Destaques

sexta-feira, agosto 20, 2010

Com gol no último minuto, Palmeiras avança na Sul-Americana

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No 500º jogo de Marcos, o Goleiro, com a camisa do Palmeiras, quem operou milagres foi... o imponderável. Ou talvez a torcida. Do contrário, como explicar dois gols de Tadeu e um de Marcos Assunção, aos 44 minutos do segundo tempo? O alviverde bateu o Vitória por 3 a 0 na segunda partida da Copa Sul-Americana.

Com o placar, o Verdão reverteu a vantagem de 2 a 0 que o time baiano tinha obtido na partida de ida, no Barradão. Realmente poucos palmeirenses com quem conversei nos últimos dias acreditavam no feito. Todos estavam seguros de que algum resultado positivo viria, mas nenhum apostaria a sério na classificação.

Luiz Felipe Scolari conseguiu convencer a torcida a apoiar ensandecidamente durante toda a partida. Bastou um pedido com o "carinho" que é peculiar ao treinador gaúcho. O futebol apresentado indica que o time não exatamente respondeu à "festa no chiqueiro".

É que foi uma partida de poucas chances criadas e muitos passes errados. Mas o resultado é o que importava para quem estava nas arquibancadas vestindo verde (ou verde-limão-siciliano). Foi a segunda vitória (e consecutiva, diga-se) do treinador no comando da equipe.

Ainda sem meias de criação, já que Lincoln segue de molho e Valdívia continua sem inscrição para o torneio continental, as jogadas dependiam de Tinga e Marcos Assunção. O 3-5-2 que deu certo na última partida, foi mantido, e funciona melhor.

Mas tampouco dá para falar em grandes testes superados, porque o arqueiro alviverde não teve trabalho. Teve de sair para se antecipar em dois cruzamentos. E também precisou torcer, claro. Mas o fato é que o Vitória não criou muito perigo, dispensando o goleiro de operar milagres.



O placar foi aberto aos 47 minutos do primeiro tempo, com Tadeu. Mais ou menos 15 minutos antes, o mesmo atacante havia mandado no travessão de Viáfara. Trabalho para o goleiro visitante só tinha ocorrido ainda alguns minutos para trás, quando Rivaldo, na lateral-esquerda, finalizou com perigo.

Na segunda etapa, os passes tortos repetiram-se, mas o mundo ficou melhor. Primeiro com 12 minutos, quando Viáfara quis sair jogando fora da área, mas errou o passe. O ataque conseguiu aproveitar e, em um breve momento pinball na área, Tadeu conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes – com um desvio na zaga. Era a sorte sorrindo.

Com o segundo tento, o jogo caminharia para os pênaltis. Era mais do que os pessimistas acreditavam e menos do que um time que joga em casa deve fazer. Era hora de pressionar, apertar, só que o time não conseguia. Parava na defesa rubro-negra (e na baixa qualidade do passe, especialmente nas proximidades da área).

Então, Tinga sofreu uma falta que poderia ser classificada como desnecessária. Em disputa de bola, o defensor do Vitória empurrou o palmeirense. A bola estava, então, nos pés de Marcos Assunção, justo no pênultimo minuto do tempo regulamentar.

O chute do camisa 5 foi no ângulo, na forquilha, onde a coruja faz o ninho. Com efeito, numa parábola perfeita e indefensável, o terceiro gol palmeirense garantia a classificação.

Fazia tempo que o Palmeiras não dava uma satisfação, pequena que fosse, para o torcedor. Quem olhar de fora, vai achar que é muita alegria para muito pouco, que vaga nas oitavas da Sul-Americana não vale tanto contentamento.

Ante o primeiro semestre, o resultado é um sinal de que as coisas melhoram. Alguma hora isso tem que começar. É essa esperança que essa vaga representa. Longe de fazer do time de Felipão favorito na competição e menos ainda no Brasileirão, resta torcer para que essa evolução se confirme.

quinta-feira, agosto 19, 2010

Pesquisa para quem precisa de pesquisa

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Resultado da 4ª Pesquisa Lance!-Ibope de torcidas, com 7.109 pessoas de 141 municípios, a partir de 10 anos de idade. A margem de erro é de 1,2 ponto percentual, para mais ou para menos. Por isso, clubes separados por pelo menos 2,4 pontos estão empatados tecnicamente. Análise do jornal: "Pela primeira vez, a representatividade do Flamengo caiu (ainda que dentro da margem de erro), e o São Paulo não pode mais ser considerado em empate técnico com Palmeiras e Vasco. A partir dali todos os clubes estão em empate técnico com quem está imediatamente abaixo".

Ranking...........Torcedores........Parcela

1º-Flamengo.......33,2 milhões........17,2%
2º-Corinthians....25,8 milhões........13,4%
3º-São Paulo......16,8 milhões.........8,7%
4º-Palmeiras......11,6 milhões.........6,0%
5º-Vasco...........7,9 milhões.........4,1%
6º-Grêmio..........7,7 milhões.........4,0%
7º-Cruzeiro........6,8 milhões.........3,5%
8º-Santos..........5,2 milhões.........2,7%
9°-Atlético-MG.....5,0 milhões.........2,6%
10º-Inter-RS.......4,8 milhões.........2,5%
11º-Sport..........3,3 milhões.........1,7%
12º-Bahia..........3,1 milhões.........1,6%
-Botafogo-RJ....3,1 milhões.........1,6%
-Fluminense.....3,1 milhões.........1,6%
15%-Vitória........2,3 milhões.........1,2%
16º-Fortaleza......1,5 milhão..........0,8%
17º-Atlético-PR....1,2 milhão..........0,6%
-Ceará..........1,2 milhão..........0,6%
-Santa Cruz.....1,2 milhão..........0,6%

Pronto, registrei.

Inter leva a Libertadores por 3 a 2

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E deu Inter de Porto Alegre na final da Libertadores, de virada, sobre o Chivas Guadalajara. O segundo título continental do Colorado coloca o time ao lado de Santos, Cruzeiro e Grêmio. Gols de Rafael Sóbis, Leandro Damião e Giuliano garantiram o 3 a 2 para o time da casa. O gol marcado no fim do primeiro tempo por Fabián deu mais dramaticidade ao Beira-Rio, mas nada que matasse torcedor do coração – talvez porque eu não tivesse nenhum colorado por perto.

Dez em cada dez secadores de plantão alimentavam poucas e vãs esperanças de sucesso no intento de querer bem aos mexicanos. Muitos paulistas já consideravam que o caneco havia sido conquistado na semifinal, contra o São Paulo, mas ter saído atrás no marcador nas duas partidas indicam que as coisas não foram tão simples. O começo cheio de nervosismo e o gol sofrido pelos gaúchos na noite de quarta-feira permitiriam levar a partida para a prorrogação, já que a diferença de gols marcados fora de casa não conta na final do torneio. Mas logo as coisas se resolveram.



Ao final, o capitão Bolívar, autor do segundo gol vermelho na partida de ida, em Guadalajara, levantou a taça da Libertadores da América. Com o general Símon Bolívar entre os homenageados pelo nome da competição, a menção trocadilhesca é praticamente inevitável. Quando Pelé apareceu de paletó vermelho, alimentei uma esperança de ver Hugo Chávez – ou outro representante da República Bolivariana da Venezuela – entre os celebrantes da conquista.

Sóbis foi heróico ao empatar. Seu substituto, Leandro Damião, ainda fez o segundo, numa arrancada de meio campo. O último gol do Inter, também em contra-ataque, e o segundo do Chivas foram coadjuvantes.

Ficou feia a confusão que se deu entre jogadores de ambas as equipes, mas só para quem não estava envolvido emocionalmente com a conquista. O mundo ainda é mais bonito para piás, gurias e guascas adeptos do Internacional porque o Grêmio está a um ponto da zona de rebaixamento no Brasileirão.

Para a nação colorada, é hora de ir para o bar. Ou, como entoava a paródia de "Pelados em Santos" cantarolada nas arquibancadas, com "minha camisa vermelha, com a cachaça na mão", o Inter é campeão.

quarta-feira, agosto 18, 2010

'Show do Intervalo' na Globo tem Serra 3 vezes; Dilma só 1

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Durante as transmissões da final da Libertadores da América, a TV Globo de São Paulo colocou o candidato à Presidência da República da oposição, José Serra (PSDB) por três vezes no ar. No "Show do Intervalo", foram 11 inserções relacionadas ao horário gratuito de propaganta na TV. Além de uma entrada dedicada à corrida ao Palácio do Planalto, o tucano apareceu por duas outras vezes durante o tempo que seria dedicado aos deputados federais do PSDB.

Foto: TSE/Divulgação

 Dilma Rousseff (PT), a candidata governista, foi ao ar apenas uma vez. Marina Silva (PV) apareceu em outra ocasião, em inserção de deputados estaduais de sua legenda. O levantamento do Futepoca inclui apenas o que foi mostrado durante dois blocos de propaganda, entremeados de anúncios comerciais e políticos.

Além de Serra, Geraldo Alckmin (PSDB), concorrente a governador de São Paulo, surgiu na telinha em dois momentos no intervalo da partida. Em uma, o foco era a campanha ao Palácio dos Bandeirantes e, na outra, a campanha a deputado estadual correspondente ao DEM, que compõe a chapa com os tucanos na disputa por vagas na Assembleia Legislativa.

Aloísio Mercante (PT), o segundo colocado nas pesquisas paulistas, teve uma oportunidade de deixar seu recado. Quem falou dele foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os candidatos a senador da chapa de Serra, Aloysio Nunes (PSDB) e Orestes Quércia (PMDB) tiveram uma inserção cada. Postulantes à Casa que apoiam Marina e Dilma não tiveram vez no intervalo da Globo. Outras legendas e candidaturas tampouco surgiram na telinha.

Somados, tucanos e seus aliados alcançaram oito aparições, contra duas dos apoiadores de Dilma e um de correligionários do PV.

Distribuição
Um plano de mídia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) define como deve ser feita a distribuição dos spots pelas emissoras por bloco a cada dia. A distribuição é proporcional ao tempo de cada coligação. Para esta quarta-feira (18), a coligação "Para o Brasil seguir mudando", encabeçada por Dilma, tem cinco entradas previstas para cada três da "O Brasil Pode Mais".

A definição de qual peça publicitária vai ao ar no horário reservado para a inserção da coligação é dada pelas campanhas. Assim, pôr Serra e Alckmin para enaltecer os candidatos ao legislativo federal e estadual é uma forma de fazê-los aparecer mais.

