Destaques

terça-feira, novembro 30, 2010

Nova pelada do Futepoca OU Ai, minha perna!

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Da esquerda pra direita, em pé: Frédi, Anselmo, Maurício e Glauco; sentados: Marcão, Thalita e Nicolau (falta Brunna, a "8ª passageira", que chegou mais tarde e aparece na foto abaixo)


Quase três anos após o primeiro vexame, digo, churrasco do Futepoca, nossa equipe entrou novamente em quadra no sábado, dia 27, no condomínio do Glauco, para mais um tradicional "quebra-canela" (que quebra mesmo!). Como desculpa pra beber, os anfitriões Glauco e sua companheira Cris providenciaram churrasco, farofa e pães, com estoque abastecido pelo Anselmo, mas os alvos principais dos convidados foram mesmo as cervejas (de várias marcas e tipos), pinga (pra batida) e uísque (irlandês). O que atraiu, além dos três citados, o Frédi, a Thalita e seu companheiro Victor "Alemão", o Nicolau e sua companheira Débora, o Maurício, sua companheira Cris e seu filho Chicão, eu (Marcão), minha companheira Patricia e minha filha Liz, e a Brunna (foto ao lado), que, como dito, chegou depois.

Buenas, a pelada futebolística começou com as seguintes formações: de um lado, Glauco no gol, Nicolau e Alemão na linha; e de outro, Liz no gol, Marcão, Frédi e Thalita (o fato de termos uma menina de 8 anos no gol justificava ter um jogador a mais). Entre caneladas, encontrões e lances patéticos, muitas boas jogadas, tabelas, triangulações e gols, fora as defesas arrojadas que o Glauco sempre reserva para essa ocasiões - e registrando que a Liz também fez uma ou outra defesa improvável. Eu fui o primeiro a desistir, porque era muito desperdício deixar tanta cerveja esquentando. Depois voltei para tirar a Liz do jogo, pois, com o entusiasmo etílico, as boladas ficaram mais perigosas.

Grosso como só eu consigo ser, já tinha (involuntariamente) distribuído alguns pontapés, mas o castigo veio na sequência. Num lance em que o Nicolau saiu na cara do gol, estiquei a perna e senti a agulhada no mesmo segundo. Distendi o músculo da coxa, surgiu um ponto quase preto de tão roxo no local e tive que passar o domingo todo na base do gelo e pomada. Isso me convenceu a deixar definitivamente a quadra e me dedicar só aos trabalhos manguacísticos. Foi aí que apareceu o Maurício e, mesmo com uma inseparável latinha na mão, protagonizou os melhores dribles, assistências e gols do entrevero, comprovando suas habilidades de ex-boleiro.

Frédi também marcou um golaço, Thalita mostrou seu talento, Glauco foi pra linha pra também anotar os seus e as tabelas entre Nicolau e Alemão renderam outros tentos. No final, até o Chicão entrou na quadra para bater uma bolinha. Finda a refrega entre as quatro linhas, e com a chegada do Anselmo e da Brunna, todos se uniram na confraternização dessa grande família que é o Futepoca. Deixando aqui um grande abraço ao camarada Olavo Soares, mirando 2011 com a perspectiva de novos projetos e com a esperança no futuro simbolizada pelo Chicão e pela Liz. Abraços e beijos a todos - e mais algumas imagens abaixo:

A anfitriã Cris tentando fazer o Glauco comer, em vez de só beber

Papai Maurício entretido com algum brinquedo do filhão Chicão

Goleira Liz, que segurou a bronca no meio dos marmanjos, e Patricia

Cris, mãe do Chicão, sendo recepcionada pelo Victor "Alemão"

Patricia, Débora e Frédi vistos por quem já tinha caído (eu)

Parte do Frédi, Glauco, Cris e a atrasada Brunna Rosa

Voto de boas festas dos futepoquenses para os leitores e colaboradores

segunda-feira, novembro 29, 2010

O Brasileirão acabou

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Pelo menos para mim, com o Galo não correndo mais risco de rebaixamento, juro que no próximo final de semana nem ligo a TV para ver nada.


A disputa pelo título? Ah, entre Fluminense, Corinthians e Cruzeiro, só se os azuis tivessem alguma chance. Posso queimar a língua, mas o Guarani tirar o título do Flu tem as mesmas probabilidades de eu ganhar na Mega-Sena...

Na zona de rebaixamento, três vagas definidas sem nenhuma surpresa. O Flamengo de Luxemburgo até fez a sua parte, perdeu para o Cruzeiro em casa, mas foi ajudado pela incompetência de Atlético-GO e Vitória, que conseguiram empatar com Inter e São Paulo, que não disputavam mais nada.

Como na última rodada têm confronto direto, que o mais incompetente vá para a segundona, os dois merecem. Na verdade, torço para o Vitória ficar por ter mais tradição e junto com o Bahia poderem fazer um espetáculo bonito de torcidas em Salvador no ano que vem. Sobre Goiás ficar sem nenhum time na primeira divisão???? Bem, a vida é assim.

Aliás, com a queda do Grêmio Prudente e do Guarani, São Paulo perde dois representantes, ficando apenas com os quatro grandes na primeira, o que é bom para o futebol brasileiro.

No próximo ano serão:

Dois gaúchos: Grêmio e Inter.

Dois catarinenses: Avaí e Figueirense.

Dois paranaenses: Atlético (PR) e Coritiba

Quatro paulistas: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos.

Quatro cariocas: Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense.

Três mineiros: Atlético, Cruzeiro e América.

1 ou 2 baianos: Bahia e Vitória (?)

Um cearense: Ceará

0 ou 1 goiano: Atlético (GO)?

domingo, novembro 28, 2010

Contra o Fluminense, Palmeiras dificulta. Para o Corinthians

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Os titulares do time que não conseguiu segurar o empate contra o penúltimo colocado do campeonato perderam para o líder, neste domingo, 28. O Palmeiras foi derrotado por 2 a 1 do Fluminense nas Laranjeiras, mas escapou de uma goleada histórica. Com o resultado, uma vitória contra o Guarani no próximo domingo deixa o caneco nas mãos de equipe de Muricy Ramalho.

O Palmeiras realmente dificultou. Ao final do jogo, o prejuízo ficou para o Corinthians. Mas durante a partida, não se pode dizer isso. O pior: o Palmeiras saiu na frente (assim como no meio de semana quando foi desclassificado pelo Goiás da Copa Sul-Americana).

Aos quatro minutos, o atacante Dinei acertou um chute como ele nunca mais vai acertar enquanto durar seu contrato com o clube. No ângulo de Ricardo Berna, que pulou atrasado e meio desengonçado, já que a bola parecia dirigir-se para a linha de fundo até fazer uma curva incrível.

Talvez tenha sido um gol mais comemorado pelos corintianos do que o segundo do Goiás na quarta-feira.

A virada aconteceu depois de um massacre do Fluminense. Foram dezenas de lances de perigo até que um chute de Carlinhos, aos 18, da entrada da área foi inalcançável para o adiantado Deóla. O goleiro fez um monte de defesas em outros lances.

O segundo ocorreu na etapa final, numa rebatida do arqueiro que voltou para Tartá dentro da grande área, já aos sete minutos.



Alguém pode dizer que o time do Palmeiras fez corpo mole. Pode até ser. Mas em comparação aos jogos anteriores, a defesa foi pior do que o normal, e o ataque não funcionou como já não vinha operando mesmo. E, convenhamos, o Fluminense é muito mais time do que o Goiás, de modo que mais pressão tende a representar mais erros do que a média para qualquer retaguarda (ou pelo menos para as frágeis).

Foi a terceira derrota seguida no campeonato.

Torcida ao contrário

Contra um "momento Grafite", a partida teve pelo menos dois lances curiosos do ponto de vista da torcida. Um torcedor com a camisa palmeirense parece ter virado a casaca para evitar que o maior rival do alviverde paulistano se beneficiasse de um eventual revés do Fluminense. Ele empunhava uma bandeira do Tricolor carioca, ao lado de outro torcedor do Flu (aqui).

Quem preferir enxergar a versão otimista (ou o "copo meio cheio"), poderia ser um torcedor do time do Rio de Janeiro tentando um agrafo não ortodoxo aos adversários, sonhando com uma moeda de troca dentro de campo. Meio improvável, é verdade...

O outro lance bizarro foi a torcida vaiando uma descida ao ataque do Palmeiras, quando tudo estava empatada, no fim do primeiro tempo (aqui). Pela qualidade do futebol, o estranho seria aplaudir...

Se o meu time estivesse apresentando melhor futebol nas partidas anteriores, eu poderia me dedicar a argumentar sobre motivos para entregar ou não entregar para o Fluminense. Pela bolinha praticada, foi o time carioca que, por vários momentos, parecia pouco disposto a guardar os três pontos no bolso.

Pelo menos o martírio verde da temporada está a uma rodada do fim.

sexta-feira, novembro 26, 2010

E... Se o Flamengo (de Luxa) cair...

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As probabilidades não são as maiores do mundo, mas fica a torcida.


Dependendo dos resultados da próxima rodada, as chances de o Flamengo cair serão muito grandes.

