Destaques

sábado, fevereiro 09, 2013

Com gol de falta, Rogério Ceni garante vitória e já é o 15º maior artilheiro do São Paulo

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Depois de dois jogos afastado, por dores no ombro, o goleiro e capitão Rogério Ceni voltou ao time do São Paulo neste sábado, em Campinas, para comandar os reservas e fazer o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Guarani, no estádio Brinco de Ouro, pelo Campeonato Paulista. Com o gol de falta, o 57º que marcou dessa forma na carreira, atingiu 109 com a camisa do São Paulo (fez outros 51 de pênalti e um de bola rolando). Isso torna Rogério o 15º maior artilheiro de toda a História do clube, um feito impressionante para um goleiro, ficando atrás apenas de goleadores como Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233), Teixeirinha (189), França (182), Luizinho (173), Luís Fabiano e Muller (ambos com 160), Leônidas da Silva (144), Maurinho (136), Raí (128), Prado (122), Pedro Rocha (119), Careca (115) e Remo (110).

E, aos 40 anos, disputando provavelmente sua última temporada no futebol, as estatísticas positivas de Rogério Ceni continuam a engordar. Com a vitória de hoje, o goleiro manteve a escrita de nunca ter perdido para o Guarani: em 24 partidas, foram 17 vitórias e sete empates, além de chegar à três gols contra o rival. E mais: o jogo em Campinas foi o de número 1.054 com a camisa do São Paulo e, se disputar mais 63, vai superar Pelé como o atleta que mais vezes vestiu a camisa de um clube brasileiro (o Rei disputou 1.116 jogos pelo Santos). Diante de tantos recordes (ou iminência deles), a importância da vitória pelo Paulistão até diminui. Jogando com os reservas, o São Paulo só venceu porque o Guarani é muito fraco. De bom, o gol de Aloísio, seu primeiro pelo clube. De ruim, a expulsão de Cañete. Que venha a Libertadores.


TARDE DOS VOVÔS - Além de Rogério Ceni, outro quarentão se destacou neste sábado de Carnaval, pelo Campeonato Paulista. Em sua estreia pelo São Caetano, o (interminável) Rivaldo, que jogou pelo São Paulo em 2011, marcou um gol nos 2 a 2 contra o Corinthians, no Pacaembu. O Azulão só cedeu o empate aos 41 do segundo tempo, quando levou um gol de Paulinho. Rivaldo, que jogou pelo Kabuscorp, de Angola, em 2012, vai completar 41 anos em abril. Revelado pelo Santa Cruz, despontou no "Carrossel Caipira" do Mogi Mirim, no Paulistão de 1993, e logo em seguida foi contratado justamente pelo adversário deste sábado, o Corinthians. Logo em seguida, brilhou pelo Palmeiras. Mas seu auge ocorreu no Barcelona, quando foi eleito o melhor jogador do mundo. Na Copa de 2002, jogou uma barbaridade.


Manchete pleonástica

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"Desembarque de Barcos"? Pensando bem, é justo.


Som na caixa, manguaça! - Volume 68

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GUZZY MUZZY
(Jorge Mautner)

Como vai você, nesse dia azul?
Não consegue responder?
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que assim falam
Os índios do xingu
Não conseguem responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que não irá bem
Ouço o tal do quadro
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Será que você tomou
Cachaça com chuchu
Não consegue responder
Guzzy guzzy muzzy, hey you
Guzzy guzzy muzzy, hey you

Guzzy quer dizer que eu te amo
E muzzy quer dizer que eu te adoro
Hey you é hey você, hey você
É hey você

(Do LP "Jorge Mautner", Polydor, 1974)


Ps.: Com agradecimentos à indicação do companheiro De Massad.