Tipos de cerveja 51 - As Belgian Witbier

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Trata-se de um estilo de cerveja bem antigo, com mais de 400 anos, e que quase desapareceu na década de 1950. Felizmente, a fábrica Hoegaarden reavivou o estilo, muito por influência de Pierre Celis. Desde então, a popularidade das Witbiers belgas tem crescido constantemente. A cor pálida, opaca e o gosto refrescante são características transmitidas pelo trigo. O sabor também é influenciado pelos toques de limão e casca de laranja. Segundo o site parceiro Cervejas do Mundo, sâo excelentes para acompanhar queijos ou mexilhões. Para experimentar: Hoegaarden White, Brugs Tarwebier e Celis White (foto).

terça-feira, agosto 17, 2010

Cambuci, da cachaça a 'case' da Fiesp

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O cambuci é característico da vegetação da Serra do Mar. Além do preparo de pratos variados, um dos principais aproveitamentos para a fruta – que fica entre a goiaba e a jabuticaba – é a cachaça. Ou melhor, curtir o destilado nas sementes de cambuci.

A bebida era uma das favoritas de um certo sindicalista de apelido Lula, chamado Luiz Inácio da Silva. São muitos os relatos de quando ele era metalúrgico e dirigente do sindicato da categoria no ABC que envolvem a combinação.


Segundo informa Vitor Nuzzi, no fim dos anos 1970 ou começo dos 1980, em meio a debates sobre a fundação da CUT e do PT, Lula chegou a uma máxima: "A 'esquerda scotch' vai ter de conhecer a 'esquerda cachaça com cambuci'". A declaração, uma variação bem mais amigável e palatável do que o "vocês vão ter que me engolir", de Zagallo em 1997, dispensa explicações detalhadas.

A sobra do Lula fazia a marvada descansar com a fruta no garrafão por três ou quatro meses. Ele até ofereceu ums goles para Sérgio Mallandro, em "sabatina" no Show de Calouros do SBT, com a apresentação de Sílvio Santos. Além das informações técnicas, ele responde ainda sobre a voz rouca, que permitiam que os eleitores o reconhecessem pelo tímbre no bar.



Mas nesta terça-feira, 17, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulga case “Cambuci – O fruto que dá frutos”, que destaca o Festival do Cambuci, criado pela prefeitura de Rio Grande da Serra, que já teve cinco edições. O evento dá projeção ao produto e incentiva, segundo os organizadores, a plantação do cambuci no município, revertendo o quadro de risco de sua extinção.

Tudo isso é parte de uma Mostra de Responsabilidade Socioambiental da Fiesp/Ciesp. Vão discutir os impactos do concurso da Rainha do Cambuci e das barracas com exposição de artesãos organizados durante as festividades.

De metáfora para a esquerda da esquerda a case do principal sindicato de industriais do país. Em tempos em que o próprio Lula anda mais para o uísque ou para o vinho – questão de gosto pessoal e, no caso dele, de poder aquisitivo – e que o ex-presidente da Fiesp é socialista por convicção – como uma empresa moderna, a surpresa nem é das maiores. Mas é grande o bastante.

sábado, agosto 14, 2010

E no sétimo jogo, fez-se a vitória do Palmeiras de Felipão

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Primeiro, fizeram-se empates. Também houve derrotas. Então deram-se substituições. E no sétimo jogo, o Palmeiras descansou. Ou melhor, desencantou...

Pela primeira vez em sete partidas, o Palmeiras venceu. Mas ainda não foi desta vez que Luiz Felipe Scolari assistiu ao apito final de uma vitória do banco de reservas palestrino. É que o treinador foi expulso na etapa final.

Foi contra o Atlético (PR), jogando no Pacaembu, que aconteceu o que todo palmeirense achava que viria com mais facilidade depois da chegada do treinador. Desde a vitória sobre o Santos sob o comando de Flávio Murtosa que isso não acontecia. E, depois do revés diante do Vitória, no Barradão pela Sul-Americana, parecia que o mundo era muito pior.

O adversário não é dos mais fortes, briga entre os últimos da tabela contra o rebaixamento. Mais importante do que reencontrar o caminho do gol e da vitória foi a atuação de Tinga, autor do passe para os dois gols. Um alento para uma equipe quase sem atletas criativos.

O time foi a campo com três zagueiros e muitas mudanças. Pierre, Ewerthon e Vitor ficaram no banco. Muito correto. Nada de Armero, suspenso. Fabrício compôs a zaga, Márcio Araújo foi improvisado na lateral-direita e Luan ficou no ataque com Tadeu. Ainda sem Lincoln, Rivaldo estava no meio ao lado de Tinga, Marcos Assunção e Edinho. Apenas um jogador desse meio é exclusivamente marcador, os outros sabem jogar e tocar a bola, coisa rara no desempenho do meio de semana. Só que são quatro volantes.

Então, recapitulando: três zagueiros, cinco volantes, dois atacantes. Só pra lembrar, o time joga sem meia ofensivo porque não tem. Na página do elenco profissional, só Lincoln, contundido, e Valdívia, sem visto de trabalho, são meias. Não era muito animador.



Com três minutos de jogo saiu o primeiro gol. Uma falta na meia lua batida por Marcos Assunção na barreira sobrou para Tinga na ponta direita. O ex-ponte-pretano driblou e cruzou, numa jogada de habilidade, que enche torcedor de esperança. Danilo apareceu sozinho para cabecear para o fundo das redes e comemorar.

Depois do gol, o Palmeiras cedeu o comando das ações no jogo, mas o Atlético só gerou perigo em cobranças de falta de Paulo Baier. Isso indica que a retaguarda segue sem solução definitiva, mesmo com três zagueiros e cinco volantes. Afe!

No segundo tempo, uma expulsão. À exemplo do que cansou de acontecer com Kleber – antes de ele voltar, é bom que se diga, porque desde então nenhum cotovelaço sobrou da parte do camisa 30 – Tadeu acertou uma braçada em Deivid e tomou o segundo amarelo. Marcos, o Goleiro, evitou que as coisas fossem piores.

Antes do segundo gol, Marcos Assunção mandou uma falta no travessão. Depois, aos 31, Tinga viu Ewerthon se movimentando corretamente em campo – mostrando que o chá-de-banco fez bem – e fez um toque estilo balão. Encontrou livre o atacante (que substituiu Luan) para ampliar.

Felipão foi expulso por reclamação. Ainda não resolveu todos os problemas do mundo. Aliás, superou só a ziguezira que parecia se abater. Quando Valdívia puder jogar, é praticamente inevitável que o time melhore sua capacidade ofensiva. Simplesmente porque um meia é mais do que nenhum.

Tinga, que foi bem, ainda tem tempo para roubar a vaga de Lincoln e, quem sabe, jogar mais para frente do que quando chamou a atenção de muita gente jogando no time campineiro.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Datafalha acerta pela primeira vez

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Não é que até o Frias assumiu.... A liderança da Dilma nas eleições presidenciais, claro.

Assumiu envergonhadamente, dando como novidade algo que até os manguaças do Futepoca já sabiam: Dilma 41%, Serra 33%.

Mas vale um capítulo à parte a manchete do UOL.

Com 41%, Dilma passa Serra pela primeira vez no Datafolha.

O correto não seria, pela primeira vez Datafolha acerta na pesquisa?




(Mais) Criatividade no marketing político

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Eu entendo. Para um candidato a deputado chamar a atenção durante a campanha eleitoral, o cabra tem que ser muito bom. Ou já é político renomado, ou é subcelebridade (e essa reforma ortográfica, fez o que com essa palavra?) ou faz uma palhaçada na frente da câmera. Mas até esse expediente está gasto. A verdade é que ninguém presta atenção nessas campanhas.

Provavelmente sabendo disso tudo, o candidato a deputado federal aqui por São Paulo Jeferson Camillo esticou o limite do absurdo em campanha para um pouco mais longe. Os vídeos falam por si. Divirta-se.








ps: não aguentei e coloquei mais um. No canal do Youtube do candidato tem muito mais.

Vanusa manguaça ataca outra vez

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Depois de se atrapalhar com o Hino Nacional, a cantora mistura as bolas com as músicas "Sonho de um palhaço" e "Como vai você", do ex-marido (e falecido) Antonio Marcos. Lá pelas tantas, ela tasca um "nã-nã-nã, esqueci a letra!", tenta ler alguma coisa na pasta, dá risadas para o microfone e emenda "veeeeeeemmmm..." - trecho da outra música (pior que pergunta para a banda, que não sabe o que fazer: "entrei na outra?"). A platéia permanece atônita.

1:57

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(Vídeo e sacada extraídos da Futebol Alternativo)

Som na caixa, manguaça! - Volume 58

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MANDE UM ABRAÇO PRA VELHA
(Rita Lee, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Liminha)

MUTANTES

Já faz tempo pacas
Que eu não vinha aqui cantar no festival
Eu não vou ganhar
Quem sabe até eu vou perder
Ou empatar

Nós não estamos nem aí
Nós queremos é piar
Nós estamos é aqui
E sua mãe onde é que está?

Mande um abraço pra velha
Diga pra ela se tratar

Você pensa que cachaça é água
Mas cachaça é água não
É não

Você pensa que eu estou brincando
Mas brincando eu não estou não
Estou não
Estou não

Imagine um festival
Sem caretas e no sol
Imagine um festival
Com a sua mãe e o Juvenal

(Compacto simples, Polydor, 1972)

Estranho

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Tudo foi esquisito no jogo de ontem entre Santos x Avaí pela Copa Sul-Americana. A começar pelo placar, claro: nem o mais otimista torcedor do Leão da Ilha esperava enfiar 3x1 no Santos fora de casa ontem. Mas as estranhezas também se fizeram em outras circunstâncias.

Em primeiro lugar, pelo público que esteve no estádio ontem. O jogo foi realizado em São Paulo; assim, o Santos atendida à tradicional demanda do público da capital paulista, que sempre reclama que o Peixe pouco joga na cidade e que é difícil ir a Santos ver os jogos, em especial nos meios de semana.

Com isso, e com o apelo do fato de ser o primeiro jogo do Peixe após o título da Copa do Brasil, esperava-se casa cheia no Pacaembu ontem; porém, o que se viu foi um Paulo Machado de Carvalho às moscas, com apenas 7 mil pagantes. Era a Copa Sul-Americana, um torneio ainda não muito querido pelo público? Foi às 21h50, horário indigesto para muita gente? Não importa. Acho que não cabem desculpas. A torcida do Santos fez feio, muito feio ontem. E deu argumentos para os santistas (falo dos moradores de Santos) mais tradicionais reclamarem das transferências dos jogos para a capital. Difícil digerir.


