desmancha

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Uma coincidência boa colocou no DVD de casa o quase clássico Fitzcarraldo, de Werner Herzog, há um mês, mas só tomei vergonha na cara para escrever agora.

A obra apresenta o auge do ciclo da borracha na Amazônia Peruana. O alemão Brian Sweeney Fitzgerald, vivido por Klaus Kinski, adota a forma como os nativos conseguem pronunciar seu nome e tenta pôr em prática um segundo sonho megalomaníaco, o de levar o tenor italiano Enrico Caruso (uma espécie de "avô" do Luciano Pavarotti em termos de fama) para Iquinos em uma casa de espetáculos que ele construiria ali. O primeiro projeto mirabolante era o de construir uma ferroria para ligar a floresta à costa, cruzando os Andes.

A loucura do personagem mantém a pose mesmo obrigado a se contentar com uma não-proeza pode render um monte de discussões no fórum adequado. É o anti self-made man, por isso a brincadeira no título do post.

Vale notar que Caruso jamais foi a Manaus cantar La Gioconda, como sugere o filme. A recusa do convite em 1896 foi por medo de febres tropicais. O verdadeiro Fitzcarraldo teria partido em sua empreitada dois anos antes, com lanchas e 2 mil índios.

Liberdades poéticas à parte, no ano em que se relembra os vinte anos do assassinato de Chico Mendes, é interessante retomar as aulas de história sobre o ciclo da borracha. A coleta da seiva da seringueira para produzir borracha foi extremamente rentável para a elite da região amazônica no final do século XIX, e deu origem a um surto de prosperidade. Foi isso que o filme despertou em mim. E tem matérias para ler e documentários para assistir sobre o líder seringueiro.

O filme conta com a participação de José Lewgoy como o fazendeiro ganancioso e cínico e pontas de Milton Nascimento como guarda do teatro municipal de Manaus e de Grande Otelo como funcionário da Transandina (uma ferrovia de nome auto-explicativo, iniciada pelo protagonista e abandonada ao léu).

Foto: Divulgação

Fazendeiro interpretado por José Lewgoy zomba até cansar do
protagonista. Na cena, ele toma champagne (ou equivalente).


Ambição
Para levar a ópera à selva, Fitzcarraldo decide entrar no ramo de exploração de borracha, consegue uma conscessão pública que precisaria ser explorada em até nove meses em uma região não desejada por nenhum dos outros donos do lugar. Ocorre que a área não era acessível pelo afluente do Amazonas que banhava a área, o Caspajali, porque seria necessário navegar rio acima e ultrapassar cascatas e cachoeiras. Ao conhecer um mapa, o alemão decide que poderia chegar ao local navegando por outro caminho, o rio Serjali. O único problema seria a necessidade de transpor uma montanha que separa dois rios. Ele leva um barco a vapor e se põe a arrastá-lo para o outro lado do morro.

As cenas são de uma devastação incrível da floresta e do próprio monte, para fazer a embarcação andar sobre a terra.

Como se não bastasse, ainda tem outros complicadores envolvendo indígenas arredios e guerreiros e uma tripulação que deserda, à exceção do cozinheiro, do capitão e do mecâmico-chefe, cada qual por seu motivo.

O bêbado
Foto: Divulgação


Klink e Bohorquez em cena, no barco a vapor.

A segunda parte da justificativa do post é a figura do cozinheiro Huerequeque, interpretado por Huerequeque Enrique Bohorquez. Ele se apresenta ao empreendedor como um bêbado capaz de cozinhar e atirar com precisão, mesmo sob efeitos do rum. O fato é que, além da coragem, a personagem protagoniza cenas bizarras, como a relação promíscua com duas ajudantes, as únicas mulheres a bordo, e ainda é o autor da idéia que permite dar esperanças a Fitzcarraldo, de pôr o motor a vapor para erguer o barco. Como um ébrio teve uma idéia dessas é uma pergunta que até os outros tripulantes se perguntam no filme.

Mas isso é um motivo definitivamente menor para assistir ao filme.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Homenagem a Mussum é começo de mobilização à lá Obama

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Circula desde o final de novembro. Mas é divertido.



Grande Mussum! E tem até camiseta à venda. Parece que foi o Kibeloco que fez, mas não consegui confirmar ainda.

Foto: The Tales/Flickr


A inspiração é o modelito a favor de Barack Obama, o presidente eleito à prova de sapatadas. O detalhe é que há várias versões com palavras diferentes escritas sob a imagem em duas cores do democrata.




