Destaques

sábado, junho 07, 2008

Aproveitando o momento

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Uma série de motivos me fez deixar de escrever sobre o São Paulo aqui no Futepoca nos últimos dias. A derrota para o Fluminense foi o mais importante, a série de empates no Brasileiro não ajudou, a invejinha ao assistir o Corinthians e o algoz Fluminense avançando nas competições acabou de vez com a motivação.

Além disso, palpitar sobre o time no começo de um campeonato longo, de pontos corridos, é pedir para errar a avaliação. Ano passado Marcão e eu detonamos o time no início do Brasileiro e deu no que deu. Bom, melhor errar assim do que apostar no tradicional cavalo paraguaio, também conhecido como Botafogo.

Por isso, eu não ia escrever nada específico sobre a vitória do São Paulo sobre o Atlético-MG. Ela não significa nada sobre o desempenho do time no campeonato todo.

Maaaaaas....



André Dias mudou tudo! Nosso ilustre torcedor atleticano, integrante deste blog, jurou que iria ao Morumbi neste sábado só para conferir de perto o desempenho do zagueiro grosso como volante. Na sexta a imprensa noticiou que André Dias iria ao gramado deslocado, por conta da escassez de volantes no time (aliás, está praticamente confirmado: Richarlysson fora é reforço).

Até eu esperava um fracasso, claro. Mas não é que o André fez um golaço??? Não sei se jogou bem, já que o jogo não passou nem na TV a cabo. E não importa, nesse momento o que vale é a piada. André Dias é craque!!!

E tenho que aproveitar, que ultimamente não tenho tido oportunidade de fazer muitas.

Uma Venezuela em ascensão

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Claro que perder para a Venezuela no futebol, em se tratando de uma seleção pentacampeã como o Brasil, não deixa de ser vexatório. Mas o fato é que a equipe do país de Hugo Chávez vem mostrando uma evolução grande desde o final das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Antes um mero saco de pancadas, agora os atletas locais começam a mostrar que a lanterna sul-americana é coisa do passado.

O esporte mais popular do planeta perde para o beisebol e o basquete no país, competindo com o ciclismo e o boxe na preferência dos venezuelanos, o que talvez explique o desempenho pífio da seleção ao longo da história. Até as eliminatórias para a Copa do Japão/Coréia do Sul, a equipe tinha vencido somente duas partidas na competição: contra a Bolívia em 1981 (1 a 0) e contra o Equador em 1993 (2 a 1). Em 1998, primeira edição disputada em pontos corridos, o time ficou em último, com três pontos, resultado repetido em todas as edições anteriores.

No entanto, nas cinco últimas rodadas da fase eliminatória para 2002, os venezuelanos ganharam quatro partidas, perdendo para o Brasil de Felipão na última rodada (não se esqueçam que muitos torcedores temeram a Venezuela antes do embate). Naquele torneio, a Venezuela protagonizou uma das maiores zebras das eliminatórias sul-americanas, vencendo o Uruguai por 2 a 0 em San Cristóbal. Depois, derrotou o Chile pelo mesmo placar, em Santiago; venceu o Peru em casa, por 3 a 0 e superou o Paraguai por 3 a 1. Em cada um desses jogos, a Venezuela conseguiu um resultado histórico.

Terminou pela primeira vez uma eliminatória fora da lanterna (que ficou com o Chile), obtendo 16 pontos e cinco vitórias (venceu também a Bolívia por 4 a 2). Já nas eliminatórias de 2006, conquistou cinco vitórias e três empates, com destaque para a partida contra a Colômbia, vencendo na casa do adversário, e um fantástico 3 a 0 contra o Uruguai em Montevidéu.

Depois de conseguir pela primeira vez passar para a segunda fase da Copa América, em 2007, nas atuais eliminatórias os venezuelanos já venceram o Equador, fora de casa, por 1 a 0, e superaram a Bolívia em um empolgante 5 a 3. Estão em quinto lugar, o que lhes daria o direito de disputar uma vaga para a Copa do Mundo contra uma equipe da Concacaf. Será que é dessa vez que a Venezuela irá para o Mundial?

*****

Não é só no futebol que a Venezuela tem surpreendido. No vôlei, pela primeira vez irão às Olimpíadas. Em dose dupla! O masculino, após a histórica vitória contra o Brasil de Bernardinho no Pan de 2003, venceu a Argentina na casa do rival para assegurar sua vaga. Já as meninas selaram sua classificação contra o Peru, uma das seleções mais tradicionais do continente.

*****

Não é possível mensurar ao certo se a evolução no futebol tem relação com os investimentos do governo de Hugo Chávez. Mas o fato é que tem sido feito um esforço para massificar a prática esportiva nas escolas e treinadores estrangeiros chegam para preparar atletas, como é o caso do brasileiro Ricardo Navajas, do vôlei. Para se ter uma idéia, em 2006, os investimentos na área foram de US$ 510 milhões, além de terem sido gastos US$ 700 milhões para financiar as obras da Copa América de 2007.

Dunga faz história

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Só para não passar batido, Dunga entrou para história por ter dirigido a seleção brasileira na primeira derrota para a Venezuela, por 2 a 0, ontem nos Estados Unidos.

O melhor comentário foi o da minha companheira de partidas de futebol, Simone, que disse que parecia uma "pelada lá no Atuba" (bairro na divisa entre das cidades de Curitiba e Colombo, no Paraná).

Depois de ganhar sem brilho do Canadá, perder para gloriosa Venezuela nesses amistosos caça-níqueis nos Estados Unidos (resisti ao trocadilho do caça-Nike), resta agora torcer para não ter vexame contra Paraguai e Argentina na eliminatórias.

Se bem que assalta a dúvida se não vale torcer contra para o Dunga cair.

Mas como já aprendi que do ruim só vem o pior, vou torcer para a gente ganhar logo os jogos e garantir a vaga na Copa da África do Sul.

Depois começa o movimento Fora, Dunga!

