Destaques

sábado, abril 10, 2010

Argentina garante Copa do Mundo na sala de aula

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Deu na Reuters. As escolas públicas argentinas vão garantir o direito humano de assitir aos jogos da Copa do Mundo de futebol de 2010. Os estudantes da rede vão acompanhar a participação da seleção comandada por Diego Armando Maradona, com direito a material didático preparado especialmente para o restante do dia.

Foto: Presidencia de la Nación Arg,
Segundo o ministro da Educação, Alberto Sileoni, os conteúdos para discussão de aspectos sociológicos, históricos e geográficos a partir do mundial foram discutidos com a Associação de Futebol Argentino (AFA).

"Tem um grande efeito pedagógico vê-lo (o jogo) na escola", declarou em entrevista à rádio Continental. "É uma festa que é preciso compartilhar com os amigos... Ver a partida na escola significa investir duas horas de aula, não ir (à escola) significa perder seis horas", calculou. Ele afirmou considerar que seria "contracultural" tratar o futebol como algo velado, escondido.

Então, para los pibes que esperavam matar o dia todo de aula, a má notícia é que, antes e depois, não vão poder ficar para casa. Para os professores, a notícia é que não vão poder ir ao bar – ou, se for em Buenos Aires e se você for turista, a um café. A boa notícia é que o dia vai se converter numa verdadeira mesa redonda de futebol.

Detalhe, a estreia argetina é sábado (os outros jogos são quinta e terça-feira). O que ele tem de esclarecer é se em pleno final de semana alguém espera reunir os maradoninhas no estabelecimento de ensino?


Futebol como direito humano
Em 2009, a presidente argentina Cristina Kirchner encampou uma briga boa com os grandes meios de comunicação do país. Mudou a lei de rádiodifusão e retomou o controle público sobre os direitos de transmissão de partidas do ludopédio. Antes, tudo ficava com as TVs a cabo e nada nas redes abertas. Para promover a felicidade geral do povo, caso a detentora dos direitos de transmissão se recusar a pôr o jogo no ar de graça, outras emissoras podem fazê-lo, desde que arquem com os custos estabelecidos pelas entidades esportivas.


Torcida canarinho
No Brasil, o Portal do Professor do Ministério da Educação traz um plano de aula para aproveitar o gancho, mas recomenda a leitura da revista Placar em vez de lincar, por exemplo, o Futepoca. E para por aí.

Em 2009, sem explicar bem por que, o site do MEC sugere que as trasmissões da Copa deste ano terão obrigatoriamente de contar com legendas para pessoas surdas – closed caption. Um decreto (5.296) de 2004 estabelece normas de acessibilidade e, por algum motivo que não é explicado na nota, isso vai valer para a Copa. Pelo menos a acessibilidade para esse público está garantida.

sexta-feira, abril 09, 2010

Uma greve mais do que justa

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Quando morei na Irlanda, uma das cervejas que eu mais apreciava era a dinamarquesa Carlsberg. Pois hoje leio que centenas de funcionários de sua fábrica, em Copenhague (na foto, a fachada), entraram em greve por causa da proibição de beber cerveja na hora do trabalho. Nada mais justo! A direção da empresa restringiu a cerveja apenas para a hora do almoço (a piada pronta é que as novas regras entraram em vigor no dia 1º de abril). Antes dessa medida arbitrária, existiam várias geladeiras com garrafas de cerveja espalhadas pela fábrica e os manguaças podiam se fartar à vontade - com a única condição de que não ficassem bêbados.

"Cabia a cada um ser responsável", observou Jens Bekke, porta-voz da Carlsberg. Novamente, nada mais justo! De acordo com o porta-voz, 800 funcionários não trabalharam na quarta-feira e 250 na quinta-feira. Os motoristas da Carlsberg aderiram à greve em apoio aos funcionários da fábrica, ainda que, pelas novas regras, continuem a ter direito a retirar diariamente três garrafas de cerveja da cantina (segundo o porta-voz, há um cadeado na ignição dos caminhões que impede que os motoristas dirijam embriagados). Quero dizer duas coisas: 1) os grevistas estão corretíssimos, pois, se aceitarem beber cerveja só na hora do almoço, daqui a pouco, nem isso; 2) alguém sabe onde dão aulas de dinamarquês aqui em São Paulo e se, por algum acaso, a Carlsberg está precisando de assessor de imprensa?

Melhor ficar em casa

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Já há algum tempo venho destacando aqui o movimento silencioso que, aos poucos, vai cercando, vigiando, policiando, proibindo e destruindo o nosso fórum mais adequado: o bar. Aqui em São Paulo, além de não poder mais fumar em paz nas mesas dos butecos, estamos ameaçados de ter que pagar 20% de caixinha para o garçom e de ir embora pra casa à meia noite. É incongruente. A gente sai de casa exatamente para beber, fumar e voltar bem tarde - e, de preferência, gastando pouco. E agora vem outra ação anti-manguaça: acabar com o bate papo. Isso mesmo, querem extinguir qualquer som ambiente nos butecos. Já tem lugar onde, se você quer dançar ou curtir uma música, tem que ouvir num fone. Imagine um monte de gente dançando, cada um num ritmo, e o bar em completo silêncio. "É meio ridículo, olhando de fora", resumiu Vinicius Ferreira à Folha de S.Paulo. E o pior é que, com os ouvidos ocupados, fica impossível conversar. Pois é, já não podemos fumar, conversar ou esticar além da meia noite. Repito: só falta proibir a venda de bebida alcoólica no bar. Ou, como diria o De Massad, "não dá ideia".

quinta-feira, abril 08, 2010

Por candidatura, Ciro Gomes apela ao futebol e às metáforas

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Preocupado com a movimentação de lideranças do PSB para por freio sua pré-candidatura à Presidência da República, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) lançou mão do futebol para convencer seus pares. Em artigo publicado em seu site, na quarta-feira, 7, ele defende seu plano de concorrer ao Planalto, contrariando as intenções do PT e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Lula, aliás, Ciro é só elogios. Tanto que aderiu às metáforas com a vida e com o ludopédio. "É o grande momento também para o PSB pensar grande e disputar um lugar entre os quatro principais partidos do país", avisa.

