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sexta-feira, fevereiro 22, 2013
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quinta-feira, fevereiro 21, 2013
Corinthians disputará jogos da Libertadores sem presença da sua torcida
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Compartilhe no Facebook A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) resolveu agir rápido, de forma preventiva, em relação ao ocorrido ontem na partida entre San Jose e Corinthians. O clube brasileiro, de acordo com medida cautelar, disputará as partidas da Taça Libertadores – tanto em casa como fora – sem a presença de sua torcida, em consequência da morte de um jovem de 14 anos, atingido por um fogo de artifício que teria sido disparado por um torcedor. A punição vale até que a Confederação tome uma decisão final, o que deve acontecer no prazo de 60 dias. Ou seja, o Timão pode disputar todos os jogos da fase de grupos sem o apoio do seu torcedor.
Compartilhe no Facebook A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) resolveu agir rápido, de forma preventiva, em relação ao ocorrido ontem na partida entre San Jose e Corinthians. O clube brasileiro, de acordo com medida cautelar, disputará as partidas da Taça Libertadores – tanto em casa como fora – sem a presença de sua torcida, em consequência da morte de um jovem de 14 anos, atingido por um fogo de artifício que teria sido disparado por um torcedor. A punição vale até que a Confederação tome uma decisão final, o que deve acontecer no prazo de 60 dias. Ou seja, o Timão pode disputar todos os jogos da fase de grupos sem o apoio do seu torcedor.
“As partidas do Corinthians como mandante serão
disputadas de portões fechados. Nos jogos que o clube disputará
como visitante, seus torcedores não terão acesso a ingressos",
declarou nesta quinta-feira o porta-voz da Conmebol, Nestor Benítez.
O clube paulista já vendeu 82.500 ingressos para os três jogos da
primeira fase que fará em casa em 2013 e deixou claro que tem
condições de ressarcir todos os torcedores que compraram ingressos.
O Corinthians terá três dias de prazo para
apresentar sua defesa. Doze torcedores permanecem detidos na
delegacia de Oruro e a polícia boliviana disse ter fotos que provam
que o disparo foi feito por um torcedor corintiano. O grupo foi
indicado por homicídio, sendo dois deles como autores e os outros
dez como cúmplices. A situação dos brasileiros está sendo cuidada
pelo consulado brasileiro na Bolívia.
(Com agências)
Pinceladas cariocas - E o Flu beijou a lona...
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Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
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por Enrico Castro
Fred, o beijoqueiro da semana |
E para quem pensava que eu não ia comentar sobre o vexame Tricolor na Libertadores, vou cortar na própria carne. O Flu foi massacrado pelo Grêmio em pleno Rio. O Fred foi o beijoqueiro maior da semana: primeiro beijou uma bela morena nas ruas de Belo Horizonte; depois, beijou a lona no Engenhão... A disparidade entre as duas equipes pôde se comparar à luta entre Anderson Silva versus Chael Sonnen: uma tremenda coça! Imensa parcela da culpa é de Abel Braga, que escalou e armou mal o time. Ele optou por "mostrar quem manda" dando um castiguinho ao Thiago Neves, por conta do episódio do dopping, e poupar Deco, que já estava cansando por ter jogado uma partida na temporada.
Mas era jogo de Libertadores, e em casa! Tinha que usar o que se tem de melhor, não era hora de castigar e poupar ninguém! A gota d'água foi substituir o Wellington Nem, único a levar perigo ao adversário, aos 17 do 2º tempo, quando o time já perdia por 2 x0. Foi o que faltava para a torcida entoar o famoso "canto de consagração" aos técnicos... E ele merece: alguém que nunca conseguiu vencer Vanderlei Luxemburgo tem mesmo é que passar vergonha!
Abel ouviu coro da galera
Impressionante como, após exibir o replay 357 vezes, nenhum dos 92 "especialistas" que comentavam o jogo na TV Globo viu a mão de Barcos no 1º gol gremista. Eu cheguei a pensar que estava vendo coisas, mas, para meu alívio, no dia seguinte a versão carioca do diário Lance! estampou a foto na capa. Isso sem falar do impedimento escandaloso no 2º gol. Placar moral: Fluminense 0 x 1 Grêmio. Foi um dia atípico para os melhores times do mundo. Nesta mesma data, o Barcelona perdeu para o Milan por 2 x 0.