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Futebol aplicado à política

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No livro "Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mário Magalhães (Companhia das Letras, 2012), uma passagem da vida do famoso militante comunista, assassinado pela ditadura militar em 1969, que mostra como o futebol pode ser associado à política. No início dos anos 1950, o baiano Marighella vivia escondido na cidade de São Paulo, com nome falso, junto com sua companheira Clara Charf - pois, a partir do final da década anterior, quando o Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi posto na ilegalidade, ele e seus companheiros eram procurados pela polícia. Mesmo na clandestinidade, porém, o ex-deputado constituinte de 1946 continuava à serviço do partido, tentando cooptar novos adeptos da causa. Para isso, usava sua famosa lábia. Diz o livro:

(...) ele não perdia a oportunidade de vender suas ideias. As conversas sobre futebol podiam redundar em outras, por isso a primeira seção lida nos jornais, unindo gosto e dever, era a de esportes. Um dia não tivera tempo de folhear os matutinos, e um chofer de praça palpitou sobre o jogo da véspera. Marighella calou, pois nada sabia. "Isso nunca mais vai me acontecer", disse a Clara. "Tenho que estar preparado, o povo adora futebol".

Marighella (segundo agachado, a partir da esquerda) e seus amigos de futebol do Grêmio Atlético Brasil, em Fernando de Noronha
"Bicão siderúrgico" - Em outra parte do livro, sobre o período em que Marighella esteve preso na ilha de Fernando de Noronha, o autor fala sobre o talento futebolístico do guerrilheiro:

Ele (Marighella) brincava dizendo que era bom de bola por ter se empanturrado de chocolate na infância. Enquanto alguns peladeiros calçavam chuteiras, despachadas por parentes no continente, Marighella atuava de pés descalços. Seus chutes impressionavam pela potência. Batia de bico, e seu pé direito parecia moldado em ferro. Como dera uma palestra sobre siderurgia, apelidaram-no de Bicão Siderúrgico. Todos os queriam em seu time. Ele era beque, anglicismo para zagueiro. Exibia mais força que técnica, embora não fosse um perna de pau no trato com a pelota ou a canela dos adversários. Colega de prisão a partir de 1942, Noé Gertel o elogiaria como beque "impenetrável" e o melhor futebolista ilhéu.

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Experimentos contra os times de Campinas

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Aproveitando que a primeira fase do Campeonato Paulista vale pouco ou quase nada (assim como a competição, nos últimos anos), o técnico do São Paulo, Ney Franco, está aproveitando os dois compromissos dessa semana para tirar suas últimas dúvidas. O primeiro ocorreu ontem, no Morumbi: um modorrento empate sem gols contra a Ponte Preta, que, assim como em 2012, faz uma ótima campanha no estadual. O segundo ocorre no sábado, dia 9, em Campinas, contra o outro time da cidade, o Guarani - que, pra (não) variar, segue com desempenho sofrível.

Para o jogo contra a Ponte, Ney botou o time titular, desfalcado apenas de Rogério Ceni (contundido) e Luís Fabiano (que jogou pela seleção brasileira). Denis assumiu o gol e Aloísio ficou como centroavante, tendo Cañete na ponta-direita. No decorrer da partida, Rafael Tolói entraria no lugar de Rhodolfo, para ser testado como companheiro de zaga de Lúcio. Uma surpresa foi Douglas começar jogando na lateral-direita. E foi por ali que o técnico fez seu principal experimento: no segundo tempo, ao colocar (o ex-titular) Paulo Miranda para assumir a função, preferiu tirar o volante Wellington.

Com isso, Douglas foi deslocado para a ponta-direita, no lugar de Cañete, que recuou para compor o meio junto com Denilson e Paulo Henrique Ganso (que havia entrado no lugar de Jadson). Bom, o placar comprova que nada de muito útil resultou disso tudo. No sábado, o time reserva deve encarar o fraco Guarani, com Tolói na zaga, Fabrício de volante, Carleto de lateral-esquerdo, Maycon no meio e Ademilson no ataque, entre outros. E Ganso terá mais uma oportunidade para provar ao Ney Franco e à torcida que, por enquanto, ele é um excelente reserva de luxo...



quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Com gols de artilheiros, Santos empata com Linense fora de casa

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O Santos teve três desfalques na partida contra uma das equipes que vem surpreendendo no Paulista, o Linense. O trio Neymar, Arouca e Montillo atuou pelas seleções brasileira e argentina e o Peixe sofreu com as ausências, mas poderia ter uma vida menos difícil se não fosse a escalação de Muricy Ramalho.