Ciro Gomes/Flickr
 Ciro nos bastidores do programa "Falando Francamente", produzido
pela representação do governador do Paraná em Brasília

Às comparações.

Com as fases da vida:
Como um adolescente que está se tornando adulto, é a hora de decidir se quer ser gente grande ou continuar pequeno, dependente de outros partidos, que, por mais aliados que sejam, não são o PSB.

É a hora em que se separam os homens dos meninos, as mocinhas das moças feitas. E o melhor é essa percepção de que o diferente não é igual.

Com uma multidão:
[É hora de] decidir se nos mostramos ao Brasil como uma força nova, coesa, com discurso afinado e gente decente disposta a melhorar o Brasil, ou se seremos apenas mais um dos partidos que se acotovelam em alianças pautadas pela mera distribuição de cargos e favores.

A afirmação vai ao encontro das críticas à aliança com "frouxidão moral" entre PT e PMDB e a estratégia de dois candidatos da base governista. Nada de novo no conteúdo, só na forma.

Com futebol:
A tese que defendo é que time que não joga não forma torcida. Mesmo que tome de goleada. Está aí o exemplo no futebol. Equipes hoje grandes tiveram inícios medonhos. Times hoje consagrados tiveram fases terríveis, como Corinthians e Botafogo, que levaram 21 anos sem títulos, mas vendo a torcida crescer apaixonadamente. Já pensaram se o Corinthians em vez de insistir tivesse resolvido virar o time B do Palmeiras?
Já pensou? Nem pensar. Em tempo: o jejum de títulos do Corinthians durou de 1954 a 1977, 23 anos, portanto. O do Botafogo foi de 1968 a 1989, de Zagallo a Zagallo. E o Palmeiras B só foi criado em 2000. Sobre os inícios medonhos de times hoje grandes, é curioso que não haja exemplo. Ciro correria sérios riscos de danos eleitorais se apontasse os casos. O país assistiria ao surgimento de uma corrente de torcedores contra Ciro.

Com o PSDB:
Para quem acha isso [o crescimento do PSB] impossível, basta comparar o que era o PSDB quando elegeu Fernando Henrique Cardoso, em 1994, o que era o PT quando elegeu Lula em 2002 e o que é o PSB hoje. Vocês podem não acreditar, mas a experiência administrativa do PSB hoje é maior ou equivalente do que era a do PSDB em 1994 e do que a do PT em 2002. Hoje, o PSB tem quatro governadores de estado, 333 prefeitos - sendo dois de capitais importantes como Belo Horizonte e Curitiba, e dois ministros de Estado. O PT, em 2002, tinha quatro governadores, 187 prefeitos e nenhum ministro. O PSDB em 1994 tinha apenas um governador de estado, que por coincidência era eu, e 998 prefeitos.

Detalhe: Ciro Gomes renunciou ao cargo de governador em 1994 para substituir Rubes Ricupero, depois do episódio do "que é bom a gente mostra". Então, nem isso os tucanos tinham.

Com Lula:
Não acho que seja correto com o povo brasileiro reduzir o debate eleitoral a uma disputa entre a turma do Lula - na qual me incluo - e a turma do FHC. Os problemas do Brasil são muito maiores e mais profundos do que um simples duelo entre PT e PSDB. Se eles não quiserem debater o Brasil, o PSB o fará, apresentando um projeto de desenvolvimento para o pais. Acredito nos que insistem e isso me aproxima muito do Presidente Lula, um exemplo vivo e atual de que a persistência no final vence.

Ah, os exemplos vivos.

Com o Lula de novo:
Na minha opinião, mesmo que o Presidente Lula apoie abertamente essa grande brasileira que é a Dilma Rousseff, ninguém, nem mesmo ele do alto de sua justa popularidade, pode substituir o poder de escolha, que pertence ao povo brasileiro. E para que nosso povo possa escolher bem, é preciso que haja opções. Até porque, assim, o eleitor poderá até descobrir que existe alguém mais parecido com o próprio Lula do que a candidata que o Lula diz que é.

A referência é, modestamente, estendida também a Marina Silva (PV-AC), além do próprio Ciro. No caso da neoverde, é com a história de vida. Na do socialista, à persistência e a felicidade trazida "a meus conterrâneos" quando foi prefeito de Fortaleza e governador do Ceará.

O Paulista além do G-4

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Definidas as semifinais do Paulista. O Santos, que venceu com seu time B o Sertãozinho por 4 a 2, pega o São Paulo, que derrotou o Santo André por 3 a 1. Já o Ramalhão vai pegar o Grêmio Prudente, invicto há nove jogos.