Barcos reincide na mãozinha
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League. Não é preciso dizer mais nada.
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20 gols para alcançar França
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Há 12 anos, em 24 de fevereiro de 2001, o São Paulo estreava uma nova formação no ataque. Cansado de testar, sem sucesso, Ilan ou Renatinho como parceiros de França naquele início de temporada, o técnico Oswaldo "Vadão" Alvarez escalou, para a partida contra a Matonense, pelo Campeonato Paulista, o recém-contratado - por empréstimo, do francês Rennes - Luís Fabiano, de apenas 20 anos. Deu certo: o São Paulo venceu por 2 a 0 no estádio Hudson Ferreira, em Matão, com um gol de França e outro de Carlos Miguel. Para o jogo seguinte, o primeiro da decisão do Torneio Rio-São Paulo, no Maracanã, Luís Fabiano foi mantido como titular no ataque. E, naquele 28 de fevereiro, marcaria seus dois primeiros gols pelo Tricolor, que venceu o Botafogo-RJ por 4 a 1 (França e Carlos Miguel, novamente, completaram o placar) e praticamente garantiu o troféu. Na partida de volta, um novato chamado Kaká confirmaria o título com dois gols.
Foi a única conquista da dupla França-Luís Fabiano. No final de 2001, Luís voltou ao Rennes e, em julho do ano seguinte, recuperado de grave lesão, França foi vendido ao Bayer Leverkusen. Em seis anos, a partir de 1996, tinha alcançado a marca de 182 gols pelo São Paulo, sendo o quarto maior artilheiro da História do clube, atrás apenas de Serginho Chulapa (242 gols), Gino (233) e Teixeirinha (189). Para o seu lugar, Luís Fabiano foi comprado e retornou ainda em 2002, permanecendo mais dois anos. Depois, passou pelo Porto e o Sevilha antes de jogar a Copa da África do Sul como titular pelo Brasil, em 2010, e voltar ao São Paulo no ano seguinte. Demorou quase um ano para se recuperar de lesão e, ao assumir novamente o comando do ataque, mostrou que ainda é artilheiro. Ontem, no estádio Anacleto Campanella, pelo Campeonato Paulista, marcou duas vezes na vitória por 4 a 2 (Maicon e Aloísio completaram a conta). Com isso, chegou a 162 gol com a camisa sãopaulina. E ficou a 20 de igualar o ex-companheiro França, que se aposentou recentemente.
O JOGO DE ONTEM - Talvez pressionado pela diretoria, o técnico Ney Franco insistiu em escalar Ganso como titular mais uma vez, contra o São Caetano, deslocando Jadson para a ponta direita (onde ele não produz nada). A salvação foi explorar o (excelente) Osvaldo, que, em jogada individual, deixou Luís Fabiano na cara do gol para abrir o placar. O Azulão reagiu e passou a explorar a velocidade de Pirão e Jóbson para cima do (esforçado) Douglas no lado esquerdo do ataque. E eles deixaram Danielzinho livre para empatar. Nesse momento, o São Caetano dominava, e só não ampliou porque foi prejudicado pelo juiz: o veloz Jóbson teve um impedimento mal marcado e Danielzinho sofreu um pênalti, em dividida com Rogério Ceni, que o juiz fez que não viu. Em outro lance, Jóbson sofreu falta na linha de fundo e a arbitragem também desconheceu. Mesmo assim, num contra-ataque fulminante, o próprio Jóbson virou o placar. Na base do desespero, o São Paulo "achou" um gol com Maicon, substituto de Wellington, antes do fim da primeira etapa: 2 a 2.