Ensaio fotográfico causa polêmica no Coritiba

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Um ensaio com a modelo Suzana Pittelli no estádio Couto Pereira vem causando polêmica no Coritiba. A sessão de fotos foi feita no dia 7 de maio, mas só após a publicação na revista Área Brasil, onde a moça veste e despe o uniforme do time da capital paranaense, que o presidente do clube alega ter tomado conhecimento da realização do trabalho.

O mandatário alviverde Jair Cirino dos Santos assegura que não soube do ensaio e que não teria permitido a sessão caso tomasse conhecimento. Ele diz que estádio do clube só pode ser usado para atividades esportivas.

No entanto, o editorial da publicação agradece ao Departamento de Comunicação e Marketing do Coritiba. Já a gaúcha Suzana Pitelli, gremista, é taxativa quando fala sobre uma possível punição a algum funcionário do Coxa. “Se fosse demitir alguém, tinha que demitir a diretoria todinha. Toda, toda. Tinha muita gente lá, mais de 20. Quem não gosta de futebol e mulher? Fala sério.”

Eduardo Jaime, diretor de marketing do Coritiba, se defende, dizendo que é difícil ficar sabendo de tudo que acontece no clube. “Os diretores são eleitos e todos eles têm uma vida profissional ativa. Muito ativa, aliás.” Ele fez questão de ressaltar que o problema estaria resolvido e novas “falhas de comunicação” não vão ocorrer mais.

O Coxa garante ter identificado o responsável pela liberação do estádio, mas não revelou o nome do dito cujo. Piada corrente na capital paranaense relaciona a proibição de cervejas nos estádios do Brasileirão e o ensaio da modelo no Couto Pereira: “já proibiram a loira gelada, agora querem proibir a loira pelada.”

sexta-feira, junho 06, 2008

Maldade: Mauaense goleou seleção paraolímpica

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Quando li essa notícia quase não acreditei: em abril de 2006, o Grêmio Mauaense (que hoje disputa a quarta divisão do Campeonato Paulista) recebeu para um jogo-treino a seleção paraolímpica! Para cúmulo da maldade, ainda goleou os portadores de deficiência por 7 a 1! Não contente, João Ricardo, técnico da equipe de Mauá na ocasião, cometeu a seguinte gafe: "O importante não foi o placar, mas a movimentação dos atletas" (sendo que, entre os adversários, tinha gente que não se movimentava direito). Gaúcho, o treinador da seleção paraolímpica naquele tempo, foi sincero: "Começamos bem a partida, mas os jogadores ficaram perdidos". E isso porque, ao dar o pontapé inicial da partida, o prefeito de Mauá, Leonel Damo (PV), ainda tentou salvar a situação: "Tudo vai dar certo!", exclamou, querendo dizer, na verdade: "Seja o que Deus quiser!". Inacreditável...

Cigarro de palha chupinhou gibi do Tex

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Convidado para uma festa junina, decidi comprar um maço de cigarro de palha. Encontrei um tal de Palheiros de Piracanjuba, goiano, forte pra diabo. Mas até que vai bem com cerveja. O bizarro é que, fuçando sobre esse treco na infernet, descobri que o dono da fábrica foi processado por usar, na embalagem, um desenho do personagem de história em quadrinhos Tex Willer, sem permissão (veja a embalagem à esquerda e a capa do gibi chupinhado à direita). A italiana SBE (Sergio Bonelli Editore), que detém os direitos do personagem criado em 1948 por G.L. Bonelli e Aurelio Galeppini, ficou sabendo da mutreta e acionou a justiça brasileira por intermédio do escritório Schneider, Baleche & Prado, de Curitiba. Resultado: a Palheiros de Piracanjuba mandou publicar uma nota num jornal dizendo o seguinte: "Antônio Elias Daher - Palheiros de Piracanjuba, comunica que utilizou no frontispício de sua embalagem a imagem do personagem TEX WILLER sem consentimento dos editores Sergio Bonelli Editore e Mythos Editora, e alterou a embalagem, sem essa imagem, cumprindo acordo extra judicial entre as partes". Que beleza!

LDU confirma bom momento equatoriano

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Ao despachar o América, a Liga Deportiva Universitária de Quito - que aqui costumamos abreviar como LDU, mas no Equador é grafada como LDUQ - avançou à sua primeira final de Libertadores. E levou o país de volta à decisão do principal torneio interclubes sul-americano depois de 10 anos.

Em 1998, o Barcelona de Guayaquil fez a final da Libertadores com o Vasco. Aliás, há uma série de coincidências entre a final de 1998 e a de agora. É um equatoriano contra um brasileiro; mais precisamente, um equatoriano contra um carioca; e é uma decisão composta por dois times que nunca venceram o torneio.

Ainda nesse sentido, cabe uma comparação interessante. Na Europa, o último campeão inédito foi o Borussia Dortmund, em... 1997! Esse ano o Chelsea quase repetiu o feito, mas ficou no quase. De lá pra cá, a América do Sul viu campeões inéditos em 1998, 1999, 2004, 2006 e verá de novo em 2008. E com três decisões entre "calouros" - além dos já citados Vasco x Barcelona e Fluminense x LDU, houve também o Palmeiras x Deportivo Cáli de 1999.

Mas retomando: a chegada à decisão premia um bom momento que a LDU vive nos últimos anos. Não sei como o time se portou nos campeonatos locais, mas me termos de Libertadores é fato que a LDU se tornou a principal referência equatoriana. Como santista, sei bem; o Santos teve a LDU como adversária em 2004 e 2005. Em 2004, inclusive, imprimiu um sufoco danado ao Santos nas oitavas de final. O Peixe perdeu lá por 4x2, venceu aqui por 2x0 e só avançou nos pênaltis (bons tempos em que não havia a "regra dos gols fora"). O São Paulo também sentiu a força equatoriana: na fase de grupos de 2004, levou 3x0 lá em Quito.

