Destaques

quinta-feira, julho 03, 2008

O herói e os personagens da final

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A vitória da LDU sobre o Fluminense colocou definitivamente o Equador no mapa do futebol, algo que já havia sido comentado aqui. E nos forçou também a conhecer (e reconhecer) alguns atletas que se tornaram heróis na noite de quarta-feira.

Um deles é emblemático. O goleiro Jose Francisco Cevallos, de 37 anos, titular da seleção do seu país. Por aqui, comentaristas e jornalistas faziam pouco do atleta. De fato, vendo de longe, o arqueiro nunca passou segurança. Foi andando para a bola do primeiro gol do
Fluminense e fez uma defesa algo bizonha em um chute de Conca no segundo tempo. Mas salvou a pátria do Equador no último ataque da equipe carioca na prorrogação e se consagrou ao defender três penalidades e dar o título ao seu time. Algo que, aliás, já tinha feito na disputa contra o San Lorenzo (ARG) nas quartas-de-final, quando defendeu uma penalidade e assegurou a classificação dos equatorianos.

Para aumentar ainda mais os méritos do arqueiro, o goleiro contrariou a recomendação dos médicos do time que diziam para ele não entrar em campo por conta de uma contusão. Peitou os doutores e a comissão técnica e entrou na partida.

No seu país, “Pepe Pancho” Cevallos já é chamado de “San Cevallos” e seu outro apelido de “Mãos do Equador” já se metamorfoseou em “Mãos da América”. E também tem fama de bom moço, já que contribuiu para a construção de 36 casas em um bairro pobre de Las Pozas, tendo visitado os moradores antes da segunda partida contra o América (MEX) pelas semifinais da Libertadores.


Hector Baldassi


O Fluminense reclamou, e com razão, de um pênalti não marcado em Was
hington na primeira etapa. Mas a LDU teve um gol legítimo anulado no final da prorrogação, embora tenha sido um lance muito difícil. Contudo, o que impressionou foi a complacência do árbitro argentino Hector Baldassi com a cera da equipe equatoriana, em especial do goleiro Cevallos.

Mas isso não é exclusividade dele. Oscar Larrionda permitiu ao arqueiro Ochoa, na segunda partida do Santos contra o América (MEX), ganhar muito tempo com o mesmo tipo de expediente utilizado pelo equatoriano. No intervalo, quando o capitão Fábio Costa foi reclamar da prática do anti-jogo, o árbitro respondeu: “se você estivesse na condição dele, faria a mesma coisa.” Ou seja, é só se colocar na posição do outro que o homem do apito se exime de aplicar a regra e punir o infrator. Lamentável que essas situações aconteçam na Libertadores.


Em tempo: Baldassi é o mesmo árbitro que anulou um gol legal de Kléber Pereira no primeiro jogo contra o time mexicano. E vai para as Olimpíadas.


Os medalhões que sumiram


Thiago Silva é um senhor zagueiro. Mas ontem, assim como na partida de ida no Equador, parecia nervoso, deu chutões e teve extremas dificuldades para conter os ataques da LDU. Pode-se atribuir isso ao fato do Fluminense ter se exposto, mas ainda assim ele não mostrou o mesmo futebol que o tornou um dos melhores (senão o melhor) de sua posição no Brasil.


Washington perdeu um gol no primeiro tempo, sofreu um pênalti e cobrou de forma grotesca sua penalidade na decisão. Dodô até deu um ânimo novo à equipe no início do segundo tempo, mas sumiu com o decorrer da partida. Justificou a decisão de Renato Gaúcho que o manteve no banco na primeira etapa. E, como contestou muito o fato de ser reserva, acabou passando uma péssima impressão pra torcida.


Já o argentino Conca parecia se multiplicar em campo e Thiago Neves não pôde ser ofuscado nem pelo pênalti perdido, se tornando o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores. Júnior César, pelo que mostrou no segundo tempo e em tantas outras ocasiões, merece uma chance na seleção carente de alas esquerdos.


Luiz Alberto


Já gostava do zagueiro quando atuava no Santos e achei um absurdo sua saída do clube, abrindo espaço para o “chapa” do Luxemburgo, Antônio Carlos (leia aqui). Não é nenhum craque, mas tem experiência e voz de liderança no time, além de não comprometer. E fez, ao fim da prorrogação, o que poderia ser a “falta do título”, já que evitou a finalização na arrancada sensacional de Guéron. Após o fim da partida, Luiz Alberto parecia catatônico diante do resultado. Talvez tenha encarnado, com essa atitude, a sensação da maioria dos torcedores do Fluminense naquele momento.

Corra, Brunna, corra!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Brunna Rosa

Paulista é mesmo uma desgraça. Acostumada a pagar preços exorbitantes por uma dose de boa cachaça nos bares paulistanos ou deixar somas consideráveis por uma garrafa de pinga mineira razoável, quando vi preços mais modestos não pensei duas vezes.

Em Belo Horizonte, sob recomendação dos mais experientes, fui ao Mercado Central, onde após uma intensa pesquisa de preços me deparei com bons valores de cachaças, uma envelhecida por três anos em tonéis de carvalho na cidade de Betim (MG) e outra que repousou por dois anos em tonéis de bálsamo e carvalho. Ambas excelentes.

Já em São Paulo, custariam bem mais. Animada, a variedade (irresistível) de queijos no lugar se tornou ínfima e logo comprei sete garrafas sortidas de aguardente.

No aeroporto...

Sábado, 28, aeroporto de Confins. Enquanto aguardava o vôo de volta para São Paulo tomando um café, segurava as duas sacolas de “marvadas”. Faltavam 20 minutos para o vôo, estava na hora de encarar o raio-x e voltar para casa. No entanto, ao passar pelo tal aparelho indsicreto, escutei: “Senhora, por favor, o que é isso?”, indagou a educada funcionária da Infraero ao ver as minhas sacolas.

“São garrafas, moça”, respondi feliz e sorridente. “Sim, mas quantas, senhora?”, continuou com um nada agradável questionamento. “Sete”....respondi um pouco ressabiada.

“Senhora, por lei, só se pode embarcar com dois litros de bebida alcoólica”, informou a atendente. Em segundos a informação da mocinha caiu como uma bomba para esta que vos escreve. De tão desesperada, minha cara deveria externar os sentimentos mais tristes e profundos. A funcionária, com uma voz que trazia dó, pena e uma indisfarçável solidariedade manguaça, entendeu meu drama e falou : “Corra, você tem 15 minutos antes do seu vôo sair, tente embarcar algumas que passamos as demais por aqui”.

Quinze minutos era o que eu tinha. Saí correndo, carregando garrafas que batiam uma na outra e me dirigi, ofegante, ao balcão da dita companhia aérea (aquela que só oferece barrinha de goiabinha para você comer durante o vôo). A fila era enorme. Tive que furar.

Burlada a fila, agora só tinha 10 minutos. Expliquei a situação ao mocinho da companhia aérea, que vendo em minhas mãos as sacolas, fez a pergunta fatídica: “Senhora, quantos litros tem aí?”. E eu, já menos ingênua, respondi: “Um litro e meio, moço”.

Não acreditando na ofegante cidadã, ele abriu as sacolas e se deparou com as sete garrafas. Fechou e diante de minha pessoa, que implorava compreensão lembrando dos poucos minutos para a partida do vôo, consultou o número de meu bilhete e decretou: “Seu vôo não permite embarque de bebida alcoólica”.

Em pleno desespero e na iminência de perder o vôo e a cachaça, todos os argumentos, pedidos e lamentações foram despejados ao responsável pelo check-in. Ele, certamente achando patética a situação, entendeu e sugeriu: “Coloca numa bolsa que tentamos passar”.

Enquanto enfiava apenas duas garrafas na bolsa - a terceira não cabia -, o moço passava um rádio informando que havia uma bagagem atrasada para o vôo, que já estava saindo. Não sei se a “bagagem” era eu ou a bolsa, mas ao terminar a comunicação, me viu com uma garrafa de cachaça na mão e indagou. “E esta, você vai fazer o que com ela?”. Sem pensar duas vezes, declarei: “Não cabe, vai ficar com você”.

Quase lá

Faltavam apenas três minutos para o vôo. Deixei minha bolsa e voltei correndo, com uma sacola preta e quatro garrafas batendo uma na outra pelo aeroporto. Subo as escadas e continuo a correr, ridiculamente.

Na sala de embarque, a mesma moça do raio-x me orienta a passar na frente das pessoas da fila. Pergunta baixinho, em tom de cumplicidade: “Deu certo lá?”. Feliz, mas com a certeza de que as cachaças ou iam ficar por lá, em uma provável checagem na bagagem, ou iriam quebrar, balancei a cabeça positivamente.

Já sentada no avião, com vários minutos de atraso, penso que se quebrassem as garrafas teria que jogar a bolsa fora, afinal o cheiro de álcool seria insuportável.

Uma hora e quinze minutos. Esse foi o tempo de minha agonia.

A chegada

São Paulo, aeroporto de Congonhas. Estava naquelas malditas esteiras por onde saem nossas bagagens. Ansiosa, esperava minha mala e minha bolsa, que nunca chegavam.

Olhei pelo vidro e avisto a mala. Vinha por último, logo embaixo de uma grande mala. Uma sensação horrível me assolou e pensei: “elas não resistiram.”

Tinha certeza que não sobrara nada das duas garrafas. Olhei para o carrinho em que minha mala estava, avistei as quatro garrafas remanescentes e mais aliviada voltei a olhar os carregadores das bagagens. Eles acabavam de pegar minha bolsa e jogar na esteira. Ansiosa, aguardo até que chegassem em minhas mãos.

Milagrosamente inteira, a bolsa e as cachaças estavam lá. E eu, desacreditada fui saindo do aeroporto, checando mesmo se não havia nenhum trincado no vidro. E com uma sensação de aprendiz de “contrabandista” e um currículo aprimorado de manguaça.

Uma corrida pela Cachaça

Um par de sapato com salto alto para Renato Gaúcho

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Uma estátua para Thiago Neves. Era o título que estava pronto na minha cabeça para a partida final da Libertadores. Mas a LDU é o primeiro clube equatoriano a vencer a Libertadores, e o foco muda.