O segundo tempo começou morno, com poucas chances para cada lado até que, em tabela com Jadson, Luís Fabiano conseguiu fazer o terceiro. Ganso jogava muito mal e Ney Franco o preservou ao colocar Aloísio em seu lugar e voltar ao esquema que deu certo no final de 2012, com dois pontas abertos e Jadson no meio-campo. Wellington voltou, substituindo Maicon, e Cortez deu lugar a Carleto, que entrou muito bem na equipe e cruzou para Aloísio fechar o placar. O time que terminou o jogo, parece ser o ideal: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e Carleto; Denílson, Wellington e Jadson; Osvaldo, Luís Fabiano e Aloísio. Com a ressalva de que Douglas só é titular porque Paulo Miranda está machucado. Eu o substituiria por Wellington (caso Fabrício volte como volante), Lucas Farias ou mesmo João Filipe. Sem prejuízo.
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Luís Fabiano comemora com França em 2001 |
Lance de gol contra o São Caetano, ontem |
O JOGO DE ONTEM - Talvez pressionado pela diretoria, o técnico Ney Franco insistiu em escalar Ganso como titular mais uma vez, contra o São Caetano, deslocando Jadson para a ponta direita (onde ele não produz nada). A salvação foi explorar o (excelente) Osvaldo, que, em jogada individual, deixou Luís Fabiano na cara do gol para abrir o placar. O Azulão reagiu e passou a explorar a velocidade de Pirão e Jóbson para cima do (esforçado) Douglas no lado esquerdo do ataque. E eles deixaram Danielzinho livre para empatar. Nesse momento, o São Caetano dominava, e só não ampliou porque foi prejudicado pelo juiz: o veloz Jóbson teve um impedimento mal marcado e Danielzinho sofreu um pênalti, em dividida com Rogério Ceni, que o juiz fez que não viu. Em outro lance, Jóbson sofreu falta na linha de fundo e a arbitragem também desconheceu. Mesmo assim, num contra-ataque fulminante, o próprio Jóbson virou o placar. Na base do desespero, o São Paulo "achou" um gol com Maicon, substituto de Wellington, antes do fim da primeira etapa: 2 a 2.
O segundo tempo começou morno, com poucas chances para cada lado até que, em tabela com Jadson, Luís Fabiano conseguiu fazer o terceiro. Ganso jogava muito mal e Ney Franco o preservou ao colocar Aloísio em seu lugar e voltar ao esquema que deu certo no final de 2012, com dois pontas abertos e Jadson no meio-campo. Wellington voltou, substituindo Maicon, e Cortez deu lugar a Carleto, que entrou muito bem na equipe e cruzou para Aloísio fechar o placar. O time que terminou o jogo, parece ser o ideal: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Tolói e Carleto; Denílson, Wellington e Jadson; Osvaldo, Luís Fabiano e Aloísio. Com a ressalva de que Douglas só é titular porque Paulo Miranda está machucado. Eu o substituiria por Wellington (caso Fabrício volte como volante), Lucas Farias ou mesmo João Filipe. Sem prejuízo.
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quarta-feira, fevereiro 20, 2013
Graças a Deus? O papel da Igreja na evolução da cerveja
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O anúncio da futura
renúncia de Joseph Ratzinger, vulgo Bento XVI, ao comando da
Igreja Católica abre alguma perspectiva otimista para aqueles que
professam a fé de Pedro e acreditam em uma religião
menos intolerante com a diferença. Claro que essa é uma esperança
deveras otimista, já que certamente o quase ex-papa alemão plantou
em seu colégio cardinalício, que escolherá seu sucessor, todas as
sementes do conservadorismo que tanto lhe apraz.
Mas o fato traz a
lembrança de um legado positivo da Igreja Católica para boa parte
do mundo (“positivo” segundo entendimento de autores e leitores
do Futepoca): a estreita ligação dos católicos da Idade Média com
a evolução da cerveja. De acordo com a Larousse
da Cerveja, as primeiras iniciativas de produção em maior
escala do líquido dourado, algo até então feito de forma
doméstica, aconteceram nos mosteiros, no século VI. Entre eles, a
famosa Abadia
de Bobbio, na Itália, que serviu de inspiração
para Umberto Eco escrever O
Nome da Rosa.