Estranho também - e aí puxando para o lado positivo - foi o comportamento dos torcedores após o término do jogo. Já fui em inúmeras partidas em que o Santos empatou ou até mesmo venceu e mesmo assim deixou o campo sob vaias, perseguido e atacado pela própria torcida. Ontem, mesmo com a derrota, o time recebeu aplausos após o fim da peleja. Diferente. Mas, repito, positivo.

Falando agora estritamente do que aconteceu dentro de campo, não há como não usar o adjetivo "estranho" mais uma vez. O Avaí foi melhor que o Santos e mereceu, sim, a vitória. Mas falar que o time catarinense deu um passeio no Pacaembu foi um exagero. O Santos criou boas chances durante o desenrolar do jogo e, apesar da melhor atuação do adversário, não seria absurdo dizer que uma derrota menor ou um empate seria um placar injusto na noite de ontem.

O Peixe começou o jogo com o 4-3-3 que encantou o Brasil no primeiro semestre. Mas, ao invés de ter sua linha de frente formada por Ganso, Robinho, Neymar e André, coube a Marquinhos, Mádson, Marcel e Zé Eduardo desempenharem o papel. A diferença dos nomes já sugere que haveria uma queda de rendimento, e foi o que ocorreu. Marquinhos esteve devagar. E Madson é uma sombra do jogador que encantou os santistas no ano passado. No português claro, está fazendo hora extra na Vila.

Veio o segundo tempo, quando o Avaí já vencia por 1x0, e Dorival Júnior mancou a campo Neymar e Ganso. Houve aí uma sensível melhora na criação do time. Ganso esteve um tanto quanto disperso, mas deu seus passes fatais. Já Neymar impôs sua velocidade característica e fez jogadas ótimas, como a que resultou no gol de Zé Eduardo.

E, para fechar a dose de estranhezas, o Santos acabou o jogo com apenas 10 atletas em campo. Mas não porque alguém foi expulso; o que ocorreu é que Neymar, após receber uma entrada dura de um zagueiro adversário, não tinha mais condições de ficar em campo. E o Santos já tinha feito as suas três alterações: para colocar Ganso, o próprio Neymar e... Felipe, o goleiro reserva, que foi a campo porque o titular Rafael sofreu um traumatismo craniano (!).

É, não era dia...

Serial killer racista prometia, no bar, criar igreja de bêbados

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E, na estigmatização do mé, nem mesmo ateus e agnósticos apreciadores da mesa do bar escapam.

O estadunidense acusado de assassinato de pelo menos cinco pessoas no Panamá pretendia, segundo a agência AFP, fundar uma igreja de bêbados. Wild Bill seria o primeiro "papa" da instituição, de quatro paredes flácidas. William Datham Holbert é acusado de se aproximar de ricaços da América Central com promessas de compras de imóveis, mas executava os vendedores antes de assinar a papelada e enterrava todos no jardim de seu hotel Villa Cortez.

A notícia, digna do saudoso Notícias Populares, poderia render outras manchetes. O meliante é racista, defendia a supremacia dos brancos. A esposa do cidadão também é acusada de participação nos crimes. E há imagens dos dois diante de vários brasões da marca de motocicletas Harley Davidson. Um prato cheio para títulos variados.

A parte da igreja dos bêbados, articulada em seu bar, é só a parte cômica da tragédia. É também a menos importante, porque era promessa de mesa de boteco. "(Ele) estava formando em seu bar um tipo de igreja, o 'Primeiro Templo dos Bêbados', e ele supostamente seria o primeiro líder. Esse homem buscava ativamente pessoas as quais poderia manipular e dominar. Gente dócil", acrescentou Donald Winner, um empresário de turismo no Panamá.

As imagens de Don Winner, no Panama Guide falam por si.

Foto: Don Winner/Panama Guide


Hinos de igrejas dos bêbados

No YouTube, há dezenas de versões de hinos "religiosos" voltados à devoção ao etanol, ou melhor, aos etílicos. Há versões em vídeos variados para um hino da "igreja dos bêbados de Deus" (lusitanas, brasileiras, brasileiras, brasileiras). Não necessariamente é engreçado. Os gringos também se divertem nessa perspectiva.

É sabido ainda que São Martinho é tido como responsável por manter um olhar especial e carinhoso aos bêbados. E que os pastores em Salinas (MG) pegam no pé de quem quer usufruir dos valores culturais da marvada.

Nota

Em nota, o Manguaça Cidadão informa que não faz parte da proposta de política pública a incorporação de questões religiosas, nem a criação de instituições ou associações nesse sentido. O programa se pretende laico.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Da série: 'Releases surreais via internet'

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Juro por Deus que recebi esse negócio por email, da forma como aqui é reproduzido:

EYMAEL, expectativa de Vitória!

Pesquisa CNT Sensus divulgada no dia 05/08.

Na pergunta expectativa de vitória: Independente de quem o Sr(a) vai votar, quem o(a) acha que vai ganhar as eleições para Presidente da República deste ano?

Confirma também, Eymael em 4º lugar e em ascensão sendo a diferença para o 3º colocado, que é a candidata do PV, somente de 0,5 %.


Como diria Mauro Beting, AGORA VAI!

Vestal da 'ética' agora vigia a 'moralidade'

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A Folha de S.Paulo (argh!), aquela empresa que publicou artigo dizendo que o presidente Lula tentou violentar um companheiro, quando esteve preso, e que tratou os 21 anos de selvageria militar no Brasil como ditabranda, além de outros absurdos, volta agora a prestar seu triste papel de "sentinela vigilante" da moral e dos bons costumes para a sociedade brasileira. Credo.

Falando sobre o livro "Teresa, que esperava as uvas" (de Monique Revillion, Geração Editorial), que integra o pacote do governo federal para equipar bibliotecas de colégios públicos, atenta para os "escandalosos" trechos de sexo e violência na obra fictícia: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "deu um tiro no olho dele (...) ele ficou lá meio dependurado, com um furo na cabeça". E o "jornal" ressalta, por fim, que "o governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha (do livro)".

Ou seja, pra variar, a culpa é do Lula! Dai-me estômago, oh, Senhor...

Com autoridade, Inter põe a mão na taça

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O Internacional venceu ontem o Chivas, lá em Guadalajara, por 2x1, e ficou muito próximo do título da Libertadores da América.

Além da vantagem numérica - agora o Internacional pode empatar, e não custa nunca lembrar que, na decisão, a famosa "regra dos gols fora" não se aplica -, o que nos faz acreditar que a América será colorada é a postura que o time de Celso Roth mostrou ontem.

O Inter matou a pau, jogou muito melhor que o Chivas e o 2x1 acabou sendo pouco para refletir o que foi o domínio da equipe gaúcha.

Desfalcado de Tinga, o Internacional tinha seu setor ofensivo composto pelo quarteto Giuliano, D'Alessandro, Taison e Alecsandro. E, com Guiñazu e Sandro fechando o meio, conseguia se movimentar de maneira eficaz, trocar muito bem as bolas e sufocar os mexicanos, dentro de seus próprios domínios.

Nessas situações típicas do futebol, o Inter não conseguiu transformar esse domínio em gols e, ainda por cima, acabou levando o 1x0 no último lance do primeiro tempo.

Resultado injustíssimo, que foi revertido na segunda etapa, com dois gols de cabeça de Giuliano e do capitão Bolívar.



É claro que tudo pode acontecer. O Chivas mostrou, nesta mesma Libertadores, que sabe e muito bem jogar fora de casa (despachou a Universidad do Chile ganhando em Santiago após empate no México). Mas as coisas estão bem encaminhadas para que o Beira-Rio volte a receber a Libertadores da América em sua sala de troféus.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Na estreia da Sul-Americana, Palmeiras perde do Vitória

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O Palmeiras perdeu para o Vitória por 2 a 0 na estreia do time da Copa Sul-Americana. Em dois lances de bola parada, uma falta com Ramon e uma cabeçada de Neto Coruja em escanteio, o time baiano levou a melhor em uma partida em que os visitantes mal ameaçaram o time da casa.

Escalado com quatro volantes, sem meias de criação e sem atacantes dedicados (daqueles que entravam em campo para jogar futebol), o Palmeiras fez uma apresentação muito ruim. Criou pouco e só no primeiro tempo. O Vitória não foi virtuoso no gramado enlameado do Barradão, mas o que fez bastou para faturar uma vantagem significativa para a partida de volta, no Pacaembu.

Sem Lincoln, contundido, nem Kléber, suspenso, o Palmeiras abusou das faltas. Pierre deveria ter sido expulso em dois lances diferentes. Edinho, que compõe a dupla de volantes exclusivamente marcadores, também se apresentou atabalhoado. Marcio Araújo e o estreante Rivaldo foram discretos. Ainda no primeiro tempo, Felipão tirou o lateral-esquerdo Armero para promover a estreia do atacante Luan. Rivaldo foi para a lateral, mas não melhorou muito.

A equipe do técnico estreante Toninho Cecílio, ex-diretor de futebol do alviverde paulistano, fez seu time buscar faltas perto da área. A desconcentração da defesa do Palmeiras facilitou. Ramon fez o goleiro Deola trabalhar duas vezes na primeira etapa nesse tipo de lance. E, com um minuto do segundo tempo, na terceira cobrança, marcou.

O Palmeiras parecia que iria melhorar, mas não rolou. Não a ponto de promover estragos. Um pouco mais de qualidade bastaria. A correria imposta favoreceu mais aos baianos, que tiveram boas chances. Enquanto teve fôlego, Ramon garantia a criação com qualidade. Depois dos 30 do segundo tempo, por cansaço justificável de quem tem 38 anos e não para de correr, saiu.

Isso rendeu algum alento ao Vitória, que ainda pressionou no fim. Tanto, até expandir a vantagem.

Luiz Felipe Scolari continua sem vencer no Palmeiras. Sem meias de criação, tem muito pouca chance de sequer fazer um gol. Com Lincoln e se Ewerthon for para o banco, o Verdão pode pensar em balançar as redes adversárias. Se isso vai ser em volume suficiente para a classificação, é outra história. No Barradão, um retrocesso significativo se mostrou.

A nova seleção por quem entende do riscado

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Eram 28 minutos do primeiro tempo quando Neymar completou de cabeça cruzamento com açúcar e com afeto de André Santos e abriu o placar contra os Estados Unidos na estreia da Seleção Brasileira convocada por Mano Menezes. No bar, os manguaças se animaram.