Aliás, pelas minhas contas, são 70 modelos de camisas pró-Obama na loja virtual oficial da campanha (ainda disponível para arrecadar). Vale lembrar que exemplares conforme a imagem acima não estão disponíveis para venda, então teve bem mais camisetas pró-Obama do que isso. Isso foi até motivo para um internauta criar um blogue pra destacar as mais legais na visão dele, claro.

O fato é que já tem gente falando em Mussum 2010. Uma proposta de slogan seria algo como "Calcidis! Cadê o mézis!"

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Ponderações sobre o movimento Fica Herrera

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(Foto de Marcelo Ferrelli/Gazeta Press)

Da última vez que olhei, na sexta-feira de manhã, 3.705 pessoas haviam assinado uma petição on line pedindo a permanência do argentino Herrera no Corinthians (olhei hoje de novo e, segundo mensagem do site, o abaixo-assinado foi retirado do ar porque o autor não se identificou). No entanto, de acordo com declarações do vice-presidente de futebol Mario Gobbi, a mobilização que começou pelo Orkut tem poucas chances de prosperar.

A novela da contratação de Herrera já se arrasta há um bom tempo. Segundo noticiado na imprensa, a multa contratual do atacante estava estipulada inicialmente em US$ 2,8 milhões. Os detentores de seus direitos federativos – fatiados entre Gimnasia La Plata (50%), San Lorenzo (25%) e o procurador Raúl Delgado (25%) – aceitaram baixar o valor para US$ 2,4 milhões e parcelar a grana em vinte vezes. O problema ficou com os 15% a que o jogador teria direito, que ninguém queria pagar. Parece que pela lei argentina, seria obrigação do time “vendendor”, mas os argentinos não queriam saber disso.

A coisa ficou enroscada aí um bom tempo até que essa semana o Corinthians desistiu de contratar o jogador em definitivo. Em nota recente, já após o proverbial bovino ter se dirigido para o terreno pantanoso, Herrera disse que teria aberto mão dos 15%, cerca de R$ 800 mil, para garantir a negociação, e se dizia muito magoado com o Corinthians.

Mario Gobbi, no entanto, deu outra versão para o entrave da negociação. Segundo ele, o problema foi a cotação do dólar. Cito a Gazeta Esportiva: “O negócio estava praticamente acertado conosco quando o dólar estava a R$ 1,90, mas uma semana depois houve o estouro do mercado financeiro e a moeda norte-americana chegou a R$ 2,45 (o preço de Herrera subiria de R$ 4,56 milhões para R$ 5,88 milhões) - lembrou Gobbi. - Mas não é só isso: com impostos, taxas, tributos e honorários, chegaríamos a R$ 8,5 mi, o que é impossível para o Corinthians já que o Gimnasia não quer negociar a cotação do dólar – contou”. Gobbi, no entanto, acha que é provável que o jogador acabe ficando no Timão por empréstimo, pois considera difícil que alguém pague esse valor em dólar nesse momento. O empresário do jogador, Jorge Balbis, no entanto, afirmou nessa segunda que não o Gimmnasia não tem interesse em novo empréstimo.

Mas e aí?

O caso Herrera parece estar causando um impacto forte entre os torcedores, como mostra a petição. Em comunidades no Orkut e outros fóruns, vários corintianos têm pedido a permanência do cara e criticado a diretoria.

Acho interessante tanta mobilização por um cara como Herrera. Nada contra o argentino, até concordo com quem quer que ele fique, mas o futebol dele não é tanta coisa assim para justificar sozinho essa comoção. O cara já jogou em outros times por aí e nunca teve destaque. Acertou um bom momento no Corinthians, mas tenho minhas dúvidas se continuará a render da mesma forma jogando contra zagas melhores do que as encontradas na Série B.

Acredito que são de outras ordens as razões que levam uma parcela aparentemente (não há pesquisa alguma) grande da torcida a se mobilizar (uma coisa é reclamar no boteco, outra montar e divulgar uma petição) pelo argentino.

A explicação começa com o estilo de jogo de Herrera, aguerrido, que nunca desiste de uma jogada. Com isso, ele compensa em parte sua técnica e habilidade limitadas, o que é muito identificado com a mística corintiana: times limitados que se superam e vão na raça pra cima de equipes superiores. Isso mística da superação também se identifica com o torcedor, “maloqueiro e sofredor”, que faz de tudo pelo time, apesar de todos os problemas.