Vale lembrar que entre as seleções o Equador vem se consolidando como a quarta força do continente. Nunca havia disputado uma Copa do Mundo; se classificou em 2002, repetiu a dose em 2006 e é favorito a ter uma das vagas sul-americanas para 2010. Quem sabe um título de Libertadores não é o que o Equador precisa para ser mais respeitado no mundo do futebol?

quinta-feira, junho 05, 2008

O Fluminense sempre fez história

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Pouco antes do início da partida semifinal entre Fluminense e Boca Juniors, o locutor da Sportv, Luis Carlos Junior, perguntou ao ex-atleta e comentarista Junior se aquela era a maior partida da história do Fluminense. Fugindo totalmente do que seria o lugar comum, o rubro-negro respondeu que não sabia, pois o Tricolor era um clube centenário e para afirmar isso era preciso conhecer a fundo a história do Flu.

Nada mais correto. Alguns torcedores acham que não existia futebol antes da Libertadores, que começou a ser disputada em 1960, ou antes do Campeonato Brasileiro, iniciado em 1971. Mas havia. E muitos times faziam história já naquela época, com grandes exibições e dando craques fabulosos para o esporte mais popular do mundo. O Fluminense era uma dessas equipes.

Confesso que, depois das atuações apenas regulares nas oitavas-de-final e do primeiro jogo contra o São Paulo, achei que o Tricolor carioca não tinha a tal “cara de Libertadores” que tanto se fala das equipes que vencem o torneio sul-americano. Mas depois mostrou que possuía não só a feição vencedora, como também tinha aquilo que mais fascina no futebol: talento. Talento para continuar escrevendo sua bela história.

A vitória contra o São Paulo, com um gol no final, já havia sido um feito dramático. O empate com o Boca na Argentina, um belo resultado. Mas pairava a dúvida. Será que o Flu conseguiria repetir a façanha de superar o time argentino na Libertadores, algo só realizado pelo Santos de Pelé em 1963?

O primeiro tempo correu com o Tricolor segurando o jogo, tocando a bola e esperando o Boca. Os argentinos atacavam, mas não com tanto ímpeto, embora tivessem a iniciativa das ações. Riquelme aparecia pouco, e as jogadas portenhas aconteciam pelo lado direito, aproveitando a deficiência de marcação de Ygor e os avanços do ala Gabriel, que ataca bem mas marca mal. Uma chance do Flu, duas do Boca. E 0 a 0 no final da primeira etapa.

As emoções estavam reservadas para o segundo tempo. O Boca marca aos 12, em uma jogada típica. Datolo ginga no lado esquerdo do ataque. Enquanto ele baila, Palermo vai e volta duas vezes e se livra do marcador. E quem marcava o artilheiro era Thiago Neves, mostrando o quão ruim é quando o time recua pra só se defender. A volta de atacantes ou meias para a intermediária desarruma toda a marcação, a não ser que a retranca seja a tônica da equipe, o que não é o caso do Fluminense. A bola vem açucarada e o atacante faz aquilo que sabe fazer.

A partir daí, pensei “mas que time encardido.” Um ensaio de catimba, espaços se abrem para o contra-ataque, o toque consciente dos argentinos... Parecia tudo perdido. Mas Renato Gaúcho colocou Dodô no lugar de Ygor. E ele sofreu uma falta próxima à área. Washington cobrou magistralmente aos 17 minutos. Não deu tempo para o Boca dominar de forma completa a partida.

O visitante encurrala, ataca, mas aos 25 o argentino e torcedor do River Dario Conca domina pela esquerda. Olha pra área e cruza. A bola desvia em Ybarra e pega o goleiro Migliore no contrapé. Um tento salvador. Entre os 27 e os 35, só dá Boca. Uma pressão incrível, um ritmo eletrizante, com grandes intervenções do pouco confiável e rebatedor Fernando Henrique, tão vaiado em outras ocasiões pela torcida tricolor. Com justiça, diga-se. Mas era também a noite dele.

Então, pela primeira vez, vi um lance nada usual nas partidas da equipe de coração do ex-craque Maradona. Ao invés de sair jogando, o goleiro deu um chutão pra frente. O Boca, sempre inabalável, parecia tenso. Nervoso. Com medo. O Fluminense estocava, criava chances no contra-ataque, era dono da situação, mesmo acuado. E foi em uma saída errada de Palácio que Dodô, aos 47, acabou com a pose portenha. Festa no Maracanã. Eu, que não torcia nem para um, nem para outro, comemorei o gol carioca. Desta vez, o Maracanazo foi deles.

Nas arquibancadas, um Chico Buarque rindo como criança festejava com a filha Sílvia. Junto deles, os torcedores, quase 85 mil, cantavam e se emocionavam. Lá de cima, Castilho, Telê Santana, Preguinho, Didi e tantos outros que fizeram do Tricolor o que ele é, sorriram junto com Nelson Rodrigues, que caçoava dos "idiotas da objetividade". E quem sempre fez história, continuou fazendo.

Mais Fluminense:

E o Tricolor tá na final.
Cala-te, Boca!!!

Corinthians dá grande passo para o título

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O Corinthians recebeu o Sport e sapecou um 3 a 1 bem dado, que poderia ter sido mais. Os gols foram de Dentinho (que deu passe para o gol de Herrera), Herrera (que deu passe para o gol de Acosta) e Acosta. Enilton diminuiu para o rubro-negro, aos 45 minutos.

O Timão entrou pressionando e arrasou o Sport no primeiro tempo. Aos 20 e poucos minutos já estava 2 a 0 e Dentinho e Carlos Alberto haviam perdido outras três boas chances. Virar 4 a 0 não teria sido absurdo.

No segundo tempo, o Timão recuou para tentar matar o jogo no contra-ataque e deu espaço aos pernambucanos, que abafaram. Não gosto desse tipo de postura, mas adore o gol na roubada de bola de Herrera, o nome do jogo. O alvinegro teve mais uns dois contra-ataques perigosos, mas não ampliou.

No abafa, o Sport obrigou Felipe a pelo menos uma excelente defesa, em cabeçada no cantinho. No finalzinho, Carlinhos Bala fez um salseiro na defesa corintiana e a bola caiu no pé de Enilton, que diminuiu no cantinho.