Agora seguirão as seções de prognósticos, falações e numseiquelá, numseiquelá, numseiquelá até chegarem os jogos, programados para o fim de semana. Bom, pelo menos agora não teremos que ouvir o presidente do São Paulo Juvenal Juvêncio reclamar de "conspiração" para que sua equipe não chegasse ao G-4 (e olha que tem jornal que dá isso no alto da página de edição de domingo...). Ainda mais depois de o Tricolor ter tido um gol em impedimento validado e o Santo André ter tido outro legal anulado na partida de ontem.

Com apenas dois times grandes que se enfrentarão nas semifinais, a atenção também se voltou para quem ficou de fora. O Corinthians, mesmo goleando o Rio Claro por 5 a 1, não contou com a ajuda do São Caetano, que foi derrotado pela equipe prudentina. Além da pressão óbvia que aumenta para a disputa da Libertadores, o time perde espaço importante de exposição e, depois da bacia de contratações feita no início do ano, complicado dizer que não era uma meta estar no G-4.

Se é consolo para os corintianos, o Palmeiras, como já dito aqui, teve um fim ainda mais melancólico. E se existia alguma coisa a ser decidida na partida contra o Paulista era a tabela de 2010. Como cada clube joga 19 partidas no campeonato, o fato de não ter ficado entre os dez primeiros faz com que o time jogue mais fora de casa do que dentro do Palestra em 2011. Não é nada, não é nada... é quase nada.

Mas a rodada terminou com um fato histórico. Pela primeira vez, todos os quatro clubes que subiram para a primeira divisão caíram no ano seguinte à sua promoção. Monte Azul, Rio Claro, Rio Branco e Sertãozinho mal tiveram o gostinho de jogar a Série A-1 e já retornam para a segunda. Já o campeonato de consolação, também chamado Torneio do Interior, terá Botafogo e Ponte Preta em uma semifinal, e São Caetano e Oeste na outra. A propósito, Botafogo e Oeste também conquistaram vaga na Série D do Brasileiro.

Outro fato curioso da noite foi a vitória do Ituano sobre a Lusa no Canindé (foto acima, do site da Portuguesa). Vencendo por 2 a 0, os resultados da rodada certamente desmotivaram a equipe da casa, que tomou a virada com dois gols de pentacampeões. Juninho Paulista, presidente e jogador, marcou o primeiro na sua despedida oficial da pelota, e Roque Júnior, tal qual um atacante, fez o terceiro e salvou a equipe de Itu do rebaixamento.  

quarta-feira, abril 07, 2010

Fim melancólico para o Palmeiras

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Contra o Paulista de Jundiaí, o Palmeiras se despediu de forma melancólica do campeonato estadual. Foi uma derrota por 3 a 1, em uma atuação fraca, em que a defesa continua a mostrar fragilidade. O Galo do Japi escapou do rebaixamento com dois gols de Felipe Azevedo e um de Samuel. Lincoln fez o de honra.

Depois de empatar com Mirassol e com Oeste por 1 a 1 e 0 a 0, foi hora de perder para se despedir e ficar lá na décima-primeira posição. Lá no meião, atrás do Oeste, da Ponte Preta, do São Caetano...

Não tem mais nada pra escrever, só reclamar. Então, deixa pra lá.

Mais um acidente nas obras da Linha 4 do Metrô

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Mais um acidente nas obras da bendita Linha 4 do metrô de São Paulo. Um guindaste de cerca de trinta metros de altura tombou na tarde de terça-feira, 6, e atingiu a calçada da Avenida Francisco Morato, na altura do nº 2.600, zona oeste da capital paulista. O acidente ocorreu no canteiro de obras da futura estação Morumbi do Metrô. Dessa vez, pelo menos, ninguém ficou ferido.

De acordo com matéria do Estadão, o guindaste, montado sobre um caminhão, içava materiais do fundo de um dos poços da estação quando adernou, segundo a assessoria do Metrô. “A força da queda foi suficiente para elevar o caminhão, que ficou perpendicular ao solo. A ponta do guindaste destruiu o muro da obra e avançou três metros sobre a calçada. O operador do guindaste quebrou o vidro traseiro da cabine e escapou sem nenhum ferimento.”

Esse é um dos vários acidentes ocorridos nas obras da Linha 4. O mais grave deles sem dúvida foi "o desabamento em um dos canteiros da futura Via Amarela do metrô, na Marginal Pinheiros, que matou sete pessoas e resultou na interdição de 55 imóveis nas imediações da cratera e na demolição de cinco deles", como relembrou este Futepoca aqui.

Antes dele, outras duas ocorrências vitimaram operários em obras da linha amarela, além de um vazamento de gás nas imediações da futura estação Pinheiros. E mais recentemente, em dezembro de 2009, outro trabalhador morreu em obras da estação Vila Prudente, na linha 2-Verde. Não é pouca coisa.

O caso atual é infinitamente menos grave que todos os outros. Mas produziu uma imagem interessante (crédito para Matheus de Oliveira Trigo/VC no G1). Não é todo dia que se vê um caminhão no ar. Curiosa também a pressa da matéria do Estadão em informar que “o acidente não atrasa o cronograma de obras da futura estação Morumbi, segundo o Metrô”. Bom, atrasado já está, apesar de o governador e candidato a presidente José Serra dizer que “meta não é promessa”. Aliás, alguém já ouviu o que o digníssimo mandatário tem a dizer sobre algum destes acidentes? Pois é, nem eu.