Pra quem leu o livro ou
viu o filme ou simplesmente aprendeu em História, sabe-se que na
sociedade iletrada da época boa parte do conhecimento e da pesquisa
daquele período se desenvolvia nos mosteiros. Ali que surgiu a
conservação da gloriosa bebida a frio, por exemplo, além de terem
sido feitas receitas particulares cuja fabricação e
consumo não ficaram restritas aos retiros de monges, alcançando
também casas episcopais e catedrais europeias.
Até a Renascença, que
traria os fundamentos do capitalismo e da elaboração de métodos de
produção mais eficientes, a Igreja tem papel crucial na história
da cerveja. E, isto posto, vários de seus santos passam a guardar
também relações íntimas com a loira ora gelada, ora não,
ressaltando-se que não era em toda parte do continente europeu que
se podia plantar uvas e se produzir o sagrado vinho. Daí, sobrava a
cerveja...
Produção complicada |
O padroeiro dos
colhedores de lúpulo, ou padroeiro da própria cerveja na Bélgica,
país símbolo desse tipo de bebida, é Santo Arnaldo, ou Arnold
de Soissons. Nasceu em 1040 e foi monge na
abadia de St. Médard, em Soissons, sendo fundador da abadia de
Oudenburg. Um dos milagres atribuídos a ele é que teria mergulhado
seu crucifixo em um barril de cerveja fazendo com que o povo bebesse algo mais interessante que água durante um período em que
uma praga assolava a população local. Aqui, talvez o milagre possa
ser facilmente explicado. Não era incomum que, em alguns lugares da
Europa na Idade Média, se incentivasse o consumo de cerveja ao invés
de água, dada a chance de contaminação do líquido que o
passarinho bebe. Mas não deixa de ser um ponto positivo para a
bebida... Além disso, Arnold teria conseguido cerveja para servir ao
exército belga orando
e apelando a Deus. Para os que acreditam, o dia
de São Arnaldo é 15 de agosto, em Bruxelas, o dia é 8 de julho.
Esse Arnaldo por vezes
é confundido com outro de nome semelhante, Arnoldo, Santo Arnulf de
Mets, um austríaco que viveu entre 580 e 640. A ele é atribuído um
milagre que teria ocorrido no transporte de seu corpo para a
exumação. Aqueles que transportavam, pararam em uma taberna para
descansar e e só havia cerveja para uma caneca. Tal recipiente nunca
ficou vazio, matando a sede dos peregrinos. O dia de celebração em
sua homenagem é 18 de julho.
Outros santos também
têm sua ligação com a cerveja, como Santo Agostinho, considerado
pela Igreja Católica o padroeiro dos cervejeiros (28 de agosto); São
Wenceslau, padroeiro da região da Boêmia, e São Columbano, cuja
importância está ligada ao fato de ter sido um grande divulgador e
fundador de mosteiros (a casa da cerveja) na Europa. Mas é uma
mulher que merece destaque...
Hildegard, inspirada pelo Espírito Santo |
Santa Hildegard (ou
Hildegarda, de acordo com o aportuguesamento) von Bingen é
considerada a introdutora de um elemento essencial, que faz parte da
receita de pureza alemã, o lúpulo. De acordo com esse post,
que cita o livro Cerveja - Guia Ilustrado Zahar,
"registros do século VIII mostram que o lúpulo era
comumente cultivado nas abadias, mas não especificamente para uso em
cerveja. A primeira menção inequívoca sobre esse uso está nos
textos de santa Hildegarda (1098-1179), abadessa de Rupertsberg,
abadia beneditina perto de Bingen, não muito longe da cidade alemã
de Mainz". Ainda de acordo com a obra, a santa teria escrito:
"Se alguém pretende fazer cerveja com aveia, ela é preparada
com lúpulo", fazendo referência à forma como a cerveja era
feita
até então: os europeus tinham por hábito misturar à cerveja
ingredientes como gengibre, especiarias, flores e frutas silvestres. A visão avançada de Hildegard (não só por conta do lúpulo na cerveja, obviamente) inspirou um filme, como lembra o Edu neste post.