Um camisa 10 que apareceu como meia, como centroavante e como craque. No começo do ano, recusou proposta do Palmeiras para ficar e disputar o continental. Mesmo que tenha sido por mais visibilidade, mesmo que não tenha sido por amor à camisa – se os mais pragmáticos não quiserem –, ele ficou. E foi o primeiro jogador a marcar três gols em uma final de Libertadores.

Foto: Fim de Jogo

Maracanã lotado e em festa. Mais fotos na cobertura online do Fim de Jogo.

Mas o "nunca antes" que vai ser lembrado é outro. Nunca antes, um tombo de salto alto ficou tão restrito a uma pessoa só, que estava lá no banco.

Ainda que tenha sido nos pênaltis. Toda responsabilidade a Renato Gaúcho. Ainda que decisão dessa forma tenha uma dose de imponderável. E que três dos quatro batedores da representação das Laranjeiras tenham desperdiçado.



Tensão

Foi um jogo pra lá de tenso pros torcedores. Os equatorianos marcaram primeiro e o tal do 10 virou.

Dodô entrou para acender o jogo. O time ficou ligado só até o terceiro gol, depois murchou. Foi o momento em que a LDU melhorou e a defesa tricolor mostrou que é cheia de furos – ou que tem um sádico gosto por emoção.

A LDU catimbou bem. Mas também jogou bola. E teve um gol anulado injustamente. Nessa hora não consegui mais torcer pros cariocas como vinha fazendo desde o início do jogo.

Não deixa de ser uma pena pra um time que também tem outros bons jogadores, como Junior Cesar, que bateu o arremesso como um lançamento para o segundo gol. Um lance menos comum do que soa. Tem também Arouca, Washington e Conca.

Nota para futuras gerações
Para os estudos de gerações futuras sobre a arte de secar adversários, passei a maior parte da partida torcendo para os cariocas, depois da virada relâmpago. Depois, parei. Ou seja, não sequei. Tentei pagar contas pela internet. Pela conexão ou pela falta do complemento pro navegador, essa tarefa durou duas horas. E ainda não acabou. Diferentemente de outra situação, nada de pão.

quarta-feira, julho 02, 2008

Salto alto do Fluminense

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Confiança é bom e todo torcedor gosta. Mas, lá de onde eu venho, confiante tem que estar é o cidadão na arquibancada, na mesa do bar ou no sofá da sala, assistindo o jogo.

Jogador, técnico e cartola, tem que estar disposto a comer grama pra ganhar. Pra isso, carece confiança, claro, mas é melhor demonstrar no campo do que no treino.

Renato Gaúcho achou ótimo que a torcida estivesse feliz no treino. O cartola Branco não gostou. Nem acho que o ex-lateral esquerdo tenha tanta razão assim em falar que não gostou. O técnico é que está um poço de certeza. Washington disse que "o melhor jogador não veio".

Poucas coisas são impossíveis no futebol. Agora, tem as coisas improváveis. Que o jogo vai ser fácil nesta noite, contra a LDU, é muito pouco provável. Até porque não é um time ruim.

Não é improvável para times que entram de salto alto cumprirem a metáfora, e tombaram. Mas de repente... eu queimo a língua.

Pé redondo na cozinha - Solução cachaceira

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

MARCOS XINEF*

Ariovaldo, o popular Negão, é o caseiro da minha chácara na represa de Guarapiranga, em São Paulo. Suas experiências profissionais anteriores o tornaram uma pessoa de cultura e conhecimento, digamos, "peculiares". Trabalhou, por exemplo, na casa de praia de um grande executivo italiano e também na de um estilista muito famoso, hoje político (sim, aquele mesmo). Depois de perder esses empregos, foi embora para Embu-Guaçu e se tornou um "chapa" – esses caras que cobram para guiar caminhoneiros que não conhecem São Paulo até seus destinos de descarga (só não me perguntem como, porque, do jeito que ele bebe...). Há quatro anos, Negão caiu de pára-quedas na minha chácara.

Sempre conversamos sobre política, música, culinária, enfim, um papo bem eclético. O único problema é que já perdi a conta de quantas vezes salvei sua vida. Explico: normalmente, quando vou para a chácara, no domingo à noite, "tá lá o corpo estendido no chão", digo, o Negão desmaiado de bêbado no sofá. E, invariavelmente, tem uma panela queimando em cima do fogão. Até agora Deus tem ajudado, sempre chego na hora certa.

Só uma vez cheguei mais cedo e o gambá ainda tava acordado, cozinhando. E me falou: "-A bomba do poço queimou, estamos sem água". Olhando a panela, perguntei: "-E com o que você está cozinhando esse feijão?". No que me respondeu, sorrindo: "-Com 51". E era verdade, cheirei a panela e comprovei: pinga pura. Não sei se deu certo, pois não tive coragem de provar para ver. Mas como acredito que aqui no Futepoca temos gente de fígado resistente, vamos à receita:

FEIJÃO COM PINGA DO NEGÃO ARI

Ingredientes
500 gramas de feijão preto
meia cebola picada
três dentes de alho
bacon
lingüiça calabresa
sal a gosto
1 litro de cachaça (51)

Preparo
Antes, um alerta importantíssimo: o feijão não pode ser cozido em panela fechada, muito menos de pressão. Refogue a cebola e o alho no óleo, coloque o feijão e a lingüiça na panela aberta, descarregue o litro da "maldita" dentro e leve ao fogo bem baixo por 45 minutos (sempre lembrando: com a panela destampada).


Se alguém tentar, me diga se fica bom. Matar não mata, porque o Negão ainda continua lá, queimando panela e desmaiando no sofá. Abraços!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Cabine para quem quer dizer que não está no bar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Atenção manguaças que sofrem com a "rádio-patroa": um bar da região dos Jardins, na capital paulista, instalou uma cabine telefônica (foto) que simula sons para despistar o real paradeiro dos clientes. Ela emite barulho de carros, buzina, avião, tiroteio e até gemidos. Nessa cabine batizada de "cornofônica", o bêbado mentiroso pode inventar tranqüilamente a mentira que quiser, com suporte da "sonoplastia". Leopoldo Buosanti Neto, dono do bar, teve a mirabolante idéia a partir da observação: "Eu via o pessoal saindo desesperado até a rua para atender o celular porque não queria que a mulher descobrisse que estava em um bar". Mas atenção, bêbados barbados: o empresário revela que a invenção tem feito muito sucesso entre as mulheres. "A opção que elas mais usam é do barulho de trânsito", avisa.

Se o problema é esse, o Lula resolve!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O ex-prefeito de Londres, Ken Livingstone (à direita), afirmou ao jornal The Independent que, para garantir as Olimpíadas de 2012 na capital inglesa, só teve de passar a noite bebendo com os delegados do COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pela escolha da sede dos jogos. "Esta foi a razão pela qual conseguimos ser a sede da Olimpíada de 2012", garantiu Livingstone. "Nem me lembro como fui capaz de achar minha cama depois daquela noite", entregou o ex-prefeito, que hoje é apresentador de rádio. Na semana passada, quando assinou o projeto de lei que dá crédito de R$ 85 milhões para custear a candidatura do Rio de Janeiro às Olimpíadas de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a cidade terá de travar "um grande embate político" para vencer Madri, Tóquio e Chicago. Tá no papo: se o "embate" for o que Livingstone revelou, Lula tem todas as condições de trazer os jogos para o Brasil. Biocombustível neles!

terça-feira, julho 01, 2008

UM MINUTO DE SILÊNCIO

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Nosso querido Bar do Vavá, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, fechou definitivamente suas portas. Termina uma saga de 52 anos, 3 meses e 11 dias da família de origem portuguesa Cardoso Salvador, passando pelo pai, João, que abriu o boteco, até os filhos, Wilson, João e Washington (o Vavá), que mantiveram o estabelecimento aberto por décadas e cativaram centenas de freqüentadores e amigos. Para mim, nunca mais haverá um fórum tão adequado. Ao inesquecível Bar do Seu João, Lanchonete Jardim, Gardenburger, Bar do Elvis ou simplesmente Bar do Vavá, dedico os versos imortais de Adoniran Barbosa como carinhoso epitáfio:

saudosa maloca
maloca querida
dim-dim-donde nóis passemo
dias feliz de nossas vida...

Kléber, a besta

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Em entrevista ao repórter Bruno Winckler, do Jornal da Tarde, o atacante Kléber (que já foi tema de post aqui e foi citado aqui) mostrou ser tão inábil com as palavras como é violento dentro de campo. O personagem da vez no Palmeiras, que nesse campeonato Brasileiro vem sendo expulso jogo sim, jogo não, tentou se defender das acusações de deslealdade. Só conseguiu ficar mais comprometido.

Para começar, o brutamontes diz que sua expulsão no jogo contra o Náutico foi injusta. E justifica contando como se deu o lance:

"Os jogadores do Náutico pressionaram bastante depois que eu tive um encontrão com o Eduardo (goleiro). (...) Eu pedi desculpa. Não foi intencional. Futebol é jogo de contato. O juiz falou que não ia tolerar mais esse tipo de jogada e que eu ia precisar me controlar. Disse que ele estava me ameaçando. ‘Você não quer mais que eu jogue, é isso?’. Depois eu falei que ele estava deixando se pressionar. Na hora que levei o amarelo, reclamei e disse que já tinha me tirado do próximo jogo. Não precisaria me expulsar. Claro que falei em um tom mais alto, mas não ofendi ninguém."

Agora a gente conta. 1 - Tromba violentamente no goleiro, ainda que sem intenção (colher de chá). 2 - Acusa o juiz de ameaça. 3 - Acusa o juiz de ser levado pela pressão do adversário. 4 - Leva o amarelo. 5 - Lembra o árbitro de que já está suspenso, em um tom "mais alto" (a troco de que, cristo?). E o cabra não quer ser expulso? E isso é o próprio Kléber contando, ou seja, versão suavizada.

Mais a frente, solta essa: "A maioria dos lances em que levo cartão há uma disputa normal de jogo."

Mas a melhor parte vem no final.

"Tem jogador que é muito macho de te ameaçar em um jogo, mas se te encontra numa festa, com sua família, não faz nada"

O que o donzelo queria? Que os outros atletas o encontrassem na rua e o chamassem pra briga? É muita falta de noção.