O time carioca está com 43 pontos, à frente do Galo (42), Atlético-GO (40), Avaí (40), Vitória (40), este o último na zona de rebaixamento. Ainda há o Guarani com 37 pontos, mas esse creio que já foi.

Mas os confrontos e o número de vitórias não favorecem o time de Luxa. Vejamos:

O Flamengo pega
Cruzeiro (em casa) e Santos (fora)


Atlético GO
São Paulo (em casa) e Vitória (fora)

Vitória
Internacional (f) e Atlético GO (c)

Avaí
Santos (c) e Atlético PR (f)

Se na próxima rodada, Atlético GO, Vitória e Avaí ganharem e o Flamengo perder, ficam todos com 43 pontos, mas o time da Gávea vai para a última rodada na zona de rebaixamento por ter o menor número de vitórias (9).

Para o Galo, basta uma vitória contra os reservas do Goiás para ficar definitivamente fora de qualquer risco.

A sorte do Flamengo é que na última rodada Vitória e Atlético Goianiense se enfrentam, mas mesmo o que perder pode se salvar se o Flamengo não ganhar do Santos, na Vila. O camarada Glauco já disse que os meninos da Vila iriam com muita disposição para cima do "profexô".

Claro que tudo isso é conjectura e torcida contra quem quase acabou com o Galo este ano, mas que não custa secar não custa.

A coisa já tava russa pro velhinho manguaça...

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Polad Bülbüloglu foi um ídolo da música jovem soviética nos anos 1960, trasnformando-se depois num expoente da música romântica - uma espécie de Roberto Carlos dos comunistas, mais ou menos. Curioso é que, após a extinção da URSS, tornou-se político e embaixador do Arzebaijão na Rússia. Na foto acima, aparece cumprimentando o primeiro-ministro russo Vladimir Putin. Mas gostaria de registrar aqui um vídeo de 1967 com sua hilária interpretação da não menos hilária "Shake", musiquinha estilo "jovem guarda" (expressão que, ironicamente, foi criada por outro Vladimir russo, o Lenin). Polad se esmera na dancinha, nos gritos "ô-ô-ô-ô" e num intraduzível "arabá-papêrebê-pepepê", ou coisa que o valha. Porém, o mais bizarro é o velhinho manguaça que aparece lá pelo 01:22, com sua garrafa de vodka e batendo palma sem saber pra onde ou por quê. No finzinho do vídeo, ele nem espera a música acabar para abastecer o copo novamente:



Ps.: E pra quem ainda conjectura sobre a origem da expressão "trololó", comumente usada por José Serra, vai uma pista na voz do "feliz" barítono russo Eduard Khil, o "Senhor Trololó", em performance incrível, indescritível, inenarrável e inacreditável de 1976. Absolutamente imperdível:

Bahia invade São Paulo

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Passados 24 dias da onda antinordestina nas redes sociais de internet brasileiras – e também fora delas – a capital paulista será palco de uma festa baiana. Ou melhor, do Bahia.

Em frente ao metrô Anhangabaú, recebi um panfleto da campanha Invasão Esquadrão de Aço, que convoca os torcedores desgarrados pela pauliceia desvairada a comparecer ao Morumbi neste sábado, 27, às 17h, para assistir o time de Márcio Araújo carimbar, diante do Bragantino, a passagem para a primeira divisão do Brasileirão.

A promessa é deixar o Morumbi mais ou menos assim

Em segundo lugar na Série B, com 65 pontos, a vaga está assegurada matematicamente para o ascenso, mas é a última partida da temporada. Adeus segundona! A promessa é de 30 mil pessoas com "alto astral" e jeito de "festa baiana", quiçá com trio elétrico e abadá – pena que ninguém mencionou acarajé e abará.

"Vamos possibilitar aos nossos torcedores que moram em São Paulo participar ativamente desta festa. Afinal, sempre que jogamos na capital paulista nossa torcida comparece para nos apoiar", convidou Marcelo Guimarães Filho, presidente do Bahia.

O evento acaba sendo incorporado às comemorações de 80 anos do clube, o que ocorre em 35 dias. Os ingressos variam de R$ 15 a R$ 80.

Também sobem Coritiba e Figueirense. A última vaga fica entre América-MG e Portuguesa – sendo que a Lusa precisa ganhar do Sport em Recife e torcer por tropeço dos mineiros contra a Ponte Preta em Campinas.

Mais:

Morumbi é ideal para parada gay, diz promotor

Serra não larga o osso e Aécio rosna

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O beijo do Judas

Quando o derrotado José Serra apareceu no Congresso Nacional em Brasília, anteontem, a irritação dos tucanos que são aliados do senador eleito Aécio Neves foi visível. Sem compromissos programados, Serra deu as caras "aparentemente em busca de espaço na mídia", conforme o jornal Valor Econômico. Depois das eleições presidenciais, como era de se esperar, o racha no PSDB se aprofundou ainda mais. Os aliados de Serra e de Aécio trocam farpas publicamente. Quando Aécio criticou a hegemonia paulista e propôs uma "refundação" do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em defesa de Serra, ao negar que o PSDB seja "muito avenida Paulista" ou precise ser refundado. Agora, a proposta de recriação da CPMF cava um novo abismo entre as duas facções tucanas.

Há três anos, quando a CPMF foi derrubada no Congresso, o partido já havia se dividido. Serra liderava a ala dos governadores tucanos favoráveis à continuidade da CPMF, enquanto senadores do PSDB e do DEM a combatiam. No cenário atual, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, defende a volta da CPMF. Já Serra, agora sem cargos e de olho apenas na oposição, apelou para que o PSDB marche em bloco contra a volta do imposto, sob o risco de "quebrar" o partido. Para um dos principais deputados aliados a Aécio, Serra tenta, de forma "autoritária" e "à base de cotoveladas", liderar a fragilizada oposição. Até a serrista Folha de S.Paulo considerou a "visita-supresa" ao Congresso como o "primeiro passo do ex-governador de São Paulo para tentar ocupar a presidência do PSDB a partir de 2011".

O Valor Econômico publicou que "a postura de Serra, subindo o tom das críticas a Lula, foi interpretada pelos companheiros de partido como manifestação da intenção de comandar a oposição. Os tucanos que o acompanharam no Congresso dão como certo que Serra tentará disputar a Presidência da República novamente — projeto que não encontra entusiasmo no partido". Nisso, o deputado aecista Nárcio Rodrigues, presidente do PSDB mineiro, mandou um recado aos tucanos paulistas: "Vão ter que nos engolir. Fomos extremamente respeitosos à fila, concordando que em 2006 era a vez de Geraldo Alckmin e, em 2010, de Serra. Agora é a nossa vez". Das duas, uma: ou Aécio atropela Serra no PSDB ou sai e funda outro partido. Façam suas apostas.

Tipos de cerveja 57 - As German Hefeweizen

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Tipo de cerveja de trigo (wheat beer ou weissbier) surgido no sul da Alemanha, com forte presença de frutos no aroma e sabor, como banana e maçã. O volume alcóolico de 5% a 7%, sendo que as Hefeweizen são bastante refrescantes apesar de não muito ácidas. O prefixo "Hefe" significa algo similar a "com fermento", pois estas cervejas, em geral, são opacas e não filtradas. Se servidas num tradicional copo de Weizen, as Hefe produzem abundante espuma e ficam com excelente aparência. "Relativamente a este tipo de cerveja há que ter um aspecto em atenção: é habitual servirem-nas com uma rodela de limão, seja isso para cortar o sabor do trigo ou do fermento. Recuse uma cerveja servida desse modo, pois o limão apenas altera o sabor desta, para além de dificultar a formação de espuma", recomenda Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo. Quando fui pra Irlanda, durante a escala no aeroporto de Frankfurt, pude provar uma cerveja desse tipo no Goethe-Bar (foto acima), a Paulaner, tirada em torneira. Uma delícia! Não senti gosto de fruta nenhuma, só o azedo (na medida) do trigo. Além da Paulaner Hefeweissbier, vale experimentar a Franziskaner Hefe-Weissbier e a Weihenstephaner Hefe Weissbier.

quinta-feira, novembro 25, 2010

"Parece um filme, só que ao vivo"

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Foi na edição do Jornal Hoje que a âncora Sandra Annenberg resumiu o que se viu durante o dia nas redes de TV noticiosas.

– Parece um filme, só que ao vivo, né? 10 milhões de brasileiros assistiram Tropa de Elite 2, a gente vive falando dessas invasões de favelas, e estamos acompanhando ao vivo.

Tá logo no comecinho. Vale assistir (apesar do comercial).



O noticiário virou um reality show, com notas de Tropa de Elite. Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), roteirista do filme, foi fonte obrigatória tanto para a Globo (promovido a assessor de segurança da emissora), como para outros veículos. Ele foi assertivo em todas as suas falas, apesar de dizer que a operação "superou a ficção", porque José Padilha não poderia ter imaginado algo assim.

A história deve ter garantindo ibope gordo à atração da emissora, porque a edição se estendeu e foi monopolizada pelo tema.