Esse mundo é uma piada pronta

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Entre uma caipirinha e outra antes da tradicional feijoada de quarta-feira, o amigo João comentava que um conhecido dele respondeu a uma provocação dizendo "- No cu alofa!". Antes que conseguisse rebater, mandando-o alofar o da mãe ou coisa do gênero, o conhecido tratou de explicar que havia dito, simplesmente, o nome da capital de Tonga (foto), uma das Ilhas Amigáveis da Polinésia. Pior é que é verdade. Daí, espírito de porco que sou, procurei o significado de Nuku'alofa. Em português nada encontrei, mas, no Tonga Faqs, em inglês, descobri que, em tonganês, o exótico nome quer dizer algo como Abode of love. Tradução aproximada: Residência do amor...

Por que eles não descansam?

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Que o Santos mandaria um time reserva para o duelo contra o Sertãozinho, na última rodada da primeira fase do Paulistão, isso todo mundo sabia. Aí começaram a aparecer as notícias com a confirmação do fato, e um aspecto me chamou a atenção: "Dorival define Santos com apenas um titular contra Sertãozinho". Só de bater o olho no título da matéria já dava para saber quem era esse "um titular". Quem é? O goleiro Felipe, obviamente.

Não é "privilégio" nem característica única de Dorival Júnior, muito menos do Santos. O fato é que, invariavelmente, quando um clube escala sua equipe reserva (ou "mista") em uma partida, o goleiro titular permanece para o jogo. Costuma ser o único.


Pergunto: por que goleiro não descansa?

Volta e meia se fala coisas como "goleiro tem que jogar". De acordo. E o coitado do reserva, não merece jogar? Goleiro é a posição com menor rotatividade no futebol. Diferentemente do que ocorre com os atacantes, ninguém troca um goleiro por outro aos 30 do segundo tempo para "dar um novo gás na partida". Também é raro ver um goleiro sendo substituído para receber os aplausos da galera, como convencionalmente acontece com os jogadores de linha.

Até mesmo a troca de um goleiro em má fase é algo delicado, complexo, feito com muito mais melindres do que a alteração de um jogador de linha.

Os coitados dos goleiros reservas só entram em campo quando os titulares são expulsos ou sofrem contusões daquelas inapeláveis. Pelo que se vê, nem oportunidade de jogar eles têm quando o time titular inteiro vai para a folga.

Mais uma vez, questiono: goleiro titular não merece descanso? E goleiro reserva não merece "ritmo de jogo"?

A mesa de bar ideal

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Sexta-feira da Paixão, 11 e meia da noite, lua cheia e céu estrelado na praia de Canoa Quebrada, em Aracati, litoral cearense. Além da porção caprichada de camarões (dos grandes) no alho e óleo e da cerveja gelada por R$ 3 a unidade, ainda tinha de graça o ir e vir do mar morno banhando meus pés sob a mesa. E tem como pedir a saideira?

(Foto: Maria do Socorro Nogueira de Paula)

terça-feira, abril 06, 2010

Messi c#$%#$#@ fdp pqp!!!

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Cheguei no pub para ver Barcelona x Arsenal. O jogo tinha acabado de começar, eu estava encostada no balcão comprando cerveja e uma amiga catalã me acha. Trabalhamos juntas e ela não sabia que eu era Arsenal. Ela ensaia uma reclamação, mas eu logo digo: eu sou Arsenal, mas hoje não tenho esperança, dá Barça.
É claro que eu sabia. Antes disso, logo depois do empate em 2 a 2 em Londres eu disse pro companheiro: Tô com medo de levarmos uma goleada histórica na volta.
Mas não vou negar. O gol do Bendtner aos 18 do primeiro tempo deu aquela esperança. Há tempos não gritava tão loucamente por um gol (mais que os ingleses do pub. Torcida safada...). Eu não sou maluca pelo Arsenal, mas sair ganhando do Barcelona, fora de casa, numa situação dessas... eu não esperava mesmo, nem nos meus melhores prognósticos.
Foi por pouco tempo, porém.

Em torcendo contra - o que não é normal, pois tenho simpatia pelo Barcelona - não é mole admitir que o Messi destruiu. É mais fácil pensar que os desfalques do Arsenal pesaram muito. Esse time sem Arshavin, Gallas, Song, van Persie e principalmente Fabregas não é de verdade. É um arremedo. Mas, putaquepariu, esse argentino filho da mãe fez QUATRO. O primeiro gol foi um presente, em todos os outros ele estava sozinho. Queria poder culpar a defesa, mas ele estava sozinho pra pensar na intermediária porque ele sabe o que faz, não (apenas) porque o meu time deu mole.
Tática? Dá pro Messi que ele resolve. O Barcelona também estava desfalcado. Teve várias chances de gol, todas desperdiçadas pelos coadjuvantes do argentino. O jogo foi Messi contra a rapa.
Tá, mentira. Me impressionou a fome de bola do time catalão em todos os momentos. Todo mundo subia para abafar o Arsenal no campo de defesa, os ingleses não tinham tempo de pensar.
Não tem mais o que falar. Desde o final do primeiro tempo nossa única torcida era que alguém desse um chega pra lá no Messi pra tirar ele da Copa. Não me olhem com essa cara, daqui dois meses vocês também estarão torcendo contra ele!
Quanto à Champions League... bom, se não der Barcelona alguma coisa estranha vai ter acontecido no meio do caminho. Talvez alguém consiga dar um chega pra lá no Messi...
E agora eu vou tomar mais uma, que é o que resta.
Ah, o próximo jogo é Inter de Milão x Barcelona. A outra semi... oras, quem se importa?