(esse post pode - ou não - virar uma nova seção no Futepoca: Entrevistas Comentadas. Tem muita pérola solta por aí que merece ser destacada)

segunda-feira, junho 30, 2008

Cachaça, em Salinas, é cultura, mas igrejas pegam no pé

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por Brunna Rosa

A vereadora Edna Sarmento Barros (PDT), de Salinas, Minas Gerais, concedeu esta entrevista durante o Seminário do Plano Nacional de Cultura, em Belo Horizonte. Falou sobre o primeiro vestibular no mundo para fabricação de cachaça, o impacto da alta produtividade do líquido etílico na vida da cidade, além do selo de reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica.

Futepoca – O município de Salinas é muito conhecido por sua cachaça. Qual o seu diferencial de outros municípios produtores?
Edna Sarmento Barros –
Um dos principais pólos produtores de cachaça do Brasil é Salinas. Atualmente, a produção anual atinge 5 milhões de litros, sendo comercializada por cerca de 50 marcas, algumas de renome nacional e internacional. Como exemplo, cito a Havana-Anísio Santiago, reconhecida patrimônio cultural imaterial de Salinas por meio do Decreto Municipal nº. 3.728/2006, Erva Doce, a Asa Branca, a Indaiazinha, Peladinha, Canarinha, Fabulosa, Monte Alto, Lua Cheia, Salineira, Seleta, Boazinha, Cubana, Boazinha, Sabor de Minas, Salinas, Terra de Ouro e outras.
Temos também a Escola Agrotécnica Federal de Salinas, o primeiro lugar do mundo a ter vestibular para Curso Superior de Tecnologia em Produção de Cachaça. Neste ano, a primeira turma já vai se formar e é uma honra para nós sabermos que vão continuar a tradição e a cultura de nossa cidade. Por aqui, a cachaça é tão importante que é nosso vinagre: temperamos as carnes com a cachaça. Recomendo que experimentem, é outro sabor!
O diferencial mesmo de Salinas é o solo onde a cana é produzida, segundo pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), não só como é armazenada a cachaça. E isso é tão importante para nós que já temos até selo, "Cachaça é Cultura".

Futepoca – O selo que a senhora se refere é ao de produção local?
Barros –
A Associação dos Produtores de Cachaça Artesanal de Salinas (Apacs) conquistou recentemente o selo que indica o reconhecimento de Indicação de Origem Geográfica pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O certificado comprova a procedência geográfica, agregando reputação e inibe falsificação. Tem muitas pessoas que produzem a cachaça em outras cidades e vem engarrafar em Salinas. Agora, com o selo, garante-se a origem exclusiva dos produtores locais, beneficiando e protegendo as marcas do município.
No Brasil, no setor de cachaça, somente a cidade de Paraty (RJ) possui o certificado outorgado pelo órgão federal. O município é um dos mais antigos pólos produtores de cachaça.
Outro fato interessante é que Salinas também terá um museu da cachaça. A prefeitura de Salinas e a Secretaria de Estado da Cultura firmaram Termo de Cooperação Cultural para a criação do museu no município com R$ 4 milhões. Serão feitas pesquisas históricas e antropológicas, catalogação de acervos, inventários de bens culturais relacionados ao mundo da cachaça. Em 2007, os produtores de Salinas recolheram R$ 1,042 milhão de ICMS, imposto de competência estadual, ao erário mineiro.
Assim, ter a indicação geográfica na produção de cachaça ao município de Salinas é reconhecer os produtores que há muito tempo produzem uma cachaça de ótima qualidade. Mas, também tem problemas a exploração da produção de cachaça.

Futepoca – Quais problemas a senhora apontaria?
Barros –
As crianças estão bebendo cada vez mais cedo. A igreja, principalmente a presbiteriana, está pegando no pé. A vantagem mesmo é a economia, mas agora as instituições públicas precisam cuidar da saúde.

Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)
Cartaz do II Festival Mundial da Cachaça 2008, em Salinas (MG)


Futepoca – Como estão os preparativos em Salinas para sediar o Festival Mundial de Cachaça?
Barros –
Entre os dias 11 a 13 de julho, Salinas será sede do VII Festival Mundial de Cachaça e fará justiça ao apelido de "Capital Mundial da Cachaça". O nosso diferencial é o processo de fabricação dos produtores da região é exclusivamente artesanal, o fermento utilizado é biológico. Será um grande evento, com mais de 78 expositores, para o qual tenho o prazer de convidar todos os apreciadores de cachaça!

Filho de Garrincha visita o Brasil a convite de bar temático e não perde a chance de criticar Dunga

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Ulf (centro) com Magrão, um quadro com imagens do pai e garrafas no bar O Torto, em Curitiba (a foto é de Rodolfo Bührer, da Gazeta do Povo)

Aos 47 anos, o sueco Ulf Lindiberg Henrik já viveu quase o mesmo tanto que seu pai, o brasileiro (mais brasileiro, impossível) Manoel dos Santos (foto abaixo), o gênio do futebol Garrincha (1933-1983), morto precocemente por problemas de saúde causados pelo alcoolismo crônico. Ironicamente, o "herdeiro" europeu veio ao Brasil, desta vez, a convite de Arlindo Ventura, o Magrão, dono do bar temático O Torto, em Curitiba (PR). Ulf aproveitou para assistir o clássico Atlético-PR x Coritiba, na Arena da Baixada. Na oportunidade, espetou o técnico da seleção canarinho: "-Um time com Ronaldinho, Ronaldo, Kaká... tem de atuar sempre para a frente. Não dá para pôr apenas jogadores para destruir. Definitivamente, não gosto de Dunga".

A corneta de Ulf não significa nada, mas não custa lembrar o quanto seu pai trabalhou (e bem) pela seleção brasileira: foram 60 jogos, 17 gols, inúmeras assistências, três Copas disputadas e duas conquistadas, com participação crucial na Suécia e atuação de protagonista no Chile (abaixo, sete mexicanos tentando marcá-lo em 1962). Com ele em campo, o Brasil perdeu uma única vez, na Copa de 1966, em Liverpool, para a Hungria (3 a 1). De resto, foram fantásticas 52 vitórias e apenas 7 empates. Jogando ao lado de Pelé, nunca perdeu. "Entendo o interesse das pessoas pelo meu pai. Garrincha não foi tão mostrado na TV como Pelé. Pelé foi grande, mas tinha muita mídia. Muita gente que viu os dois diz que Garrincha foi melhor", exagera Ulf. Mas que a memória de Garrincha merecia um pouco mais de atenção nesse país, não resta dúvida. Quando Ulf visitou o Brasil pela primeira vez, em 2005, encontrou apenas um vaso velho com flores secas no modestíssimo túmulo do pai no Cemitério de Raiz da Serra, distrito de Magé (RJ), vizinho a Pau Grande. A precária pedra de mármore que cobre a terra foi comprada pelo ex-jogador Nilton Santos.

Em tempo: muita gente crê que Mané Garrincha gerou um filho na Suécia durante a Copa de 1958, mas não é verdade. A mãe de Ulf engravidou em maio de 1959, durante uma excursão do Botafogo àquele país. O menino nasceu no ano seguinte, foi abandonado pela mãe e adotado aos nove meses. A família adotiva revelou o nome de seu pai quando ele tinha oito anos. O teste que comprovou a paternidade foi realizado apenas em 1998. O sueco sempre quis conhecer o pai e teve uma oportunidade em 1978, mas não conseguiu fazer a viagem. Cinco anos depois, Garrincha perdeu a última batalha contra o álcool e acabou com as chances de um encontro. O ex-jogador teve 15 filhos reconhecidos, sendo 12 mulheres e três homens (acima, com Nenem, filho que jogou pelo Fluminense e faleceu em acidente automobilístico em 1992, aos 33 anos, quando estava no Belenenses, em Portugal). O outro filho, Garrinchinha, que teve com a cantora Elza Soares, morreu igualmente em acidente de carro, aos 10 anos, em 1986. Tereza e Edenir, as mais velhas do casamento com Nair, também já faleceram. Estão vivos, além de Ulf: Marinete, Juraciara, Denízia, Maria Cecília (à esquerda), Terezinha e Cintia (também filhas de Nair), Rosângela (filha de Alcina), Márcia (irmã de Nenem, filha de Iraci) e Lívia (filha de Vanderléa, ex-mulher do falecido jogador Jorginho Carvoeiro).

"O seu paradeiro/ Está no estrangeiro/ Onde está o dinheiro?"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Os versos do título desse post, presentes na letra de "Onde está o dinheiro?", sucesso de Gal Costa nos anos 1980, caem como uma luva para o novo escândalo do Corinthians. Ao contrário do que escrevi aqui há alguns dias, a venda do atacante Jô, do CSKA para o Manchester City, não é uma notícia tão boa assim para o clube de Parque São Jorge. E tudo por culpa de seu atual presidente, Andrés Sanchez (acima), que eu já havia citado no post anterior por ter vendido porcentagens dos direitos econômicos de três atletas para o Grupo Sonda - o que fez com que a tônica dos comentários fosse principalmente contra a cartolagem brasileira.

Pois os nossos comentaristas tinham toda a razão: matéria de Maurício de Oliveira, do Lance! de hoje, revela que, ao contrário do que se pensava, o Corinthians não vai receber R$ 7,7 milhões pela transação de Jô (ou 13,5% dos R$ 57 milhões da venda, sendo 3,5% como "indenização aos clubes formadores", prevista pela Fifa, mais 10% registrados no contrato de venda para o CSKA, em 2005). Na verdade, o clube paulistano receberá apenas R$ 1,78 milhão do Manchester City. E sabem por que? Os 10% previstos em contrato foram vendidos por Sanchez, no início de maio, por US$ 1,25 milhões (quase R$ 2 milhões). Traduzindo: os R$ 7,7 milhões transformaram-se em R$ 3,78 milhões.

E sabem para quem Sanchez vendeu os 10%? Para uma das empresas de Giuliano Bertolucci, amigo do iraniano Kia Joorabchian, ex-presidente do MSI. Esse comprador conseguiu multiplicar R$ 2 milhões por três no espaço de um mês e meio. Kia, por parte de sua assessoria de imprensa, nega ter ganho qualquer dinheiro nessa transação. Mas o empresário de Jô, Marcelo Djian, joga mais gasolina na fogueira: "-Não sei direito como e qual foi a influência de Giuliano nesse negócio. O que sei é que teve a participação do pessoal de Pini (Zahavi) e de Kia também...". Para quem não se lembra, Pini Zahavi (acima) foi identificado pelo ex-presidente corintiano Alberto Dualib como um dos principais investidores do MSI. E Andrés Sanchez foi vice-presidente de futebol no auge da parceria com o grupo investidor...