As cenas foram mesmo impressionantes. O deslocamento de pessoas, a maioria de homens, entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão, mostrava uma ação de formiguinha dos supostos traficantes, que estariam levando armas e sabe-se lá mais o quê.

Em toda a cobertura televisiva de todos os canais, mais do que nunca, a terminologia "bandidos" predominou. "Criminosos" e "suspeitos" por pouco não desapareceram. Estes últimos só eram mencionados ao referir-se aos mortos. Todos foram julgados, condenados e taxados da forma mais pejorativa que poderia ser publicável.

Reality show e o retrato jornalístico

O mais curioso foi a sequência da ter se dado no mesmo dia em que JB Oliveira, o Boninho, diretor do Big Brother Brasil, o reality show de ofício mais visto da TV brasileira, ter se pronunciado sobre o programa. Primeiro, disse, pelo Twitter, que valeria tudo "até porrada" e bebida alcóolica ("chega de bebida de criança") etc.

Depois, mais a noite, ponderou: "BBB11 não será um ringue".

Ufa.

Mas não consigo parar de pensar que ele passou o dia assistindo à GloboNews e percebeu que se o Capitão Nascimento virasse reality show, o BBB ficaria sem graça.

Ficou difícil

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Na Holanda, o time do Ajax tinha que devolver a bola para o time de amarelo, num lance de fair play. Mas o manguaça, na tentativa de jogar para o goleiro adversário, fez um golaço. Daí, eles tiveram que deixar o time de amarelo marcar um gol, para empatar e consertar a mancada. Mesmo sem marcadores, a dificuldade que encontraram pra anotar esse tento é digna de registro:

Palmeiras perde e deixa 2010 no lixo

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O Palmeiras conseguiu o que parecia o mais difícil. Perdeu, na Copa Sul-Americana, para o penúltimo colocado no campeonato nacional. O Goiás venceu o alviverde paulistano por 2 a 1, de virada, em pleno Pacaembu.

Vergonha.

No encontro de times frágeis, quebrou-se a equipe que acreditou que um gol na partida de ida e outro na de volta garantiam a vaga na final. Não foi o que aconteceu.

Luan abriu o placar aos 33 minutos do primeiro tempo. O empate veio aos 47 da etapa inicial, com Carlos Alberto, em uma sobra de falta. Ernando selou o placar , aos 36 do segundo tempo.

Escrever de cabeça quente é mais difícil.

O ano de 2010, que começou com Muricy Ramalho, teve Antonio Carlos e terminou com Luiz Felipe Scolari, termina na lata do lixo. Uma temporada que não serviu nem para revelar atletas, nem para formar time para o próximo período, nem para trazer alento ao torcedor.

As falhas cantadas nos posts anteriores vinham sendo contornadas na competição continental, mas não é todo dia que a sorte de Felipão, os chutes de Marcos Assunção ou o bom trabalho de Deóla salvam a pátria.

Muito trabalho para a formação do elenco em 2011.


quarta-feira, novembro 24, 2010

Confira o vídeo da entrevista de Lula a blogueiros

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Mais:

Para Lula, blogues democratizam a imprensa

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Encontro de blogueiros progressistas: a cachaça, bordeaux e o óleo de rícino

Toda cachaça é de esquerda. 

Let it be

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Na lista de vexames da diretoria do São Paulo nos últimos anos, que incluiu o Roberto Justus entrando em campo com o time e o Gilberto Kassab recebendo uma camiseta personalizada, podemos agora listar mais um: segundo o diário Lance!, "durante o show de Paul McCartney no Morumbi, Juvenal Juvêncio recebeu em seu camarote o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador José Serra e o atual governador, Alberto Goldman". Aproveitando a nostalgia beatlemaníaca, os três patetas, digo, políticos, que fizeram um esforço "hercúleo" para manter o Morumbi na Copa de 2014, devem ter dito a Juvêncio: "o sonho acabou". E, com o estádio recebendo tais figuras em um camarote, virou pesadelo. Mas, como diria Sir McCartney, "deixa estar". Sua hora chegará, Juvenal. Pode apostar nisso.

terça-feira, novembro 23, 2010

Para os que querem mudar de profissão

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Só repassando: o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de São Paulo iniciou ontem seu primeiro curso de Sommelier de Cervejas, na unidade da Barra Funda. O curso, uma parceria com o centro de estudos alemão Doemens, abrange a história da cultura cervejeira, os pratos que podem ser combinados com a bebida e seus derivados e - melhor de tudo - degustações de diversos tipos de cerveja.

"As pessoas que se formam no curso, além de otimizar o tempo de uma cerveja na mesa, aprender a degustá-la e conhecer as possibilidades gastronômicas, passam a ser embaixadores do assunto e divulgam que é melhor beber menos, mas beber melhor", diz a professora Cilene Saorin (que aparece na foto com o engenheiro alemão Michael Zepf, doutor em Tecnologia de Cervejas e Bebidas e diretor técnico do centro Doemens).

Segundo Cilene, o mercado das cervejas "especiais", que necessita muito desse tipo de profissional, cresce 11% ao ano, enquanto o de cerveja comum cresce 5%. O curso custa R$ 2.100 e tem carga horária de 100 horas. O candidato deve ter ensino médio completo e ser maior de 18 anos. A próxima turma tem inscrições previstas a partir de março de 2011. A primeira edição do curso de Sommelier de Cervejas do Senac atraiu 40 alunos com perfis diversificados, entre profissionais da área, proprietários de cervejarias e bares, jornalistas de gastronomia e curiosos.

Campanha contra o desperdício

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Encostado no balcão do buteco, traçando uma costelinha de porco com limão e pimenta, observo o manguaça que chega e pede um pingado (leite com café). Pouco depois, o atendente destampa uma garrafa da temível cachaça Riopedrense e passa a completar um vidrão com umas cascas velhas indefiníveis e a inscrição "carqueja" - um daqueles recipientes que já trazem acoplada uma torneirinha, estilo filtro de água (à direita). Os olhos do manguaça brilham. O rapaz vai enchendo o vidrão até a tampa, depois pega a garrafa com um restinho de pinga e faz que vai guardá-la num caixote.

- Ô, amizade! Num desperdiça, não. Bota aqui esse restinho.

Ato contínuo, o atendente do buteco despeja o finzinho da temível pinga (à esquerda) no pingado do manguaça. Que, não contente, ainda resolve pedir também uma costelinha igual a que eu degustava. E come a engordurada iguaria acompanhada do café com leite e cachaça, lambendo os beiços. Mais um daqueles momentos em que, como diz o Glauco, se diferenciam os homens dos meninos...

segunda-feira, novembro 22, 2010

Juntando os cacos

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Depois de sete temporadas seguidas, o São Paulo não disputará a Libertadores da América em 2011. Talvez seja até bom - para a necessária reformulação do elenco, fique claro, pois economicamente é óbvio que será um desastre. De minha parte, acho natural essa queda. É impossível manter-se no topo durante tanto tempo. Se lembrarmos da última passagem de Telê Santana como técnico (à esquerda), o período mais vencedor do clube, veremos que foram quatro temporadas disputando em alto nível, de 1991 a 1994. Na temporada de 1995, ainda com Telê no comando, o São Paulo não disputou as finais de nenhum dos torneios que enfrentou, Paulistão, Copa do Brasil e Brasileirão. O time foi do excelente ao sofrível de uma temporada para outra. E demorou para se reerguer.

Lentamente, ao custo de várias reformulações de elenco e trocas de técnicos, o clube foi beliscando alguns vice-campeonatos (Paulistão de 1996 e 1997, Supercopa de 1997, Rio-São Paulo de 1998 e 1999) até que conquistou um Paulista, em 1998, ano em que quase foi rebaixado no Brasileirão, e outro em 2000, mais um Rio-São Paulo em 2001. Mas sempre sem montar nenhum esquadrão ou emplacar um técnico por mais de uma temporada. Quando finalmente conseguiu apresentar um bom time e fazer ótima campanha no nacional, em 2002, foi atropelado pelo Santos de Robinho & Cia, entrando em novo período de crise.

Surpreendentemente, a última grande fase do São Paulo começou com uma solução caseira, o preparador de goleiros e técnico interino Roberto Rojas (à direita), que classificou o time para a Libertadores da América depois de dez anos. Mas ficou chupando o dedo, pois a disputa da competição já trazia Cuca como técnico, esse mesmo que hoje está no Cruzeiro. Ele adotou o esquema 3-5-2 e deixou a base pronta para o sucessor, Emerson Leão, que levantou a taça do Paulistão de 2005 e entregou o time para Paulo Autuori conquistar a Libertadores e o Mundial. Depois disso, Muricy Ramalho assumiu e venceu três Brasileiros seguidos, sempre com o mesmo esquema e quase os mesmos atletas.

Mas o fantasma de quatro desclassificações na Libertadores o apeou do cargo e, ao fim dessas quatro temporadas vencedoras, de 2005 a 2008, exatamente como na Era Telê, o time começou a despencar em queda livre. É natural, faz parte de um novo ciclo. Agora é juntar os cacos dessa fase ruim e rezar para que o próximo bom período não demore mais uma longa década de intervalo. Porém, para os próximos dois anos, eu não espero títulos. Se conseguir priorizar a base, manter um treinador, um esquema tático e voltar à Libertadores, já será uma vitória e tanto. O clube é o da fé e, por isso, sabemos que um dia ressurgirá como uma das maiores forças do continente. Sem dúvida. Vai, São Paulo!