Levantar e voltar a beber é necessário

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Dando uma espiada na matéria da revista Época sobre um estudo que comprova que as amizades influenciam o quanto bebemos (meio óbvio isso, mas penso que tudo é desculpa pra beber), acabei chegando ao link de outra reportagem, publicada em setembro, que me parece muito mais importante: "Álcool pode ajudar recuperação de traumatismo craniano". Foi então que, finalmente, entendi a letra daquela música que virou hino de bebum - "Vamo simbora pro bar/ Beber, cair, levantar" -, pois, para mim, quando a gente cai de bêbado é porque é melhor ficar ali e dormir, mesmo. Mas o risco de um traumatismo craniano realmente exige do manguaça o esforço hercúleo de levantar. E voltar para o bar, em busca do etanol que protege o cérebro.

Subindo e descendo ladeiras

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Como faz mais de 15 dias que o Futepoca falou pela última vez sobre as divisões inferiores do futebol paulista, segue aí um apanhado do que vem rolando nas Séries A2 e A3.


Série A2
O segundo nível do futebol bandeirante está em sua fase semifinal. Agora, são oito times divididos em dois grupos. As equipes jogam entre si dentro das chaves, em turno e returno, e primeiro e segundo de cada grupo irá à A1 em 2011.

No Grupo 2 estão São José, Guaratinguetá, Noroeste e União São João; o 3 tem Pão de Açúcar, São Bernardo, Linense e União Barbarense (antes que alguém pergunte "e o grupo 1?", esclareço que "grupo 1" foi o nome dado ao conjunto de todas as equipes na primeira fase).

O favoritismo ao acesso, em tese, vai para União São João, Linense, Pão de Açúcar e Noroeste, os quatro melhores colocados na primeira fase. Mas é difícil prever. O União mostrou fama de cavalo paraguaio em anos anteriores, quando também arrebentou no início e pipocou na hora de subir de divisão.

As semifinais terminam em 2 de maio.

Na ponta de baixo da tabela, o Guarani escapou. O alviverde campineiro, que jogará a elite do Brasileirão, finalizou sua participação na A2 em 14º lugar, com 23 pontos, seis acima da zona do rebaixamento. Caíram Osvaldo Cruz, Taquaritinga, Flamengo de Guarulhos e Grêmio Osasco. Duro golpe no futebol metropolitano.

Série A3
Lembram da Portuguesa Santista, que até 2006 estava na primeira divisão do Campeonato Paulista, incomodando os times grandes? Pois é. A Briosa está virtualmente rebaixada para a quarta divisão estadual (chamada de "Segunda Divisão" pela FPF).

Falta uma rodada para o término da primeira fase da A3. Para a Santista escapar do rebaixamento, precisa vencer, em casa, o Força e torcer para que dois entre Batatais, Itapirense e Sport Barueri percam. É pauleira.

Falando em Barueri, o time novo da cidade de Rubens Furlan pode iniciar sua história já com uma queda. Entre os três a quem a Portuguesa Santista precisa secar, o Barueri é quem tem o duelo mais difícil - contra a Francana, fora de casa.

Olímpia e o folclórico Bandeirante de Birigui já estão rebaixados.

Em contrapartida, falando de quem quer ter maiores horizontes a partir do ano que vem: Red Bull, Comercial, Ferroviária, XV de Jaú, Palmeiras B e XV de Piracicaba já estão classificados para as semifinais (que terão formato igual às da A2).

Toda essa cambada de times tem chance de ficar entre os oito e, portanto, ainda sonhar com o acesso: Penapolense, Lemense, Juventus, Atlético Araçatuba, Francana e Taubaté.

92% dos jornalistas aprovam governo Lula. Será?

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Depois da pesquisa suspeita da Datafolha, que distanciou Dilma Rousseff quase dez pontos do José Serra (curiosamente, às vésperas do tucano deixar o governo de São Paulo para disputar a presidência da República), outro resultado nos surpreende agora, no início de abril. Segundo pesquisa da Universidade de Brasília (UnB), realizada durante três semanas no mês de janeiro, 92% dos profissionais de imprensa do país aprovam o governo Lula. O estudo, intitulado "A cabeça do jornalista: opiniões e valores políticos dos jornalistas no Brasil", ouviu 212 jornalistas de 70 veículos, distribuídos em 42 municípios de 22 estados, mais o Distrito Federal.

A iniciativa dos pesquisadores Daniel Marcelino, Lúcio Rennó, Ricardo Mendes e Wladimir Gramacho apontou que 44% dos jornalistas consideram o governo Lula regular, 40% bom, 8% muito bom, 4% ruim e 3% muito ruim (o 1% que fica faltando deduz-se que seja dos que não sabem ou não quiseram responder). Entre os 212 profissionais ouvidos, a cobertura jornalística do governo tem sido adequadamente crítica para 46%, muito crítica para 35% e pouco crítica para 19%. A distribuição dos veículos de imprensa por setor foi: 69,3% de jornais impressos, 10,4% de TVs, 9,9% de rádio, 6,6% de internet e 3,8% de revistas.

Relevante é a conclusão dos pesquisadores de que "essa avaliação revela que prevalece uma visão pouco crítica por parte dos jornalistas sobre a atuação dos meios de comunicação no Brasil, principalmente sobre vieses ideológicos e erros nas coberturas". E pondera ainda que "o único senão é a visão preponderante de que o processo de influência sobre o conteúdo da cobertura é excessivamente centralizado em donos de empresas e diretores e editores de redação, reduzindo o número dos que participam no processo decisório sobre a pauta e conteúdo das reportagens".