"-A divisão do Jô era assim:10% era do MSI, outros 10% do Corinthians e 80% do CSKA. Eu nem sabia que Giuliano tinha comprado os 10% do Corinthians", conta Djian. Em defesa de Andrés Sanchez, que fica numa baita saia justa, o vice de finanças do clube, Raul Corrêa da Silva, soltou a seguinte "justificativa": "-Quem podia imaginar que o Jô valeria tanto?".

No butiquim da Política - Bom dia com o chapéu do povo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Por CLÓVIS MESSIAS



Olha gente, a nossa Assembléia Legislativa de São Paulo (foto) tem 94 deputados, mas nem dois anos se passaram e 27 já priorizaram participar de outra eleição: para prefeito de suas cidades. Democracia eleitoral sem prazo estipulado. Será que esses deputados, candidatos a prefeito, já cumpriram suas promessas de palanque? Difícil, pois nem ano e meio se passou. Será que eles cumpriram mesmo o prometido? "Me engana que eu gosto" será o tema da nova campanha desses deputados/ prefeitos.
Eles não largam seus mandatos no legislativo e continuam recebendo os salários, os auxílios-moradia e paletó e outros benefícios - tudo com os nossos impostos, enquanto a campanha para prefeito continua nas ruas. Como é bom ser democrata em causa própria! O legislativo, alimento essencial da democracia, ficará quase parado até outubro. Assim, na sua cidade, podemos chamá-los de "democratas operativos". Mas não se esqueçam: sempre em causa própria.
*Clóvis Messias é dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo e escreve semanalmente para o Futepoca.

Vitória em casa, G4 alcançado

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Foto: Divulgação/Palmeiras
O Palmeiras venceu em casa diante do Náutico. Permanece invicto e com uma média de um pênalti marcado por jogo no Palestra Itália. Alex Mineiro, portanto, marcou. Com paradinha. Isso foi aos 41 da primeira etapa.

No meio do segundo tempo, Kléber foi expulso junto com Alceu, volante ex-alviverde. Aos 44, em um lançamento para Denílson driblar um zagueiro e o goleiro para dar números finais à vitória com um golaço. Foi a 400a do Palmeiras em campeonatos brasileiros. Números redondos...

Tudo perfeito com o empate entre São Paulo e Cruzeiro no Mineirão e tirando o dono da quarta posição, o próprio Náutico. Palmeiras no G4.

O pênalti sobre Élder Granja, na minha opinião, não existiu. Ele foi empurrado e desequilibrado fora da área, mas não a ponto de cair. Mas o juiz marcou.

Martinez mandou uma bomba no travessão em falta sofrida por Valdívia. O chileno mantém o padrão de sofrer forte marcação, mal conseguir fugir e aparecer em poucos lances, como no lançamento para o gol de Denílson. Enquanto o time ganha, ele segue ajudando. Se perder, vem a chuva de cobranças. Mas é fato que ele continua buscando o jogo.

Desfalques
São dois os desfalques do Verdão com a abertura da janela do futebol europeu. O zagueiro Henrique foi negociado para o Barcelona, da Espanha por € 10 milhões. Gladstone dispensado pelo Sporting, de Portugal, deve ficar até junho de 2009.

A segunda perda é Carlos Pracidelli, preparador de goleiros verde que lançou Marcos. Parceiro de Luiz Felipe Scolari na conquista do Penta, em 2002, ele foi convidado pelo treinador para acompanhá-lo no Chealsea. Pracidelli foi trazido ao clube por Nelsinho Baptista, depois de encerrar a carreira como goleiro no Atlético Paranaense (depois de jogar no Pinheiros-PR, que se tornou Paraná Clube, Santo André, Juventos, XV de Jaú e Nacional-SP). Saiu para o Mundial, para trabalhar no Santos, em 2002, no São Caetano, em 2005, e sempre voltou. Foi até homenageado pela diretoria. Blindado e cheio de moral com a diretoria, ele foi um dos poucos remanescentes da comissão técnica a permanecer com a chegada de Vanderlei Luxemburgo. Mais que justo.

domingo, junho 29, 2008

O Santos tentou, mas a Lusa não deixou

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



Diante menos de cinco mil torcedores, já que o estádio do Canindé não pode receber um público maior do que esse e a diretoria do Santos não quis fazer as duas partidas contra a Lusa no Pacaembu, o clássico paulista do sábado terminou em um merecido 0 a 0. Uma partida fraca tecnicamente, com poucas emoções, em que a Portuguesa teve uma chance de ouro no final, com Fábio Costa salvando a pátria alvinegra.

O técnico Cuca armou a equipe com três zagueiros, liberando os alas Apodi e Kléber para apoiar mais o ataque. Com o afoito Adriano no meio, junto com Rodrigo Souto, o Santos acabou sofrendo riscos já que a Lusa caía pelas laterais, aproveitando bem o atacante Diogo, que se movimentava tanto na direita quanto na esquerda. Mesmo assim, a Portuguesa teve apenas uma chance clara no primeiro tempo, um chute defendido com os pés pelo goleiro peixeiro. Apodi também teve uma boa bola na frente, mas errou ao tentar passar para Kléber Pereira e obteve somente um escanteio.

Na segunda etapa, o Santos voltou com o jovem Tiago Luís no lugar de um apagado Lima. Jogando mais na esquerda, com Wesley na direita, o Santos começou a atacar mais o recuado time do Canindé. Mas os alas não correspondiam. Apodi aparecia mal no ataque e Kléber teve novamente uma pífia atuação. O atleta da seleção errou lançamentos, cruzamentos, passes longos e curtos... Enfim, parece ter sentido a responsabilidade de ser o principal condutor da equipe. Dos 39 passes errados do Alvinegro no jogo, simplesmente 15 foram dele, disparado o pior passador do time.

Aos 15, Molina entrou no lugar de Apodi e o Santos prosseguiu pressionando, mais com chutes de fora da área. A retaguarda lusitana só sofreu uma ameaça mais séria na primeira jogada de Quiñonez - que entrou no lugar de Wesley aos 42 -, quando o equatoriano chutou para uma bonita defesa de André Luís. A Lusa teria sua grande chance no final, mas, como dito acima, Fábio Costa defendeu o arremate de Diogo. Com leve vantagem rubro-verde na primeira etapa e um também suave domínio santista no segundo tempo, o empate foi justo, e bem característico do fraco futebol tupiniquim.

Mimetismo midiático

Um lance curioso ocorreu aos 38 do primeiro tempo. No rebote de um escanteio, Preto lançou, Bruno Rodrigues tocou de cabeça e Washington chutou para o gol. O auxiliar, de forma correta, já havia levantado a bandeira quando Bruno, impedido, recebeu a bola. Mesmo assim, o atacante luso finalizou (não teve culpa por continuar o lance, já que tudo foi muito rápido). 

O que se sucedeu na transmissão da Sportv foi que o locutor Milton Leite disse, mesmo após o replay, que Washington estava em condição legal e que o bandeira estava errado. Não adiantava eu esbravejar na frente da televisão dizendo que o impedimento marcado foi no passe de cabeça de Bruno Rodrigo. Não sei se era desatenção, má vontade ou desconhecimento da regra de parte do narrador. 

Logo depois da partida, às 18h20, um texto do Globo Esporte dizia que o gol havia sido mal anulado. Ou seja, seguiram a “verdade” da narração. O mais curioso mesmo é ver hoje a matéria do jogo, no mesmo veículo, “corrigindo” a informação. Claro, sem avisar que havia errado anteriormente. A pressa é terrível, todos sabemos, e filha da necessidade do jornalismo online. Mas não custa ter um pouco de humildade e reconhecer que errou ou alertar o leitor que a matéria foi modificada.

A Taça do Mundo é nossa!

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



Brasil e Suécia tinham como primeiro uniforme a camisa amarela. No sorteio, os suecos ganham e têm a preferência de jogar com sua vestimenta tradicional. Em vista disso, o chefe da delegação brasileira, Paulo Machado de Carvalho, anuncia aos atletas a “escolha” pelo uniforme azul, alegando que dará sorte, porque é a cor do manto de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do país.

Essa é apenas uma das muitas histórias a respeito daquela final de 29 de junho de 1958, válida pelo sexto Mundial de futebol. A seleção tinha a chance de superar o trauma da copa de 1950 e mostrar ao planeta o valor que tinha no esporte mais popular da Terra.

Djalma Santos entrava no lugar de De Sordi, contundido. Seria a única partida na Copa do grande lateral-direito, mas o suficiente para ser escolhido o melhor em sua posição no torneio. "Antes da final o médico já tinha vetado o De Sordi. Eu ainda fui conversar com ele, que me desejou sorte. Nós tínhamos uma amizade e lealdade muito grande no grupo", contou ao Uol Esporte.

Mas a Suécia não estava disposta a deixar a seleção brasileira fazer a festa em sua própria casa. E fez o gol inaugural daquela final aos 4 minutos, em jogada de Liedholm. O pesadelo da derrota para o Uruguai voltava à cabeça dos brasileiros. Mas entre os nossos estava Didi, que pegou a bola no fundo da rede e andou com ela calmamente, como que a mostrando aos companheiros. Chegou ao centro do gramado e jogou a bola no círculo, vaticinando: “Não foi nada pessoal. Vamos encher estes gringos.”

Apenas quatro minutos após, o Brasil empata, com jogada de Garrincha pela direita e gol de Vavá. E o centroavante vascaíno, em jogada muito parecida com a do primeiro tento, fez 2 a 1, placar do final do primeiro tempo. Aos 10 minutos da segunda etapa, Garrincha cruza para Pelé fazer um dos gols antológicos da história da Copa do Mundo. Com um chapéu e um arremate forte, fez 3 a 1. Aos 23, o golpe de misericórdia vem com Zagallo, que marca após lance de Didi. Gol merecido, já que o ponta esquerda havia feito um gol legítimo não anotado na semifinal contra a França.