A origem do 'relaxa e goza'

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É comum, entre jornalistas proletários, bêbados e de esquerda (qualquer coincidência com a gente é mera realidade), usar o termo "pau alado" para situações extremamente difíceis - em português claro, que vai ferrar tudo e não tem jeito de evitar. Pois ouvi hoje de uma fonte insuspeita, muito próxima ao nosso estimado presidente Lula, que ele sempre costumava dizer (com o perdão do palavrão):

- Em chuva de caralho, a melhor arma é um pote de vaselina!

A cachaça na gênese do Brasil independente

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Lendo "1822" (editora Nova Fronteira, 2010), desdobramento de "1808" (já comentado aqui), de Laurentino Gomes, pincei a recuperação de um detalhe muito interessante sobre nosso imperador Dom Pedro I: além de ávido consumidor, ele também era produtor de cachaça (!). O livro cita outra obra, "D.Pedro I", de Isabel Lustosa, que, por sua vez, recupera relatos do reverendo e diplomata inglês Robert Walsh (imagem à direita), enviado ao Brasil em 1828. O estrangeiro teria escrito que, além de comprar cavalos para marcá-los com o selo da Fazenda Real de Santa Cruz e os revendê-los a preços muito maiores, "D.Pedro se dedicava a várias outras atividades lucrativas: fabricava cachaça, comercializada nos botequins cariocas". Confesso que tal curiosidade me despertou alguma simpatia por um governante que nunca me pareceu muito patriota. E repito o desabafo: ainda vem um Larry Rohter criticar a cachaça do presidente Lula! Imaginem se ele também produzisse a chimbirra...

Brasileirão do chororô: três na briga em cima, seis fugindo da degola

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Mais uma rodada completada da reta final do Brasileirão, vulgo o torneio do mimimi e do chororô, tão presentes nas três últimas rodadas e que ainda vão ser a tônica nas próximas vinte partidas. Agora, o Fluminense volta a estar na frente depois da goleada sobre o São Paulo, o Corinthians está um ponto atrás após o empate com o Vitória em 1 a 1 e o Cruzeiro voltou à briga ao vencer o Vasco por 3 a 1.

Ontem, o choro de novo mudou de lado. O treinador corintiano Tite reclamou da marcação de pênalti no lance em que Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. O técnico diz que o jogador não teve intenção. Mas talvez devesse explicar porque retirou Jorge Henrique para colocar o volante Paulinho, fortalecendo a defesa, quando o São Paulo empatava com o Fluminense. Como que por castigo, quase no mesmo instante o Tricolor carioca marcou o segundo gol.



Novas conspirações, teses, antíteses e sínteses duvidosas estão sendo refeitas toda semana. Há duas rodadas, as lamúrias vinham do Parque São Jorge por conta da suposta falta de vontade que Palmeiras e São Paulo teriam ao enfrentar o Fluminense. Na rodada seguinte, as lamentações mudaram de sinal por conta da marcação do pênalti em Ronaldo e vinham principalmente do Cruzeiro e, um dia depois do "polêmico" jogo, do Fluminense, que não conseguiu superar o então quase rebaixado Goiás em casa. Os torcedores rivais do Corinthians também não deixaram de chiar.


E é principalmente por conta dessa postura do treinador que é difícil ver no Corinthians uma equipe em que se pode apostar sem reservas. O clube não joga um futebol convincente com Tite, precavido demais para quem tem que vencer, e a prova disso é que, talvez pela terceira vez consecutiva, o arqueiro Júlio César tenha sido o melhor atleta alvinegro em campo.

Nas próximas rodadas, tanto Fluminense quanto Corinthians podem e devem vencer suas partidas. O Tricolor topa com o Palmeiras em Araraquara, que deve escalar reservas como vem fazendo há algumas partidas, e encontra o Guarani no Rio, podendo passar com relativa tranquilidade. Já o Timão tem o Vasco no Pacaembu e o rebaixado Goiás fora, na última rodada. Para um time que quer ser campeão, nenhum bicho papão também. Mas a lógica já foi escanteada nas duas últimas rodadas, nada impede que o seja de novo. O Cruzeiro agradeceria.

Fuga da degola

Já na parte de baixo, Neymar fez três e conseguiu um feito pessoal: marcou um gol de pênalti. É o vice-artilheiro isolado do campeonato com 16 gols e sua performance no 4 a 1 de virada sobre o Goiás no Serra Dourada decretou o que já se sabia ser inevitável há algumas rodadas, o rebaixamento do clube do cerrado.


Restam ainda duas vagas para a Série B de 2011. Guarani, com 37 pontos, e Vitória, com 40, seriam os punidos se o Brasileirão terminasse hoje. Mas o Avaí e o Atlético-GO também namoram a Segundona com 40 pontos, enquanto Atlético-MG, com 42, e Flamengo, com 43 respiram um pouco mais aliviados. Na próxima rodada, o Bugre pega o Grêmio, em casa, e o Vitória vai a Porto Alegre enfrentar os reservas do Internacional que, aliás, não deram mole para o Botafogo e derrotaram os cariocas em pleno Engenhão por 2 a 1. Parada dura para ambos os ameaçados.

O Avaí enfrenta o Santos em casa e o Atlético-GO pega o São Paulo também nos seus domínios. Já o Atlético-MG tem tudo para se livrar do pesadelo enfrentando o Goiás na Arena do Jacaré, enquanto o Flamengo vai ter que se desdobrar para superar o Cruzeiro. Emoções fortes. E chororô e mimimi garantidos.

domingo, novembro 21, 2010

Dia da Consciência 'Branca'

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Complementando o excelente post do Glauco (abaixo) sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado ontem, data da morte do líder Zumbi (imagem ao lado), faço aqui um apelo para que nós, os "não negros" - porque, como disse Chico Buarque, ninguém é branco no Brasil -, tenhamos a humildade e a autocrítica de reconhecer que, sim, HÁ RACISMO entre nós, e que é preciso denunciá-lo, puni-lo e extingui-lo. O primeiro passo, em minha opinião, é nos educarmos para identificar esse racismo, que muitas vezes é velado; outras vezes, explícito. E essa educação tem que começar pelas nossas crianças. Aliás, o que mais me preocupa é a sutil e persistente introjeção do racismo na infância, no período de alfabetização e formação da personalidade e da visão de mundo. E isso acontece entre nós, só não vê quem não quer.

Outro dia, eu e minha namorada Patricia entramos numa das livrarias de uma galeria comercial na Avenida Paulista, aqui em São Paulo, e ela começou a folhear um livrinho infantil aparentemente inocente, com fotos de gatos e frase sobre eles, para presentear nossa menina Liz, de 8 anos. Tratava-se de "Amigos gatos", da série "Pegadas de filhotes" (Editora Eko/ Grupo Edicart, 2009), com texto original da italiana Emannuela Signorini. Com a mania que tenho de observar os "eugenizantes" (ver eugenia) comerciais impressos ou televisivos no Brasil, passei a notar que, no tal livrinho, não aparecia um gato preto sequer - como se "bonitinhos", "fofinhos" e "desejáveis" fossem só os gatos brancos. "Ah, que viagem a sua", reclamou Patricia. Para desdenhar minha "teoria da perseguição", logo encontrou a foto de um gato preto no livro. Mas a frase que acompanhava a imagem só justificou minha desconfiança - e nos deixou de queixo caído:

"Um gato preto não faz sombra porque ele é uma sombra: uma sombra vivente de um radiante gato branco."

Não adianta tentarem me convencer do contrário: é agressivo - e é RACISMO. A ideia simbólica de que o negro é "sombra" (no sentido pejorativo) e o branco é "radiante" está ali, como propaganda, como "ensinamento". É assim que nossas crianças são "educadas", mesmo nas publicações mais tolas e supostamente "inofensivas": o negro não tem valor algum. O poder dessas mensagens subliminares é subestimado. Se aceitamos pequenas agressões gratuitas como essa, não conseguimos controlar, posteriormente, atitudes mais violentas como a não aceitação do sistema de cotas no ensino público universitário, por exemplo. Porque os que não aceitam foram acostumados, desde crianças, com essa ideia de que os negros são "sombras", e que, apesar de terem servido como escravos por quatro séculos na construção de nosso país, não merecem qualquer atenção ou política pública específica em nossa sociedade. Que são pessoas de segunda ou terceira classe.

É por isso que faço esse apelo para que, nesse final de semana, não só os negros celebrem sua consciência, mas que nós, como disse, os "não negros", também tenhamos consciência do que fazemos com e para eles. A maior riqueza do Brasil, o que já nos destaca e que irá nos tornar muito maiores no futuro, é exatamente a nossa diversidade. É a nossa mistura única de povos, raças, costumes, culturas. Insistir nas diferenças, nas divisões e nos preconceitos que há muito já deveriam ter sido abolidos de nossa sociedade, é insuflar o ódio, é regredir à barbárie - tal e qual um certo candidato à presidente da República nas últimas eleições. Nós não precisamos disso. Salve a raça negra! E a consciência de todos.