Não são novidade no Corinthians jogadores limitados que assumem esse papel e se tornam ídolos. Mas creio que esse momento da história do clube torna o caso de Herrera mais importante. Após a queda para a Série B, o sentimento da torcida era de que não havia ninguém sério no Corinthians, nem na diretoria nem em campo. O descalabro da administração também caiu na conta de jogadores como Betão, que nunca foi bom, mas merecia certamente tratamento melhor do que o que recebeu na saída.

Com a chegada de Mano Menezes, um cara muito sério, com jeito de profissional, o clima mudou. Parecia que tínhamos trabalho por lá e que isso ia virar alguma coisa. A virada sobre o Goiás na Copa do Brasil deu moral ao time e à torcida e as coisas foram melhorando. Herrera se tornou meio que um símbolo desse momento. O cara corre o tempo todo, não desiste de bola nenhuma, e foi melhorando junto com o time.

Eu não acho que o futebol dele valha R$ 6 milhões e concordo com a decisão de não contratá-lo. Mas algo mesmo sabendo disso, queria que ele ficasse, especialmente depois da chegada “fenomenal” de Ronaldo. Herrera ali daria a impressão de que a vinda do novo camisa nove não é apenas um golpe de marketing, que o trabalho vai continuar sendo feito de forma séria e comprometida, que vai haver sempre respeito pela torcida. Enfim, que o corintianismo da superação e da entrega, resgatado no purgatório da Série B, não será jogado fora de uma hora pra outra em nome de um deslumbramento por dólares russos, fundos gringos ou jogadores-empresa.

Do ponto de visto técnico e pragmático, entendo a diretoria. Se olharmos a necessidade do elenco, Herrera ficaria para ser reserve de Dentinho e Jorge Henrique e, segundo consta, ainda vão contratar outro centroavante para revezar com Ronaldo. Além da questão principal: grana, que o time não tem muito e precisa gastar bem. E como já disse, o futebol do argentino não é para tanto. Isso sem falar que simbolismo não põe mesa, como dirá, não sem razão, o pragmático: com ou sem Herrera, a bagunça pode se instalar.

Mas o simbolismo de sua possível permanência é forte para quem não tem como acompanhar de perto o dia a dia do clube, não tem como saber se o trabalho está sendo feito ou se virou bagunça. No final, queria que existissem condições práticas para que ele ficasse – o que basicamente quer dizer, de acordo com as declarações da diretoria, uma súbita queda do dólar ou das expectativas do clube argentino. Mas acredito (e torço...) que o Timão terá um bom ano de 2009 mesmo sem o ex-quase-gol. E que Herrera seja feliz onde for, sabendo que fez parte de um momento sofrido e importante da história do Corinthians.

Em "pelada", Manchester é campeão do mundo

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Quem aí acordou cedo ontem para assistir à decisão do Mundial de Clubes entre Manchester United e LDU? Eu não levantei especificamente para ver a peleja, mas, já que havia acordado pouco depois de começar a partida, assisti a praticamente todo o confronto.

E afirmo que, se tivesse me programado para levantar unicamente para ver a partida, estaria reclamando até agora as horas de sono desperdiçadas. O jogo de ontem foi bem, bem fraco. De um lado, um time com inegável qualidade técnica mas que não soube abrir espaços no adversário; e do outro, atletas que pouco mais tinham a oferecer além de sua boa vontade. 

Então o que se viu foi um Manchester que detinha a posse de bola, mas que não atormentou como deveria a meta do goleiro Cevallos. Cristiano Ronaldo mostrou sua habilidade em alguns lances, mas não teve a movimentação que se espera dele. Carlitos Tevez, cada vez mais parecido com o Blanka, foi figura praticamente nula. As glórias então ficaram com Wayne Rooney, autor do único gol do jogo.

Rooney também levou o tradicional carro dado ao melhor jogador da decisão, e foi também o melhor do campeonato. Cristiano Ronaldo ficou em segundo e o argentino Manso, da LDU, foi o terceiro.

Parabéns ao Manchester, que chegou assim ao seu segundo título Mundial - o primeiro é aquele de 1999, de triste lembrança aos palmeirenses.

sábado, dezembro 20, 2008

No butiquim da Política - Vôo solo, cobrança coletiva

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CLÓVIS MESSIAS*

Ao idealizar o sistema viário Rodoanel, o falecido ex-governador Mario Covas (foto) garantiu que não haveria pedágio. Mas aí vieram seus colegas de PSDB Geraldo Alckmin e José Serra e o dito ficou pelo não dito. Surdez oportuna. O Rodoanel, que deve ganhar 13 praças de pedágio nas rodovias Bandeirantes, Anhangüera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Régis Bitencourt, atingem uma distância aproximada de 20 a 28 quilômetros do Marco Zero da cidade de São Paulo.