O gol no final fez o passo corintiano parecer menor do que foi. O Mauro Beting chama a atenção para o fato de que nenhum time jamais tinha feito três gols num jogo de ida de final de Copa do Brasil.

O Timão tem agora a vantagem de poder perder por 1 a 0 ou empatar com qualquer placar. 2 a 0 dão título ao Sport, 3 a 1 leva para os pênaltis, e demais vitórias pernambucanas por diferença de 2 gols dão o título ao Corinthians. A vantagem é boa, sim senhor, ainda que pudesse ter sido maior.

A imprensa está fazendo um auê com o gol do Sport, chamado de “gol duplo” pela Folha. Claro que o gol fora ajuda, mas, de minha parte, nem que tivesse sido 3 a 0 eu comemoraria antecipadamente. O Sport é time grande e tem matado os jogos em casa. Considerando os outros placares do Sport na Copa do Brasil dentro da Ilha do Retiro (4 a 1 na porcada, 3 a 1 no Inter, 2 a 0 no Vasco), percebe-se que o time pernambucano tem bala pra virar. Mas acredito que, se jogar com a seriedade que jogou ontem, especialmente no primeiro tempo, o Corinthians leva o título.

Para diminuir o ímpeto dos secadores de todo o país, uma ilustríssima ajuda sobrenatural: praga lançada pelo Zé do Caixão contra os anti-corintianos, gravada em entrevista exclusiva com o cineasta José Mojica Marins feita pela equipe do Futepoca. Cuidado, infiéis!

quarta-feira, junho 04, 2008

As entrevistas Futepoca/Diplô

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Este glorioso blogue inaugura hoje uma nova seção, só com entrevistas especiais produzidas em conjunto com a página eletrônica do Le Monde Diplomatique no Brasil. Aqui, você poderá acompanhar conversas entre os integrantes do dois veículos e personalidades das mais distintas áreas, que falam não apenas sobre seus trabalhos mas também sobre os temas que norteiam esse espaço: futebol, política e cachaça.

Para estrear essa nova seção, dois convidados: o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e o economista e dirigente palestrino Luiz Gonzaga Belluzzo.

Em seu estúdio no centro de São Paulo, Mojica logo de cara nos fez uma revelação: vai emprestar o nome de seu personagem mais famoso para uma aguardente. Não demorou muito para a mesa ter mais duas garrafas da dita cuja, além da que os entrevistadores tinham levado. Aliás, esse é um padrão nos encontros realizados: com pompa e circunstância, servimos cachaça artesanal selecionada, pra soltar a língua do entrevistado e a imaginação dos entrevistadores.

Durante as quase duas horas de conversa, Mojica falou sobre seus filmes, em especial o que será lançado ainda este ano, Encarnação do Demônio, que encerra a trilogia iniciada com À meia-noite levarei tua alma e Esta noite encarnarei no teu cadáver. Contou também suas participações na vida política do país e falou de uma das suas paixões, o Corinthians, rogando uma praga a quem se atrever a falar mal do seu clube.

Já o apaixonado palmeirense Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais articuladores da parceria com a Parmalat nos anos 90 e também um dos pais do Plano Cruzado, fez uma interessante análise sobre a crise econômica nos EUA e os seus possíveis efeitos no resto do mundo. Também comentou aspectos da administração do futebol brasileiro e sentenciou, para desgosto dos alviverdes: o São Paulo tem a melhor estrutura entre os clubes de futebol do país. Além disso, Belluzzo falou sobre algumas das pessoas que admira no esporte bretão: Vanderlei Luxemburgo, Valdívia, o meia Alex e aquele que considera um "anti-ídolo", o goleiro Marcos.

*****

Aproveitando o ensejo, o Futepoca também estréia um novo layout, a partir de uma idéia de logomarca concebida por Olavo Soares, com arte de Carmem Machado e produção de Anselmo Massad. Algumas partes da página ainda não estão funcionando, mas em breve tudo estará bem (se tudo der certo).

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Abaixo, a praga do Zé do Caixão para quem "desprestigiar" a nova seção do Futepoca.


Pé redondo na cozinha - Desfalque no cardápio

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MARCOS XINEF*

Em 2002, tive a oportunidade de chefiar uma cozinha de estilo mexicano, em São Paulo - aliás, uma das comidas que eu mais aprecio. E no cardápio nós tínhamos dois pratos com bebida alcoólica: os onion rings (anéis de cebola empanados cuja massa inclui chope ou cerveja gelados) e as cenouras com tequila e lingüiça apimentada. Quem preparava as cebolas era o Bigode, que pedia o dobro de litros de cerveja que a receita precisava. E as cenouras ficavam por conta do Toni Gordão, que também pedia doses de tequila a mais.

Os dois guardavam as sobras das bebidas e, no fim da noite, iam para o vestiário manguaçar. O lado bom era que eles não bebiam durante o trabalho, então eu levava na boa. Depois de 30 dias observando de perto, resolvi não demiti-los. Apenas somei as bebidas em excesso e descontei de seus salários. Por esse motivo, infelizmente, os pratos acabaram saindo do cardápio...

CENOURAS COM TEQUILA E LINGÜIÇA APIMENTADA

Ingredientes
500 gramas de cenoura
200 gramas de lingüiça
4 colheres de sopa de manteiga
1/4 de colher de chá de endro (seco e socado com pimenta a gosto)
1/4 de xícara de chá de tequila

Preparo
Corte as lingüiças em rodelas e as cenouras diagonalmente, em fatias de 5 milímetros. Derreta manteiga numa frigideira, em fogo baixo, adicione a cenoura e a lingüiça, aumente o fogo para médio e cozinhe por 10 minutos, mexendo ocasionalmente. Junte o endro socado com sal e pimenta, misture bem, aumente o fogo, derrame a tequila na frigideira. Risque um fósforo e jogue na frigideira para flambar e, quando as chamas se extingüirem, retire o palito e sirva imediatamente. Rendimento: 4 porções.