Portanto, pode beber sem culpa que a Igreja ajudou a cerveja ser o que é. Pecado é só a gula...
terça-feira, fevereiro 19, 2013
Petição contra Renan sem cobrar reforma política é perfumaria
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Figura do fim de semana por conta do lançamento de seu novo partido (que, pelo jeito, quer tudo menos ser chamado de partido, coisa suja, eca, nojeira de democracia), Marina Silva teve divulgada (ou forjada, não consegui confirmar) nesta sexta por uma fanpage de apoiadores no Facebook frase sua sobre um tema que encheu a timeline de muita gente nesta e em outras redes sociais. Teria dito a ex-senadora: "Nunca tivemos tanta liberdade, mas nunca nos sentimos tão impotentes para usar esta liberdade para mudar a realidade das coisas. Milhões de assinaturas coletadas contra Renan Calheiros não sensibilizaram o Congresso".
De fato, já são mais de 1,5 milhão de assinaturas on-line na petição. Recebi uma penca de pedidos sobre o tema e, talvez por conta da quantidade razoável de cerveja ingerida durante o Carnaval, atrasei-me em comentar: sou contra. Não porque goste do senador alagoano, homem de direita, ligado a oligarquias e que, como a imensa maioria de seu partido, faz o que for necessário para manter seu status atual dentro de qualquer governo e qualquer conjuntura política e social. Mas pergunto aos autores e a Marina: tirar Renan resolve o que?
O PMDB tem 20 senadores eleitos pelo povo, o que dá um quarto da Câmara Alta. Neste texto, o mestrando em filosofia da USP Antonio David chama o partido de “direita fisiológica”, definição que parece interessante. É direita ao ser conservador, sem interesse nenhum em alterar uma estrutura social que favorece seus membros. E é fisiológico porque não tem uma agenda clara a propor – como tem o PSDB, defensor do liberalismo econômico.
Essa direita fisiológica, no entanto, vai muito além do PMDB. Partidos como PR, PTB e PP se pautam já há um bom tempo pela busca do melhor acordo para manter cargos e acesso ao poder. Se colocarmos o recém-nascido PSD, definido por seu patrono Gilberto Kassab como “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, em frase que já entrou na antologia política nacional, temos 38 senadores deste segmento sem agenda além da manutenção de um status quo que o mantenha.
Pensemos pois no governo Dilma. Se juntar PT (12), PSB (4), PDT (5, entre eles o adversário de Calheiros na eleição, Pedro Taques) e PCdoB (2), partidos que podemos chamar de esquerda, com óbvia variação de tons e inclinações, temos 23. Pode jogar o representante do Psol, que antes votaria em dez tucanos do que elegeria um petista, e ainda estamos com problemas.
Pegue então o outro lado da moeda: junte PSDB (12) e DEM (4), a aliança que, junto com o não representado PPS, defende com entusiasmo também variável as ideias de Milton Friedman e é bancada pela aliança hoje vigente no país entre capital financeiro e mídia tradicional. A soma dá 16, também longe da maioria necessária para eleger o presidente do Senado. Tal realidade não é tão diferente na Câmara dos Deputados, basta checar.
Então, não tem solução? Tem, mas ela não passa por uma caça às bruxas contra Renan, que sendo tudo que já disse que é, não tem condenação conhecida na Justiça – um ficha-limpa, portanto. A solução passa por uma reforma política que, entre outras medidas, implante financiamento público exclusivo de campanhas (diminuindo a influência do poder econômico), imponha limite de reeleições para cargos do Legislativo (um período longe do poder é fatal para personagens como Renan e muitos outros que vivem do e para o poder), mude ou acabe com as emendas parlamentares (moeda de troca favorita dos fisiológicos com o Executivo), pressione os partidos a aumentarem seus processos de democracia interna. Pode incluir aí novas regras para acabar com o monopólio na comunicação, coisa que, segundo Bob Fernandes, o próprio Calheiros discretamente cochichou aos donos da mídia em artigo publicado na Folha de S. Paulo que não sai de jeito nenhum.