“Esse era o time da Copa!”, bradou um. “O Dunga perdeu a chance de entrar para a história”, vaticinou o filósofo. “Entrou como um dos piores”, disse um mais exaltado. “Como deixou esse moleques de fora?”, inquiriu um quarto, indignado.

Nesse momento, após superar certo nervosismo no início, a Seleção mandava no jogo, com intensa troca de passes, posse de bola e ofensividade. Ganso comandava o meio-campo, auxiliado por Lucas, Ramires e Robinho. A bola ia redonda de pé em pé, começando desde a zaga, que contou com segura atuação de Thiago Silva e David Luiz.

Emblemático que o primeiro gol do time renovado seja do garoto santista, com passe do lateral-esquerdo ex-corintiano, que perdeu a vaga na Copa para um improvisado Michel Bastos. André Santos, aliás, jogou mais do que em qualquer outra oportunidade com a camisa canarinho. A única atuação abaixo do esperado, na verdade, veio de um dos remanescentes do time de Dunga, Daniel Alves.

No boteco, a entrega do camisa 7 santista, que joga quase como um meia para permitir a Neymar a liberdade de atacar sem medo, não foi reconhecida. “Robinho está virando coadjuvante”, brada o freqüentador.

As chances de gol perdidas por Alexandre Pato também não passam impunes. “Quem mandou o Pato ter pé de galinha?”, cravou o maldoso. Mas quando o juiz não dá o gol do rapaz, por falta no goleiro, a solidariedade é imediata. “Garfaram o Brasil!”

Cabe a ressalva de um possível desinteresse do selecionado estadunidense. Mas o time de Mano não tomou conhecimento do adversário, que teve umas duas chances de gol, um no nervoso começo, outra no final, em bola alçada na área.

No segundo tempo, a unanimidade sobre o erro de Dunga ao não convocar os garotos da Vila desaparece. “Não, não servia não! Eram muito novos! Agora serve, para jogar na outra Copa”, analisa um comedido. “Tinha que ter levado esse time para a África”, rebate o empolgado.

Aos 46 minutos da primeira etapa, Pato desencanta em belo passe de Ramires (um volante jogando perto da área adversária, coisa interessante), dribla o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade, citando o poeta. “Acabou! Se eu sou o técnico mando o time parar, ir embora. ‘Tchau, não quero humilhar não’”. É o filósofo do início da história, animadíssimo com o desempenho do time. “Faz tempo que não vejo um time jogar assim, botar na roda mesmo. Me lembra a Seleção de 82, vai tocando, tocando e de repente está na cara do gol”, avalia. “A gente ficar suspirando porque o Elano se machuca não dá!”, indigna-se.

No segundo tempo, Mano Menezes troca vários jogadores, mas a toada segue a mesma. Domínio completo, diversas chances de gol (foram 21 finalizações durante o jogo), mas ninguém consegue colocar para dentro. Três destaques, um pelo inusitado: o meia Éderson, aquele que ninguém jamais viu jogar, entra no lugar de Neymar. Corre cerca de 40 segundos, tenta um drible na ponta direita, e sai de campo, com uma lesão muscular. “Coitado do moleque”, simpatizam os bêbados.

Os outros dois são obra de Paulo Henrique Ganso, mestre e senhor do meio-campo. Primeiro, mete uma bola na trave em chute de fora da área. Depois, mas perto do final, aplica um elástico num zagueiro gringo e manda a bola para fora. Coisa de quem conhece.

“Imagina quando esse time estiver entrosado”, devaneia um manguaça. Pois é...

segunda-feira, agosto 09, 2010

Domínio com poucos gols e Elias volta a ser meia

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O Corinthians fez o dever de casa e venceu o Flamengo por 1 a 0, no Pacaembu. Como se trata de um grande time, vale comemoração maior. Mas convenhamos que o time que jogou contra o Timão com aquela terrível camisa azul e amarela não figura na galeria das grandes equipes do rubro-negro.

Com a volta de Dentinho, Adilson Batista montou a equipe no 4-2-3-1 (4-3-3?) do ano passado. No ataque, Dentinho na direita, Jorge Henrique na esquerda e Iarley no meio – o que não é a dele. No meio-campo, Jucilei e Ralph de volantes e Elias como armador central.

Quando ouvi falar da formação no meio da semana, não gostei. O camisa 7 já foi testado aí por Mano Menezes uma penca de vezes depois da saída de Douglas e nunca foi bem. Sempre entendi que era sacrificar o cara, que é um baita segundo volante e um meia não tão qualificado. Pois não é que dessa vez funcionou? Elias se mexeu bastante e apareceu diversas vezes livre na área, sendo o melhor jogador em campo. Foi ajudado pela boa exibição de Jucilei, que vem subindo muito de produção. O gol foi do camisa 7, em belo chute da entrada da área.

Dentinho se machucou ainda no primeiro e Adilson fez uma substituição discutível, colocando Paulinho. O time deu uma recuada, mas manteve o domínio sobre o fraco time auri-celeste. O Flamengo teve poucas chances, numa atuação segura da defesa – como é bom ter Roberto Carlos de volta! A melhor chance aconteceu em bola rebatida por Julio César e mal afastada pela zaga que sobrou nos pés de Vinicius Pacheco. O goleirão se redimiu do erro e defendeu.

O susto só foi tão grande porque o Corinthians insiste em perder gols. Criou várias chances, foi superior, mas não consegue botar a bola pra dentro. Um centroavante faz falta. Dizem que Ronaldo pode voltar contra o Avaí, domingo, na Ressacada, mas não sei se isso ainda me anima.



O que achei interessante foi o desempenho de Elias com mais liberdade no meio campo. Imaginei um 4-4-2 com Bruno César e Elias nas meias. Acho que os dois têm características complementares, o canhoto com mais visão de jogo e passes longos, o destro com qualidade de infiltração e drible. Além disso, os dois finalizam bem. Com Dentinho e, bem, mais alguém no ataque, e Jucilei de segundo volante, pode dar samba.

Sobre o campeonato, mantemos a segunda colocação, após a decepcionante derrota do Grêmio em casa para o Fluminense. De positivo, vai ficando maior a distância entre os dois líderes e o resto da galera: hoje o Timão está em 7 pontos à frente do Ceará, terceiro colocado (pelo menos até a realização de Santos x Inter, que foi adiado).

A sequência de jogos é perigosa. Depois do Avaí fora, tem o São Paulo no Pacaembu. Que Adilson ache logo seu time pra gente seguir na briga pelo campeonato.

Santos 2010 x Palmeiras 1996

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Comparar times de épocas diferentes - ou, mais precisamente, tentar descobrir quem é o melhor entre eles - é um exercício por definição impreciso e, em termos históricos, equivocado. Mas é dos mais divertidos, e rende conversas de boa qualidade.

Então, inspirado pelo amigo Fabrício, leitor frequente deste espaço, comparo dois times que fizeram história nos primeiros semestres dos anos em que atuaram: o Santos de 2010 e o Palmeiras de 1996, para chegar a um veredicto sobre qual das duas equipes é (foi?) a melhor.

O desafio de comparar esses dois times surge quase que naturalmente entre os apaixonados por futebol. Afinal, são equipes similares em suas características: ambas têm como principal qualidade o jogar para a frente, o fazer muitos gols. Aquele Palmeiras, pelo Paulistão, fez 102 gols em 30 jogos; o Santos atual, no mesmo campeonato, balançou a rede 72 vezes em 23 partidas.

10x0, 8x0, 8x1, 9x1... os placares com muitos gols são marcas registradas desses dois times. Eles não foram os melhores times das duas últimas décadas; mas foram os únicos em que placares como aqueles se tornaram algo corriqueiro, rotineiro.

Introdução feita, vou ao meu veredicto: entre os dois, fico com o Santos atual.

A essa altura, o leitor que viu o Palmeiras de 1996 está acessando a caixa de comentários para me xingar; ou, se mais comedido for, está afirmando que o fato de eu ser torcedor do Santos é a única explicação para tal afirmação.

Mas vamos à argumentação.

A primeira é que os espetáculos que o Palmeiras de 1996 dava se neutralizam com os desempenhados pelo Santos atual. Os dois times foram (são, no caso do Santos) únicos nos shows que protagonizam. Como dito há pouco, esperar placares surrealmente elásticos nos jogos dos dois times é o comum. Na comparação, então, segue 0x0.

O segundo ponto pró-Santos é "matemático", mas não apenas - o Santos faturou dois títulos (Paulista e Copa do Brasil), enquanto o Palmeiras levantou apenas a taça do estadual. Resumir a qualidade da equipe aos troféus conquistados seria uma injustiça, e não é apenas a isso que me baseio. O principal problema está em como o título alviverde foi perdido. O Palmeiras deixou a Copa do Brasil de 1996 escapar ao perder em casa para um Cruzeiro que, embora fosse um bom time, era inferior tecnicamente ao grupo de Vanderlei Luxemburgo - ou seja, no português claro, o time pipocou. Tremeu na principal decisão que encarou. Falhou em algo que até hoje se fala que esse time do Santos faz (ou você nunca ouviu ninguém falar que esse time do Santos é só showzinho, mas na hora da decisão, foge?).

E o terceiro ponto é que um dos argumentos que mais se usa para valorizar o Palmeiras de 1996 é o gabarito individual de seus atletas. De fato, aquele time tinha jogadores que fizeram história no futebol nacional - os pentacampeões Cafu, Rivaldo, Júnior e Luizão (e de quebra Marcos, como reserva), os incontestavelmente craques Djalminha e Muller, e os bons Velloso, Flávio Conceição e Amaral. Uma reunião eficaz de estrelas como poucas vezes se viu. Acontece que a comparação com os jogadores do Santos é injusta, por conta da juventude dos atletas peixeiros. Hoje, Neymar, Ganso, André, Wesley e cia. ainda não entraram em definitivo no Panteão dos heróis da bola, como aqueles palmeirenses o fizeram. Mas será que não chegarão lá? Será que, por exemplo, uma seleção campeã do mundo em 2014 não terá nomes desse time santista em seu plantel? É difícil comparar hoje nome a nome, porque o currículo dos santistas - por causa da idade - é menor. Pode ser que seja maior no futuro, pode também não ser. Não se sabe.

Aguardo comentários discordantes (a começar o do próprio Fabrício, que sugeriu o post). Mas a princípio mantenho minha opinião. Vamos lá!

Palmeiras empata e Felipão já põe o bode na sala

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Foi 1 a 1 em Goiânia. Em confronto de alviverdes, o empate foi um castigo para o time visitante que abandonou pretensões ofensivas na segunda etapa. Sem Lincoln para armar, o time já teve ainda mais dificuldades de criação, mas quando pensou que poderia assegurar a primeira vitória da era Luiz Felipe Scolari, no último minuto do tempo regulamentar, o marcador foi igualado.