Grande abraço a todos. E salvem o Bigode!



*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

Sobre o time do Jardim Leonor (a pedidos)

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Tenho sido cobrado para falar sobre meu time, que parece não ter novidade nenhuma que seja digna de nota. Até comprei jornal para saber alguma coisa, mas continua tudo na mesma: Fábio Santos e Adriano vão arrumar as malas, Richarlyson tomou cartão e está suspenso, Zé Luís está machucado, Hernanes e Miranda estão na mira dos europeus, Muricy está sendo sondado por outros clubes, o time segue jogando mal e a diretoria mantém o fervoroso discurso de não contratar ninguém. Ou seja: NENHUMA NOVIDADE. O que esperar desse caldo de modorrice? No máximo, uma classificação bem suada para a Libertadores de 2009 (que eu duvido que aconteça). Leão fará uma boa campanha em algum time médio da Série A e voltará ao São Paulo no final do ano. E eu continuarei escrevendo sobre o futebol do século passado. Amém.

Ps.: Alguém tem ouvido declarações "engraçadinhas" do Marco Aurélio Cunha por aí? Não? Nem eu. Por que será, hein?

terça-feira, junho 03, 2008

Corinthians na Série B: até agora, sem sobressaltos

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Atrasado, escrevo sobre a Série B do Brasileiro, onde o Corinthians segue com 100% de aproveitamento após quatro partidas. A última, que não assisti por falta de TV a cabo em casa, ocorreu no sábado, contra o Fortaleza, no Pacaembu, com vitória por 2 a 0 do time da casa, gols de Alessandro (primeiro com a camisa do Timão) e Herrera, sempre ele, em jogada do estreante Elias.

Segundo relatos, o Fortaleza praticamente não chegou ao gol do Corinthians e Felipe ganhou o bixo sem fazer esforço. Foi uma vitória importante, contra um dos times fortes da competição, até então segundo colocado. Ainda segundo terceiros, Elias jogou bem e quando entrosar com Douglas, Diogo Rincon, Eduardo Ramos, Dentinho e cia., vai ficar bom o negócio.

A partida com o Fortaleza inaugurou uma série de jogos em São Paulo do Timão. São dez partidas no estado, contando a de sábado, aproveitando-se da legião paulista que povoa a Série B (sete times). O primeiro é contra o Barueri, campeão do Interior no campeonato Paulista, outro time que vem bem na competição. Entre os jogos, alguns que podem ser complicados, como a Ponte Preta em Campinas e o Bragantino em Bragança. Ah, tem o São Caetano em algum lugar, que, mesmo após o delicioso churrasco da Copa do Brasil, continua sendo asa-negra. De qualquer forma, hora de abrir vantagem, o que me deixaria mais tranqüilo sobre o acesso e meu pai, que apostou uma dúzia de cervejas com algum anticorintiano lá de Mauá que o Timão sobe sem perder nenhum jogo, ainda mais confiante.

O companheiro Ricardo, do Retrospecto Corintiano, viu o jogo e tem um relato mais apurado da partida. Ele traz também um dado interessante: a vitória contra o Botafogo foi a vigésima vitória do Corinthians em 32 jogos esse ano, exatamente o mesmo número de vitórias que obteve em 64 partidas disputadas em todo o ano de 2007. Isso mostra que o ano passado foi para esquecer e que esse, dentro das circunstâncias, está indo muito bem, obrigado.

Copa do Brasil

O Corinthians vai completo contra o Sport amanhã. Já os pernambucanos perderam aquele que vinha sendo seu principal jogador, o meia Romerito, cujo contrato por empréstimo junto ao Goiás acabou esses dias (parabéns à diretoria do Sport pelo planejamento...). A Fiel, no primeiro dia de venda, comprou 48 mil ingressos (tinha nego na fila na madrugada de sábado pra domingo, numa garoa e num frio infernais). E isso com ingressos mais caros, já que a diretoria resolveu mudar de planos. Os dois times vêm embalados e animados por disputar uma final que poucos (se é que alguém) esperavam. A parada vai ser dura, duríssima, sem favoritos. Mas mais uma vez, o coração diz que dá Corinthians.

Tudo pronto para Copa de Futebol gay, em Londres

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A Associação Internacional de Futebol de Gays e Lésbicas (IGLFA) já tem a relação de equipes participantes da Copa Mundial de Futebol Gay e Lésbico da Inglaterra. A competição acontece de 24 a 30 de agosto, em Londres.

Foto: Reprodução IGLFA
No total, 50 equipes de diversos países se inscreveram. Não há exclusividade na representação de cada país. Por exemplo, 23 dos times estão no Reino Unido e 13 dos Estados Unidos. Da América Latina, são dois times, um formado no México e outro na Argentina.

O torneio se divide em duas divisões masculinas e duas femininas. A participação das mulheres é uma novidade em relação à disputa de Buenos Aires em 2007. Numa leitura rápida, a única diferença nas regras aplica-se apenas para a segunda divisão feminina, em que sete jogadoras atuam de cada lado. E há autorização para mulheres jogarem em times masculinos. O inverso não.

E não há necessidade de comprovação sobre sexualidade. Na verdade, a competição busca ser inclusiva, qualquer um pode participar. Embora seja necessário o registro na federação.

Segundo organizadores, pouca gente entende "o espírito e o entusiasmo de protagonizar um evento que pode ser tão competitivo quanto divertido". O objetivo é promover o reconhecimento e o direito à participação de homens e mulheres gays nos esportes e na sociedade em geral.

Mesmo sem apoio da prefeitura de Londres, a competição deve transcorrer normalmente. A próxima taça será disputada em Washington, em junho de 2009. Será que São Paulo, dona da maior parada gay do mundo e maior cidade do país do futebol, se interessaria pela edição de 2010?