Mais sobre racismo:

Racismo não é - ou não deve ser - coisa do futebol

Prêmio Nobel discrimina negros

Racismo introjetado em uma nação

sábado, novembro 20, 2010

Consciência Negra: Kabengele Munanga, racismo e futebol

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Embora volta e meia alguns dos jornalistas desse blogue praguejem contra as agruras da profissão, é indubitável que ela proporciona experiências e encontros que nos fazem ampliar e muito nossos horizontes. Um deles, para mim, foi uma entrevista com o antropólogo da USP Kabengele Munanga, realizada junto com a amiga Camila. À época, havia uma polêmica entre ele e Demétrio Magnoli sobre o racismo no Brasil e era também recente uma brincadeira mais que infeliz do humorista (sic) Danilo Gentili, qua havia feito uma piada que ele negou ser de cunho racista. O professor deu, de fato, uma aula a respeito.

Abaixo, um trecho que fala da relação entre o futebol e o racismo e sobre como a questão racial é tratada em sala de aula (aproveitando hoje o gancho da "polêmica" sobre livro de Monteiro Lobato), além de um trecho em que comenta as posições ocupadas por negros na política. A íntegra da entrevista está aqui. 

O humorista Danilo Gentilli escreveu no Twitter uma piada a respeito do King Kong, comparando com um jogador de futebol que saía com loiras. Houve uma reação grande e a continuação dos argumentos dele para se justificar vai ao encontro disso que o senhor está falando. Ele dizia que racista era quem acusava ele, e citava a questão do orgulho negro como algo de quem é racista.
Kabengele Munanga - Faz parte desse imaginário. O que está por trás que está fazendo uma ilustração de King Kong, que ele compara a um jogador de futebol que vai casar com uma loira, é a ideia de alguém que ascende na vida e vai procurar sua loira. Mas qual é o problema desse jogador de futebol? São pessoas vítimas do racismo que acham que agora ascenderam na vida e, para mostrar isso, têm que ter uma loira que era proibida quando eram pobres? Pode até ser uma explicação. Mas essa loira não é uma pessoa humana que pode dizer não ou sim e foi obrigada a ir com o King Kong por causa de dinheiro? Pode ser, quantos casamentos não são por dinheiro na nossa sociedade? A velha burguesia só se casa dentro da velha burguesia. Mas sempre tem pessoas que desobedecem as normas da sociedade.

Essas jovens brancas, loiras, também pulam a cerca de suas identidades pra casar com um negro jogador. Por que a corda só arrebenta do lado do jogador de futebol? No fundo, essas pessoas não querem que os negros casem com suas filhas. É uma forma de racismo. Estão praticando um preconceito que não respeita a vontade dessas mulheres nem essas pessoas que ascenderam na vida, numa sociedade onde o amor é algo sem fronteiras, e não teria tantos mestiços nessa sociedade. Com tudo o que aconteceu no campo de futebol com aquele jogador da Argentina que chamou o Grafite de macaco, com tudo o que acontece na Europa, esse humorista faz uma ilustração disso, ou é uma provocação ou quer reafirmar os preconceitos na nossa sociedade.

É que no caso, o Danilo Gentili ainda justificou sua piada com um argumento muito simplório: "por que eu posso chamar um gordo de baleia e um negro de macaco", como se fosse a mesma coisa.
Kabengele - É interessante isso, porque tenho a impressão de que é um cara que não conhece a história, e o orgulho negro tem uma história. São seres humanos que, pelo próprio processo de colonização, de escravidão, a essas pessoas foi negada sua humanidade. Para poder se recuperar, ele tem que assumir seu corpo como negro. Se olhar no espelho e se achar bonito ou se achar feio. É isso o orgulho negro. E faz parte do processo de se assumir como negro, assumir seu corpo que foi recusado. Se o humorista conhecesse isso, entenderia a história do orgulho negro. O branco não tem motivo para ter orgulho branco porque ele é vitorioso, está lá em cima. O outro que está lá em baixo que deve ter orgulho, que deve construir esse orgulho para poder se reerguer.

O senhor tocou no caso do Grafite com o Desábato, e recentemente tivemos, no jogo da Libertadores entre Cruzeiro e Grêmio, o caso de um jogador que teria sido chamado de macaco por outro atleta. Em geral, as pessoas – jornalistas que comentaram, a diretoria gremista – argumentavam que no campo de futebol você pode falar qualquer coisa, e que se as pessoas fossem se importar com isso, não teria como ter jogo de futebol. Como você vê esse tipo de situação?
Kabengele - Isso é uma prova daquilo que falei, os brasileiros são educados para não assumir seus hábitos, seu racismo. Em outros países, não teria essa conversa de que no campo de futebol vale. O pessoal pune mesmo. Mas aqui, quando se trata do negro... Já ouviu caso contrário, de negro que chama branco de macaco? Quando aquele delegado prendeu o jogador argentino no caso do Grafite, todo mundo caiu em cima. Os técnicos, jornalistas, esportistas, todo mundo dizendo que é assim no futebol. Então a gente não pode educar o jogador de futebol, tudo é permitido? Quando há violência física, eles são punidos, mas isso aqui é uma violência também, uma violência simbólica. Por que a violência simbólica é aceita a violência física é punida?

Como o senhor vê hoje a aplicação da lei que determina a obrigatoriedade do ensino de cultura africana nas escolas? Os professores, de um modo geral, estão preparados para lidar com a questão racial?
Kabengele - Essa lei já foi objeto de crítica das pessoas que acham que isso também seria uma racialização do Brasil. Pessoas que acham que, sendo a população brasileira uma população mestiça, não é preciso ensinar a cultura do negro, ensinar a história do negro ou da África. Temos uma única história, uma única cultura, que é uma cultura mestiça. Tem pessoas que vão nessa direção, pensam que isso é uma racialização da educação no Brasil.

Mas essa questão do ensino da diversidade na escola não é propriedade do Brasil. Todos os países do mundo lidam com a questão da diversidade, do ensino da diversidade na escola, até os que não foram colonizadores, os nórdicos, com a vinda dos imigrantes, estão tratando da questão da diversidade na escola.

O Brasil deveria tratar dessa questão com mais força, porque é um país que nasceu do encontro das culturas, das civilizações. Os europeus chegaram, a população indígena – dona da terra – os africanos, depois a última onda imigratória é dos asiáticos. Então tudo isso faz parte das raízes formadoras do Brasil que devem fazer parte da formação do cidadão. Ora, se a gente olhar nosso sistema educativo, percebemos que a história do negro, da África, das populações indígenas não fazia parte da educação do brasileiro.

Nosso modelo de educação é eurocêntrico. Do ponto de vista da historiografia oficial, os portugueses chegaram na África, encontraram os africanos vendendo seus filhos, compraram e levaram para o Brasil. Não foi isso que aconteceu. A história da escravidão é uma história da violência. Quando se fala de contribuições, nunca se fala da África. Se se introduzir a história do outro de uma maneira positiva, isso ajuda.

É por isso que a educação, a introdução da história dele no Brasil, faz parte desse processo de construção do orgulho negro. Ele tem que saber que foi trazido e aqui contribuiu com o seu trabalho, trabalho escravizado, para construir as bases da economia colonial brasileira. Além do mais, houve a resistência, o negro não era um João-Bobo que simplesmente aceitou, senão a gente não teria rebeliões das senzalas, o Quilombo dos Palmares, que durou quase um século. São provas de resistência e de defesa da dignidade humana. São essas coisas que devem ser ensinadas. Isso faz parte do patrimônio histórico de todos os brasileiros. O branco e o negro têm que conhecer essa história porque é aí que vão poder respeitar os outros.

Voltando a sua pergunta, as dificuldades são de duas ordens. Em primeiro lugar, os educadores não têm formação para ensinar a diversidade. Estudaram em escolas de educação eurocêntrica, onde não se ensinava a história do negro, não estudaram história da África, como vão passar isso aos alunos? Além do mais, a África é um continente, com centenas de culturas e civilizações. São 54 países oficialmente. A primeira coisa é formar os educadores, orientar por onde começou a cultura negra no Brasil, por onde começa essa história. Depois dessa formação, com certo conteúdo, material didático de boa qualidade, que nada tem a ver com a historiografia oficial, o processo pode funcionar.

Outra questão que se discute é sobre o negro nos espaços de poder. Não se veem negros como prefeitos, governadores. Como trabalhar contra isso?
Kabengele - O que é um país democrático? Um país democrático, no meu ponto de vista, é um país que reflete a sua diversidade na estrutura de poder. Nela, você vê mulheres ocupando cargos de responsabilidade, no Executivo, no Legislativo, no Judiciário, assim como no setor privado. E ainda os índios, que são os grandes discriminados pela sociedade. Isso seria um país democrático. O fato de você olhar a estrutura de poder e ver poucos negros ou quase não ver negros, não ver mulheres, não ver índios, isso significa que há alguma coisa que não foi feita nesse país. Como construção da democracia, a representatividade da diversidade não existe na estrutura de poder. Por quê?