Provavelmente, o governador Mario Covas, na época, estava se referindo a uma Lei de 1953 que veta a cobrança de pedágios num raio de 35 quilômetros da Praça da Sé. Chegando no butiquim, um "gorosista permanente" comemorava a fala do deputado estadual Carlos Gianazzi, do PSol, que disse, na tribuna da Assembléia Legislativa: "-Vou protocolar junto ao Ministério Público a proibição da cobrança de pedágio no Trecho Oeste do Rodoanel, fundamentada em Lei de 55 anos atrás, que nunca foi revogada e está, portanto, em plena vigência". Gianazzi afirma que, com a cobrança, haverá um verdadeiro caos no trânsito da capital, pois os motoristas desviarão suas rotas para não arcarem com essa despesa.

Perplexo, o inocente amigo freqüentador lembrou: "-Antes tarde do que nunca. Será que os legisladores aprenderam a legislar?". Mas eu lembrei ao distraído: "-Por que os outros deputados não acompanharam o Gianazzi com apartes ou confirmações em defesa da causa pública? Foi uma ave isolada, em vôo solo. E o preço do silêncio será de R$ 1,20 por eixo".

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Som na caixa, manguaça! - Volume 30

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DESALENTO
(Chico Buarque - Vinicius de Moraes)

Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim
Vai e diz
Diz assim
Como sou
Infeliz
No meu descaminho
Diz que estou sozinho
E sem saber de mim

Diz que eu estive por pouco
Diz a ela que estou louco
Pra perdoar
Que seja lá como for
Por amor
Por favor
É pra ela voltar

Sim, vai e diz
Diz assim
Que eu rodei
Que eu bebi
Que eu caí
Que eu não sei
Que eu só sei
Que cansei, enfim
Dos meus desencontros
Corre e diz a ela
Que eu entrego os pontos

(Do LP Construção, Phillips, 1971)

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Lula pede trégua de sapatadas, mas ameaça jornalista

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Foto: Ricardo Stuckert-PR

Tá tudo bem. Tudo bem

Na coletiva de encerramento da Cúpula da América Latina e do Caribe (CALC), a tentativa de sapatada a George W. Bush virou piada. No domingo, 14, o mandatário estadunidense foi alvo de um ataque de sapato por parte do jornalista iraquiano Muntadar al Zaidi, e só quem se divertiu foram os latinos.

"Gente, por favor, ninguém tira o sapato", brincou o presidente Lula. Antes do início da entrevista, o mexicano Felipe Calderón tinha feito a mesmíssima troça. Mas o brasileiro completou: "Aqui, como é muito calor, quando alguém tirar o sapato a gente vai perceber por causa do chulé”. O evento aconteceu na Costa do Sauípe, ao norte de Salvador (BA).

Como os representantes dos países estavam com "muita hambre", sempre na definição de Lula, os repórteres receberam o pedido de fazer perguntas sucintas. Quando um jornalista ameaçava se alongar, o presidente ensaiou pegar o próprio sapato para atirar no inquiridor. Mais chacota.

Antes que alguém pergunte, a entrevista parece ter acontecido antes do almoço.

Sem graça
Segundo a BBC, os dois sapatos atirados contra Bush não tiveram um fim tão engraçado assim para Al-Zaidi.

Foto: BBC

Sapato de destruição em massa

Mesmo que o alvo tenha feito brincadeira com o ocorrido e tentado levar na esportiva a simbólica situação – até porque se esquivou do sapato de destruição em massa –, o "agressor" teria sido espancado na prisão, com direito a mão e costelas quebradas, sangramento interno e ferimento no olho. A acusação foi do irmão do preso sob custódia do exército.

Também cabe dizer que o jornalista da TV Al-Bagdadia acusou Bush de ser "responsável pela morte de milhares de iraquianos" ao atirar um pé de sapato de cada vez. Numa matéria do Estadão, consta que "segundo os costumes iraquianos, mostrar a sola de um sapato é uma ofensa grave, que equivale a dizer que a pessoa é inferior à sujeira do calçado". E arrematam: "Arremessar os sapatos é ainda mais ultrajante".

Nikita Kruschev, o precursor


Nessas questões sapatísticas (ou chulézísticas), o careca Kruschev, secretário-geral do Partido Comunista da extinta União Soviética (PCUS) entre 1953 e 1964, foi uma espécie de precursor. Durante reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1960, ele tirou o pisante e bateu repetidas vezes no parlatório, para pedir atenção às suas reclamações contra as colaborações militares entre Estados Unidos e Espanha. Kruschev, porém, teve pudor de atirar o sapato em alguém. E não há registro oficial sobre emanação de mau cheiro. (Colaborou Marcão Palhares)

quarta-feira, dezembro 17, 2008

É a lama!