O último canto do "maldito"

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Hoje faz uma semana que perdemos Austregésilo Carrano Bueno (foto), ativista da luta antimanicomial que inspirou o filme "Bicho de sete cabeças", de Laís Bodansky. Morreu no Hospital das Clínicas, em São Paulo (perto da minha casa, sem que eu soubesse), aos 51 anos, vítima de câncer no fígado. Fiquei mal com a história, pois conheci Carrano em 2001, no lançamento do filme em Fortaleza (CE). Na época, eu fazia assessoria de imprensa voluntária para a luta antimanicomial. Ficamos amigos, por assim dizer. Sempre nos encontrávamos para beber e conversar quando ele ia ao Ceará, trocávamos emails. Ele me contou o quanto os hospícios foram financiados pela ditadura militar, como alternativas de prisões políticas, e me presenteou com o livro "Canto dos malditos", base da versão cinematográfica. Só que o texto de Carrano, autobiográfico, é uma porrada no estômago, faz o filme parecer um conto de fadas.

Internado aos 17 anos pelo pai, que foi aconselhado por um amigo policial a agir assim depois de descobrir cigarros de maconha na jaqueta do filho, Carrano viveu quase uma década sedado, sofria agressões e sessões sádicas de eletrochoque - práticas comuns nos hospícios. Uma vez ele pediu para eu apalpar a base de seu crânio, perto da nuca, onde havia um desnível provocado pelas pancadas que dava com a cabeça quando era eletrocutado. Também mordeu e engoliu parte da língua numa dessas sessões de horrores. Na época que ele me deu o livro, a obra estava proibida por pedido judicial da família do proprietário do hospital espírita onde foi internado nos anos 1970. Carrano chegou a ser ameaçado de prisão e de pagar R$ 60 mil de multa pelo o que havia escrito e publicado. Seus emails falavam dessa briga.

Depois de ler "Canto dos malditos" fiquei tão atordoado que "transpirei" uns versos angustiados. Pensei em mostrar para o Carrano, mas não deu tempo. Transcrevo meu escrito abaixo, portanto, como homenagem póstuma a esse grande cidadão, que chegou a ser homenageado em vida, em 28 de maio de 2003, pelo Ministério da Saúde e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua luta e empenho na construção da rede nacional de trabalhos substitutivos aos hospitais psiquiátricos no Brasil. Valeu, Carrano!

PELOS CANTOS

sinto solto o sangue
sento, santo
sufocando o canto
dos malditos

sangro sem saber
e ouço sempre
gritos, prantos
mal contidos
pretos, brancos
mal vestidos
sujos
cegos, surdos
praguejando mudos
contemplando o muro
sem saída

sigo só e sonolento
tento ser, nessa cabeça
alguém
mas não sou

sopro a sede
a boca seca pede
e não impede a morte
sério, sangro e morro
sem sucesso
sem socorro
ressuscito
sofro
santo, morto
assim
maldito até o fim

Porque Pepe não jogou em 58

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O companheiro Marcão, nesse post, contou a versão de Feola sobre a escalação de Zagallo na ponta-esquerda na Copa de 58, preterindo José Macia, o Pepe (foto), que ficou na reserva. O ponta santista, em entrevista da qual participei para a revista Fórum, não contradiz totalmente os argumentos de Feola, mas relata de forma mais completa como ocorreu a decisão do técnico entre escolher Zagallo, Pepe ou Canhoteiro. Ele também não descarta uma certa pressão para que Pelé e Garrincha fossem escalados. Eis a versão do "Canhão da Vila":

Convocação

Em época de Copa sou muito entrevistado e realmente me aborreço muito porque não joguei nem em 1958, nem em 1962. Antes da Copa de 1958 fizeram exames médicos mais rigorosos na Seleção e me pegaram com um problema na gengiva e nos dentes. Tive de fazer algumas extrações e perdi tempo, fiquei sem treinar por uns dez dias e o Zagallo começou a ganhar a posição.

A dúvida do Feola [Vicente, técnico da Seleção] era se ia cortar eu ou o Canhoteiro. E, no jogo contra a Bulgária, Feola optou por ele. Quando estava 1 a 1 e faltavam 20 minutos para acabar o jogo, eu entrei e mandei uma bomba no peito do goleiro. No rebote, o Pelé fez 2 a 1 e eu fiz o terceiro. Os jornais diziam que eu tinha assinado o passaporte para a Suécia.

Amistosos e contusão

Depois, teve um jogo de “desagravo” contra o Corinthians, porque Luizinho não havia sido convocado e a torcida não aceitava. Ganhamos de 5 a 0 e já joguei de titular e marquei 2 gols.
Viajamos para a Europa e fomos enfrentar a Fiorentina, ganhamos de 4 a 0 e fiz um gol. O fatídico jogo foi contra a Inter de Milão, o último amistoso antes de embarcarmos para a Suécia.

Estávamos ganhando de 2 a 0, quando parti com a bola dominada e um italiano me deu uma no tornozelo direito que cheguei a virar o pé. Desembarquei na Suécia de chinelo com o pé muito inchado. Com o tratamento, fiquei bom só na quarta rodada e o Zagallo já estava jogando com o time embalado.

A Copa do Chile

Em 1962, pensava “agora é comigo mesmo”. Depois de 1958, fui titular em 1959, 1960 e 1961 e aí veio a Copa. No Chile, tive novamente problema de contusão, estava treinando e de repente cresceu uma bola na minha perna. Fiquei fazendo tratamento e não consegui me recuperar.

Naquela época, o tratamento era toalha quente, água quente, raios-X e infravermelho. Falei para o Mário Américo: “doutor, preciso ficar bom, preciso jogar. Lá no Santos, quando tem um problema muito sério, a gente toma uma infiltração e em três, quatro dias fica bom”. Aí ele me deu a injeção. No dia seguinte, teve uma missa e eu apareci agarrado em dois jogadores, nem podia andar por causa da reação que deu na perna. Não sei se houve imperícia da parte dele porque não estava acostumado a dar injeção, sei que perdi de vez o foco da Copa, não tive mais chance alguma de jogar. Vim para o Brasil e o médico do Santos me examinou e perguntou: “o que fizeram com você?” Estava com queimadura de terceiro grau no joelho.