Cícero e uma rotina de goleador
O Alvinegro entrou com apenas um volante de ofício, Renê Júnior, que na Ponte Preta, aliás, jogou muito tempo como segundo volante, função ocupada na primeira etapa por Cícero. Como já falado aqui, também não se trata de um “volante” clássico... Além disso, eram três atacantes à frente: Patito Rodríguez, Miralles e André, com Felipe Anderson completando o meio de campo.

Não tenho nada contra formações ofensivas, pelo contrário, mas quando elas não são treinadas e revelam um certo menosprezo (ou desconhecimento) do adversário não tendem a terminar em boa coisa. Em um esquema assim, os atacantes têm que marcar a saída de bola e o meia ofensivo tem que marcar. André não fez isso e Felipe Anderson acabou cumprindo tal função bem menos do que deveria no primeiro tempo, não melhorando tanto no segundo.

Com os donos da casa explorando bem os lados do campo e colocando em apuros a zaga alvinegra durante boa parte do tempo, a finalização de longa distância de Cícero, que resultou no primeiro gol do jogo, foi um verdadeiro achado. O quarto gol do meia no Paulista o colocou na vice-liderança da artilharia da competição.

Mas a má atuação dos visitantes se traduziu na virada ainda no primeiro tempo, em uma bola desviada na zaga e, mais tarde, em uma bela tabela do Linense entre Gilsinho e Leandro Brasília, com tento marcado pelo último.

Perdendo por 2 a 1, Muricy fez o que deveria ter feito antes do jogo, tirou André e colocou o volante Pinga. O Santos voltou mais aceso e conseguiu o empate aos nove minutos, com cobrança de pênalti sofrido por Neto e cobrado por Miralles. Penalidade, aliás, pra lá de duvidosa... Na sequência, o argentino, agora artilheiro do Paulista junto com Neymar, quase marcou de novo e Durval colocou uma bola na trave em cobrança de escanteio, aos 14.

O jogo ficou mais equilibrado, mas o Linense, do técnico Bruno Quadros, seguiu surpreendentemente bem depois da pressão, marcando boa parte do tempo no campo do adversário. Muricy ainda trocou o mais que discreto Felipe Anderson pelo inexistente Victor Andrade. E ficamos no 2 a 2.

Novos tempos da comunicação - a cerveja para jornalistas desempregados

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Essa chegou via Vinicius Souza e eminência parda Carminha. A ideia é cheia de ironia, de duplo sentido e também um reflexo dos novos tempos da comunicação e do jornalismo no mundo. Joan Campbell, um jornalista estadunidense desempregado, resolveu criar uma cerveja para seus iguais. Assim, surgiu a artesanal Unemployed Reporter Porter (Repórter Desempregado) que, de acordo com a definição do autor, é “a primeira cerveja fabricada por jornalistas da mídia impressa, para jornalistas da mídia impressa" ”.

Jornalista: senta e chora...
O reflexivo rótulo do produto traz um jornalista choroso perante o seu obsoleto instrumento de trabalho, uma máquina de escrever. Trata-se de uma cerveja Porter, um tipo de cerveja escura popular entre os marinheiros do século XIX, de acordo com o autor. Mas, conforme texto deste mesmo Futepoca, “um documento do século XVIII já dizia que elas [as Porters] eram o resultado da mistura de três tipos de cerveja: uma Old Ale, uma New Ale e uma Weak One (Mild Ale). Desta combinação resultaria uma bebida a que os ingleses chamavam de 'Entire Butt' ou 'Three Threads', produto de gosto forte que tinha como objetivo agradar a um vasto público, priincipalmente a massa de operários surgida com a Revolução Industrial”.