A Suécia ainda faria o segundo gol, mas no último minuto Pelé sacramentou a goleada verde-e-amarela, tornando-se artilheiro da equipe na competição: seis gols em quatro partidas. Just Fontaine foi o goleador máximo, 13 gols, recorde até hoje não igualado por ninguém em uma edição da Copa do Mundo. Sua seleção, a França, foi a terceira colocada, superando a Alemanha por 6 a 3. O Mundial terminou com 126 gols marcados em 35 partidas, uma ótima média de 3,6 gols por peleja. 

O capitão do escrete, Hideraldo Luís Bellini, criava o gesto que seria imortalizado e repetido durante as décadas seguintes. Recebe a taça e a ergue em direção ao céu. "Não pensei em erguer a taça, na verdade não sabia o que fazer com ela quando a recebi do Rei Gustavo, da Suécia. Na cerimônia de entrega da Jules Rimet, a confusão era grande, havia muitos fotógrafos procurando uma melhor posição. Foi então que alguns deles, os mais baixinhos, começaram a gritar: 'Bellini, levanta a taça, levanta Bellini!', já que não estavam conseguindo fotografar. Foi quando eu a ergui", contou o zagueiro à Gazeta Esportiva, Bellini, rindo.

Hoje, para quem nasceu depois da conquista que completa 50 anos, aquele título pode parecer apenas um fato histórico distante, que perdeu o significado pelos títulos obtidos posteriormente. Mas é inconcebível imaginar como seria hoje o futebol brasileiro se houvesse um novo fracasso no Mundial. Foi o ponto de ruptura em que os brasileiros se livraram do que Nelson Rodrigues chamava de “complexo de vira-latas”. Ali se firmou o respeito à camisa verde-amarela e também nascia o maior jogador de todos os tempos, que o mesmo Nelson chamou de “rei”, antes de ele ser celebrizado como tal na Suécia. Considerada por muitos a maior seleção de todos os tempos, todo brasileiro deve reverenciar e agradecer o legado deixado por cada um daqueles ídolos que estarão para sempre no panteão dos grandes do futebol mundial.


Just Fontaine, artilheiro da competição, afirmou, como muitos acreditam, que aquela seleção do Brasil foi a melhor equipe brasileira da história. “Foi o mais equilibrado, melhor do que o de 1962 e do que o de 1970”, declarou ao Globo Esporte. Na mesma conversa, ele afirmou; “Pelé foi o melhor de todos os tempos, depois dele vem Di Stéfano e, bem abaixo, os outros como Maradona e Cruiyff.” Palavra de quem conhece.  

"Sim, amigos, o maior futebol do mundo"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A equipe da decisão em 29 de junho de 1958: em pé, da esquerda para a direita, Feola (técnico), Djalma Santos, Zito, Bellini, Orlando e Gilmar; agachados, Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo e o rouperio Assis

No domingo passado, a TV Cultura recuperou uma entrevista interessante do jornalista Armando Nogueira. Segundo ele, que trabalhou na cobertura da Copa da Suécia, o dia 29 de junho de 1958 amanheceu chuvoso e encoberto em Estocolmo, fato que o deixou muito preocupado. Afinal, o gramado pesado seria desfavorável ao refinado toque de bola do Brasil na decisão do mundial contra os donos da casa. No café da manhã, Nogueira encontrou um repórter inglês que conhecia apenas de "ois e olás" e, como não poderia deixar de ser, conversaram sobre a final. O jornalista brasileiro externou sua preocupação e o inglês, concordando, sentenciou: "É verdade, o campo molhado vai atrapalhar o Brasil. Em vez de ganhar por 7 ou 8 gols, vai vencer apenas por 4 ou 5". Nogueira arrematou seu "causo" relembrando que no mesmo dia, após o quinto gol brasileiro, de Pelé (acima), que fechou a goleada por 5 a 2, pensou: "Aquele gringo entende mais de futebol do que eu!".

Ingresso da decisão entre Brasil e Suécia no estádio Raasunda

De fato, foi fácil. Apesar do início nervoso e do gol sueco, foi só a bola chegar até os pés do ponta-direita Mané Garrincha para o Brasil virar o jogo ainda no primeiro tempo, com dois cruzamentos na pequena área do adversário, que resultaram em gols de Vavá. No segundo tempo, até Zagallo marcou o seu (à direita) e, com mais dois de Pelé (e um segundo gol pra lá de impedido da seleção sueca), o Brasil sacramentou a conquista. Pensando em seu pai, que estava muito doente, o capitão Bellini segurou as lágrimas e, a pedido dos fotógrafos, inventou - e imortalizou - o gesto de erguer a taça Jules Rimet com os dois braços (foto abaixo). Esse título mundial foi o primeiro chute no "complexo de vira-latas" (ou de inferioridade) que atormentava os brasileiros.

Logo em seguida, viriam a Bossa Nova, o título mundial do boxeador Éder Jofre, a inauguração de Brasília, os campeonatos mundiais da tenista Maria Esther Bueno e da seleção brasileira de basquete, o Cinema Novo e o auge do Santos de Pelé. Tudo sufocado, infelizmente, pelo golpe militar de 1964. Mas na Suécia, seis anos antes, conseguimos a erguer a cabeça. Ouça, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana daquele histórico jogo:




Se não abrir, clique aqui.


Ficha técnica

BRASIL 5 x 2 SUÉCIA


Data: 29/junho/1958
Local: Raasunda, em Estocolmo
Árbitro: Maurice Guigue (França)

Brasil: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

Suécia: Svensson; Bergmark e Axbom; Borjesson, Gustavsson e Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund; Técnico: George Raynor;

Gols: Liedholm (4), Vavá (8), Vavá (32), Pelé (56), Zagallo (68), Simonsson (80) e Pelé (89).


Ps.: No encerramento das postagens com áudios de todos os jogos da seleção brasileira na Copa da Suécia, voltamos a agradecer Alessandro Mendes dos Reis, dono da livraria/ sebo Leitura & Arte, de São Paulo, pela doação do LP histórico "Brasil!!! Na Copa do Mundo", original de 1958 (gravadora Odeon), e também a Luciano Tasso, que emprestou sua vitrola, Michel Lopes, do programa ABCD Maior no Ar , que fez os cortes e tratou os arquivos de MP3, e Anselmo de Massad, responsável técnico pelo nosso "gigantesco departamento de TI". A memória do futebol nacional agradece.

sábado, junho 28, 2008

Medos privados em espaços públicos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O dia de São Pedro é hoje, domingo, 29 de junho. Mas mesmo não sendo o seu dia, ontem o santo deu ensejo a uma bela festinha junina aqui no bairro de Pinheiros, em São Paulo. Mais importante que a precisão de data, todos sabem, é a festa, que aconteceu na João Elias Saada, uma ruazinha de uma quadra, muito simpática.

A festinha eu descobri por acaso. Moro perto, e passei no Cu do Padre (tradicional bar que fica nos fundos da igreja de Pinheiros), mas não tinha dinheiro na carteira, e o bar não aceita cartão. Então segui para o Bar do Seu Arthur, e no caminho topei com os festejos e parei para ver.

Surpresa: um segurança me perguntou se eu era convidado da festa. Foi aí que reparei no esquema, puseram uns lençóis coloridos pendurados no canto da rua pra criar algo como uma "cerquinha". Respondi ao tipo que não era convidado, mas também não perdi muito tempo, enquanto o tipo estava muito preocupado em me convencer de minha impertiência, fui entrando. Acabei encontrando uma velha amiga, a Ludmila, e batemos um bom papo. Já estávamos pra sair, quando novamente o tipo me abordou, com a mesma pergunta; "o senhor é convidado da festa"? Repeti que não, já meio sem paciência, e expliquei ao moço que a rua é pública e que ele não tem nada que me perguntar o que quer que seja.

Diante da minha insistência em trocar uns últimos dedos de prosa com minha amiga, ele foi chamar o seu patrão temporário, aquele que o contratou pra infringir a lei. Apareceu o tipo de classe-média, visual meio alternativo, com barbicha e cabelão comprido, que provavelmente freqüenta forró e joga capoeira. Deve apoiar a causa ecológica e se indignar pelos absurdos que cometem os políticos e grandes corporações com os excluídos do mundo e com o nosso planeta. Pois bem, esse tipo veio me dizer que a festa era aberta a todos, mas que eles pediam que, de sua própria consciência (foi esse o termo), as pessoas contribuíssem com dez reais para realizar aquela festa linda.

A essa altura, minha amiga, que é socióloga, já estava indignada, e junto com o seu grupinho de amigos percebemos que a cerquinha de lençóis era justamente para que o pessoal pobre que freqüenta os bares no Largo da Batata não visse e se animasse de entrar na festinha. Sabe lá o que eles poderiam fazer?

Vi que era absolutamente necessário explicar ao "organizador" desse "festejo comunitário" com laranjas. Contei pra ele que não ia tirar nenhum centavo do bolso, e que nem ele, nem o segurança, nem ninguém ia me impedir de passar por aquela rua e que se eu decidisse parar e ficar o resto da noite assistindo ao trio de forró, eu ficaria, sem que isso representasse uma afronta a ninguém. Bom, o tipo estava tenso, temia que eu chamasse a polícia, sei lá, perguntou se eu queria confusão. Saquei mais laranjas e expliquei que não, não queria confusão, só queria passar por aquela rua, e que as minhas razões para escolher aquela e não outra não estavam em discussão.

O argumento definitivo pra ele era mesmo a minha consciência. Eu talvez devesse ter continuado dizendo que mesmo que ele fosse um padre (era quase) não poderia me impedir de etc. etc. etc.

Parece que as últimas décadas (ou mais, não sei dimensionar) formaram uma noção muito peculiar de "festa comunitária" entre a classe média paulistana (que me perdoem a generalização, mas acho que o fenômeno é de classe, no caso, a minha classe), em que é imprescindível um personal meganha para vigiar um espaço público e impedir a (pergiosíssima) livre circulação das pessoas. E isso tudo com as melhores das melhores intenções no coração.

PS: o título é do cineasta francês Alain Resnais, mas foi inspirado em sugestão de minha amiga Helena Hypolito.

sexta-feira, junho 27, 2008

Greve dos professores continua

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram em assembléia realizada hoje, 27, continuar a greve iniciada há duas semanas. A próxima assembléia está agendada para sexta-feira (4). “A manifestação bloqueou duas faixas da rua e causa 2,2 quilômetros de congestionamento, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)”, destaca o Uol Educação, mantendo o padrão da grande mídia para quem o fato de que 70 mil trabalhadores (segundo a Apeoesp) lotaram o vão do Masp na semana passada só é importante pelo mal que causa ao trânsito. O pessoal não parece gostar muito de democracia.