Felipão achou ruim que os jornalistas perguntassem sobre o jejum de vitórias, já que desde que o treinador chegou, há cinco partidas, não vieram três pontos de uma só vez. O técnico já fala em dar mais importância à Sul-Americana.

Pior foi a frase inteira do técnico: "Do jeito que estamos no Brasileiro, somando um ponto por jogo, vamos somar uns 30 e poucos no final, que é uma situação de brigar para não cair". A sequência da fala dele era justamente explicando que pelo Brasileirão dificilmente a vaga da Libertadores vem.

O que ele fez foi pôr o bode na sala (numa versão relâmpago e despida de qualquer graça: aquela história do manguaça que vivia cheio de problemas em casa, com a mulher e os filhos. No bar, o dono do boteco cansou-se das lamúrias e sugeriu a instalação de um caprino no meio da sala por uma semana. Passado o período, e superada a tentativa de homicídio ao dono do bar pelo manguaça, o sábio proprietário da cultura etílica autorizou o cliente a retirar o bode de sua residência, o que representou o fim das queixas da mulher e dos filhos).

Jogou lá no chão as expectativas do torcedor. Se o time render mais do que isso, já pode soar como lucro. Alinhou seu diagnóstico ao dos pessimistas e, agora, pode capitalizar melhor as boas notícias.



O Palmeiras voltou a apresentar melhoras, só no primeiro tempo. Voltou também a mostrar limitações. O gol de Ewerthon aos 12 minutos, depois de Kléber roubar a bola do zagueiro Amaral, encheu a nação verde-limão siciliano de esperanças. O camisa 30 quase quebrou seu jejum de gols cinco minutos depois, mas mandou errado. Harlei, arqueiro goiano, ainda defendeu um chute de Patric no primeiro tempo.

Depois, o time recuou. O Goiás perdeu dois gols na cara, um no fim da primeira etapa, outro no segundo tempo. Antes dos 20 da etapa final, o Palmeiras já recuava bastante. As alterações promovidas por Émerson Leão surtiram efeito. As de Felipão, só geraram recuos. Marcos Assunção no lugar do lateral-direito Vitor e o estreante Luan (atacante) na vaga de Ewerthon foram as substituições à espera de um contra-ataque que não veio.

O empate veio aos 45 minutos, em gol contra de Marcos Assunção. Acidente.

Quando Valdívia entrar em campo novamente, haverá mais uma opção de criação de jogadas. Quando Lincoln se recuperar de contusão, também. Em teoria, a formação com Marcos Assunção como volante e Márcio Araújo improvisado na lateral, é boa, mas precisa passar por mais testes.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Fim imerecido e desgosto em projeção

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Por Moriti Neto


Não foi justo o final da participação do São Paulo na Copa Libertadores deste ano. Na verdade, o time estava “de bônus” nas semifinais da competição. Certo seria que o Cruzeiro tivesse passado das quartas e enfrentasse o Internacional. Ao menos, teríamos um confronto técnico mais interessante. Concluí-se, pois, que não houve mesmo “justiça” na participação do Tricolor no torneio continental. Aliás, caso houvesse “justiça” no futebol, o time deveria parar nas oitavas, naquelas atuações ridículas contra o peruano e fraquíssimo Universitário. Ontem, como acabou o bônus, deu no que deu diante do Colorado, mais time tecnicamente.

Covardia, enganação e indolência
Se há uma coisa de que não preciso é pudor em “falar mal” do São Paulo 2010. Desde os primeiros posts do ano, já imaginava o destino da equipe nesta temporada, ou seja, nada de títulos A explicação vem em três palavras: covardia, enganação e indolência.

Covardia, primeiro, da direção do clube, que não resolve carências que estão se tornando eternas no elenco, como a falta de um lateral direito em boas condições e de um homem de criação. Aquisições, só jogadores em fim de contrato, que estejam se recuperando no Reffis, refugos ou nomes de baixo custo apenas para compor elenco (nos “reforços”, entra a parte da enganação). E, nas raras ocasiões em que busca nomes de peso, a diretoria são-paulina o faz sempre na bacia das almas, em cima da hora, acreditando que o “efeito Amoroso”, de 2005, vai se repetir – vide Fernandão e Ricardo Oliveira, ótimos, mas que chegaram tarde demais. Nada de ousadia. Sim, Juvenal, no futebol, é preciso!

A comissão técnica, comandada por Ricardo Gomes, que hoje foi demitido, não conseguiu emplacar um time titular. Tentou implantar um “sistema diferente” em 2009, sem sucesso. No início, parecia que a equipe jogaria mais com a bola no chão, mas, em momentos fatídicos, sempre voltava ao esquema dos chuveirinhos, ao jeitão Muricy Ramalho. A diferença é que o atual técnico do Fluminense sabe fazer funcionar o estilo, pois treina exaustivamente esse tipo de jogada. RG também cantou aos quatro ventos que jogaria no 4-4 -2, mas nunca fixou essa alternativa, invariavelmente, retomando o 3-5-2. A covardia mostrada em Porto Alegre foi de lascar para um time com a tradição do São Paulo e, ontem, apesar da vitória, o time continuou “correndo errado”, torto e fez dois gols somente em falhas grotescas da defesa adversária. De resto, criou o quê? Talvez, tenha se instalado estado de espírito semelhante ao que afundou a seleção pré- olímpica, em 2004.

Sobre a indolência, vagabundice até, fica por conta de alguns jogadores. Dagoberto é um exemplo bem acabado disso. Pensa que é craque e não tem inteligência para dar um passe de 5 metros. Dificilmente sabe o que fazer no momento de definir as jogadas e, crendo ter um enorme talento, não procura aperfeiçoar-se. Como ele, há outros. Cicinho, que foi um fiasco, Cléber Santana, idem, e mais. Enfim, jogadores que se encheram de ganhar dinheiro e estão acomodados e preguiçosos.

Resultado? Além da eliminação em si, quinta seguida em Libertadores, viramos saco de pancadas de rivais compatriotas, pois todas as derrotas foram para times brasileiros, Inter, Grêmio, Fluminense, Cruzeiro e Inter de novo. De algozes, até 2005, passamos a fregueses. E, em concordância plena com a Thalita – sobre a atitude do Rogério também concordo – com a história de Copa do Mundo e Morumbi, podemos esperar muito desgosto em campo.

PS: onde está a tão propalada base do Tricolor, com a parafernália do CT de Cotia? Até agora, parece um elefante branco, pois mesmo que de lá tenha saído o time campeão da última Copa São Paulo – que não tem a relevância de outros tempos, é bom seja dito – não conseguiu produzir um nome de destaque desde a revelação de Breno.

Equilíbrio no primeiro debate

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POR LUISINHO BASSOLI*

O primeiro encontro entre os presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, transmitido ontem pela Band, foi marcado pelo equilíbrio. Dilma Rousseff demonstrou certo nervosismo, compreensível por ser seu primeiro debate e por estar no foco das atenções, ainda sob o impacto da pesquisa CNT/Sensus, divulgada horas antes, na qual aparece dez pontos à frente de Serra. Saiu-se bem, respondeu às perguntas, evitou usar o palavreado excessivamente técnico que a caracteriza – e que era a principal preocupação dos seus assessores –, sem deixar de apresentar dados e estatísticas. Buscou colar sua imagem à de Lula ao resumir que seu projeto é dar sequência ao atual governo.

"Modesto", Plínio de Arruda Sampaio afirmou se tratar de um dos grandes nomes da política brasileira. É, pessoalmente, uma reserva moral, detentor de sabedoria ímpar. Seu ponto fraco é seu partido, o pequeno PSol, cuja postura isolacionista inviabiliza qualquer prática de governo. Plínio prega o sonho, o ideal socialista, é impossível discordar de sua teoria. Porém, a responsabilidade nos obriga a lutar pelo possível, ainda mais quando vemos que as mudanças estão em curso. Cabe lembrar que Plínio tem a mesma origem de Dilma, foi candidato ao governo de São Paulo e deputado federal pelo PT até se juntar a outros dissidentes para fundar o PSol.

José Serra aparentou ser a pessoa certa na hora errada. O grupo político que lhe dá sustentação é por demais conservador, reacionário, e impõe uma agenda atrasada tanto em relação à economia quanto às políticas sociais. O tucano abordou temas de gestão pública, mas falta-lhe, contudo, uma marca definitiva, um projeto que o identifique. Serra não conseguiu sair da encruzilhada em que se meteu: poupou o presidente Lula sem assumir que seu governo é bom – se escolhesse por se opor ao presidente, iria desagradar à esmagadora maioria dos eleitores que o aprova; se optasse por elogiá-lo, acabaria credenciando sua rival Dilma. Na mesma esteira, tentou manter equidistância do ex-presidente FHC, nem defendeu nem criticou seu governo, e essa dubiedade não passou despercebida, refletiu a notória indecisão tucana.

Marina Silva foi previsível, não decepcionou, é certo, só que não conseguiu empolgar os espectadores. Confirmou que tem boa vontade, explorou bem o assunto meio ambiente, lema principal de sua campanha, e abordou com lucidez os espinhosos temas econômicos e administrativos. Seu bom desempenho, todavia, não foi suficiente para consolidá-la como a melhor candidata, na medida em que não tem uma base política forte o bastante para garantir que consiga governar. Assim como Plínio de Arruda Sampaio, Marina Silva construiu sua carreira no PT. Agora, sozinha em seu PV – partido que fará uma bancada ínfima de deputados e nenhum senador –, a ecologista não passou a sensação de segurança necessária para ocupar o mais alto cargo da nação. Teve o mérito de incluir a questão ambiental na pauta, como nunca havia sido feito.

Entre alguns momentos de tensão, prevaleceu a cordialidade. Um exercício de democracia, todos tiveram a oportunidade de expor suas candidaturas. Nada que pudesse alterar o quadro que vem se desenhando, nenhuma novidade sobre o que já está sendo discutido publicamente há tempos, em entrevistas, encontros, plenárias, comícios. A eleição segue com seu caráter plebiscitário, isto é, quem aprova o governo Lula e quer sua continuação, votará em Dilma.

*Luís José Bassoli é advogado, faz pós-graduação em Globalização e Cultura, dá aulas de Geopolítica no Colégio Objetivo e é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB em Taquaritinga (SP); na política, foi presidente do Diretório do PT naquele simpático município; no futebol, é sãopaulino roxo e cateano (sofredor pelo Clube Atlético Taquaritinga). Bebe muito uísque, "of course".