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Um amigo meu viu isso esta semana no Bom Dia Brasil, da Globo, e me deixou curioso. Daí, pesquisei e achei: em Macapá, capital do Amapá, o pessoal inventou o fut-lama (futebol na lama). À margem direita do Rio Amazonas, a maré determina quando haverá jogo ou não. "É o rio que determina o horário. A gente tem que se guiar na tabela, na quadra das marés. A gente vai calculando duas, ou três horas antes da vazante da maré para não perder o ponto de jogo", explicou ao telejornal o organizador do fut-lama, Olivaldo Nunes, que comanda uma competição municipal com nada menos que 240 clubes masculinos e femininos. Quando o Rio Amazonas recua, em poucos minutos eles armam o campo de futebol. E quando o rio retorna, eles desarmam as traves e tudo mais, para não poluir a natureza.

O time que representa uma nação

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Como bem lembra o Idelber Avelar, domingo tivemos a primeira partida da final do Torneio Clausura do Chile. O Colo Colo empatou em 1 a 1 com o Palestino, que terminou a partida com dois jogadores a menos e reclamou muito da arbitragem. Pode até ser que o campeonato chileno não desperte muita atenção por aqui, mas um dos times da final é exemplar no que diz respeito à junção entre futebol e política, temas caros a esse blogue. Afinal, o Club Deportivo Palestino é bem mais que um time.

Fundado em agosto de 1920, o o clube reuniu imigrantes radicados no Chile, principalmente vindos na primeira grande corrente migratória dos palestinos, em meio à Segunda Guerra Mundial. Na verdade, os primeiros sinais da presença palestina em território chileno datam de 1880, com pessoas vindas principalmente de Beit-Jala, Belén y Beit-Sahur, em função da ocupação turco-otomana.

Mais de três décadas após sua fundação, o Palestino passou a integrar o futebol profissional do país. Em 1951, foi aceito na segunda divisão e no ano seguinte sagrou-se campeão da Segundona, garantindo o acesso à elite. Em 1975 e 1977 conquistou o título da Copa Chile e foi campeão nacional em 1955 e 1978. Hoje, é tido como uma equipe média local, e tem a chance de conquistar mais um título.

O Palestino e o Brasil

O Palestino esteve na Copa Libertadores da América em três oportunidades: 1976, 1978 e 1979 e só na primeira participação não enfrentou times brasileiros. Em 1978, caiu na primeira fase no grupo com outros dois times tupiniquins: Atlético (MG) e São Paulo. O Galo venceu suas duas partidas contra os chilenos, 2 a 0 em casa e 5 a 4 fora. Já os paulistas venceram por 1 a 0 no Chile e fora derrotados em casa por 2 a 1, resultado que contribuiu para a queda do Tricolor na primeira fase da competição.



Em 1979, o Palestino fez sua melhor campanha, terminando a fase de grupos em primeiro lugar, com quatro vitórias e dois empates. Mas, na fase semifinal (eram dois grupos de três equipes cada), competiu com o Olímpia do Paraguai e o Guarani. Chilenos e brasileiros empataram duas vezes, 0 a 0 em Santiago e 2 a 2 em Campinas. O time paraguaio sagrou-se campeão daquela edição.

Além dos confrontos com os brasileiros, o Palestino também tem outra ligação com o Brasil, ainda que indireta. Um dos maiores craques do futebol do país, e que até hoje é ídolo do Internacional, Elias Figueroa, jogou no clube após sair do futebol gaúcho, entre 1977 e 1980.

Seleção palestina no campeonato chileno?

A relação entre os palestinos e o Chile é antiga, como já dito acima, o que não só reforça os laços entre uma e outra nação como também gera situações curiosas. A maior parte dos migrantes palestinos no país provém de um mesmo local, a cidade de Beit-Jalla, vizinha à Belém, na Cisjordânia. Estima-se que ali não vivam hoje mais do que 20 mil pessoas, enquanto no Chile a população originária do lugar e seus descendentes superam a marca de 150 mil.

Em 2003, veio outra prova de boas relações entre chilenos e palestinos. A seleção da Palestina foi convidada para participar da terceira divisão local, com o objetivo de dar mais experiência aos atletas. Integrada à Fifa somente em 1998, o selecionado tem autorização para recrutar jogadores com origem palestina mesmo que tenham nascido em outros países. Isso porque Israel não permite que os atletas que residem nos territórios ocupados possam viajar.