Se você fizer um levantamento no campo jurídico, quantos desembargadores e juízes negros têm na sociedade brasileira? Se você for pras universidades públicas, quantos professores negros tem, começando por minha própria universidade? Esta universidade tem cerca de 5 mil professores. Quantos professores negros tem na USP? Nessa grande faculdade, que é a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), uma das maiores da USP junto com a Politécnica, tenho certeza de que na minha faculdade fui o primeiro negro a entrar como professor. Desde que entrei no Departamento de Antropologia, não entrou outro. Daqui três anos vou me aposentar. O professor Milton Santos, que era um grande professor, quase Nobel da Geografia, entrou no departamento, veio do exterior e eu já estava aqui. Em toda a USP, não sou capaz de passar de dez pessoas conhecidas. Pode ter mais, mas não chega a 50, exagerando. Se você for para as grandes universidades americanas, Harvard, Princeton, Standford, você vai encontrar mais negros professores do que no Brasil. Lá eles são mais racistas, ou eram mais racistas, mas como explicar tudo isso?

120 anos de abolição. Por que não houve uma certa mobilidade social para os negros chegarem lá? Há duas explicações: ou você diz que ele é geneticamente menos inteligente, o que seria uma explicação racista, ou encontra explicação na sociedade. Quer dizer que se bloqueou a sua mobilidade. E isso passa por questão de preconceito, de discriminação racial. Não há como explicar isso. Se você entender que os imigrantes japoneses chegaram, nós comemoramos 100 anos recentemente da sua vinda, eles tiveram uma certa mobilidade. Os coreanos também ocupam um lugar na sociedade. Mas os negros já estão a 120 anos da abolição. Então tem uma explicação. Daí a necessidade de se mudar o quadro. Ou nós mantemos o quadro, porque se não mudamos estamos racializando o Brasil, ou a gente mantém a situação para mostrar que não somos racistas. Porque a explicação é essa, se mexer, somos racistas e estamos racializando. Então vamos deixar as coisas do jeito que estão. Esse é o dilema da sociedade.

Mais aqui.

Pagão pediu para Chico incluir Canhoteiro

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No encarte de um CD do Chico Buarque de 1989, relançado esta semana por uma coleção já comentada aqui, há um comentário sobre a música "O futebol" (veja o vídeo abaixo), em que o compositor, fanático pelo esporte, homenageia seus jogadores mais admirados. E Paulo César de Araújo, o Pagão, célebre centroavante do Santos nos anos 1950, logo que Pelé chegou à Vila Belmiro, é chamado de "O ídolo do ídolo", ou seja, aquele que Chico gostaria de ter sido. A admiração é tanta que, quando o ex-jogador visitou a sede do Polytheama, time criado pelo cantor carioca (foto acima), este pediu uma camisa autografada e, recentemente, confessou que ainda vigia a empregada para que ela nunca lave o "troféu". Sempre que assina súmula jogando pelo Polytheama, Chico escreve "Pagão".

Antes de Mengálvio e Coutinho chegarem à Vila, a fantástica linha de ataque do Santos em 1958: Dorval, Jair Rosa Pinto, Pagão, Pelé e Pepe (143 gols em 38 jogos pelo Campeonato Paulista)

"Ele me contou que o principal jogador no seu time de futebol de botão tinha o meu nome. Isso me deixou muito emocionado", disse Pagão ao Jornal do Brasil, quando o disco com a homenagem foi lançado. Antes de gravar "O futebol" em estúdio, Chico enviou uma gravação caseira para o ex-craque. Até aquele momento, a letra citava apenas os nomes dos ex-botafoguenses Mané (Garrincha) e Didi, e dos ex-santistas Pagão e Pelé. Foi então que, para completar a linha de ataque imaginária, Pagão sugeriu que o compositor incluísse o ponta-esquerda Canhoteiro, que brilhou no São Paulo. "Esse ataque nunca jogou junto. Mas, se tivesse jogado, teria sido arrasador", arriscou Pagão, que faleceria dois anos depois, em 1991. Vai daí, os últimos versos da canção ficaram sendo:

Para Mané para Didi para Mané
Mané para Didi para Mané para Didi
Para Pagão para Pelé e Canhoteiro


Pagão foi um centroavante rápido, de dribles curtos, muito habilidoso e objetivo. Fez 159 gols em 345 jogos pelo Santos (foto à direita), entre 1955 e 1963. Depois transferiu-se para o São Paulo, onde marcou 14 vezes em 59 partidas, até 1966, quando encerrou a carreira, aos 32 anos. Curiosamente, esteve presente em um dos momentos mais folclóricos envolvendo os dois clubes, em 14 de agosto 1963, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista. Quando a partida estava empatada em 1 a 1, o juiz Armando Marques expulsou o santista Coutinho e, logo em seguida, Pelé, por reclamação. O São Paulo ampliou para 4 a 1 (o último gol foi justamente de Pagão) e, diante da possibilidade de um placar ainda mais elástico, três jogadores do Santos simularam contusão e deixaram o campo, obrigando Marques a encerrar a partida aos 11 minutos do segundo tempo. O jogo ficaria conhecido como "San-São do cai-cai".

"Eu me achava muito parecido com o Pagão. Eu limpava o lance. O Pagão era mestre, fácil. Saía com toque de bola rápido." - Washington Cardoso Salvador, o saudoso Vavá, em nosso Post 1000.

sexta-feira, novembro 19, 2010

Ela foi votar, mamãe!

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O Partido Socialista Catalão (PSC) despertou a ira dos setores conservadores espanhóis com um comercial em que uma mulher aparenta ter um orgasmo ao depositar a cédula com seu voto na urna (veja vídeo abaixo). Nesse contexto, a expressão "boca de urna" ganha nova - e indecorosa - conotação...

Três porquinhos de Dilma têm 2 são-paulinos e um botafoguense

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Dilma Rousseff agradeceu, na manhã desta sexta-feira (19), a três figuras-chave do PT em sua campanha. José Eduardo Dutra, presidente nacional da legenda, José Eduardo Cardozo, secretário-geral do partido, e Antonio Palocci foram chamados de "três porquinhos" pela presidente eleita.

Sem qualquer coloração de time de futebol, a alusão ao trio foi a forma mais carinhosa que ela parece ter formulado para se referir às figuras que permanecerm mais próximas a ela durante a campanha. Com isso, ela já descarta a possibilidade de ser o Lobo Mau nessa história. Poderia ter recorrido a outros trios consagrados em fábulas, contos de fada ou histórias clássicas da literatura, como "três mosqueteiros", quiçá arvorando-se ao posto de d'Artagnan.

Se fosse em termos futebolísticos, haveria uma crise no governo. Dutra é botafoguense doente. Nascido em Caratinga (MG), estudou no Rio de Janeiro e fez sua carreira política em Sergipe. Torce tanto que, em dia de jogo, larga mão de qualquer pudor e se comporta, no Twitter, por exemplo, como um apaixonado. Responde a outros amantes do futebol, a ponto de só faltar xingar o juiz.

Antonio Palocci é são-paulino. Natural de Ribeirão Preto (SP), é o homem forte da transição. Quem confirma é o jornalista Vitor Nuzzi com suas fontes no Palácio do Planalto sobre times para que torcem os titulares da Esplanada dos Ministérios.

O mesmo Tricolor paulista é o time de predileção de José Eduardo Cardozo, deputado federal. Ele próprio já revelou a condição à imprensa, embora não exercite a condição com frequência (pelo menos não com seus assessores, que não sabiam da questão). Mas há quem diga que ele seja, sim, fanático.

Não chega a ser uma gafe da parte de Dilma, porque a conotação foi toda outra. Para quem torce para o Internacional, mas também gosta do Atlético Mineiro, não é tão grave.

Palmeirenses em baixa?
Fosse destinado a Ricardo Berzoini, deputado federal e ex-presidente nacional do PT, a Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, a Carlos Gabas, titular da pasta da Previdência Social, o termo viria mais a calhar. Os três são torcedores do Palmeiras.

Isso sem falar em outras figuras do universo político, como José Serra (PSDB), candidato derrotado à Presidência, Soninha Francine (PPS), coordenadora de campanha do tucano, e Aldo Rebelo (PCdoB), deputado federal e comunista mais querido pelos ruralistas.

Em tempo
Sem qualquer conotação futebolística, Cardozo escalou o time de porquinhos de Dilma. Ele é o Cícero, o da casinha de palha. Dutra é Heitor, o da residência de madeira. Palocci, o Prático, preocupado com os fundamentos da casa própria. Segundo consta, o apelido decorre da semelhança entre as barrigas e de como cada um funcionava dentro da coordenação da campanha.

Não houve contestação. O Lobo Mau tampouco foi apontado.


Incentivo para continuar bebendo

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Nos tempos da famigerada (e fracassada) Lei Seca nos Estados Unidos, um grupo de mulheres posa sob um cartaz que alerta: "Lábios que tocam o álcool não tocarão os nossos (lábios)". Pela cara das cidadãs, muito ianque manguaça deve ter se animado a aumentar consideravelmente o consumo clandestino...