Uma tal defesa da "cultura paulista"...

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(Preparem o estômago, que o prato é indigesto)

Cidades grandes e ricas atraem mão-de-obra de todos os níveis. Isso acontece em Londres, Tóquio, Nova Iorque, Dubai, Mumbai, Joanesburgo e, claro, São Paulo. A mão-de-obra precisa da cidade e a cidade precisa desses trabalhadores. Esse é um movimento tão óbvio e tão auto-explicativo que às vezes parece que não precisa mais explicar. Quem passou pela escola e aprendeu alguma coisa sabe que é assim. Quem vive uma vida de trabalho duro também sabe.

Mas parece que isso não é tão fácil de entender, pelo menos de acordo com um grupo de jovens paulistas - são cerca de 600 no Estado, 100 na capital. Para eles, migrante, aqui, não deveria ter vez. O manifesto "São Paulo para os paulistas" (eu já falei sobre preparar o estômago? É sério) aborda a migração de pessoas de outras partes do país para cá, defendendo a ideia de que a 'cultura' paulista estaria se perdendo num mar de, digamos assim, nordestinidade. Aqui, entrevista que o Terra Magazine fez com um dos integrantes do movimento.

O manifesto se esquece que, para que uma economia cresça, é preciso de gente para trabalhar e para consumir, e desce a lenha nos migrantes. Apesar da tentativa que o movimento faz em convencer (aos leitores? a eles próprios?) que eles se dirigem a todos os migrantes, o foco nos nordestinos é claro. Para esses jovens, os migrantes, se quiserem vir, devem entrar mudos e sair (sair, principalmente sair!) calados, como demonstra este trecho: "Fique esclarecido que os migrantes são os visitantes. E os paulistas são os “donos-da-casa”. E não o inverso, como pensam e agem. Assim ambos devem portar-se como tal".

Os autores deixam de fora tanto conceito básico que dá até preguiça. Um deles é o fato de que São Paulo não existe enquanto povo único. Somos uma mistura de várias regiões do país e de várias nacionalidades. Eu, que se quisesse passaria com louvor em algum tipo de "matrícula" no movimento, branca que sou, tenho família que está aqui há 3 gerações, pelo lado da minha mãe, e apenas uma geração, pelo lado do meu pai. Essas famílias trouxeram sua cultura, seu modo de ser, sua comida e tudo o mais para cá no século XX mesmo, nem faz tanto tempo. Durante todo esse século, o estado de São Paulo foi sendo moldado por pessoas que vieram de fora. Em 1872, a cidade de São Paulo contava com apenas 30 mil habitantes. Tudo isso para dizer: não existe uma "cultura paulista" eugênica como querem os "manifestantes".

Mas suponhamos que São Paulo fosse mesmo uma entidade una, que tivéssemos todos uma cultura muito específica e homogênea. E daí? Fazemos parte de um país que tem entre seus princípios fundamentais a liberdade de ir e vir. E esse princípio não está aí de graça, ele tem fundamentos que o justificam. Não é essa, porém, a visão do movimento. Eles reivindicam que "torne-se crime no Estado de São Paulo, a invasão e loteamento de terrenos ou prédios - públicos ou privados". A justificativa? "São Paulo não foi buscá-los em sua origem. Portanto, não tem obrigação de sofrer suas práticas".

E, apesar de os autores afirmarem que estão apenas (!) preocupados com a dita "cultura paulista", não falta reclamação sobre o fato de que São Paulo contribui com mais impostos para o Brasil, sem que haja retorno desse dinheiro, como neste trecho: "Com os valores tomados de S Paulo pelo Brasil, daria para construir 9 rodoaneis por ano. S Paulo paga menos a seus policiais e professores do que os estados que tomam os recursos de SP". Mais uma vez, do começo. Imposto é (deveria ser) uma forma de distribuição de renda. Quem ganha mais paga mais, para que quem ganha menos tenha acesso a serviços básicos. Simples assim. Que existam distorções, não duvido. No Brasil, pobres pagam proporcionalmente mais que ricos, como explica o mestre em Finanças Públicas Amir Khair, em matéria da Revista Fórum: "Quem ganha menos de 2 salários mínimos paga 49% de seus rendimentos em tributos, enquanto o percentual não passa de 26% para quem ganha mais de 20 salários mínimos". Isso sim é distorção. O estado com mais atividade econômica do Brasil contribuir mais é apenas o óbvio.

O documento contém mais e mais barbaridades, mas que seria inútil considerar aqui. Discutir contra o preconceito é algo sério...

São Paulo vence com justiça, mas classificação não vem

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Não foi traumático como em 2008, mas também não foi fácil. O São Paulo venceu o Internacional por 2 a 1 ontem, no Morumbi, mas não levou a vaga na final - e, por tabela, no Mundial - por conta do gol sofrido em casa. Isso, claro, quem diz é a matemática. Quem assistiu aos jogos sabe que o São Paulo perdeu a classificação no jogo covarde que fez no Beira-Rio. A postura extremamente defensiva não deu apenas a vitória ao Inter, afinal, o time poderia ter perdido se tivesse se lançado ao ataque também; deu a moral que os qualquer adversário precisa pra se achar favorito.

Mas o que dá mais raiva não é a desclassificação em si. Eu não tinha muitas esperanças nesse time. Depois do jogo no Sul, então, as chances pareciam nulas. O futebol que o São Paulo mostrou depois da Copa foi tão desalentador que eu achava mesmo que merecia perder, afinal, o time parecia ruim!

Só que o time não é ruim. O problema do São Paulo é de outra ordem, que só me resta especular. Mas a equipe tem qualidade para jogar muito melhor do que vem fazendo. O jogo de ontem foi só uma amostra. A começar pela escalação, ofensiva e corajosa. Dois zagueiros apenas, dois volantes - sendo que um deles é o Hernanes - e três homens de frente, com o Fernandão voltando pra buscar jogo. Dessa forma, o time reteu a posse de bola sem muito sofrimento, de uma maneira completamente diferente da que eu vi na semana passada. Dessa vez, não sofremos ataque de pequenice. O problema é que o Internacional - óbvio - não fez o mesmo papelão que o São Paulo protagonizou por lá, e a coragem da noite passada não foi o suficiente para reverter a covardia do jogo de ida.

A nota irritante do jogo foi o papelão que o Rogério Ceni fez nos dois últimos minutos de jogo. Numa cobrança de escanteio - que poderia sera última - o goleiro foi para área tentar alguma coisa. Até aí normal. O vergonhoso foi a acintosa tentativa de impedir o goleiro Renan de se mover. O juiz o advertiu antes da bola sair, e o capitão continuou atrapalhando o adversário. Essa brincadeira tomou os últimos minutos de ataque do São Paulo. O escanteio foi cobrado, o árbitro marcou falta do RC no Renan e o jogo acabou. Não quero dizer que ia sair gol no lance, mas o time podia ter saído sem o papelão.



Eu não sei se engrosso o coro Fora RG. Não sei se o problema do time é realmente o técnico. Acho que o buraco é mais embaixo e trocar o Ricardo Gomes por qualquer outro não mudaria muita coisa. A diretoria do São Paulo está muito mais preocupada com o Morumbi na Copa do que com o time. Nós, são-paulinos, já vimos esse filme antes, e ele trouxe 10 anos de amargura. Por esse ângulo, chegar na semifinal da Libertadores não está tão mal.

quinta-feira, agosto 05, 2010

A manchete é a que convém

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Saiu a última pesquisa CNT/Sensus. Pelos manuais de jornalismo, a notícia é que Dilma abriu dez pontos de vantagem sobre Serra: 41,6% e contra 31,6% do tucano e 8,5% de Marina Silva (PV). Poderia ser destaque ainda o fato de que a eleição estaria perto de ser decidida no primeiro turno com esses números. Mas a Folha achou por bem tascar a manchete abaixo em sua seção Eleições 2010.



Santos, um campeão para a História

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E o Santos ontem conseguiu um feito até então inédito na sua mais que vitoriosa trajetória, ganhando o primeiro título da Copa do Brasil. Na soma das duas partidas finais da competição, o melhor time do país do primeiro semestre mostrou superioridade diante do rival baiano e só houve alguma emoção na segunda partida pela enorme quantidade de gols perdidos no duelo da Vila Belmiro. Mesmo na derrota de ontem, a equipe perdeu oportunidades, assim como o Vitória, e o goleiro Viáfara fez uma das mais impressionantes defesas do ano em finalização de Paulo Henrique Ganso.

Amados e odiados, os meninos da Vila serão lembrados. Não é daqueles times que são campeões e, depois de algum tempo, o torcedor tem dificuldades para lembrar dois ou três titulares. Uns vão dizer no futuro que já viam, naquela época, que "fulano era craque"; outros dirão que desde então sabiam que "beltrano era mascarado".

Não importa. Este o time que mais gols fez em uma edição da Copa do Brasil. São 39 tentos em 11 jogos, que emplacou goleadas humilhantes com o 10 a 0 no Naviraiense e um 8 a 1 no Guarani, que em duas partidas fez cinco gols no Galo do pouco saudoso "profexô" e seis no "copeiro" Grêmio.

É ainda a equipe campeã com menor média de idade, 22,8 anos, o que explica um pouco as oscilações, as dancinhas e as brincadeiras amplificadas pela mídia esportiva sem notícia, mas que também pode justificar a olúpia ofensiva que encantou muitos ao longo do ano. Quando foi preciso, havia um Robinho muito mais maduro do que a imprensa pintava e do que os adversários desejavam, além de um Ganso forjado nas batalhas do campo, consciente como um veterano.

Por tudo isso, esse Santos é um campeão histórico. E ao longo de seus mais de 98 anos o Peixe tem sido assim. Hoje, junto com o Palmeiras, é o clube que ganhou todos os títulos (de primeira divisão) de competições nacionais já disputadas pelas bandas de cá: Taça Brasil, Roberto Gomes Pedrosa, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil.

O único time de bairro do mundo que é campeão mundial, como brinca José Roberto Torero. Não nasceu em uma capital, mas em uma cidade que hoje nem tem 500 mil habitantes, o que já demonstrava a uma quase impossibilidade de se tornar grande. Mas o que são impossibilidades para quem contou com jogadores verdadeiramente mágicos ao longo do tempo? Que encantavam e amealhavam fãs mesmo quando não ganhavam títulos, como o primeiro ataque dos cem gols do futebol brasileiro nos anos 20 que embasbacavam os rivais nos anos 60 ou que faziam sonhar como algumas formações do século 21?