Assim, o time que disputou o campeonato nacional e a Copa Chile era formado por boleiros chilenos, estadunidenses e de outros lugares da América Latina. Em função da dificuldade em conciliar compromisso internacionais com uma competição por pontos corridos, deixaram a disputa nos anos seguintes. Ficou um cartel pouco invejável: 28 jogos, foram 23 derrotas.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Juiz do caso Richarlyson é "punido"

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O juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, autor da risível justificativa de arquivamento da queixa-crime de Richarlyson contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr., foi "punido".

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que os termos da sentença foram impróprios (um trecho, para relembrar: se for homossexual, "melhor seria que abandonasse os gramados") e, por isso, o juiz não poderá ser promovido por merecimento pelo prazo de um ano a partir da punição, que começou a valer no último dia 10.

Eu já critiquei decisões jurídicas aqui no blog e ganhei umas aulas sobre direito. Mas ainda assim vou me arriscar de novo: isso lá é punição para um juiz que usa a homofobia como justificativa para o arquivamento de uma queixa? Afinal ele continua no tribunal, julgando com os mesmos argumentos. Com a palavra os entendidos em Direito.

A cerveja existiu, sim

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Alertado pelo amigo Clóvis Messias, que escreve no Futepoca a coluna No butiquim da Política, confirmei que a tal cerveja que possivelmente serviu de inspiração para batizar a escola de samba paulistana Pérola Negra existiu, de fato. No site parceiro Cervejas do Mundo, descobri que a marca Pérola (foto acima) era produzida pela Leonardelli, uma cervejaria localizada em Caxias do Sul (RS). A Pérola era produzida nas versões Chopp, Malzbier, Malta, Extra e Preta (daí, possivelmente, a inspiração para Pérola Negra). Além disso, a Leonardelli produzia a simpática cerveja preta Nanica (foto do rótulo à direita). Infelizmente, essa cervejaria foi engolida pela Indústria de Bebidas Antarctica-Polar S/A. Alguns anos após essa aquisição, numa ótica perversa de "redução de custos", o grupo resolveu fechar a fábrica de Caxias do Sul. Foi o fim da Pérola. E da Nanica.

32 títulos em 73 anos: média do S.Paulo é superior

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Duas décadas mais jovem do que seus três grandes rivais, o São Paulo completa hoje 73 anos de existência. Como já explicamos aqui, o clube teve duas fundações - e, por isso, o time que existiu entre 25 de janeiro de 1930 e 14 de maio de 1935 não é considerado o mesmo que o atual, apesar de ter nome e uniformes idênticos. Afundado em dívidas, aquele primeiro São Paulo (apelidado de "da Floresta", nome do campo onde jogava) se fundiu com o Clube de Regatas Tietê e extinguiu o futebol. Inconformados, alguns antigos sócios do Tricolor decidiram refundar o clube: em 4 de junho de 1935, surgia o - natimorto - Clube Atlético São Paulo. Esse foi o pontapé inicial para que, em 16 de dezembro de 1935, ressurgisse o São Paulo Futebol Clube. Uma brecha jurídica da época permitiu que o nome fosse idêntico ao do clube anterior. O primeiro campeonato foi disputado em 1936, o Paulistão, e o primeiro título estadual viria em 1943. O primeiro Brasileiro veio em 1977, a primeira Libertadores em 1992 e o primeiro Mundial, no mesmo ano.

Sete décadas depois, o São Paulo possui uma média de títulos melhor que Corinthians, Palmeiras e Santos - se considerarmos apenas o principal campeonato estadual (Paulistão), nacional (Brasileirão), continental (Copa Libertadores) e mundial (Interclubes/ Fifa). Isso porque não quero, aqui, considerar Super-Paulistão, Rio-São Paulo, Roberto Gomes Pedrosa, Taça Brasil, Copa do Brasil, Supercopa, Sul-Americana, Mercosul, Conmebol etc etc etc. Senão, vira bagunça, é muito aleatório. Por isso, em 73 anos, o São Paulo conquistou 32 títulos principais: 3 Mundiais, 3 Libertadores, 6 Brasileiros e 20 Paulistas. Média de 0,43 títulos por ano, bem superior à do Corinthians (que venceu, em 98 anos, 1 Mundial, 4 Brasileiros e 25 Paulistas, média de 0,29 títulos por ano), Palmeiras (1 Mundial, 1 Libertadores, 4 Brasileiros, 22 Paulistas em 94 anos, média idêntica de 0,29) e Santos (2 Mundiais, 2 Libertadores, 2 Brasileiros e 17 Paulistas em 96 anos, média de 0,23 títulos por temporada). Claro, isso aqui é só um exercício seletivo, perfeitamente contestável. Mas creio que, pela diferença de idade em relação aos três rivais, o São Paulo vai muito bem, obrigado. Parabéns, Tricolor!

