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Antonio Cruz/Ag Br
Fruto de greve, paralisação, motim ou seja lá o que for, o caos a que assistimos nos aeroportos é indesculpável. Ao contrário de CPIs com fins políticos, deveria trazer à tona de novo, a meu ver, isto sim, uma discussão séria no âmbito do Parlamento sobre a necessidade de se regulamentar a greve de setores essenciais do serviço público. Limitando esse direito, óbvio, como defendeu até mesmo o presidente Lula, que foi por isso duramente atacado há algumas semanas, já que ameaçou o “sagrado” direito de uns achincalharem o Direito (com D maiúsculo mesmo) dos outros, no caso o consumidor dos serviços do transporte aéreo e o cidadão. Resumindo, o Brasil.
“Nós estamos com um gravíssimo problema que afeta a segurança nacional”, teria dito o novo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Mas o velho ministro da Defesa, Waldir Pires, que parece encarnar como ninguém o personagem lendário do bobo da corte, continua a ser uma figura decorativa, sem autoridade, que não sabe de nada, nada resolve, nada vê. É vergonhoso. O presidente da República quis preservar a figura histórica do Waldir Pires, por sua folha se derviços prestados ao país, pobrezinho.
Em qualquer país sério do mundo, um ministro gagá como esse sequer teria assumido. A crise se prolonga há seis meses e nada acontece. O ministro continua lá, preservado, e atravessou incólume até mesmo a reforma ministerial. Parece que teremos que nos acostumar ao caos como algo normal. A nova paralisação, como diz a Agência Brasil, “ocorreu um dia após uma liminar do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado o desarquivamento do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo”.
O governo aceitou conceder uma gratificação salarial de emergência e garantiu que nenhum grevista será punido. Ótimo. Danem-se os cidadãos. Salve os direitos dos controladores de vôo.