Marina Silva não é ingênua, só finge ser. Seu novo partido traz uma série de ideias bacanas, como aumentar a democracia participativa e direta e o foco na sustentabilidade. Mas trata todas elas com uma superficialidade tremenda, como faz com a eleição do Senado. Exemplo: diz que não vai aceitar doações de “empresas sujas”, mas topa empreiteiras, as principais interessadas em influenciar decisões sobre obras públicas – ou as grandes hidrelétricas são tocadas por cooperativas? E tem entre as articuladoras financeiras do movimento uma herdeira do Itaú, que certamente faz um duro escrutínio sócio-ambiental antes de assinar empréstimos para empresários. A realidade é complicada e discurso fácil não resolve, tem que por a mão na massa.
E aqui vem o grande papel da opinião pública nesse processo (e os sonháticos marineiros poderiam começar por aí a construção de sua “nova política”): a pressão por essas medidas necessariamente terá que vir de fora do Parlamento. Com o poder que detém os fisiológicos – e com o qual tanto progressistas quanto neoliberais aprenderam a lidar em seu período de governo –, nenhuma reforma desse tipo passará sem uma enorme mobilização popular. Em vez de gastar bala combatendo nomes, temos que discutir ideias mais profundas que aperfeiçoem a nossa democracia. Sem isso, essa discussão sobre o Senado não passa de perfumaria.
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De fato, já são mais de 1,5 milhão de assinaturas on-line na petição. Recebi uma penca de pedidos sobre o tema e, talvez por conta da quantidade razoável de cerveja ingerida durante o Carnaval, atrasei-me em comentar: sou contra. Não porque goste do senador alagoano, homem de direita, ligado a oligarquias e que, como a imensa maioria de seu partido, faz o que for necessário para manter seu status atual dentro de qualquer governo e qualquer conjuntura política e social. Mas pergunto aos autores e a Marina: tirar Renan resolve o que?
O PMDB tem 20 senadores eleitos pelo povo, o que dá um quarto da Câmara Alta. Neste texto, o mestrando em filosofia da USP Antonio David chama o partido de “direita fisiológica”, definição que parece interessante. É direita ao ser conservador, sem interesse nenhum em alterar uma estrutura social que favorece seus membros. E é fisiológico porque não tem uma agenda clara a propor – como tem o PSDB, defensor do liberalismo econômico.
Essa direita fisiológica, no entanto, vai muito além do PMDB. Partidos como PR, PTB e PP se pautam já há um bom tempo pela busca do melhor acordo para manter cargos e acesso ao poder. Se colocarmos o recém-nascido PSD, definido por seu patrono Gilberto Kassab como “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”, em frase que já entrou na antologia política nacional, temos 38 senadores deste segmento sem agenda além da manutenção de um status quo que o mantenha.
Pensemos pois no governo Dilma. Se juntar PT (12), PSB (4), PDT (5, entre eles o adversário de Calheiros na eleição, Pedro Taques) e PCdoB (2), partidos que podemos chamar de esquerda, com óbvia variação de tons e inclinações, temos 23. Pode jogar o representante do Psol, que antes votaria em dez tucanos do que elegeria um petista, e ainda estamos com problemas.
Pegue então o outro lado da moeda: junte PSDB (12) e DEM (4), a aliança que, junto com o não representado PPS, defende com entusiasmo também variável as ideias de Milton Friedman e é bancada pela aliança hoje vigente no país entre capital financeiro e mídia tradicional. A soma dá 16, também longe da maioria necessária para eleger o presidente do Senado. Tal realidade não é tão diferente na Câmara dos Deputados, basta checar.
Então, não tem solução? Tem, mas ela não passa por uma caça às bruxas contra Renan, que sendo tudo que já disse que é, não tem condenação conhecida na Justiça – um ficha-limpa, portanto. A solução passa por uma reforma política que, entre outras medidas, implante financiamento público exclusivo de campanhas (diminuindo a influência do poder econômico), imponha limite de reeleições para cargos do Legislativo (um período longe do poder é fatal para personagens como Renan e muitos outros que vivem do e para o poder), mude ou acabe com as emendas parlamentares (moeda de troca favorita dos fisiológicos com o Executivo), pressione os partidos a aumentarem seus processos de democracia interna. Pode incluir aí novas regras para acabar com o monopólio na comunicação, coisa que, segundo Bob Fernandes, o próprio Calheiros discretamente cochichou aos donos da mídia em artigo publicado na Folha de S. Paulo que não sai de jeito nenhum.