É hora de comemorar, santistas! Mais um capítulo da nossa história foi escrito, com gols, grandes lances e encantamento. Sempre foi assim.






Atualização (12:30) - Vejam no vídeo abaixo o assistente (Altemir Hausmann ou Érico Bandeira, alguém pode ajudar?) indo falar qualquer coisa pouco abonadora para jogadores do Santos que estão comemorando. Por sinal, é o mesmo que marcou um impedimento inexistente de Robinho em um lance de perigo do Santos. Fica a pergunta: um jogador, por desequilíbrio semelhante, pode tomar vermelho mesmo depois de a partida ter terminado, e esse cidadão? Aliás, pode-se confiar na imparcialidade de alguém que age assim? Com a palavra, os "donos" da arbitragem tupiniquim...

quarta-feira, agosto 04, 2010

Bar manguaça busca igualdade na Inglaterra

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Por Moriti Neto


É sabido que a resistência peculiar de cada manguaça permite aos vários organismos reações diferentes no ato de experimentos etílicos. Contudo, na Inglaterra, um bar busca o equilíbrio de forças, tentando proporcionar sensações semelhantes para bebuns com mais ou menos capacidade de absorção e retenção alcoólica (entenda-se por ou mais ou menos esponjas).

No Crooked House (Casa Torta) clientes que entornem quantidades consideravelmente diferentes podem sentir, pelo menos quanto a ficar “pensos”, por efeitos parecidos. Como sugere o nome, o bar possui arquitetura que desnorteia a todos, independentemente do “grau” dos ébrios.
  
Construído em 1785, o boteco fica na cidade de Staffordshire, na região central da Inglaterra. Alguns anos depois, a exploração de minério fez com que o terreno afundasse, pendendo a construção para o lado, mais ou menos como na Torre de Pisa. Uma ponta do casarão é mais alta que a outra em 1,2 metro. Já tentaram consertar, mas os manguaças locais não gostaram e, carinhosamente, apelidaram de o “pub mais bêbado do Reino Unido”. Por lá, os copos vivem caindo pelas mesas e os bebuns no chão. Quando não há “deslizes”, os pinguços chamam os garçons para avisar sobre “fenômenos estranhos que ocorrem no interior do lugar”.

De acordo com o proprietário, Sonny Mann, o bar é seguro e não corre risco de cair. Segundo ele, há algumas rachaduras nas paredes, mas técnicos analisaram e concluíram que não existe perigo. Ainda assim, os fregueses mais experientes aconselham a não tentar fazer manobras ousadas para testar a sobriedade por lá. E, mesmo que o façam do lado de fora, é prudente não olhar para a fachada, pois os reflexos orgânicos podem não ser dos melhores.

Enfim, seria uma tentativa para buscar a igualdade de sensações entre os pinguços? Caberia a iniciativa como proposta do Manguaça Cidadão?    

Animais empalhados e teor alcoólico polemizam cerveja escocesa

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Por Moriti Neto



Esta vem da Europa e deve mexer com os manguaças, principalmente os mais engajados em causas ambientais ou os chegados em experiências etílicas exóticas e, literalmente, de alto grau. Na Escócia, uma cerveja servida em garrafas feitas com animais empalhados gerou tremenda celeuma nos últimos dias. Isso mesmo: os receptáculos que engarrafam a gelada são corpos de bichos, entre eles, são usados sete mustelídeos, quatro esquilos e uma lebre.

Outra curiosidade é que a "The End of History" (o Francis Fukuyama tá nessa?) nome da dita cuja, produzida na cidade de Fraserburgh pela cervejaria BrewDog, possui teor alcoólico de 55% - uma cerveja comum tem de 4% a 7% . A bebida chega ser mais forte do que um uísque e custa cerca de 500 libras (R$1.350) por unidade.

Para enfrentar as críticas sobre o uso dos animais como "embalagens", os proprietários da cervejaria alegam que todos morreram de "causas naturais" e “não foram caçados”. No entanto, duas entidades escocesas já se manifestaram contra a BrewDog: uma de proteção de animais e outra contra o alcoolismo.

Em entrevistas recentes, um dos fundadores da BrewDog, James Watt, diz que o objetivo é criar uma bebida alternativa às cervejas tradicionais de grandes corporações, o que elevaria o status da cerveja na cultura do país.

Independentemente da causa mortis dos animaizinhos: alguém encara?       

Chivas na final

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Ziquei a Universidad do Chile. Foi só eu falar que a La U saía na frente, que não seria dessa vez que um time brasileiro seria beneficiado com a classificação prévia para o Mundial de Clubes que o Chivas Guadalajara resolveu jogar muita bola, desbancou os chilenos em plena Santiago e assim deixou Inter ou São Paulo matematicamente classificados para o torneio intercontinental.

O Chivas fez 2x0 na Universidad, em um jogo interessante e bem movimentado. O primeiro tempo registrou de tudo - um frangaço do goleiro Miguel Pinto (que, a despeito do lance bizarro, teve uma boa atuação ontem), duas bolas na trave por parte da equipe chilena, uma atuação monumental de Montillo (que acabou com o Flamengo nas quartas, e em breve desfilará seu talento aqui, jogando pelo Cruzeiro), e uma pressão da Universidad que acabou não resultando em gols. Os times desceram para o vestiário com o 1x0 favorecendo os mexicanos.


Veio a segunda etapa. Quando o clima estava tenso, os nervos à flor da pele, toda aquela tensão no ar, eis que nada menos do que um simpático cachorro invade o campo. O "simpático" não é só figura de linguagem: o vira-lata preto e branco era bonzinho mesmo, a ponto de ser facilmente capturado e ainda receber alguns carinhos dos atletas que dele estavam próximos. O cachorro de ontem fez lembrar uma façanha que um animal de sua espécie fez 48 anos atrás, quando invadiu o campo no Brasil x Inglaterra da Copa de 1962 - disputada também no Chile. Coincidência?

Passada a euforia canina, o Chivas mostrou mais qualidade e neutralizou a pressão que a Universidad impôs na primeira etapa. E aos nove minutos ampliou o marcador, com Magallón. A partir daí, soube cadenciar bem o jogo, freou os ímpetos chilenos e garantiu sua vaga na decisão da Libertadores - de quebra, colocando um brasileiro no Mundial de Clubes.

É a segunda vez que um time do México chega na final da maior competição sul-americana. A primeira foi em 2001, quando o Cruz Azul decidiu (e perdeu) o título com o Boca Juniors.




Atualizando
Só agora me dei conta de uma coisa: o Chivas, que está próximo do título da Libertadores e que indiretamente já colocou um brasileiro no Mundial de Clubes, só está jogando a edição atual do torneio por causa da confusão da gripe H1N1 no ano passado. Lembram da história?

Relembrando, o que aconteceu foi o seguinte: quando o mundo estava assustado com a questão da gripe suína, e o México se mostrava como o principal local da doença, ficou uma dúvida no ar sobre como se daria a continuidade da Libertadores, já que Chivas e San Luis, ambos da terra de Ramón Valdez, disputariam as oitavas-de-final.

Algumas equipes de outros países se recusavam a jogar no México, por temerem o contágio. Então o que foi decidido foi o seguinte: Chivas e San Luis deixariam a Libertadores 2009 e se classificariam, automaticamente, para as oitavas-de-final da edição 2010.

Decisão estranha, muito contestada, e que agora mostra seus efeitos práticos.

terça-feira, agosto 03, 2010

Som na caixa, manguaça! - Volume 57

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VIVA O CHOPP ESCURO
(Ronnie Von)

Ronnie Von

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Vamos todos viver a vida
Pois ela acaba na avenida
A verdade está no céu aberto
E a felicidade tão perto

Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey
Eu grito hey, hey, hey

Viva o sol e o mar, eu digo
Viva o azul e o verde, eu penso
Viva o chopp escuro no calor!

Eu não quero saber quem sou
Enquanto o mundo gira eu vou
Não me importa saber da dor
Por onde ando vejo amor

(Do LP "A máquina voadora", Polydor, 1970)

'Gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca'

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Zeca Pagodinho acaba de finalizar "Vida da Minha Vida", seu próximo disco. E revela: "Eu gravo bebendo cerveja, pra voz ficar rouca. Se a voz sair muito certinha, ninguém vai acreditar que é o Zeca Pagodinho cantando". Uma das faixas do novo CD é "Orgulho do Vovô", única assinada por Pagodinho (em parceria com Arlindo Cruz), e dedicada ao seu neto, recém-nascido. "Meu compadre Arlindo foi ver o meu neto. Nós nos embriagamos mais uma vez, fizemos essa música e nem o menino ele viu. Esqueceu. Depois disso, me ligou: 'Zeca, precisamos marcar outra cerveja pra eu conhecer a criança'."

segunda-feira, agosto 02, 2010

No São Paulo, é hora de espantar a preguiça

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Por Moriti Neto


O Tricolor paulista deu um sopro de esperança à torcida após a vitória sobre o Ceará, por 2 x 1, sábado, no Morumbi. Não tanto pelo resultado, primeira vitória desde a Copa do Mundo, mas por jogar mais ofensivamente, ao contrário da contida e “humilde” atuação diante do Internacional, pela Copa Libertadores, na quarta-feira passada, mas porque o time jogou mais solto, com melhor saída de bola. Isso, a partir da formação de meio campo com Cléber Santana e Hernanes, o que contribuiu na melhoria do passe e, consequentemente, na transição da defesa ao ataque.



A etapa inicial não foi um primor – o que não é novidade, já que a equipe só fez dois grandes jogos no ano, contra o Cruzeiro, nas quartas de finais da Libertadores – mas mostrou o time trabalhando a bola, tomando as rédeas da partida. Gols, no entanto, só saíram na segunda etapa, apenas depois que Ricardo Gomes colocou os poupados Fernandão e Dagoberto em campo e desfez o esquema com três zagueiros (forçado por uma contusão de Xandão, é fato).  Coincidência ou não, vieram duas bolas na rede em dois minutos.
Fernandão, aos 21, de cabeça, e Ricardo Oliveira, em boa arrancada concluída com toque de classe para encobrir o goleiro, após lançamento de Dagoberto, abriram 2 x 0. E o São Paulo poderia ter ampliado, não fossem as chances perdidas e o recuo, no fim, logo que o Ceará, aos 39, com Eric Flores, diminuiu.

Esquema ideal?