"Também é interessante perceber que há uma ampla visão de que anunciantes e políticos são muito influentes nas decisões internas dos meios de comunicação", assinala o trabalho acadêmico. Sobre o posicionamento ideológico dos jornalistas entrevistados, 52% deles se declaram de esquerda ou centro-esquerda. Apenas 12% se dizem de direita, e 23% se posicionam como de centro. Dos entrevistados, 13% não conseguiram ou preferiram não se posicionar. Devem ser os tucanos enrustidos.

Edison Lobão relata pré-sal à lá Didi Mocó

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O ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) renunciou ao cargo na semana passada. Parte do lote de demissões de olho no prazo limite da desincompatibilização de mandatos de primeito escalão do Executivo, o maranhanse reassumiu seu posto no Senado. Aliás, é para lá que ele pretende ser reconduzido pelo eleitorado em outubro.

Foto: José Cruz/ABr

Quando era ministro, além de ser protagonista das explicações sobre o blecaute (apagão) de 10 de novembro, ele também teve participação na formulação do marco regulatório do pré-sal. Eram quatro projetos de lei entregues ao Congresso Nacional. Aprovados na Câmara, os textos rumaram com alterações – poucas segundo alguns, erradas para outros – para o Senado.

Chegando lá, um dos projetos, o do Fundo Social, encontra quem para a função de relator? Edison Lobão, sempre ele. Garibaldi Alves (PMDB-RN) é sacado da vaga para a entrada do ex-ministro.

Ele ajudou a redigir o texto do Executivo e agora relata a matéria em uma das casas do Legislativo. É bem verdade que, depois da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde Lobão pega a criança (no mais metafórico e bom sentido que o leitor puder encontrar), o texto vai para outras comissões.

É como se ele tivesse lançado a bola em profundidade para a Câmara dos Deputados que, não se sabe se com ou sem intenção, devolveu bola, a meia altura, pronta para o sem-pulo, de primeira.

Comentando a comparação com o também jornalista João Peres, ele foi bem mais preciso na analogia. Seguindo os passos de Didi Mocó, ele bateu o escanteio, correu para a área e cabeceou para marcar.



Em Os Trapalhões e o Rei do Futebol, Didi interpreta Cardeal, roupeiro do Independência Futebol Clube. Por conta de umas questões paralelas, ele é escalado para jogar no time. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, vive o jogador Nascimento, e está debaixo das traves no momento do gol antológico para a história do cinema brasileiro.

O detalhe é que, após bater o escanteio, a regra da Board, órgão da Fifa que define as regras do jogo, Didi não poderia tocar novamente na bola. Mas a licença poética do filme deve ser respeitada.

No caso de Lobão, nenhum impedimento consta no regimento do Senado, mas é questionável a opção. Mas foi inevitável para mim a comparação.

Seu Bilão e o caixão cravejado de tampinhas de cerveja

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A sugestão foi da leitura Neide.

Deu no obtuário da Folha de S.Paulo, no Cosmo e em outras páginas. a história de Abílio Dias dos Santos, o Bilão, de Mogi Guaçu, a 166 km da capital paulista. Ele ficou conhecido por ter fabricado um caixão de tampinhas de cerveja consumidas gole a gole, a custa de noites mal dormidas por 21 anos e, é claro, da deterioração de seu fígado, este órgão bendito.

Foto: Reprodução

Na véspera do dia 1º de abril, depois de 13 dias internado na Santa Casa da cidade, o feirante aposentado, ex-industriário e membro da guarda civil de Mogi não resistiu. Corintiano fanático, o ébrio contumaz pôde estreiar definitivamente seu leito eterno cravejado de 2,5 mil tampinhas. Antes, ele treinava e passeava com o caixão pela cidade.

A morte foi provocada por complicações de uma cirrose hepática. No velório, mil pessoas compareceram para conferir o caixão. Segundo um dos três filhos do aposentado, Salustiano Dias dos Santos, o Salú, de 27 anos, depois de 15 anos de acúmulo de tampinhas é que foi revelada a intenção de seu Bilão.

Foto: Reprodução
Ele dizia que era promessa e que teria de ser as cervejas bebidas por ele sozinho, sem ajuda de ninguém. Tarefa inglória, que ele realizou ardorosamente e sem pestanejar. Quando tomava com os amigos, não entrava para a lista. E nem é preciso dizer que o fermentado de cevada e cereais não-maltados não era a única opção etílica enfrentada pelo fígado de seu Bilão. No mínimo, ele também tomava Cinar, como revela a foto.

Para se certificar de que não teria sua vontade desrespeitada por incompreensão, registrou o desejo em cartório pagando uma fortuna de R$ 1.600 em 1994. “A cirrose foi gerada pela bebida e até neste aspecto foi cumprida a vontade do meu pai, que, direta ou indiretamente, morreu de tanto beber”, analisa o filho.

"Respeitamos a vontade dele o tempo todo, embora muitas vezes tenhamos achado tudo aquilo muito esquisito. Mas fazer o quê? Ele se sentia feliz", destaca Salú. Há quem diga que seu último desejo, porém, não tenha sido atendido pelos familiares. A encomenda era de uma churrascada com cerveja. Mas a família sabe que fez o que lhe cabia.

segunda-feira, abril 05, 2010

Goleada dá esperança, mas Ceni vacila de novo

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Por Moriti Neto



Não vi o jogo todo. Só acompanhei lances de São Paulo e Botafogo de Ribeirão Preto, disputado ontem, no Morumbi, pelo Paulista. Porém, pude reparar em alguns detalhes que merecem destaque.