Mas enfim, falemos, pois, da greve. O estopim foi o tal do decreto de lei 53.037/08, que institui uma prova para os professores não concursados (que estão sendo chamados de temporários por aí, a meu ver, equivocadamente). O desempenho no teste determinará a ordem nas atribuições de aula. Hoje o critério é o tempo de trabalho em sala de aula, com os mais antigos (e experientes) escolhendo primeiro. Além disso, quando for realizado um concurso, os novos contratados deverão ficar três anos no mesmo local antes de mudar de escola.

Minha mãe foi professora no estado por uns dez anos e nunca foi concursada. Na verdade, salvo engano de minha parte, a grande maioria dos professores não é de concursados, mas dos tais “temporários”. Todos os anos eles enfrentam um desorganizado e desgastante processo de espera nas Diretorias de Ensino nas atribuições de aulas, correndo o risco de ficar sem emprego. Não vejo como um profissional pode ser “temporário” por dez anos, como foi minha mãe.

O que o decreto do governo Serra faz é jogar fora todo o acúmulo de experiência em sala e ligação com alunos que estes professores desenvolveram ao longo dos anos. Iguala um profissional com anos de experiência com outros recém-saídos das faculdades. Numa empresa, isso seria prontamente considerado como uma aberração.

Se o governo quer uma prova para avaliar os “temporários”, como afirma, que faça concursos públicos, considerando o tempo de serviço. Isso sim qualificaria o trabalho, dando estabilidade para os professores e diminuindo a tal da rotatividade que o projeto diz atacar. Parece justo, não? Pois é essa a proposta defendida pela Apeoesp.

A proposta tem um objetivo, mas ele não é melhorar o ensino. É atribuir culpa. O governador José Serra e a secretária de Educação querem convencer a opinião pública de que os problemas da educação não têm nada a ver com os 13 anos de governo de seu partido, o PSDB, no estado.

A sociedade brasileira adota uma postura muito hipócrita em relação à educação. Todo mundo diz ser a favor de uma educação pública de qualidade, mas ninguém dá a mínima para as condições em que os professores desempenham seu trabalho. Quem educa é o professor, da mesma forma que quem projeta casas é o engenheiro e quem diagnostica doenças é o médico. Pois quantos pais você vê dizendo que querem que, quando crescer, seus filhos sejam professores? É preciso valorizar a profissão e isso não quer dizer tapinha nas costas. É bom salário, boas condições de trabalho. As pessoas precisam querer trabalhar lá, do contrário, não vão desempenhar bem seu papel. É assim em qualquer atividade profissional, porque não com os educadores?

PS.: O texto peca por não trazer dados e coisa e tal. É uma opinião/desabafo sobre o descaso com que estão tratando essa questão tão importante.

Ana Paula aprovada: "não terei mais problemas com testes físicos"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Reprodução TV Globo
Mais em forma do que quando posou nua para a revista masculina Playboy, a assistente de arbitragem Ana Paula Oliveira foi aprovada no teste físico da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Desde sua volta aos gramados, em fevereiro, a bela estava relegada às divisões inferiores do campeonato paulista.

Ela garante que nunca mais perderá a forma. "Questionaram muito minha condição física. Achei que foi injusto, porque estava apta até sofrer a lesão na perna", protesta em seu site. "Por esse motivo não consegui fazer aquelas provas. Agora, Enquanto vocês ouvirem falar sobre Ana Paula no futebol, não terei mais problemas com testes físicos."

No Estádio Célio de Barros, no Rio de Janeiro, palco do teste, ela revelou à imprensa que ainda não se considera no melhor de sua condição física, mas conseguiu realizar a série de exercícios exigida, seis tiros de 20 metros em menos de 6,4 segundos, seguidos de 20 corridas de 150 metros em até 35 segundos cada (foto). Cumprida a tarefa de tirar o fôlego, a bela caiu no choro, emocionada.

O resultado é o mínimo para ela poder bandeirar jogos na primeira divisão do campeonato nacional feminino. Para retornar aos gramados frequentados por marmanjos, ela precisa cumprir as exigências de um teste mais intenso.

A última partida importante foi a polêmica disputa entre Botafogo e Figueirense, em 2007, pela Copa do Brasil. Na geladeira, ela posou para a edição de julho da citada revista e desfilou nas passarelas de um evento de moda.

Ela não revelou se mantém ou não os planos de se candidatar a vereadora em São Paulo. Apesar disso, ela promove uma enquete, em sua página, perguntando duplamente aos internautas paulistanos, se a moça "deveria ser candidata a vereadora? E terá chance?" Os fiéis seguidores das curvas e idéias da aspirante a política não decepcionam: 67,5% acreditam que sim.

Som na caixa, manguaça! - Volume 22

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


NOTURNO PAULISTANO
(J. Petrolino/ Carlinhos Vergueiro)

Carlinhos Vergueiro

oh! cidade dos cabelos finos de neblina
minha noite paulistana louca e bailarina
faz o striptease, solta o riso e a cidade nua
sai pra rua e se mostra humana
e vai em cana dura e bebe
e perde a compostura

segue a noite um cantor de tango de cantina
mesa em mesa passeia a tristeza e a concertina
morte e vida começa a corrida pela contramão
lei do cão, ou mata ou morre ou corre
ou toma um porre e a noite escorre
igual ao dia a dia em vão

(Do Lp "Contra corrente", Som Livre, 1978)

quinta-feira, junho 26, 2008

Marcelo Eterno

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook




Leia o manifesto!

"Marcelo já!

Marcelo sempre!

Marcelo Eterno!"




Divulgue essa campanha!



Comentários do post de lançamento

Eliminado, Cristiano Ronaldo é consolado por Nereida Gallardo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Depois da eliminação de Portugal na Euro 2008, o craque Cristiano Ronaldo curte a vida em um iate de 10 milhões de libras com a noiva, Nereida Gallardo. A bela senhora Cristiano Ronaldo exibe suas curvas de biquini com o namorado em Sardínia, na Itália. Flagrados por paparazzis, as fotografias foram publicadas no jornal britânico Daily Mail.

Na versão da publicação, eles "esquentaram ainda mais às elevadas temperaturas" na romântica praia. O jogador se prepara emocionalmente para uma cirurgia no pé.

Veja algumas das imagens, selecionadas pela editoria de assuntos espinhosos do Futepoca.



Nas fotos, eles aparecem em dois dias diferentes. Num deles, o casal curte a praia com momentos de carinho explícito. Nada de baixaria, porque este é um blogue de família. Segundo fontes do jornal, ambos estão bastante envolvidos um com o outro.

Ronaldo preferiu a folga com a noiva a esclarecer a confusão sobre sua suposta transferência ao Real Madrid em vez de cumprir os quatro anos no Manchester que ele tem contratualmente. A transação (entre os clubes, gente, quié isso!?), segundo se divulgou semana passada, seria de 50 milhões de euros e ele poderia faturar a bagatela de 110 mil euros por semana. É quase o que o pessoal gasta no bar. Na vida toda.

Nereida, como se sabe, é uma modelo espanhola de 24 anos, que vive em Mallorca, na Espanha. A morena gosta de algumas brincadeiras de gosto não-ortodoxo, como posar para fotos semi-nua com amigas no banheiro de uma boate. O namorado não acha ruim.

Topless
Nesta sexta-feira, 27, o concorrente The Sun voltou à carga na editoria "bizarre" e estampou a senhora Cristiano Ronaldo curtindo a praia de topless. Apesar do título, a moça só estava tomando sol. Confira:

Foto: The Sun/reprodução




A foto vai
pequena,
com o link.



Atualizado às 15h de sexta-feira, 27

Mais um que partirá sem deixar saudades

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Os adversários sempre criticam a "mídia são-paulina" por exaltar o "planejamento" do clube da Vila Sônia. Muitas vezes, têm toda razão. Eu pergunto, por exemplo: cadê o Reasco? Sim, aquele lateral-direito equatoriando comprado pelo São Paulo da LDU em 2006, cujo contrato termina em agosto próximo. Que logo na estréia sofreu uma lesão na fíbula, voltando ao time só no ano seguinte. Que virou titular quando Ilsinho foi para a Ucrânia mas, em jogo contra o Botafogo carioca, em agosto de 2007, fraturou a tíbia da perna esquerda e precisou ser novamente operado. Que retornou seis meses mais tarde e se machucou de novo, por isso não atua desde 8 de março, na derrota para a Portuguesa. Cadê ele? Dizem que o São Paulo não tem interesse em renovar seu contrato. E aí? A gloriosa mídia esportiva não vai apontar o dedo para esse "furo n'água" do São Paulo? Do time que só faz contratações acertadas, que não gasta dinheiro à toa, que é exemplo no planejamento e na recuperação de atletas?

Fuçando na internet, não consegui descobrir quanto o clube gastou com Reasco. Um cara de um site são-paulino especula que tenha sido algo em torno de US$ 1,5 milhão (aproximadamente R$ 2,8 milhões, na época, e de R$ 2,4 milhões hoje). Alguém pode até considerar que o valor é baixo, que o Reasco deu azar pelas seguidas contusões. É um bom argumento, mas quando ele esteve em campo, em plenas condições, não convenceu ninguém - prova disso é que Muricy preferia improvisar o Souza. Outros podem até aceitar a tese do palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista ao Futepoca e Diplô, de que o São Paulo contrata um monte de jogadores porque já sabe que vai vender outros. Reasco seria parte dessas contratações "por baciada", para suprir buracos como a venda de Ilsinho. Tudo bem, pode até ser uma opção. Mas nada disso muda a minha opinião de que a compra do Reasco foi, pura e simplesmente, um erro. Isso a "mídia são-paulina" parece não ter a menor vontade de dizer. E em agosto, Reasco irá embora sem deixar saudades. Como Dill, Rondón, Vélber, Leandro Bomfim, Rodrigo Fabri & companhia ilimitada. Isso é planejamento?

Alemanha e Turquia e a lei de imigração

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

– Olha só – avisaria o capitão do escrete de Istambul, Nihat, em seu idioma natal – essa peleja aqui vale a lei de imigração que o Parlamento da União Européia aprovou semana passada. Se vencer a lua crescente da nossa bandeira, essa história é morta.

