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Segundo o Globoesporte, Muricy Ramalho é o novo técnico da seleção brasileira de futebol. Ele substitui Dunga no posto de quem é mais criticado que o presidente da República e serve de para-raio para qualquer frustração ludopédica do povo brasileiro.
Não estaria definido ainda se ele acumularia o cargo de comandante do Fluminense ou se deixaria o líder do campeonato.
Se confirmada a informação, significa a consagração do técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo que, apesar do fiasco de 2009 com o Palmeiras, colocou o Fluminense na rota da briga pelo título – rota, eu escrevi rota – e no topo da tabela do Brasileirão deste ano após a décima rodada. Também representa a opção pelo único, entre os cotados, que não atuou como jogador de defesa ou de marcação, mas como meia ofensivo. Desde Mario Jorge Lobo Zagallo, os ex-atletas que ocuparam o posto jogaram como zagueiro e lateral.
Ainda não vai ser desta vez que o futebol bonito e ofensivo vai ter prioridade na seleção. Muricy preza por boa marcação, gosta de um meio de campo que ocupe bem os espaços, mas evita volantes cabeça-de-bagre.
Antes que alguém pergunte, cabe a ressalva: tirando a indicação da minha pessoa ao cargo – desprezada pela CBF, pela mídia e até pelas pessoas para quem falei – e de alguns dos 190 milhões de treinadores identificados nas projeções populacionais do IBGE, nenhum dos técnicos cotados garantiria uma opção mais para frente.
Adepto de um futebol eficiente, meio à lá Holanda 2010, em que 1 a 0 é goleada, Muricy é discipulo de Telê Santana, mas considera Rubens Minelli o melhor técnico com quem trabalhou.
Mesmo no São Paulo dos títulos de 2006 a 2008, o treinador não teve elencos brilhantes, mas com peças de reposição à altura e um nível técnico (pouco, especialmente no caso de 2008) acima da média dos demais. No Internacional de 2005, no vice-campeonato mais contestado do Brasil, o time era interessante relativamente, em um campeonato ainda com estrelas.
Mas o cara é um montador de time. Assim como Mano Menezes, outro dos cotados que talvez tenha perdido a vaga de técnico do escrete canarinho junto da liderança do Brasileirão, Muricy vai armando seu esquema com peças de sua confiança. E deve mostrar teimosia semelhante à de Dunga, Carlos Alberto Parreira, Zagallo e Luiz Felipe Scolari.
Muricy também é turrão e rabugento no trato com jornalistas. Não está habituado a críticas e solta o verbo quando não gosta de pergunta. Mas é só uma coincidência com o antigo ocupante do cargo.
Quando Dunga foi anunciado, o Futepoca lançou a precoce campanha "Fora, Dunga" Depois, encampou o "Fica, Dunga", e por aí foi.
É o caso de já pedir um "Fora, Muricy"?