O papel dos líderes em 1958

Eu fazia o meu papel e jogava, não participava de nenhum tipo de reunião com a comissão técnica. Pode ter acontecido com o Nílton Santos, com o Didi, o Bellini, jogadores mais experientes, que tenham pedido a presença do Garrincha e do Pelé. Não participei de nenhuma reunião, mas acho que houve. Estava saltando aos olhos que estávamos precisando do Pelé e do Garrincha, embora a gente não pudesse prever que um menino de 17 anos fizesse aquele estrago todo.

segunda-feira, junho 02, 2008

Lula apresenta miniatura do "meu carro verde" e promete álcool inalável

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Clóvis Rossi conta, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira, 2, a apresentação do Carro-Verde pelo presidente Lula.

O presidente estava numa entrevista na embaixada do Brasil em Roma, onde esperava para a assembléia da FAO, órgão da ONU para a fome. Falou do petróleo, que o poço de Tupi vai começar a produzir em março uns 20 mil barris de petróleo. "Palpite de leigo", explicou.

Mas o melhor viria a seguir. O "meu carro verde", produzido com "polietileno verde", derivados da cana-de-açúcar, e não do petróleo. A produção é feita a partir de uma gigante brasileira dos petroquímicos e uma montadora japonesa.

Ele apresentou só uma miniatura, trazida pela primeira dama, Marisa Letícia. E prometeu novos avanços: o álcool inalável. "Com esse carro, ninguém precisa beber álcool, é só cheirar o carro", animou-se.

Foto: Valter Campanato/ABr

Marisa traz o carrinho pro presidente. "Meu carro verde".

O presidente vem falando do carrinho desde setembro do ano passado, em artigo para um jornal sueco. Sobre os derivados de cana, os biógrafos do presidente não foram localizados para determinar a primeira referência relacionada ao tema.

Bellini, Feola e Gilmar falam sobre a Copa de 1958

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O "Grandes Momentos do Esporte" de ontem, na TV Cultura, recuperou um programa antológico gravado pela emissora em 1974, chamado "Todas as Copas do Mundo", com apresentação do jornalista Orlando Duarte e participação de três campeões mundiais de 1958: o técnico Vicente Feola e os ex-jogadores Bellini e Gilmar (na foto, os três no dia do título). Eles foram entrevistados pelos jornalistas Luiz Noriega, José Carlos Cicarelli, Paulo de Aquino, José Silveira e José Carlos Carbone. Vários mitos da Copa da Suécia foram desmentidos e/ou confirmados - e o mais legal é que Feola estava lá, vivo, para dar a sua versão. Vamos a algumas delas:

Jogadores que escalavam - Reza a lenda que Nilton Santos, Didi e Bellini teriam pressionado Feola para substituir Dino Sani, Joel, Dida e Mazola por Zito, Garrincha, Pelé e Vavá. No livro "Estrela solitária", sobre Garrincha, o escritor Ruy Castro já havia dito que tal insubordinação seria impensável naquele grupo. Gilmar e Bellini confirmaram. "Isso é mentira, é uma fofoca criada por amigos do Nilton e do Didi no Rio, depois me envolveram na história", disparou Bellini. Feola acrescentou que Garrincha e Pelé só não começaram a Copa como titulares porque o primeiro estava fora de forma e o segundo contundido. Dino Sani e Mazola perderam os postos por não terem rendido o que ele esperava.

Mauro no banco - Muitos jornalistas consideram que o zagueiro Mauro Ramos de Oliveira já poderia ter sido titular (e capitão) na Copa de 1958, quatro anos antes disso acontecer no Chile. A titularidade de Bellini (que jogava no Vasco) teria sido uma "cariocada" da CBF. Mas Feola, que treinou Mauro no São Paulo por muitos anos, considerava que ele era muito técnico, não marcava forte e não dava bico na hora do sufoco. Por isso, preferiu Bellini - com a ressalva de que, depois disso, Mauro mudou seu estilo e virou titular no Santos e na seleção. Gilmar e Bellini concordaram com isso. "O Bellini não tinha medo de dar uma 'injeção" (um bico) na bola", disse Gilmar. "Agulhada", corrigiu Bellini, rindo.

Pepe no banco - O ponta-esquerda Pepe foi reserva de Zagallo em 1958 e 1962. Teria sido outra "cariocada"? Feola disse que deu várias oportunidades para Canhoteiro e Pepe mas que Zagallo conquistou a posição antes da Copa, por ser o jogador que mais corria e que conseguia voltar do ataque para compor a defesa mais rápido que todos os outros. "Ele foi fundamental para a conquista", afirmou o técnico. "Na semifinal contra a França o Zagallo estava meio gripado e consultei o Pepe para saber se estava disposto a jogar. Ele ficou muito tímido, retraído. Mantive o Zagallo".

Final antecipada - Questionados sobre o jogo mais difícil, tanto Gilmar quanto Bellini disseram que a França, na semifinal, foi o adversário mais forte que enfrentaram (contrariando palpites dos jornalistas sobre a Inglaterra e o País de Gales). "Nós tínhamos uma defesa mais compacta, mas o ataque francês era excelente. Nesse duelo, vencemos a Copa", resumiu Bellini.

'Volta, Nilton!' - Na estréia do Brasil na Copa, contra a Áustria, o lateral-esquerdo Nilton Santos foi ao ataque e fez o segundo gol da seleção no início da segunda etapa. Reza a lenda que, enquanto ele avançava, Feola gritava com raiva do banco: "-Volta, Nilton, volta!". E que depois teria dito, cinicamente: "-Boa, Nilton!". O técnico deu sua versão: "Nilton tentou arrancar e perdeu a bola no meio do campo. O conta-ataque da Áustria seria fulminante, por isso gritei para ele voltar. O estádio era pequeno e todo mundo ouviu. Mas, em cima do lance, o Didi desarmou os austríacos e lançou o Nilton, que fez o gol. Nunca proibi ninguém de ir ao ataque e nem deixei de incentivar quando algum defensor tinha chance de gol".