segunda-feira, dezembro 15, 2008

Menon narra o resgate do corintianismo

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Como você viu na barra aí do lado, está chegando às livrarias um novo livro sobre o Timão – e nós estamos ajudando a vender: trata-se de "A Saga Corintiana – A maior prova de amor da Fiel ao Timão" (Editora Publisher). Deixando isso claro, posso começar a falar bem do belo trabalho do nosso parceiro Luís Carlos Simon, o Menon.

Menon é repórter esportivo e foi setorista do Corinthians durante 2008, acompanhando de perto o dia a dia do time em sua passagem pela Série B do Brasileirão. Dizer que cada capítulo narra um jogo, com direito a análise tática, é simplificar a coisa. Na verdade, cada jogo serve de fio condutor para uma série de outras histórias, de jogadores atuais e antigos e torcedores. Os relatos dão uma noção da importância do Corinthians para cada um daquele “bando de loucos”, como se autoproclamou a Fiel no desgracento ano passado.

É essa dimensão humana que marca na leitura do livro. Como bem definiu o também jornalista Vitor Guedes, que assina o prefácio da obra: “Menon retrata nesta obra o ano do resgate do corinthianismo, da fidelidade, dos valores que fazem do time feito por oerários o campeão dos campeões no coração do povo sofrido e, orgulhosamente, maloqueiro e sofredor.”

Para os corintianos, o livro vale a pena. Para os que não tem essa sorte, Menon ajuda a explicar um pouco do sentimento que cada Fiel traz no peito. Explicação que já vem, digamos, com legendas: o autor, pasmem, é sãopaulino. Ou era, antes de escrever o livro, vai saber.

PS: O lançamento do livro será no Bar Boleiros e o convite está acima. Se você quiser conhecer, xingar ou elogiar alguém do Futepoca, boa parte dos seus integrantes vai estar lá. Compareça! Mas sem agressão física, por favor...

Maldade da Mônica Bergamo

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Na edição de hoje da FAlha de S.Paulo:

CLIENTE PREFERENCIAL
O desembarque de Ronaldo em São Paulo está causando frisson. Ainda sonhando com a reabertura de sua boate Bahamas, fechada desde agosto de 2007, o empresário Oscar Maroni diz que vai "mandar um convite vitalício para ele".

PQFMTMNETA 4 - Nilton Santos, "consultor técnico" do Botafogo

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Breve introdução aos que não conhecem a série: PQFMTMNETA é abreviação para "Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim". Nesse espaço, mostraremos eventos do futebol acontecidos há, no máximo, cinco anos, que causaram polêmica na sua época, e que depois caíram no esquecimento.

Parece que faz muito tempo, mas nem é tanto assim 4 - Nilton Santos, consultor técnico do Botafogo (2005)

Há um clichê por aqui que diz que o "brasileiro não tem memória". O que é verdade em muitos casos, mas não é em outros. Um ícone para o qual certamente essa história não se aplica é Nilton Santos. O ex-atletas, maior lateral esquerdo e um dos maiores jogadores no geral da história do futebol brasileiro, sempre foi figurinha carimbada na mídia esportiva nacional - muito merecidamente, diga-se de passagem. É claro que o dia em que ele morrer (o que não deve demorar muito, infelizmente, já que Nilton sofre de um Alzheimer que evolui de maneira incontestável) vai chover gente dizendo que o Brasil não respeita os ídolos, que não valoriza o passado, que qualquer um que dê três chutes na bola hoje é ídolo e o que realmente merece elogios é o antigamente...

Pois bem: justamente por todo esse contexto, valorizar um ícone do passado é algo que ganha aprovação imediata de todos os setores, inclusive da às vezes irritante mídia esportiva. Nada melhor para "fazer o filme" de uma instituição do que relacioná-la com alguém dos antigamentes e que tenha reputação elevada. Foi exatamente isso o que o Botafogo fez com Nilton Santos em 2005.

O "Enciclopédia" foi convidado pelo técnico botafoguense à época, Paulo César Gusmão, para ser o "consultor técnico" do clube. O cargo era livre: Nilton iria a General Severiano quando pudesse, sem nenhum compromisso de horário ou de qualquer outra espécie.