O rótulo avisa ainda que a cerveja é “feita à mão, na mesma antiga tradição, em homenagem a uma profissão igualmente condenada ao declínio e à irrelevância”. Embora a divulgação já tenha alcançado limites além das fronteiras ianques, a bebida não tem ainda uma data definida pra ser lançada já que, por enquanto, a produção não passou de um galão de cinco litros guardado no armário, conforme o próprio fabricante.

Proletários das letras desempregados de todo o mundo, uni-vos!

Chifre dinamarquês e pau pernambucano

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Calma, não é nada do que vocês estão pensando! Refiro-me a dois presentes que ganhei ultimamente, a cerveja dinamarquesa Faxe Royal Export (à esquerda), que ostenta um viking barbudo e com o inevitável chapéu de chifre no rótulo, e a garrafada Pau do Índio, característica da cidade de Olinda durante o Carnaval (à direita). Pelo o que pesquisei, a Faxe é uma das mais tradicionais cervejarias da Dinamarca, e a Export foi lançada em 1985, como uma "versão de luxo". O Tarantino Multi Beer observa que "A levedura utilizada na Royal Export é especial, dando um aspecto suave e refinado". Provei e gostei. Apesar de amarga, tem um leve acento frutado. Pra quem vai beber só, aconselha-se um balde de gelo para manter a temperatura até o fim do latão de 1 litro. Já a garrafinha de Pau do Índio, trazida por um casal amigo que esteve em Pernambuco, é vendida no Alto da Sé, em Olinda. Dizem que é uma espécie de energético natural feito com cana de cabeça (cachaça a 45°) como base e que utiliza xarope de guaraná, ervas aromáticas, raízes, sementes e mel. Aconselham a beber bem gelada. Assim como a Tiquira, do Maranhão, não tive coragem de experimentar. Mas, se eu tiver (e sobreviver), trarei mais informações. Saúde!

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Criou fama, deita na cama

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Sugestão Manguaça Arte & Decoração para quem anda caindo de bêbado - ou sonhando acordado com o bar...



segunda-feira, fevereiro 04, 2013

Timão atropela o Oeste e mostra força ofensiva

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Guerrero marcou dois e sofreu penalti: é bom ter centroavante

O Corinthians tirou o carro da garagem para um passeio no Pacaembu e, no caminho, atropelou o pobre Oeste de Itápolis. 5 a 0 e controle total da partida, o que é bem bacana mesmo se levarmos em conta a fragilidade do adversário.

Aos 15 minutos, Paolo Guerrero já tinha feito dois gols iguais: cruzamento de Alessandro e cabeçada perfeita. O centroavante ainda se movimentou, deu bons passes e teve outras oportunidades.  Terminou o ano com uma média de gols muito alta, passando uma meia dúzia de jogos deixando o seu - inclusive os dois do Mundial - e na segunda partida de 2013 já marcou dois. Joga muita bola.

Um desses passes aconteceu no meio de uma bela trama coletiva que começa com toque de calcanhar de Danilo, passa por arrancada de Emerson e termina com o gol de Paulinho, 3 a 0 ainda no primeiro tempo. Coisa de time entrosado.

No segundo tempo, Danilo fez um belo gol de fora da área, de perna direita. E Sheik ainda perdeu um penalti, sofrido por Guerrero, o cara.

Pato chegou chegando. Dupla infernal com Guerrero?
Estava 4 a 0 quando entrou Alexandre Pato, o homem das boas estreias. Entrou, recebeu belo passe de Paulinho (que jogou muito, pra variar) e mostrou o repertório. Bateu firme de direita. O goleiro rebateu e ele devolveu de esquerda, de primeira. Bela apresentação.

