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Uma das cervejas típicas de Bruges |
Há cerca de seis anos, quando fizemos uma parceria para reproduzir aqui no blog o conteúdo do site português
Cervejas do Mundo (o que temos feito desde então na série
Tipos de Cerveja), publicamos
uma entrevista com o responsável por aquele portal de informações, Bruno Aquino, em que ele revelou: "O meu interesse por cervejas começou quase por acaso, numa viagem que fiz há alguns anos com a minha namorada à Bélgica. Lá, pude me aperceber das variedades e subtilezas que uma cerveja pode atingir". Mais tarde, ao celebrarmos nova parceria, dessa vez com o
chef de cozinha Marcos Xinef, ele escreveu em sua primeira postagem sobre a cidade belga de Bruges, "cheia de mosteiros e vielas, cortada por rios, o que lhe rendeu o apelido de 'Veneza do Norte'. Em um cenário de paz, harmonia e beleza, sua característica principal são as mais de 400 marcas de cervejas, a maior parte fabricadas de forma artesanal, dando vários sabores e aromas a essa bebida tão famosa e consumida no mundo".
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Degustação: infinidade de cervejas belgas |
Vai daí, botei uma ideia na cachola: precisava conhecer a Bélgica - e, lógico, suas cervejas. A oportunidade veio agora, há quatro meses, quando pude passar 20 dias na Europa. Depois de sair da França de trem, pelo Norte, a primeira parada foi justamente em Bruges. Indescritível. Como bem destacou o xará Xinef, tanto pela beleza secular quanto pela infinidade de cervejas industriais e artesanais. Logo na chegada, me aboletei numa cervejaria da Duvel que funciona no segundo andar do centro de informações turísticas, na praça central. Minha sensação foi a de uma criança numa loja de doces, sem saber o que provar primeiro. Lá, provei a
Brugge Tripel, especialidade local. Depois, percorri vários bares e pubs, experimentando todo tipo e marca de cerveja, e visitei a fábrica
De Haalve Maan (O Homem da Lua), onde provei a
Brugge Zot, outra exclusividade local, e versões da
Straffe Hendrik, muito elogiada por cervejeiros.
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Provando 'a melhor cerveja do mundo' |
Enfim, é um universo a ser descoberto, não dá pra resumir num post tudo o que vi, provei e saboreei. Vale destacar que, indo a Bruges, eu não poderia deixar de provar a
Westvleteren, considerada por muitos como a melhor cerveja do mundo. O único pub da cidade onde ela é servida (e nem sempre) fica no meio de um minúsculo beco, onde a imensa maioria dos turistas nem cogita adentrar. É uma espécie de templo para cervejeiros, frequentado por poucos. Tudo muito simples e rústico. Quando pedi a tal cerveja, o garçom olhou sério, meio que surpreso pela "heresia" da pronúncia do "santo nome" em vão, e explicou que havia poucas garrafas, que a produção era escassa, que a casa evitava vender todo o estoque etc. Como eu disse que tinha viajado do Brasil até lá só para provar a dita cuja, capitulou. Por 15 euros (cerca de 45 reais), provei uma garrafinha "sagrada". Excelente. Gosto amargo, meio caramelado, diferente. Para um cervejeiro, uma experiência mística.
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Cerveja Kwak e seu suporte especial |
Depois de Bruges, a próxima parada foi a capital Bruxelas. Outra "perdição" para quem gosta do "
suco de cevadis". Tem de tudo - e tudo é muito bom! Me lembro, de relance, da Kwak, Carolus, Jupiler, Liefmans, Rochefort, Bofferding, Tongerlo, Charles Quint e de uma infinidade de garrafinhas que comprava pra beber em casa, que já não lembro os nomes senão as das mais conhecidas, Vedett e Duvel. Tem um pub na esquina em frente ao
Manneken Pis (a famosa estatueta do menininho mijando, ponto obrigatório de visitação em Bruxelas) onde "passeei" por quase todo o cardápio de cervejas. Lá, as pessoas pedem pelo tipo de cerveja, em vez da marca:
pilsens (como a Jupiler e a Stella Artois),
trapistas (Chimay, Orval, Westmalle),
abbeys (Maredsous, Grimbergen),
whites (Hoegaarden, Blanche de Bruges, Extra White),
gueuzes e
krieks (Cantillon, Oud Beersel, Girardin) ou
specials (Kwak, Bush, Malheur).
Fica aqui a sugestão, para os cervejeiros, de inclusão obrigatória da Bélgica no roteiro de viagem. Mas alerto que, na volta, engolir essas coisas vendidas nos butecos brasileiros com o nome de "cerveja" ficará bem mais difícil! Saúde! Ou, como brindam os belgas, santé!
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Carolus, no pub em Bruxelas |
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Liefmans e Maredsous |
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Straffe com quádruplo de malte |