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Bêbado no ônibus: Um firme pudim de cana

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Dia de jogo do Corinthians no Pacaembu. O jogo já havia começado, o que garante uma quarta-feira de pouco movimento dentro do ônibus. Melhor para um casal na faixa dos 50 que permanece sentado do Centro da cidade até o cruzamento da rua da Consolação com a Paulista.

A importância da acomodação em local seguro só poderia ser percebida depois. Para desembarcar na parada do Hospital das Clínicas, o homem avisa a esposa que o desembarque deles é no próximo ponto. Ele se prepara para se levantar.

É só aí que se nota em seu colo uma garrafinha pet de cachaça de meio litro. Com uma das mãos ocupadas, ele agarra-se com a outra às barras do veículo para manter-se em pé. Mesmo sem solidez alguma, ele não deixa de ajudar sua senhora a se erguer. Ela também tinha sua garrafa no colo. Mas ao contrário dele, abandona-a, já vazia, no banco. Com auxílio daquele braço firme do esposo e companheiro de boteco, também se posta e caminha em direção à porta.

O equilíbrio é dificultado pela sinuosidade natural do trecho. Descidas em curva são a diversão de motoristas desejosos por encurtar a viagem.

O casal chega à porta, com o ônibus ainda em alta velocidade. A mulher quase perde o equilíbrio e faz menção de se aproximar de outra das barras internas de apoio para quem viaja de pé. O marido, com reflexos levemente embargados, tem a nítida impressão de que ela tensiona voltar a se sentar, e adverte:

– Não senta de novo, porque já é o próximo.

A mulher não responde, como que para economizar energias preciosas, consumidas na manutenção do corpo sobre dois pequenos e frágeis apoios sobre o piso. Balançam a cada saculejo do veículo, seguram-se como podem.

Finalmente chega-se à parada. O ônibus para. Mas os dois continuam balançando por alguns instantes, possivelmente indicando que o mundo continuava a se mexer para eles. Com a confiança dos que querem um chão estático, eles deixam o veículo, trocando palavras de incentivo:

– Vai, mulher!

– Vamô, homem!

Sãos e salvos em terra firme eles seguem passo a passo até a faixa de segurança. Não há bares ao alcance da vista.

O coletivo segue viagem, permitindo que os passageiros, que a tudo assistiam, passassem da contemplação silenciosa à galhofa maledicente e às risadinhas sobre desgraça alheia. O cobrador adere:

– Cada uma que me aparece. É mole?

A passageira que passa a catraca dirime a dúvida no ar:

– Firme não é... São dois pudins de pinga, ora.

O cobrador não discorda.

Que fique claro: na foto, o pudim está de um lado, a cachaça de outro

Da série bêbados no ônibus:

quinta-feira, novembro 18, 2010

Deu o verde-limão-siciliano

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O Palmeiras venceu o Goiás na primeira partida da semifinal da Copa Sul-Americana. Com o resultado de 1 a 0 no Serra Dourada, o time paulista pode empatar na próxima partida, quarta-feira, que ainda garante a vaga. De camisa verde-limão-siciliano, os visitantes passaram pelo alviverde do Centro-Oeste, que amarga um rebaixamento quase certo no campeonato brasileiro.

Marcos Assunção marcou seu quarto gol na competição. Ao contrário dos outros três, não foi de falta. A exemplo dos anteriores, foi de fora da área. Um chutaço de longe, no alto, sem chances para o adiantado goleiro Harlei.



O jogo foi morno, até chato. Sem grandes oportunidades nem possibilidades de praticar o futebol. Enquanto Kléber e Luan e Lincoln cavavam faltas no campo ofensivo para o volante palmeirense chutar a gol, o Goiás apostava em alçar bolas para a área de Deola em escanteios e faltas.

O excesso de faltas dos goianos – quiçá inspirados pelo Sandro Goiano – favoreceu a esse tipo de estratégia.

Tinga não é o meia que o Palmeiras precisa (só de vez em quando) e Lincoln rende pouco isolado. Sem Valdívia em forma, sobram poucas opções no elenco. O Palmeiras conseguiu emplacar duas jogadas de contra-ataques durante os 90 minutos.

Rafael Moura rendeu pouco pelo time goiano. O mesmo pode ser dito dos homens de frente do time visitante.

Até bate um pouco de pena de ver Kleber em campo. Ele corre, tromba, mas não tem muito de onde esperar uma bola nem para onde encaminhar a rendonda. Resultado: ele também rende pouco, apesar das trombadas e da correria.

Não é a toa que o atacante tem 10 gols desde que voltou, o mesmo número de tentos conferidos por Marcos Assunção.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Messi resolve

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O Brasil x Argentina desta quarta-feira foi um jogo legal de ver. O time de amarelo começou bem, marcando a saída de bola e encurralou os Hermanos a maior parte do primeiro tempo. Rolaram algumas chances de gol, a melhor delas na bomba de Daniel Alves no travessão. O passe foi de Ronaldinho Gaúcho que jogou centralizado, como meia de ligação, e foi bem. Os argentinos levavam perigo no contra-ataque, especialmente quando a bola caia com Lionel Messi.

No segundo tempo, a Argentina adiantou um pouco a marcação e conseguiu sair mais. A partir daí, a formação com três volantes – mesmo que todos eles saibam jogar com a bola no pé – se mostrou insuficiente para encontrar opções e o meio-campo recuou demais.

Na verdade, mesmo no primeiro tempo o time sentiu falta de penetração na área. Talvez fosse a ausência de um centroavante, talvez a noite pouco inspirada de Robinho. Neymar foi bem no que deu, mas pegou a bola isolado na frente muitas vezes e brigar com zagueiros não é a dele.

O jogo caminhava para um 0 a 0 quando o recém entrado Douglas perdeu a bola no meio campo e ela sobrou para Messi – o lance rendeu uma merecida ofensa do técnico, que pode ser ouvido logo no comecinho do vídeo abaixo. Ele tabelou com um companheiro, passou pela defesa e meteu no cantinho de Victor. O maior craque presente em campo resolveu.

O jogo serviu para três coisas para Mano Menezes. Primeiro e menos importante, ver como os jogadores encaram um jogo contra um rival tradicional. Sem problemas aqui, creio. A segunda era testar Gaúcho e Douglas na função de Paulo Henrique Ganso. O ex-gremista foi bem, o atual nem tanto.

Por fim, testar essa nova formação, com o losango no meio e sem centroavante fixo. Aqui, não rolou muito bem, pelos motivos expostos acima. A mudança deu a entender que Mano não achou ainda opção para Alexandre Pato no ataque. André, pelo jeito, não goza ainda da confiança plena do comandante. Será que não poderia ser Nilmar?

Elucubrações de bar

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Quem nasceu para Ronaldinho Gaúcho não chega a Lionel Messi.

Pela lei do menor esforço

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Sendo na Jamaica, a moleza e a vontade de dar risada devem ser ainda maiores...

Orquídea sofre com "macumba de flamenguista"

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A terça-feira após feriado, um dia de trabalho normal, leva ao fim do expediente com um inusitado bom humor. É o caso, avalio com meus botões, de comparecer com flores lá em casa, aproveitar o momento pós-eleitoral em que o mundo é melhor e mais bonito do que quando havia campanha.

Foto: Jardineiro.net

Para isso, faz-se necessário um desvio no caminho, de modo a alcançar, por meio de uma troca de ônibus, as barraquinhas de flores da avenida Doutor Arnaldo. A análise pormenorizada das variedades levou-me à irrevogável escolha de um dendrobium, que veio da China.

Compra feita, de volta ao ponto, bastava eu escolher qualquer coletivo que percorresse a rua Cardeal Arcoverde.

De vasinho na mão, equilibrista, tomo o primeiro que passa com esse itinerário. Como quem embarca primeiro é a tal flor, é inevitável virar o centro dos olhares no busão, mas isso logo mudaria.

O ônibus encaminhava-se, da pista da direita, para conversão à esquerda, para migrar da avenida para a rua supracitadas. Um carro preto, de montadora japonesa, decidiu que poderia seguir reto a partir da pista da esquerda, exclusiva para quem vai virar. A colisão, leve, é inevitável.

Os veículos param e instala-se uma pequena conferência entre a motorista do veículo de passeio, o piloto do coletivo e seu respectivo cobrador. Um princípio de engarrafamento se instala na via.

Os passageiros, alijados de acompanhar os trâmites e sem poder desembarcar, acham ruim. Começam por xingar a motorista, praguejar máximas machistas sobre os malefícios de as mulheres ocuparem o volante de veículos automotores, lamentam o desaparecimento de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), e por aí vai.

A sensatez não passa por perto, quando veio o diagnóstico definitivo:

– Isso é macumba de flamenguista!

O vascaíno, nascido no estado do Pará, via no cenário uma clara ação de algum rival, em trabalho metafísico, para prejudicar sua existência.

– A essa hora eu podia estar em casa... Só pode ser macumba – reforçou, apesar de não terem se completado cinco minutos desde que a colisão havia ocorrido.

Desconsolado, o vascaíno percorre o ônibus com o olhar, para tentar puxar mais assunto, um interlocutor qualquer que fosse. Encontrou o dendrobium:

– É pra sua dona a flor?