Passeio sem sustos, o que até que não é tão incomum para este time acostumado a ser campeão. A novidade talvez seja o placar elástico, coisa rara na era Tite. O conservadorismo do técnico pode ser culpado em muitas situações, ao fazer o time recuar quando abre vantagens pequenas. Porém, em outras partidas, o time segue em cima, cria jogadas e perde muitos gols. Guerrero e Pato no ataque podem mudar essa situação e fazer um Corinthians ainda mais forte em 2013.

domingo, fevereiro 03, 2013

Neymar e Miralles decidem e duas interpretações sobre lances polêmicos (visão santista)

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"A lição que eu tirei daquele jogo é que não podemos dar bola para o extracampo. Temos que pensar sempre dentro do campo, sem agredir adversário, sem jogar contra a torcida deles."

Desta forma, o meia são-paulino Paulo Henrique Ganso “aconselhava” o elenco de São Paulo sobre como deveriam lidar com o Bolívar, adversário do Tricolor na Libertadores, antes do confronto na competição. Curiosamente, o meia parece ter esquecido do próprio conselho e “entrou na pilha” no seu retorno à Vila Belmiro.

Ganso: pra que tanto ódio?
No intervalo, já pedia punição ao seu ex-clube por moedas jogadas no campo. Não pediu punição ao Bolívar em 2012, mesmo com seu “irmão” Neymar tendo sido atingido de fato por um objeto quando se preparava para cobrar um escanteio. Mas não titubeou em fazer isso contra o Santos. Freud explica.

Compreensível Ganso se sentir maltratado pelo Alvinegro. Como também é a torcida achar que o meia fez mal ao clube. Mesmo depois da complexa negociação que o levou ao São Paulo, um dos dois clubes que se interessou por ele à época, junto com o Grêmio (nenhuma agremiação do exterior se arriscou a cogitar pagar a multa), ele não poupou a língua, ou o bico. Insinuou que o São Paulo era diferente do Santos por um “pensamento de grandeza”. Na semana passada, depois de marcar seu primeiro tento pelo São Paulo em pouco mais de quatro meses de contrato, disse: “Vou chegar lá (Vila Belmiro) para fazer gol pelo São Paulo”.

Em um ambiente já conturbado como o futebol, no qual qualquer faísca se transforma em fogo, Ganso mostra atitudes duvidosas fora de campo, que certamente o tem prejudicado na carreira. Um veículo de imprensa, para melhorar, fez com um colunista fake fizesse uma convocação para que a torcida santista jogasse moedas no ex-ídolo. Todos, jogador e imprensa, muito responsáveis na hora de atiçar, e deveras moralistas (falsos, via de regra) na hora de pedir punição.

Em campo, Ganso foi apagado como tem sido há tempos. Toques de calcanhar de lado, passes também laterais, e um desempenho na segunda etapa que contribuiu para os visitantes perderem o meio de campo, setor no qual foram melhores nos primeiros 45 minutos. Conforme o lado, era marcado pelo excelente Renê Júnior ou por Arouca. Ney Franco errou ao demorar tanto para sacar o meia, o que pôs a nu o fracasso da sua estratégia de “motivar” o jogador ao colocá-lo como titular no clássico. Aliás, atleta que precisa de motivação com o salário e toda a estrutura que ele mesmo louva, é complicado. Ganso é realmente diferente. Para o bem e para o mal.

Mas vários atletas começaram mal e demoraram para engrenar no São Paulo. Foi o caso de Daryo Pereira, Careca, Raí. Essa é a esperança do torcedor são-paulino com o meia, que vai ficando cada vez mais distante de atuar na Copa de 2014.

Neymar, o jogo e duas interpretações

Muricy cansou de dar chances a André. Entrou Miralles, que se movimenta mais, volta para marcar e vez ou outra consegue roubar uma bola atrás. E, claro, o mais importante, tem feito gols. Não é aquela coisa em termos técnicos mas participa muito mais que o ex-titular. Dois gols em um clássico e seu concorrente está na berlinda.