São cinco os itens que me permito ressaltar. O espírito mais coletivo, em comparação à média mostrada em 2010, dos jogadores são-paulinos, especialmente no segundo tempo. A maior agressividade de Hernanes, que chegou à frente com mais constância e fez dois belos gols, aliás, coisa que o meio campista ainda não havia conseguido com a camisa do Tricolor. Leveza e bom toque de bola no setor de criação, com a entrada de Marlos, que realizou ótima partida, marcando o tento de abertura, puxando contra-ataques e dando ótimas assistências. E, finalmente, uma goleada, o melhor placar conquistado pela equipe no ano. Cinco chances anotadas e outras tantas criadas (lembrando que o Botinha deu trabalho para a maioria dos adversários na competição, empatando com Corinthians e Palmeiras e ganhando da Lusa, por exemplo).

Dá pra sair comemorando e dizendo que o time encontrou o caminho, que o bom futebol deu o ar da graça no Morumbi? Não. Contudo, considerando a escassez de gols e o baixo nível nas apresentações recentes, é possível respirar um pouco de esperança que, quem sabe, se torne confiança. Isso, a depender do desempenho nos próximos jogos. Bem, mas e o quinto item? Situação à parte. Tratamento idem.

Sequência de vacilos

Não dá pra deixar passar mais uma vacilada recente de Rogério Ceni. E, desta vez, não foi embaixo das traves. Aos 13 minutos, Dagoberto sofreu pênalti. Como de costume, o goleiro se apresentou para cobrar. Ele chutou e perdeu a décima primeira penalidade da carreira. Até aí, normal para alguém que é titular do São Paulo há 14 anos e marcou 89 vezes. O problema é que o arqueiro utilizou a paradinha, expediente que tanto criticou quando tomou o gol de Neymar, no clássico entre São Paulo e Santos. Enfim, Capitão, cadê a coerência?

'Vamos à praia tomar 20 caipirinhas cada um'

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Não sei qual emissora de televisão ou programa era esse, mas deve ter acontecido há mais ou menos 12 anos, logo após o acidente de ultraleve que o ex-piloto Emerson Fittipaldi sofreu no interior de São Paulo, junto com o filho mais novo Luca, com os dois escapando milagrosamente. O grande amigo George Harrison, padrinho de seu filho Jason, aparece fazendo uma paródia de "Here comes the sun", um dos sucessos do guitarrista no tempo dos Beatles. Harrison trata Fittipaldi pelo apelido Emmo, deseja melhoras e diz que todos da família estão com saudades do brasileiro. E, manguaça que era, convida: "So let's go to the beach, drink twenty 'caiparinas' each", algo como "Então vamos para a praia, beber vinte caipirinhas cada um". E prometia: "Da próxima vez que sairmos de férias, vamos tomar um monte de caipirinhas e nos divertir muito". De fato, nosso produto nacional conquistou um beatle.

Timão vence, mas classificação depende do ABC Paulista

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Em um jogo mais sofrido do que necessário, o Corinthians venceu o Ituano por 2 a 0 e manteve as esperanças de conquistar uma vaga para as semifinais do Paulistão 2010. Agora, o Timão precisa vencer o Rio Claro no Pacaembu, o que é obrigação, e torcer para que São Paulo ou Grêmio Prudente não vença seu adversário na rodada final – respectivamente, Santo André e São Caetano.

O Corinthians começou meio devagar e deu boas chances aos donos da casa, defendidas pelo golerio Rafael. Depois disso, controlou o jogo praticamente o tempo todo e teve boas chances de abrir o placar bem antes do gol de Jucilei, já no fim. Jorge Henrique, Moacir, Chicão e Ronaldo perderam gol, seja pelas boas defesas do goleiro do time de Itu.

Durante a segunda etapa, Moacir se machucou e Mano mudou o jeito da equipe, colocando Iarley, Defederico e Tcheco em campo e deslocando Jucilei para a lateral. Jorge Henrique recuou para ajudar a armação. A pressão funcionou e saíram os dois gols, um de Jucilei com passe de cabeça de Iarley e outro de Ronaldo, em presentaço dado por Tcheco.



A volta do argentino me fez imaginar um time com ele na meia direita, Danilo na esquerda, Dentinho como segundo atacante mais perto de Ronaldo, e Elias de volta como segundo volante. Talvez tivesse mais proximidade do meio com o ataque, o que me parece ser um dos problemas do time. Mas sei lá se funcionaria.

O destaque do time novamente foi Roberto Carlos. Está jogando muito. Quatro chutaços de fora da área levaram a belas defesa do inspirado Éder.

Agora, resta ao Corinthians fazer sua parte e ganhar do Rio Claro. Mas, sinceramente, acho difícil que São Paulo e Prudente deixem escapar a vaga frente aos dois times do ABC paulista. O Tricolor pega o Santo André classificado e pouco interessado – sem contar o fator camisa, que pesa muito em decisões. E o Prudente joga em casa com o Azulão, que só faz figuração, estando tão longe do rebaixamento quanto da classificação.

Planejamento...

O presidente do Corinthians Andres Sanches deu delcarações após o jogo falando do planejamento do time, que segundo ele, visa só até depois da Libertadores. Terminado o torneio continental, o mandatário acha difícil manter o elenco e crê que o time deve perder "de dois a quatro jogadores", sendo os mais assediados Dentinho, Elias, Jucilei e Ralph, e que a diretoria já estaria buscando peças de reposição.