Tostão fala sobre o futebol em 1968

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Respondendo a versão de Admildo Chirol sobre o que 1968 representou para o futebol, Tostão, alguém que sabe porque esteve lá, explicou em miúdos na Folha de S.Paulo (só para assinantes) de domingo, 1º.

Eu ia escrever, de troça, que ele se pautou no Futepoca e no PapodeHomem. Mas como ele admite que procurou no Google, dá pra dizer que ele se sensibilizou pela lembrança da formação Gérson, Rivellino e Tostão no meio de campo.

UFCG

Tostão na seleção

Diferentemente do integrante da comissão técnica da época, Tostão explica:

"Na primeira partida, contra a Alemanha, levamos um baile.
Aí, eu, Gerson e Rivellino, por nossa conta, formamos um trio de canhotos no meio-campo. Eu jogava pela direita, Gerson, pelo meio, e Rivellino, pela esquerda. Gerson era o técnico. Ganhamos a maioria das partidas. O treinador Aimoré Moreira foi bastante elogiado."
Méritos socializados.

Mas há críticas à comissão técnica. No artigo, Tostão revela que João Saldanha – "visionário, humanista, político militante da esquerda e que falava o que pensava" – o técnico em 1969, não poderia mesmo resistir em um ambiente militar e autoritário. "A comissão técnica e o governo queriam a saída do técnico, e ele, incomodado, parecia não querer continuar."

Mesmo depois do Ato Institucional nº 5, o craque conta que conversava sobre política com o zagueiro Marinho. "Falávamos muito de futebol, ditadura e outras coisas, para estranheza dos outros", escreve. Embora não houvesse veto ao debate entre atletas, "existia um silêncio, uma mistura de alienação e de medo".

Quem, da comissão técnica, teria pedido a cabeça de Saldanha? O que eram as "outras coisas" sobre as quais Tostão conversava, que completava a tríade com futebol e ditadura? Seria possível pensar em três meias geniais jogando juntos no meio de campo?

Corinthians fez Jorge Mautner parar de beber

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Zapeando pela TV no sábado, estacionei por uns instantes no programa "Procurando quem?", capitaneado por Rodrigo Bittencourt no Canal Brasil. O entrevistado era o folclórico Jorge Mautner (foto), que me saiu com essa:

- Minha mãe era extremamente católica, mas, quando eu tinha 14 anos, ela montou um bar no meu quarto. Isso mesmo: um bar, com vodca, gin, uísque, tudo. Daí, durante um ano, eu fui um bêbado. Acordava de manhã e, antes de ir pra escola, já tomava a primeira dose. Acontece que um dia o Corinthians perdeu para o São Paulo e eu, corintiano, tive que suportar as gozações de um amigo são-paulino. Só que eu estava bêbado e muito nervoso, ele não parava de rir da minha cara e eu dei uma facada nele, que foi parar no hospital. Faltaram uns três centímetros para perfurar o fígado, quase me tornei um assassino. Nesse dia, resolvi parar de beber!

Moral da história: cuidado ao tirar sarro de corintianos bêbados...

Goleada no Palestra: 1 a 0 contra o Atlético-PR

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Divulgação/Palmeiras

Em outros tempos, inventaram uma certa síndrome do Palestra Itália. Uma ziguezira qualquer que impedia os palmeirenses de aguardarem confiantes as partidas do time em casa. Isso é passado. Mas também não vamos dizer que seja certeza de vitória. O 1 x 0 contra o Atlético-PR, com gol de Alex Mineiro, foi esse tipo de partida.

Sem perder em casa desde fevereiro, o alviverde contou com o anulamento de um gol por impedimento inexistente contra os paranaenses para levar a melhor. Quando deu-se o tento anulado, aos 19 do primeiro tempo, o placar não havia sido aberto (que passe!).

O gol palmeirense só saiu aos 10 da etapa final, numa sobra de dividida (ou teria sido um toque preciso?) de Diego Souza dentro da área. Marcos ainda salvou o time num lance cara-a-cara com Wallyson. Para santo da camisa 12, escapou do sufoco, mas não pode seguir vacilando.

Os primeiros 10 minutos foram de pressão intensa do Palmeiras, incluindo um milagre do goleiro Vinícius. Depois, o jogo se equilibrou. No segundo tempo, o volante Jumar, ex-Paraná, entrou apavorando, perdeu dois gols por excesso de individualismo. Queria virar personagem do jogo.

Kléber, o violento desgovernado, foi expulso faltando dois minutos para acabar. Uma tesoura desnecessária no campo de ataque. Alex Fraga, zagueiro do rubronegro, também foi para o chuveiro mais cedo, só que bem antes, logo depois do gol.

Diego Souza, de volta depois de suspensão de três partidas, entrou na vaga deixada pelo suspenso Valdívia. Participou, chutou, cabeceou, mas não fez gol. Denílson entrou avançado e, em alguns lances, parece que o time joga mesmo com três atacantes. Não sei quem é titular, mas acho que o veterano vai para o banco.

Luxemburgo gostou do time, mas não da torcida. Segundo ele, "É normal eu ter proposta e analisar". A referência é a uma suposta proposta do hexa campeão francês Lyon que motivou gritos de "mercenário" para o técnico que zela (cê acha, velho?) pelo cumprimento de seus contratos. Pra mim, ele só quer valorizar seu passe, antes que qualquer coro de descontentes aumente. Com um técnico de meio milhão ao mês como Luxemburgo, a cobrança vai sempre ser elevada.

A torcida anda insatisfeita é com o preço do ingresso. Pelo menos parte dela. O valor do bilhete havia aumentado 100% depois do título paulista, para 40 pilas. Depois da chiadeira – com estádio lotado – caiu para R$ 30.

Diego Cavallieri
O goleiro reserva Diego Cavallieri deve ser a arma do Palmeiras para fazer algum caixa no meio do ano. Pelo menos é o que indicam as especulações. O banco de luxo foi para a Itália regularizar seu passaporte europeu para poder jogar sem contar como estrangeiro.