Ballack, o dono da bracadeira germânica, meio desconcertado, surpreendentemente compreenderia a comunicação em outro idioma. Tomaria um instante de fôlego para devolver:

– Tá feito, malandro! Se vocês ganharem, caiu a lei. Agora, é o seguinte: se der Alemanha...

Foto: Patrick Wilken

Torcedores turcos assistem a Euro 2008. Autor da imagem pergunta:
"Se eles seguem o futebol, quão diferentes eles realmente podem ser?"


Parei a minha elucubração surreal na véspera da partida que definiu o primeiro finalista da Euro 2008. Fiquei pensando no que colocar como contrapartida na aposta que remonta as partidas de futebol valendo a conta do bar, disputadas com sangue nos olhos.

Imaginei o alemão se dirigindo ao técnico Joachim Löw, que se conecta com a premiê Angela Merkel, que discute com o ministro do Trabalho, Olaf Scholz, e sairiam com alguma proposta. Mas não consegui pensar em nada que não soasse xenófobo, o que significaria acusar os alemães de incorrerem todos nesse tipo de prática.

Tinha desistido do post, quando o Glauco me passou esta notícia: Vitória sobre a Turquia é festejada na Alemanha com atos de xenofobia.

Continuei sem saber o que o Ballack pediria na aposta. Acho que não seria o direito de depedrar três restaurantes fast-food de comida turca na cidade de Dresden .

***

Mas independentemente disso, o fato é que os caras correram muito para repetir o placar da vitória alemã sobre Portugal. Com dois 3 a 2, os germânicos mostram um futebol fora do esteriótipo deles. Nada de retranca.

A emblemática partida teve frango de Lehmann no primeiro gol de Ugur Boral para os turcos. Schweinsteiger empatou no primeiro tempo. Klose virou, Semih Senturk reempatou e Phillip Lahm deu números finais aos 45 do segundo tempo. Quem assistiu no Brasil, ficou sem ver a maior parte do segundo tempo.

LDU supera o Flu, que precisa de três para fazer história

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Victor já avisava, "se me perguntarem qual o adversário mais difícil, a resposta tem de ser uma: LDU". E explicava: "não é papo de tricolor para diminuir a responsabilidade, mas a LDU é um time que não é zebrona. Já jogou diversas vezes contra brasileiros e foi duro. A LDU não é um daqueles times da altitude. É um time que joga bola também. E joga na casa do adversário."

Re-confirmando a ascenção do futebol equatoriano, deu LDU, por 4 a 2. Como não tem mais a história de que gol fora de casa vale mais, o Fluminense precisa faturar por três de diferença pra resolver. Ou dois pros pênaltis. Não adianta culpar o Lula.



Golear um time que sabe bem jogar retrancado nunca foi fácil. Nem no Maracanã. E aí, Renato Gaúcho, como vai ser?

Tipos de cerveja 12 - As India Pale Ale

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Criado para sobreviver às longas viagens entre a Inglaterra e a Índia, esse tipo de cerveja tem forte presença de lúpulo, essencial para o máximo de conservação possível. Curiosamente, os exemplares estadunidenses têm sabor e aroma de lúpulo ainda mais pronunciados, ao gosto dos consumidores daquele país. A cor das India Pale Ale varia entre o amarelo dourado e o acobreado e o sabor é bastante intenso e refrescante - indicadas, portanto, para refeições condimentadas. "Infelizmente, o termo IPA é cada vez mais utilizado indiscriminadamente, sendo possível encontrar versões com menos de 4% ABV, algo que não se coaduna com a história deste estilo", observa Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. "Diferenciam-se das English Pale Ale e das Bitters por terem um sabor final com mais lúpulo e menos caramelo e frutos", acrescenta. Como exemplos de India Pale Ale, ele cita a AleSmith IPA, a Stone India Pale Ale e a Two Hearted Ale (foto).

quarta-feira, junho 25, 2008

Lula são-paulino?!??

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


Nosso mais novo colaborador, Clóvis Messias, envia a foto acima, em que aparece entrevistando Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989. E conta o seguinte "causo":

Lula em campo adversário. Esta foto foi tirada na liderança do PT, na Assembléia Legislativa de São Paulo. O líder era o deputado, são paulino, Geraldo Siqueira. O assessor de imprensa a quem pertence a faixa comemorativa do campeonato paulista de 1989 era Ronaldo Cabral. Na opurtunidade eu disse ao Lula, brincando, lógico, que para chegar ao Planalto ele teria que evoluir futebolisticamente, e sentir o prazer de ser tricolor. Ele permaneceu corinthiano, e eu errei. Se jornalista acertasse tudo sempre ganharia na loteria esportiva. Abraço a todos, Clóvis.

Sociedade carente de valores públicos

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Li (com atraso), na edição 24 da Revista do Brasil, a entrevista que o Paulinho Donizetti, com colaboração de Xandra Stefanel, fez com a psicanalista Maria Rita Kehl (foto). Gostei especialmente do trecho em que ela afirma, com todas as letras: "A gente está numa sociedade muito carente de valores públicos, em que pouco se faz em nome do bem comum". Por isso, segundo ela, as pessoas acabam priorizando os valores individuais e de seu núcleo familiar conservador - o que explicaria, por exemplo, a indignação pública no caso da morte da menina Isabella Nardoni - que fere as regras de "bom comportamento paterno". Ao mesmo tempo, o debate coletivo sobre violência e segurança (principalmente com a ótica dos menos favorecidos) não interessa a ninguém.

E, a partir da constatação de que as pessoas assimilam cada vez mais conformadas o consumismo e a máxima capitalista "tempo é dinheiro", é possível relacionar várias "doenças sociais" aparentemente desconexas, como depressão e hipocondria, patrulhamento, morbidez, sensacionalismo, sectarismo, impunidade etc. Para mim, tudo isso influi diretamente na atitude política (ou apolítica) que uma pessoa possa assumir (ou se omitir) em uma coletividade. Abaixo, alguns trechos da entrevista de Maria Rita:

Conservadorismo e preconceito
Ser mãe biológica não é garantia de bons sentimentos, mas colocamos a mãe sempre num altar e usamos a madrasta para representar o lado escuro da mãe, desde os contos de fadas. E tem, ainda, um pouco da idéia de que família boa é aquela que tem o pai e a mãe biológicos e os filhos.

Morbidez e indiferença social
Por que quando há um atropelamento a maioria das pessoas pára para olhar? É porque a morte nos fascina. A morte, a violência fascinam, como todos os temas ligados àquilo que é mais reprimido na gente. Mas não há espaço de destaque para o assassinato de criança negra e pobre.

Impunidade e horror ao enfentamento
Basta ver o modo como terminou a ditadura: terminou, terminou, não se fala mais nisso. Não houve pressão para punir os ditadores. Agora acontecem algumas indenizações, mas não houve julgamento. Todo mundo foi perdoado e nem sequer pediu perdão. Nem se dá nome aos responsáveis. O brasileiro tem horror ao enfrentamento do conflito.

Desvalorização do tempo e da vida
É como se a gente tivesse uma urgência temporal que faz com que a vida perca completamente o valor. O tempo da experiência, da reflexão, todo o tempo da chamada vida subjetiva está sendo atropelado pelo tempo do capitalismo. Esse é o primeiro fator da depressão, essa desvalorização do tempo como tempo de vida. (...) Se você negocia a matéria-prima da sua vida, valendo dinheiro, a vida se desvaloriza. Se a vida se desvaloriza, para que viver?

Hipocondria, intolerância e consumismo
As pessoas começam a tomar antidepressivos porque estão numa sociedade que não tolera a tristeza, o abatimento, ou que você não esteja sempre apto a achar que a vida é maravilhosa. (...) O trabalho é cada vez mais competitivo, quanto mais depressa o cara estiver bombando de novo, melhor. E não tem a ver só com trabalho, mas com os imperativos do consumo. É isso que impede que as pessoas tenham o tempo que precisam para se recuperar das quedas, perdas, crises.

Conformismo e vício televisivo
Essa modulação de ritmo, que permite que você tenha em contraposição ao ritmo acelerado do trabalho um tempo do lazer ou do ócio, vai se perdendo. E o que a gente tem como ócio hoje em dia? Deitar no sofá em frente à TV. As pessoas falam: 'Ali eu me desligo'. Mas uma parte está ligada, senão você não ficaria vendo televisão; ficaria ouvindo música ou em silêncio, pensando. A televisão reproduz essa velocidade.

Sobre Corinthians, Bragantino, Felipe e Rede Globo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

O Corinthians entra em campo hoje contra o Bragantino pela Série B do Brasileiro. E se a liderança continua folgada, o empate com a Ponte Preta lembrou aos corintianos que existem adversários no campeonato.

O time da terra da lingüiça não cumpre campanha muito abonadora nesse começo de campeonato, estando em 15º lugar, com 8 pontos em sete jogos. Mas pela tradição, o Braga pode ser um dos incômodos na escalada mosqueteira de volta à elite do futebol.

No Corinthians, não jogam Fabinho, que cumpre suspensão, Alessandro, machucado, e Felipe, afastado por Mano Menezes. Nas respectivas posições entram Nilton, Carlos Aberto e Júlio César. Das trocas, a dos volantes complica um pouco mais, pois Fabinho tem mais condições de sair jogando e ajudar a organizar o meio-campo que o voluntarioso Nilton.

Mas é a troca dos goleiros que chama a atenção. Felipe nunca foi gênio ou melhor goleiro do Brasil, como diziam um tempo atrás. Recentemente, cometeu algumas falhas e tomou alguns gols que, se não chegam a ser erros, poderiam ser evitados, ainda mais para um goleiro da estatura da expectativa criada em torno dele.

O fato é que após a derrota para o Sport, Mano Menezes começou um processo de fritura do arqueiro, bem como do menos comentado Wellington Saci. Hoje leio na Folha de S. Paulo que “Felipe dificilmente voltará a vestir a camisa do clube, que espera negociá-lo”.

Eu não acho que um erro, por mais grave que seja, seja o suficiente para rifar um jogador. Felipe é bom goleiro, mesmo que não venha a se tornar o gênio cantado – inclusive, e talvez principalmente, por seus agentes – ano passado. Wellington Saci teve pouquíssimas chances de jogar, mas é bem jovem e pareceu um cara habilidoso, que poderia render alguma coisa.

