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terça-feira, outubro 16, 2007

Ganhar pouco é bom para o trabalhador

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A manchete acima pode até ter seu grau de exagero, mas traduz a idéia da secretária estadual de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. Ela afirmou ontem (16) que não existe relação direta da qualidade do ensino com o salário dos professores.
A estultice foi pronunciada em resposta à reportagem da Folha de São Paulo, que mostrou que o governo tucano do estado mais rico da federação paga R$ 8,05 por hora ao docente em início de carreira, 39% menos que o Acre, que paga R$ 13,16. A posição de São Paulo é vergonhosa nesse ranking de salários: um reles oitavo lugar. Mas a situação do professor paulista é ainda pior se considerarmos o custo de vida. O educador paulista que trabalha 120 horas por mês tem uma remuneração mensal de R$ 966 e pode comprar 4,9 cestas básicas, e o do Acre recebe R$ 1.580 e compra 12,6. Uma diferença de 60%.
No entanto, para a secretária, "o quadro mostra, com clareza, que não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino, embora a questão salarial seja fundamental para valorização dos professores", justificando que Minas Gerais e Distrito Federal não estão entre os estados que pagam mais e, mesmo assim, estão entre os três melhores desempenhos da quarta série no exame do governo federal, o Saeb.
O sofisma da secretária é uma graça. Desconsidera que outros estados que pagam melhor têm desempenho igualmente bom na avaliação, ou seja, o argumento que vale lá, também vale cá. Mas omite, na prática, o dado que é o grande diferencial. Enquanto quase todos os estados tiveram um desempenho pior em comparação à avaliação anterior, Tocantins e Acre foram no sentido inverso e melhoraram na avaliação.
qual o segredo? Nos dois estados, foram tomadas inúmeras medidas, dentre elas, aumento de salário dos professores. No Tocantins, em quatro anos o salário subiu 40%. Já no estado do Acre, o salário-base dos professores com ensino superior foi elevado de de R$ 420 em 2001 para R$ 1.562 em 2007. Ambos também passaram por um processo de descentralização que envolveu professores, pais e alunos para participarem junto à gestão da escola. enquanto isso, São Paulo teve algumas das maiores quedas do país nas notas do Saeb no período 1995- 2005. Com uma política salarial para os professores bastante diferente daquela adotada por Tocantins e Acre. Será que essa receita dá certo, secretária?

quarta-feira, agosto 22, 2007

Educação e meritocracia

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Uma geração inteira de verdadeiros analfabetos funcionais é formada nos bancos das escolas estaduais de São Paulo desde que o PSDB, incluindo Mário Covas, o Santo, governa o estado. Um crime histórico de conseqüências funestas e já mensuráveis.

A sociedade de São Paulo, a mais reacionária, mesquinha e ignorante do Brasil, é a principal responsável por esse estado de coisas, pois não abre mão de governadores tucanos há mais de uma década. Parecendo ignorar a triste situação da educação no estado, a Folha de S. Paulo publica hoje um editorial intitulado “Mérito Coletivo”, que vem a ser um elogio ao “plano ambicioso para a educação pública” que tem sido divulgado esta semana, e que já foi objeto de “análise” entusiasmada do tucano-mor na imprensa paulista, o Gilberto Dimentein.

Entre as metas do “ambicioso” plano, destacam-se:
- políticas de corte de reprovação (como se isso significasse qualidade);
- alfabetização de “todas as crianças de oito anos”;
- a meritocracia.

O sistema meritocrático terá como base “uma avaliação de todas as 5.550 escolas” estaduais, que terão metas a cumprir, segundo a secretária de educação Maria Helena Guimarães de Castro. As escolas com melhor “evolução receberão uma remuneração adicional, a qual beneficiará o conjunto dos seus funcionários: diretor, supervisor, professores, pessoal administrativo”.

Em 1997, a secretária Rose Neubauer, que, nomeada por Mário Covas, iniciou o “revolucionário” "regime de progressão continuada", disse à época que o sistema “segue o que existe em países como os Estados Unidos e a Inglaterra". Dez anos depois, avalie uma pessoa hoje com 16, 17 ou 18 anos “educada” sob a escola de Neubauer para ver a tragédia geracional que tal sistema gestou. Vamos ver os resultados da meritocracia serrista.