A apresentação de Nilton no "cargo" foi uma festa. Como se fosse o mais fanático dos torcedores do clube, Paulo César Gusmão conduziu a chegada de Nilton Santos ao treinamento do clube, o apresentou aos jogadores, tomou a iniciativa de apresentá-lo à imprensa, foi um verdadeiro cicerone. Na ocasião, Nilton falou diretamente ao seu "colega de profissão", o lateral-esquerdo do Botafogo de então, Oziel: disse a ele que deveria evitar os carrinhos durante as partidas. Oziel recebeu o conselho com alegria e prometeu segui-lo. Sumiu completamente no mundo do futebol.

A atuação de Nilton Santos como consultor de Botafogo terminou inócua, exatamente da mesma maneira como começou. Sabem aquelas coisas que se esquece "intencionalmente", até que sumam de vez? Foi esse o caminho. Não durou muito tempo a passage de Nilton pelo cargo, assim como também foi breve a estada de Paulo César Gusmão como técnico do Botafogo.

De modo que o que ficou daquela história foi o exemplo de homenagem "para inglês ver" que o Botafogo fez. Não que Nilton Santos não seja digno de todas as honrarias; mas talvez seja o caso de pensá-las com mais qualidade, e não tratá-las como um carnaval para agradar a opinião pública.

Máfia do apito de 2005 poderia ter pego jogadores, diz Protógenes

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Em entrevista à revista Caros Amigos de dezembro, o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz revela que a investigação da máfia do apito, deflagrada em 2005, poderia ter descoberto fraudes relacionadas a jogadores e dirigentes.

Foto: José Cruz/ABr
O trabalho foi "destruído", segundo ele, pela reportagem de capa da revista Veja, que revelou a investigação. "Quando é sexta já está na internet. Os bandidos fugiram. Não se pode fazer isso", lamentou.

A informação foi dada, curiosamente, em uma pergunta que questionava "por que, em geral, o furo é da Globo".

Ele revela ainda que o que "mais doeu" foi o fato de a repórter Thais Oyama não ter se sensibilizado por seu apelo e alerta sobre o estrago que a publicação acarretaria. "Sua investigação vai ser matéria de capa e vender 150 mil revistas", teria dito a jornalista. A queixa foi apresentada como modelo do que o delegado considera como furo que não é bom para a sociedade.

O fato é alguém da equipe de Protógenes – pelo que ele diz, não foi ele próprio a passar a informação – é que vazou a informação. E não há menção a quem poderiam ser os jogadores e dirigentes envolvidos no esquema de fraudes para beneficiar apostadores descoberta na Máfia do Apito que resultou na anulação de 11 partidas do campeonato brasileiro de 2005, beneficiando o Corinthians.

Daniel Dantas
O delegado relata ainda que, na segunda prisão do banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha, ele confessou que financiava jornalistas para produzir reportagens favoráveis a seus interesses ou contra seus rivais. Mas nada de nomes, além da referência indireta aos que estão no inquérito.

Além disso, revela um episódio de suposto enriquecimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já reproduzido em diversos blogues. Para quem for ler, substitua a citação à revista Época por IstoÉDinheiro, e a reportagem mencionada é esta. Mas os nomes citados pelo delegado não constam na reportagem. Apesar de o delegado ter comandado as investigações sobre a MSI, o assunto não coube nas seis horas de entrevista.

No butiquim da Política - Ano novo, carro novo

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CLÓVIS MESSIAS*

A Toyota foi a vencedora da licitação realizada pela Assembléia Legislativa para substituir sua frota. O veículo vencedor indicado pelo pregão eletrônico foi o Corolla automático. O Legislativo vai adquirir 164 carros para uso dos 94 deputados, lideranças partidárias e os sete membros da Mesa Diretora.

Cada automóvel custará menos de R$ 45 mil, quase o mesmo valor pago aos velhos Astras, adquiridos há três anos, na gestão do deputado Rodrigo Garcia (DEM). Ele é o pai do prédio anexo, que já consumiu R$ 26,6 milhões - e é apenas um esqueleto. A obra ficará parada por mais dois meses. A entrega dessa nova ala deveria ter sido feita há dois anos...

Foi publicado no Diário Oficial o valor a ser pago pelos 164 veículos: R$ 7.228.250,00 (sete milhões, duzentos e vite e oito mil e duzentos e cinqüenta reais). É dinheiro público saindo dos impostos pagos por nós. Saúde, educação, promoção social, habitação popular, tudo isso fica para outra oportunidade. Depois eles pensam nisso.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.