Bom, há várias formas de se avaliar a declaração. Primeiro, podemos questionar o tal do planejamento em si. Estaremos então fadados a desempenhos medíocres no Brasileirão? Faz sentido vender jogadores já adaptados e contratar outro mais caros? Não parece ser a melhor opção - avaliação feita sem olhar as contas do clube, claro.

Por outro lado, podemos até dizer que é interessante o presidente adiantar o tal do planejamento para a torcida já se preparar, podemos chamar isso de transparência. Mas, como disse o companheiro Edu Maretti, do Fatos etc, era esse o momento para essas declarações? Pode afetar o desempenho dos caras e, com certeza, diminui o entusiasmo da torcida. Enfim, preferia Sanches quieto nessa.

Da maconha para o high society

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Triste fim de Policarpo Quaresma

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Hilário, pra dizer o mínimo, o texto de Dora Kramer no Estadão de hoje. Depois que o jornal deu um passa-moleque em José Serra, chamando-o de "candidato clandestino" em pleno editorial, a "jornalista" faz hoje um "desagravo" ao coitadinho do Fernando Henrique Cardoso, que foi proibido de aparecer no lançamento da candidatura presidencial do PSDB. Sob o título "Gente insolente" (sério, ela escreveu isso mesmo!), Dora reclama que "o tucanatinho acha que ele não fica bem na fotografia do vigoroso partido onde vicejam próceres cuja capacidade de distinguir credibilidade de popularidade é nenhuma". E prossegue, indignada: "Sabe o cunhado que vive dando vexame? Pois é. Os tucanos agora resolveram tratar Fernando Henrique nessa base. Segundo eles, 'pesquisas internas' indicam que FH não é benquisto pelo eleitorado. Atrapalha quando fala" (a mais pura verdade). Injuriada com o tratamento que o sociólogo recebe hoje, Dora Kramer chega a xingar no melhor estilo "bobo, feio e cara de mamão": "Esse pessoal lê umas pesquisas, ou vê um boboca de um analista, se assusta com os arreganhos de meia dúzia de adversários e acha que is só os autoriza a jogar no lixo o respeito devido a quem permitiu que o partido iniciasse sua trajetória de vida pela rampa do Palácio do Planalto". E ainda faz uma comparação absurda com o PT, que nunca quis esconder o Lula (mas por que catzo deveria???), e dá outro puxão de orelha no ex-governador paulista. "Se é sobre esse tipo de caráter que o candidato José Serra falou quando se referiu a brio, índole e solidariedade em seu discurso de despedida do governo de São Paulo, há incoerência no conceito".

Mas o curioso é que, no mesmo dia em que Dora nos empurra esse amontoado de patacoadas, Emir Sader publica na Carta Maior o artigo "O Farol acha que você não tem memória". E vai direto ao assunto: "Triste figura a do FHC. Rejeitado por seus correligionários, considerado como alavanca para a oposição pela rejeição que sofre do povo brasileiro, funciona como clown, como personagem folclórica, lembrança de um passado que o governo luta para terminar de superar e a oposição para tentar esquecer e apagar da recordação dos brasileiros. Escondido pelos seus, repudiado pelos seus adversários, enterrado em vida pelos seus, tomado como anti-exemplo por seus adversários". Não contente, Sader faz questão de dar um recado às "viúvas" como Dora e de jogar a pá de cal no ex-presidente tucano: "Agora FHC tenta novo brilhareco, contra a opinião dos seus correligionários (nas palavras de uma de suas tantas viúvas nas imprensa, tratado como genro que a família quer esconder, porque só comete gafes, que favorecem o inimigo), francamente na onda anticomunista. Já tinha apelado para o 'sub-peronismo', para a denúncia do papel dos sindicatos no governo, agora ataca o desenvolvimento da China. Prefere seu neoliberalismo dos Jardins, aquele que quebrou o país três vezes no seu governo, que levou a taxa de juros – que seu candidato considera que hoje é alta, – a 48%, sem que este tenha protestado. Que fez o Brasil entrar em uma profunda e prolongada crise, de que só saiu no governo Lula". E ponto final. De fato, triste esse fim de Fernando Henrique, o neobobo de Higienópolis. E que papelão, hein, Dora Kramer! Faça o favor...

Orelhadas de bar (2)

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Pontal do Maceió, litoral cearense, sábado de aleluia. Na mesa ao lado, cinco mulheres de meia idade bebem (muita) cerveja e conversam animadamente.

- Ela disse que ia fazer um macarrão e que podia levar meus amigos, se quisesse. Eu levei doze pessoas.

- A gente acabou com toda a comida da casa.

- O que eu não gosto de Carnaval é isso, essa gente toda. Tem que ter o espírito da brincadeira, senão vira bagunça.


Desce um menino do morro, correndo, e atrás dele segue uma vaca, chacoalhando o sino no pescoço. A Dona Biteca começa a picar o coentro pra temperar a peixada. O sol bate forte nas pedras do mar.

- Red Bull acaba com a vida de uma mulher. Eu acordei três da manhã, provocando. Quase morri.

- Eu gosto de Campari. Com pedaços de pêssego.

- Ontem eu fiquei bêba que só a peste. E quando fui pegar o mototáxi o homem tava mais bêbo que eu.

- O Ari? Aquilo é um pudim de cana!

- Eu conheço a tia dele. Ela é benzedeira. Você sarou daquela coruba nas costas?

- Sarei na cachaça! Secou tudo!


Chega o prato de camarões e dois caranguejos cozidos. A cerveja esquenta muito rápido. Meus óculos estão cheios de sal. As mulheres dão gargalhadas. São felizes. Ao menos neste momento.