Não haverá nenhuma revolução tática no Tricolor Paulista até o jogo decisivo desta quinta, de novo contra o Inter, que decidirá, além do destino do clube na Libertadores, também o futuro da comissão técnica e de muitos jogadores pelos lados do Morumbi. O que fica evidente é o já antes tão óbvio: o São Paulo só vence se mudar de atitude, de postura.

A estas alturas, depois de uma temporada ruim, com atuações de medianas para baixo, sofríveis no Paulista e até as oitavas de final da Copa Libertadores, com dois jogos de exceção nas quartas, não é possível falar de um sistema de jogo sólido no São Paulo. Não chegamos, em agosto, sequer a um time titular. O “esquema”, agora, é escalar os jogadores com mais recursos técnicos e que tenham personalidade para encarar responsabilidades. Desde que eles apresentem, claro, alguma liga. E, nesse sentido, parece que os acontecimentos deram uma mãozinha.

Fora a chegada de Ricardo Oliveira, que se titular ao lado de Dagoberto obrigará a escalação de Fernandão na meia, onde já jogou muito, o canhoto Richarlysson está fora por contusão. Isso acaba com a história de mudar o posicionamento de Alex Silva e Miranda. Mesmo com a fórmula de três zagueiros, Xandão joga na sobra e permite que os dois atuem pelos lados em que rendem melhor, direito e esquerdo, respectivamente. De resto, os problemas crônicos continuarão, como a falta de um especialista na lateral direita.

Faltam três dias. E o que não foi feito em oito meses, pela comissão técnica, sim, mas, principalmente por um monte de jogadores preguiçosos, poderá somente ser resolvido na individualidade e com a abolição da indolência.

Visão Corintiana: Timão empata em jogo amarrado

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O Corinthians empatou com o Palmeiras num jogo com alguns bons momentos, mas em que as duas equipes pecaram pela falta de ousadia. Como o lado palmeirense foi debatido com mais detalhes pelo companheiro Anselmo, foco no Timão.

Adilson Batista, em sua estreia, mudou um pouco e esquema de jogo do time. Utilizou o meio de campo em losango que usou no Cruzeiro. Lá, eram Fabrício mais recuado, Marquinhos Paraná mais pela direita, Ramires mais pela esquerda. Aqui, foram Ralph na proteção da zaga, Elias pela direita, Jucilei do outro lado. Bruno César ficou mais livre e centralizado para armar os ataques.

Funcionou no começo, e o time dominou as ações e acuou o Palmeiras. Isso culminou com a bela jogada do gol de Jorge Henrique. Começou com toque de calcanhar de Bruno César e terminou com gol de letra. Sim, estava impedido, isso não questiono. Mas que foi bonito, foi.

Aqui creio que terminam minhas concordâncias com o Anselmo em termos de arbitragem. Paulo César foi mal na partida, com vários erros dos dois lados. Mas acho que o pênalti de Jucilei pedido pelo nobre parmerista (como dizia meu avô) foi mais um desses agarra-agarra de área. Ou pelo menos acho que o juiz poderia interpretar assim, como de fato interpretou.

E se á pra falar de pênaltis não marcados, os alvinegros podem reclamar de dois, ambos do lateral Armero. O moço entrou em campo com vontade de jogar vôlei e botou a mão da bola em duas oportunidades. Uma num cruzamento, em que subiu tal qual o Ken de Street Fighter num legítimo “roiuguen” (era assim que a gente chamava). Na outra, cortou um passe de Elias.

Voltando para o que realmente interessa, depois do gol, o Corinthians cometeu mais uma vez seu pecado mais comum: recuou demais. Meu tio Benedito, o Ditão, com quem vi a partida, disse que é assim mesmo, que o adversário pressiona e que não tem jeito de não recuar. Como ele fala com a autoridade de jogador e técnico de times de bairro lá em Mauá, diminuo o tom de minhas críticas.

Mas nessa, Ralph vacilou numa linha de impedimento e saiu o gol do Palmeiras. Júlio César, diga-se, fez bela defesa na cabeçada.

Diga-se também que a jogada foi pela direita do ataque de verde, onde o treinador mosqueteiro escalou o zagueiro Leandro Castan, por conta da suspensão de Roberto Carlos. Ficamos sem saída de bola por ali e com marcação falha, já que Castan é muito lento para a função. Seria melhor ter colocado o garoto Dodô, especialista na função.

Outro erro de Adilson ocorrei nas trocas no segundo tempo. O Palmeiras havia encontrado um jeito de marcar Bruno César e o camisa 10 não conseguia se desvencilhar. Adilson, então, colocou Defederico no aquecimento. Achei que ia mexer em dois problemas, sacando Leandro Castan, deslocando Ralph ou Jucilei para a lateral e colocando o argentino para ajudar a criação. Mas o professor (chamado “Pardal” em sua passagem pr Minas) tirou Bruno César. O baixinho Matias ficou ainda mais espremido pelos volantes e pouco fez.

Ainda bem que Felipão decidiu colaborar com o empate e sacou Lincon, cabeça pensante do time palmeirense. O Corinthians ainda melhorou e pressionou no fim, muito por conta da boa atuação de Jucilei, que passou a jogar meio que como um ala pela esquerda. O problema aí é que a maioria das jogadas terminava em cruzamentos para a área – com Jorge Henrique, Defederico e Iarley no ataque. Souza só entrou aos 40 minutos, mas aí já tínhamos um empate meia boca.

Ficou claro que Roberto Carlos faz muita falta ao time. Dentinho também teria ajudado bastante. O ataque sente muita falta de um centroavante, alguém para incomodar permanentemente a zaga. Imaginem o time do Palmeiras sem Kleber para ver do que estou falando. Com Ronaldo eternamente quebrado, temos Souza – e isso é um problema. Mas acho que não tem jeito, tem que ser ele.

Não gostei muito da estreia de Adilson. Errou na escalação de Leandro Castan, mas muito por carência do elenco. Mas gostaria muito de uma explicação sobre a substituição de Bruno César. Claro que com o tempo ele vai colocar sua cara no time, coisa e tal, e ainda tenho esperança de que é possível sair um bom trabalho. Espero não perder muitos pontos até lá.

Sorte? Azar? Não, futebol.

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O Galo foi melhor na maior parte do tempo do jogo ontem contra o Cruzeiro. Com menos de 5 minutos Diego Souza já tinha tropeçado nas pernas sozinho na frente do gol.


Tardelli perde pelo menos três chances que não costuma errar.

Fábio fez a diferença com inúmeras defesas.

Wellington Paulista acerta um chute maravilhoso da intermediária, a bola vai no ângulo, bate na trave e entra.

Zagueiro do Cruzeiro é expulso faltando 1o

Reclamar de azar do Galo, não adianta nada. Faltou competência para fazer o gol e o Atlético ficará mais alguns meses com essa derrota para o maior rival nas estatísticas.

Pior ainda porque havia apenas uma torcida no estádio, a do próprio Galo sofrendo.

E para "ajudar", jogadores do Galo discutindo entre si no meio da partida. Tardelli, como capitão e depois de ter perdido três gols. Foi culpar a defesa depois do gol e tomou um cala-boca dos zagueiros. Prova de que os nervos estão à flor da pele.

domingo, agosto 01, 2010

Com gol impedido, Corinthians empata com Palmeiras

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Foi 1 a 1 o jogo entre Palmeiras e Corinthians neste domingo, 1º, no Pacaembu. A maioria de palmeirenses que ocupava as arquibancadas viu chances razoáveis de gol e contra-ataques aos montes. O tento corintiano foi marcado em posição de impedimento e um pênalti para o Palmeiras, cometido pelo recém-convocado Jucilei não foi assinalado. O empate alviverde aconteceu em um lance difícil, em que Kléber e Edinho estavam na mesma linha da zaga adversária e da bola em dois lances seguidos, o que deu trabalho para o auxiliar.

Os comentários corintianos sobre o jogo estão aqui.

Na lista de lances polêmicos, ainda teve uma cortada de Armero dentro da área defensiva, em cobrança de escanteio, quando o placar ainda estava inalterado. Apesar das broncas, os times poderiam ter feito mais pela vitória. Para ser direto: faltou pontaria (ou outro atacante que não o Ewerthon) e um pouco mais de poder criativo para vencer. Mas levar os três pontos foi uma possibilidade que não esteve tão distante assim.

O Palmeiras foi melhor por boa parte do jogo. Na maior parte, aparentemente. Mas no começo do jogo, quem dominava era o alvinegro. E estava bem melhor. Na estreia de Adilson Batista como técnico, a troca de passes ensaiada nos tempos de Mano Menezes funcionou bem.



Aos 21, Jorge Henrique recebeu de Bruno, em contra-ataque rápido puxado por Iarley, e fez o gol. Quando o atacante corintiano recebeu a bola, ele estava à frente da zaga, em posição ilegal. Um lance rápido e difícil em que o auxiliar estava dois passos atrás da jogada. Erro que acontece, mas prejudicou o time.

A equipe de Luiz Felipe Scolari melhorou pouco, porque precisava reagir. Conseguiu criar chances de algum perigo em cruzamentos e escanteios. Em um lance assim, aos 26 minutos, Jucilei segurou Ewerthon de forma acintosa. A arbitragem não viu, passou batido. Outro lance difícil e até raro de ser marcado.

Foi só aos 33 que veio o empate. Em dois lances difíceis mas em posição legal, Kléber cabeceou em cruzamento do zagueiro Danilo, em jogada de lateral-direito. O goleiro Julio Cesar defendeu e Edinho, que estava na mesma linha que o 30 alviverde, igualou o marcador.

A partir daí, o time de verde passou a dominar o jogo. O cenário manteve-se na volta do intervalo. Lincoln ia bem, mas se cansou. Aparentemente esse foi o motivo por que Felipão trocou o 99 por Tinga. O time piorou, deu mais espaços para o Corinthians. E passou a depender de arrancadas de Kléber, Vitor, Márcio Araújo...

As melhores chances pararam em Ewerthon, duas vezes mal posicionado (em impedimento) e uma em que nem tocou, nem chutou até ser desarmado.

Com o resultado, o Corinthians volta a ser segundo, deixando para o Fluminense a ponta. O Palmeiras subiu um postinho, ficando em 11º, lá embaixo.

A chegada de Valdívia deve demorar um pouco e ser mais útil no ataque do que no meio de campo. Talvez Felipão tenha de tirar um dos laterais para escalar Tinga, deslocando Márcio Araújo para a posição. Porque falta capacidade de criação e um meia só acaba sobrecarregado, mas Pierre e Edinho tem funções de marcação que dificilmente a zaga vai poder viver sem tanta proteção.

O time melhora. Mas podia e não venceu o Corinthians, o que poderia ser melhor.