Os laterais santistas mostraram hoje o seu valor na defesa. Bruno Peres foi soberano diante do mais que perigoso Osvaldo, e Guilherme Santos chegou a sofrer um pouco quando Cañete passou a cair por ali, mas a correção na marcação matou o lance forte do Tricolor. O defensor Neto, na esquerda ou na direta, foi muito bem e não tremeu no seu primeiro clássico. Já Montillo rendeu muito menos do que deveria, mas esse sim chegou outro dia e hoje completou seu sexto jogo pela equipe.

Miralles: intimidade com gol, e nenhuma com a dança
Neymar foi decisivo. Deu uma assistência maravilhosa no primeiro gol, um passe-matada. No segundo, tomou a penalidade e marcou. No terceiro, fez a assistência para Miralles. Nada de novo em  relação ao moleque maravilhoso.

Dois lances polêmicos da arbitragem e vou dar meus pitacos abrindo espaço para ser xingado por torcedores adversários. No lance em que Luis Fabiano fez um gol e o mesmo foi anulado, o comentarista de arbitragem Leonardo Gaciba disse que o gol foi legal, criticando a decisão da assistente Tatiane Camargo. É um ponto de vista, mas a regra é clara, embora existam algumas interpretações divergentes.

Para citar uma delas, recorro a um ex-árbitro e comentarista da área... O próprio Gaciba. Neste post, intitulado “Interpretação Moderna”, ele elogia justamente a forma com que a assistente Nadine Bastos interpretou um lance na partida entre Avaí e Atlético Ibirama, na qual validou um gol, mesmo com dois atletas avaianos em condição de impedimento. Contudo, ressalto esse trecho:

“A GRANDE ALTERAÇÃO [na regra do impedimento, n.r.] deu-se quando a FIFA modificou a palavra 'influência' por 'participação efetiva' na jogada, ou seja, aquele atleta na parte inferior do vídeo que chega a dar dois passos em direção a bola anteriormente deveria ser punido pela sua ação, hoje, não mais.

O raciocínio é o seguinte: O assistente deve perguntar se aquela corrida (dois passos) interferiu na ação de algum defensor que poderia chegar na bola e não o fez pelo movimento daquele atacante.  Observem que este não é o caso já que o goleiro sai na bola com naturalidade e os defensores que erguem o braço o fazem mais como torcida do que como reclamação efetiva.”

Reparou no trecho em negrito? O zagueiro Neto marca e acompanha a movimentação do zagueiro tricolor que está em posição de impedimento e poderia sim chegar em Luís Fabiano, já que estava perto do rival, caso não estivesse marcando um atleta impedido. A anulação do lance, portanto, é plausível, de acordo com essa interpretação. Claro que amanhã a bandeira pode ser punida (futebol é um meio sexista no qual não é exatamente a justiça que é feita, né?), mas deveriam ponderar um pouco mais a respeito.

Quanto à penalidade sofrida por Neymar, engraçado que o comentarista Neto, na Rede Bandeirantes, diz que o atacante santista não foi atingido por Paulo Miranda e que ele, Neymar, “tocou” no joelho do marcador e caiu. Claro, o santista, que tem olhos nas costas, conseguiu tocar com a panturrilha de forma proposital em seu adversário. A propósito, como tem comentarista com história corintiana que pende de forma apaixonada para o São Paulo em diversas ocasiões, vide o xodó da Fiel, fã de Rogério Ceni. 