Diante da resposta afirmativa, ele prevê tudo:

– Pô, o cara vai chegar em casa com a flor e a mulher vai achar que ele trouxe de presente pra desfazer alguma que fez... Ela vai dizer: 'trouxe flor porque tava na gandaia, ô desgraçado!"

A profecia não se confirmaria e sequer tinha base na realidade. Mas a engenhosidade da piada desperta a curiosidade de outros passageiros. Um explica que tinha uma irmã que colecionava orquídeas, explicando ter 60 espécimes, pelo menos 15 dendrobiuns, como os que eu carregava.

Animado, o manguaça ainda defenderia, com pouco entusiasmo, que os passageiros buscassem um barzinho para continuar a conversa, talvez mudando de ideia sobre a origem da mazela.

O tema da palestra consumiu mais uns minutos, até se esgotar. O tempo passava e nada de motorista e cobrador voltarem. Quando o silêncio se refez dentro do ônibus, o mesmo vascaíno me olhou nos olhos e novamente se solidarizou definitivamente:

– E a orquídea é que sofre...

Passados 15 minutos, o ônibus seguiu seu trajeto. A orquídea sobreviveu e passa bem.

Som na caixa, manguaça! - Volume 61

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TIOZÃO DE BAR
(Érika Machado/ Cecilia Silveira)

Érika Machado

Tive tempo pra desenvolver
Incríveis qualidades
Fui funcionário do mês
Campeão de xadrez
Tanta gentileza até me fez perder freguês

Quando ninguém mais está por perto
Exercito habilidades
Com os canudinhos do bar
Faço esculturas pra quê
Pra bater o recorde de espera por você

Não me preparo para o que vem vindo
Segunda-feira é a mesma coisa que domingo
Sempre colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

Tive até vontade de pular de pára-quedas
Mas fiquei com medo de morrer
Meu escritório é o bar
Minha razão pra viver
E eu ainda tenho tantas latas pra beber

Eu me preparo assim desta maneira
A mesa o copo o isopor e a saideira
Estou colado aqui nesta cadeira
Tão só, tão só, tão só, tão só

(Do CD "Bem me quer mal me quer", Tratore, 2009)

O verdadeiro mapa das eleições 2010

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Este mapa foi divulgado no Blog do Escrevinhador. Achei oportuno, por toda a discussão que houve em torno da "divisão" do Brasil entre eleitores de Dilma e Serra e que ainda precisa ser melhor compreendida. Foi elaborado pelo ilustrador Bruno Barros.

Nele as cores dos estados são nuançadas conforme o percentual de vermelho (votos em Dilma) e azul (votos em Serra). É interessante notar que praticamente não há diferença de tonalidade entre Mato Grosso e Pará, por exemplo. Ao mesmo tempo que as regiões onde o azul realmente predomina não são em estados tidos como emblemas do "desenvolvimento" e do Brasil "rico e educado", mas sim dois estados amazônicos e majoritariamente rurais, que são Acre e Roraima.


terça-feira, novembro 16, 2010

Washington, aprenda o que é um gol perdido

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Antes de reclamar que o centroavante do seu time perde gols, veja esse cidadão aí embaixo no jogo válido pelas quartas de final dos Jogos Asiáticos, entre Uzbequistão e Catar. Fahad Khalfan perde o tento e sua seleção perde a partida na prorrogação para os usbeques. O tricolor Washington perde para ele também.



(Via Twitter do @charlesnisz)

Mortes em rodovias no feriado: a culpa é do Lula

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A campanha de esgoto que o tucano José Serra fez este ano, nas eleições presidenciais, conseguiu trazer para os holofotes os setores mais atrasados, conservadores e extremistas da sociedade brasileira e acentuou à tensão máxima o ódio, o preconceito e a divisão raivosa entre nós. Como nunca antes na História desse país, a xenofobia entre compatriotas esteve tão explícita, orgulhosa e falando em tão alto e bom som.

Depois do revelador manifesto "São Paulo para os paulistas", que diz muito sobre o PSDB perpetuar-se no Palácio dos Bandeirantes desde 1995 (ou desde 1983, considerando que é praticamente o mesmo grupo que chegou ao poder com Franco Montoro), presenciamos a lamentável sequência de barbaridades no Twitter e a escalada oficial do preconceito em plena mídia de informação.

O mais recente (e triste) exemplo vem de Santa Catarina. No jornal da RBS, retransmissora da TV Globo no Sul do país, o comentarista Luiz Carlos Prates afirmou, sobre a alta incidência de mortes nas estradas no feriadão que se estendeu até segunda-feira (grifos nossos): "Antes de mais nada, a popularização do automóvel. Hoje, qualquer miserável tem um carro. O sujeito jamais leu um livro, mora apertado numa gaiola que hoje chamam de apartamento, não tem nenhuma qualidade vida, mas tem um carro na garagem".

Depois de dizer que o tal "miserável" ainda tem problemas matrimoniais e por isso desconta suas frustrações abusando da velocidade no trânsito, o comentarista volta à carga: "Popularização do automóvel, resultado deste governo espúrio, que popularizou pelo crédito fácil o carro para quem nunca tinha lido um livro. É isso".

Ou seja, o Lula é culpado por ter distribuído renda e dado o direito ao consumo e ao lazer aos "miseráveis analfabetos", culpados por todo e qualquer acidente de automóvel. Pelo o que dá a entender, os ricos, esses iluminados, nunca morrem nem matam ninguém no trânsito. Será?

Parabéns, José Serra. Colha com prazer o que você semeou:



Ps.: É sintomático que os lamentáveis comentários tenham vindo de Santa Catarina, estado que, a exemplo de São Paulo ("dos paulistas"), de Minas Gerais e do Paraná, também elegeu governador do PSDB. Vejam aí mais um exemplo da xenofobia que a campanha repulsiva dos tucanos fez emergir:

segunda-feira, novembro 15, 2010

Um lance normal de jogo

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Só complementando:


É isso o que eu vou fazer com quem topar fazer uma reconstituição do lance, eu no papel do Gil e o desafiante no papel de Ronaldo. Vou até fechar o olho para ser mais verossímil.

Corinthians vence “semifinal” e é líder

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Até aqui, quem vaticinou a verdade foi o Marcão “Diná”: “o Corinthians deve pavimentar seu caminho ao título com vitória sobre o Cruzeiro” e “No outro jogo, o Fluminense tem tudo pra vencer o Goiás em casa. Mas aí sim eu acho que pode dar zebra. Tratando-se do Goiás, nunca se sabe...”. Mas não há absolutamente nada decidido. Ainda creio na capacidade do Fluminense de avançar e não aposto uma pataca no empenho de São Paulo e Palmeiras para vencê-lo. Cruzeiro também não está morto, embora bastante ferido.

Não vi o jogo, confesso. Estou aqui no Rio, onde só estava passando o embate aviário mineiro-carioca. Vi apenas o obviamente polêmico pênalti marcado sobre Ronaldo e o gol do próprio. Digo obviamente polêmico não porque haja alguma dúvida quanto a ter sido ou não pênalti, mas porque qualquer pênalti marcado a favor do Corinthians neste jogo seria alvo de polêmica. Acaba parecendo mais importante que o jogo, o avanço do Corinthians, seu desempenho.

Uma falta como essa feita sobre Ronaldo, se fosse no círculo central, seria marcada sem maiores discussões: um jogador vai receber uma bola alta e o marcador – sem qualquer possibilidade de alcançar a bola, já que o seu adversário está de costas para ele recebendo a bola de frente – chega como uma vaca louca e lhe dá um encontrão por trás (atenção: por trás), impedindo-o de dominar a bola ou mesmo de se manter em pé. Esse papo de “jogada normal” na área, que “é falta mas ninguém nunca marca”, é um equívoco. Normal é uma disputa de bola com o corpo, coisa que o gordo Ronaldo faz o tempo todo, às vezes se dando bem, outras não. Neste caso, não havia qualquer disputa de bola, já que a bola estava totalmente fora de alcance para o marcador.

Ainda ouço comentários de que o zagueiro cruzeirense Gil “foi burro”, o que não vou discutir no mérito, mas apenas evocar como mais um argumento a esmorecer a discussão. Se foi burro é porque fez o que não devia: uma movimentação bisonha dentro da área, difícil de explicar aos colegas, e que termina atropelando o atacante adversário. Aos que ainda têm dúvida, eu gostaria de propor uma reconstituição da cena, na qual eu faria o papel do zagueiro cruzeirense: o Tomé receberá uma bola alta de costas para o gol e eu vou fazer um lance “normal” nele do jeitinho que o cruzeirense fez no Ronaldo.



Mas que falem. O Corinthians agora depende de si mesmo e passou bem pelos dois maiores desafios das últimas cinco rodadas. Mas, repito, nada está ganho. Tudo pode acontecer nessas três rodadas finais e não existe nenhum favoritismo. Dificilmente o Corinthians ganhará os três jogos, o que abre margem para que seja ultrapassado por Fluminense ou Cruzeiro. Bola no chão e vamos em frente.