Afastar os dois do elenco, o goleiro com a justificativa de “falta de comprometimento nos treinos” e o lateral sem mais explicações, é uma bela estratégia de venda, não? Parece o discurso do governo FHC na época das privatizações: a empresa é uma merda, não dá lucro, está inchada, por isso vamos vender. Desvaloriza ao máximo seu produto.

Eu discordo da fritura dos dois jogadores, que o próprio técnico isentou de culpa após o jogo contra o Sport. Tomara que consigam vender bem o Felipe, porque o Saci provavelmente fica encostado até sair de graça.

Mas Júlio César, que não tem nada a ver com isso, vem cumprindo excelente papel, inclusive pegando pênalti contra a Ponte (o que mostra que o jogo não foi fácil). Seja quem for, que continue resolvendo.

TV

Um dado interessante sobre o jogo do Timão é que ele acontece hoje, quarta-feira, enquanto os jogos da Série B sempre ocorrem às terças e sábados para não competir com a divisão principal. Outro dado, complementar, é que ele vai passar na televisão em São Paulo, mesmo com o Fluminense jogando a final da Libertadores no mesmo horário.

O jogo do alvinegro estava previsto para p sábado, mas a mudança foi feita a pedido (sic) da rede Globo. Por mais que eu goste de tripudiar falando da grandeza do Corinthians e coisa e tal, numa análise fria, o fato é bastante ridículo.

Frase

"As leis são como as teias de aranha ; os pequenos insetos prendem-se nelas, e os grandes rasgam-nas sem custo."

A frase, que recebi por e-mail, é atribuída a Anacarsis, que, segundo a Wikipédia, foi um príncipe e filósofo escita (povo do sudeste da atual Rússia), que viveu por volta de 600 a.C. Triste pela atualidade.

Manifesto Eternista - lançamento da campanha Marcelo Eterno

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Tendo como objetivo garantir o bom andamento da gestão de nosso presidente Marcelo Teixeira, pessoa que tem tanto amor pelo Santos Futebol Clube a ponto de se recusar a sair do posto de comandante máximo, lançamos hoje, em conjunto com o Blog do Torero, a campanha Marcelo Eterno.

Abaixo, o nosso manifesto:



Mustafá ficou doze anos no poder?

Dualib ficou catorze?

Pois vamos ultrapassar todos eles!

Sim, meus caros, este é o lançamento da campanha Marcelo Eterno!

Para o bem de todos e felicidade geral da nação santista, ele deve dizer ao povo que fica. Que fica e não sai!

Afinal, para quê eleições? Vamos acabar de vez com essa burocracia.

Se eleições fossem coisas boas e justas, Jesus não teria sido derrotado por Barrabás no plebiscito de Jerusalém.

Os que falam que deve haver rotatividade no poder são vis inimigos que não enxergam a Sua grandiosidade.

Que nossos rivais tremam diante de nossa revolução! Que nosso mandatário jamais levante suas nobres ancas da cadeira presidencial. Santistas de todo o mundo, uni-vos! Uni-vos em torno da permanência sempiterna de nosso líder!

Marcelo já!

Marcelo sempre!

Marcelo Eterno!

terça-feira, junho 24, 2008

Depois da nova lei a pergunta: é possível enganar um bafômetro?

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É praticamente um dossiê (da promoção).



Desde de sexta-feira, 20, o motorista flagrado com mais de 2 decigramas de álcool por litro de sangue pode ser preso, multado em R$ 957,60 e perder a carteira. A lei, sancionada pelo presidente Lula, tem por objetivo reduzir acidentes de trânsito, o que todos aprovam. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Detrans (Abdetran) em 2001 em quatro capitais brasileiras (Brasília, Curitiba, Salvador e Recife) mostra que 61% das pessoas envolvidas em acidentes de trânsito tinham ingerido bebida alcoólica.

O ponto mais polêmico diz respeito à possibilidade de o motorista se recusar a se submeter ao teste do bafômetro e exigir o exame de sangue, mais demorado. Agora, quem fizer isso é considerado culpado, o que gerou reação de juristas que consideram inconstitucional a prática, já que é assegurado a todos os cidadãos o direito de não se incriminar.

Relatos de falta de bafômetros se derramam por todo país, no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo.

Ainda assim, nesse cenário, a pergunta repetida por degustadores de ocasiões sociais (como os autores do Futepoca) e por bêbados contumazes é a mesma:

Um bafômetro pode ser enganado?

A resposta é sim. Mas não como quereriam muitos dos manguaças que bebem e dirigem.

Há dois modelos de etilômetro, os ativos e os passivos. No primeiro modelo, o suspeito de embriaguez assopra, a plenos pulmões, um tubinho que sentencia a quantidade de álcool no sangue. Já o passivo, capta o ar exalado pelo ébrio alvo do patrulhamento e só não revela com quem o cidadão bebeu. A polícia possui os testadores do primeiro tipo.

A tentativa sistematizada mais remota de enganar o instrumentos encontrada numa busca de internet foi registrada por entrevistados do Diário de Pernambuco em 1998, quando o Código Brasileiro de Trânsito entrou em vigor. Nem com uma porção de batata frita deu resultado. Outros relatos surreais e nada recomendáveis sugerem práticas escatológicas e até "baforadas" em uma parede de cal.

No programa MythBusters, do canal Discovery Channel, consta um dos mais exaustivos testes para se iludir bafômetros. Foram utilizadas técnicas como balas de menta, cebola, pilhas e moedas de cobre sob a língua, além de higienizadores bucais. No caso dos quatro primeiros, o resultado foi nulo. Mas depois de um bochecho com produto à base de álcool, uma surpresa: o bafômetro apontou mais gramas por litro de sangue do que a cobaia havia consumido. É que o sistema capta a quantidade de álcool no ar expelido pelos pulmões, presumindo que isso passou do sangue que irriga os alvéolos para o ar por difusão. O mesmo tende a ocorrer com sprays para a garganta que contenham álcool.

Ou seja, o bafômetro foi enganado. Outros registros indicam que a ilusão para pior dura cerca de dois minutos. Além disso, alguns desses higienizadores já se livraram do álcool em sua composição.

Aí está outro elemento de engano do bafômetro. Ocorre que o aparelho mede a quantidade de álcool por litro de ar alveolar, o que sai do pulmão. Para saber quanto de goró tem no sangue, há uma relação estabelecida por um valor médio de 2.100 mL de ar para 1 mL de sangue. Como algumas pessoas expiram mais ou menos ar por mL de sangue, a medição pode beneficiar ou prejudicar quem estiver, por questões de metabolismo, fora dessa média (se você também não entendeu, leia de novo).

Mas ninguém explica como fazer a taxa de conversão ficar favorável a quem quer burlar o aparelhinho.

Enquanto isso, na França
Desde novembro de 2007, o governo francês passou a incentivar a venda de bafômetros em supermercados. A intenção é estimular os testes voluntários ao preço de 1 euro (R$ 2,60). O valor seria suficiente para pagar uma latinha ou até uma garrafa (a depender do bar) no Brasil, mas não em Paris. Por lá, o limite é de 0,5 grama por litro de álcool e a parcela de acidentes provocados pela combinação de goró com o volante é de 28%. O modelo comercializado é descartável e se resume a um saquinho com um indicador que muda de cor.

Será que, se distribuíssem bafômetros nos bares, os motoristas embriagados deixariam de dirigir?

Leia mais sobre a "técnica viral" para burlar o bafômetro.

"Pelé, o saci-pererê do nosso futebol!"

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook


A esdrúxula definição no título do post é parte da locução de Estevam Sangirardi, da Rádio Panamericana, sobre a partida entre Brasil e França pelas semifinais da Copa do da Suécia, em 24 de junho de 1958. Mas o entusiasmo - quero crer que "saci-pererê" tenha sido um tremendo elogio - tinha razão de ser: depois de fazer o gol que eliminou o País de Gales nas quartas-de-final, Pelé pegou a confiança que faltava e, contra os franceses, marcou simplesmente três dos cinco gols brasileiros.

"Depois do jogo contra o País de Gales, senti que eu era macho (risos), que merecia ser titular naquele time de cobras", afirmou o Rei em 1993 à TV Cultura, em entrevista reprisada pelo programa "Grandes Momentos do Esporte". "Mas o jogo contra a França foi o que eu entrei mais tenso, pois era o time com o melhor ataque da Copa. Ainda bem que não foi a minha estréia, eu já estava mais seguro", acrescentou Pelé (na foto acima, aguardando o rebote do goleiro Abbes para marcar um dos gols contra a França).

De fato, como lembrou nosso camisa 10, os franceses tinham a melhor linha ofensiva da Copa, com Raimundo Kopa, Piantoni e Fontaine - que terminaria o mundial com 13 gols marcados, ainda hoje recorde absoluto em uma única edição. Os dois últimos, aliás, seriam os responsáveis por vazar, pela primeira vez, o time brasileiro. Até então, o Brasil não havia levado um gol sequer em quatro jogos. Na partida, saímos na frente logo aos 2 minutos, com Vavá. Fontaine empatou e Didi, com uma "folha seca", fez 2 a 1.

Ainda no primeiro tempo, o árbitro deixou de validar dois gols do Brasil: um de Zagalo, em que a bola bateu na parte de baixo do travessão e caiu meio metro dentro do gol, voltando para o campo de jogo, por causa do efeito, e outro de Garrincha, num impedimento absurdo. Mas os erros do árbitro galês Mervyn Griffiths (seria vingança pela eliminação de seu país nas quartas?) não impediram o "baile" na etapa final, com três gols do Rei.

Confira, abaixo, trechos da narração da Rádio Panamericana:


Se não abrir, clique aqui


Ficha técnica

Brasil 5 x 2 França

Data: 24/junho/1958
Brasil 5 x 2 França
Local: Raasunda, em Estocolmo
Árbitro: Mervyn Griffiths (País de Gales)

Brasil: Gilmar; De Sordi, Bellini, Orlando e Nílton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo; Técnico: Vicente Feola;

França: Abbes; Kaelbel e Jonquet; Lerond, Penverne e Marcel; Wisnieski, Kopa, Fontaine, Piantoni e Vincent; Técnico: Albert Batteux;

Gols: Vavá (2), Fontaine (8), Didi (39), Pelé (53), Pelé (64), Pelé (76) e Piantoni (85).