Mas você pode não ter visto nenhum toque no lance (eu e muita gente vimos). Neymar pulou, escapou da falta e caiu. Portanto, não pode ser marcado pênalti, certo? Errado. Diz a regra 12 do dileto esporte:

“As faltas e incorreções serão sancionadas da seguinte maneira:

Tiro livre direto
Será concedido um tiro livre direto para a equipe adversária se um jogador cometer uma das seguintes sete infrações, de maneira que o árbitro considere imprudente, temerária ou com uso de uma força excessiva:
• dar ou tentar dar um pontapé (chute) em um adversário
• passar ou tentar passar uma rasteira em um adversário (...)
• dar uma entrada contra um adversário

Viu aí os negritos novamente? Nenhum atleta precisa esperar ser atingido pelo adversário para sofrer a falta. O são-paulino tenta ou atinge, conforme a visão, Neymar, mas certamente nem passou perto da bola. Lance semelhante aconteceu, aliás, em um jogo entre Santos e São Paulo no campeonato paulista do ano passado (ver aqui, a partir do 0:46), no qual foi marcado pênalti de Rafael em Luís Fabiano.

Xingamentos à vontade, mas agradecemos os argumentos.

A Vila das vinganças frustradas

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Era uma vez um meio-campista, ídolo de um grande clube paulista. Por desavenças e/ou descontentamentos, resolveu mudar de time, num processo que se arrastou sob polêmica e muito desgaste com a torcida que estava abandonando. Já com a nova camisa, surgiu a oportunidade de calar tudo e todos: o primeiro clássico contra o ex-clube. E, diante da expectativa geral por uma vingança de mestre (ou melhor, de craque) contra aqueles que o ofenderam,... ele nada fez. Pior, seu novo time foi derrotado pelo antigo.

Paulo Henrique Ganso? Não apenas. Estou me referindo, também, a Marcelinho Carioca e sua conturbada saída do Corinthians, em 2001, depois de brigar com o meia Ricardinho e com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Ao assinar com o Santos, despertou a fúria da torcida corintiana, que, até então, o tinha como um de seus maiores ídolos. No dia 28 de outubro daquele ano, pelo Campeonato Brasileiro, o Peixe recebeu o Corinthians na Vila Belmiro. Todo mundo esperava um "cala-boca" de Marcelinho no ex-clube.

Não aconteceu. O camisa 7 até tentou um gol de calcanhar, após passe de Robert, mas o goleiro Dida pegou. No final, Luizão (de pênalti) e o zagueiro santista Galván (contra) selaram os 2 a 0 para o Corinthians, em plena Vila Belmiro. Ricardinho, em campo, e Luxemburgo, no banco, riram por último.


Hoje, o cenário era o mesmo: o gramado do estádio Urbano Caldeira. Dessa vez, pelo Campeonato Paulista. Mas, ao contrário de 11 anos atrás, o desfecho foi favorável ao Santos. Depois de um longo e difícil processo de desligamento, Ganso foi para o São Paulo e, por isso, o primeiro confronto contra o ex-clube também foi aguardado como oportunidade para ele "se vingar" da torcida santista, que, em sua última partida pelo clube, em agosto de 2012, o chamou de "mercenário" e atirou moedas em campo.

E também não aconteceu nada. Ganso até tentou um gol por cobertura, mas chutou para fora. E foi só. Mirales marcou duas vezes e Neymar fez - mais um - de pênalti sobre o São Paulo. Jadson descontou e o placar fechou em 3 a 1 para o Santos. Assim como Marcelinho, Ganso não foi "à forra" na Vila Belmiro.


O CLÁSSICO - Não vi a partida, só um compacto. Pelo o que percebi, o São Paulo dominou ligeiramente, criando mais jogadas no ataque, até sofrer o primeiro gol. Não acho que o gol mal anulado de Luís Fabiano, em impedimento inexistente que a bandeirinha assinalou, teria mudado o resultado. O Santos terminou o jogo botando o São Paulo na roda e só não ampliou, em chute de Montillo, porque a trave salvou. Para mim, o pênalti em Neymar existiu. Vitória justa do time da casa. E o São Paulo não jogou mal. Perder para o Santos, na Vila, não é demérito. Bola pra frente!