Marina Silva não é ingênua, só finge ser. Seu novo partido traz uma série de ideias bacanas, como aumentar a democracia participativa e direta e o foco na sustentabilidade. Mas trata todas elas com uma superficialidade tremenda, como faz com a eleição do Senado. Exemplo: diz que não vai aceitar doações de “empresas sujas”, mas topa empreiteiras, as principais interessadas em influenciar decisões sobre obras públicas – ou as grandes hidrelétricas são tocadas por cooperativas? E tem entre as articuladoras financeiras do movimento uma herdeira do Itaú, que certamente faz um duro escrutínio sócio-ambiental antes de assinar empréstimos para empresários. A realidade é complicada e discurso fácil não resolve, tem que por a mão na massa.
E aqui vem o grande papel da opinião pública nesse processo (e os sonháticos marineiros poderiam começar por aí a construção de sua “nova política”): a pressão por essas medidas necessariamente terá que vir de fora do Parlamento. Com o poder que detém os fisiológicos – e com o qual tanto progressistas quanto neoliberais aprenderam a lidar em seu período de governo –, nenhuma reforma desse tipo passará sem uma enorme mobilização popular. Em vez de gastar bala combatendo nomes, temos que discutir ideias mais profundas que aperfeiçoem a nossa democracia. Sem isso, essa discussão sobre o Senado não passa de perfumaria.
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Pinceladas cariocas - Post de estreia
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por Enrico Castro
Olá, pessoal! A partir de agora, o Futepoca terá, toda terça-feira, um resumo do que acontece no futebol carioca - tão desprezado pelo blog, desde sempre. E sem motivo: nos últimos quatro anos, conquistamos três Campeonatos Brasileiros, dois do meu Fluzão (ops, me entreguei...). Neste meu primeiro post, pretendo dar um panorama do que aconteceu de melhor (???) e pior no Cariocão 2013. Mesmo com quatro clássicos já realizados, o campeonato está tão interessante, para nós, cariocas, quanto o desfile das escolas de samba de São Paulo... Os grandes clubes do Rio vão tentando formar o elenco e encontrar o esquema de jogo no sistema “online”, ou seja, testando formações e variações em jogos valendo ponto.
Rafinha, o "pegador" de Araruama O destaque, até o momento, é o Flamengo, que está em lua de mel com seu “Casal 20” Hernane e Rafinha. O primeiro, apelidado pela torcida de HerNunes e Chicharito Hernane, é o artilheiro do campeonato, com impressionantes oito gols em sete partidas, sendo dois em clássicos. Isso fez com tivesse renovação de contrato antecipada, com direito a aumento salarial e multa rescisória estratosférica. Já Rafinha, que recebe um salário justo para jogadores de futebol, algo em torno de R$ 1.500, terá contrato renovado por cinco temporadas, com um voluptuoso aumento no rendimento (aí eu quero ver se ele vai continuar namorando aquela menina que passou o Carnaval com ele em Araruama...)
Seedorf pede calma para Jefferson Falando de bola rolando, aconteceu no último domingo o jogo com maior público até o momento: Flamengo 1 x 0 Botafogo. O jogo foi aberto e com chances para os dois lados, mas quem brilhou novamente foi o artilheiro Hernane, que não desperdiçou o vacilo da zaga botafoguense e decretou números finais a partida logo aos 3 minutos do 1º tempo. No mais, a registrar apenas a discreta estreia do novo camisa 10 da Gávea, Carlos Eduardo, que ainda precisa comer muito angu para ser o grande meia armador que o Fla procura. E também a áspera discussão entre Seedorf e o goleiro Jefferson, em pleno gramado. Com o resultado, o Flamengo assegurou a primeira colocação geral, o que lhe dará o direito de jogar por empate tanto na semifinal quanto numa eventual final. Não adianta. Não vai ganhar nada.
Já o Botafogo, apesar de ainda estar em primeiro na sua chave, pode até mesmo não se classificar, caso ocorra uma improvável combinação de resultados - mas, em se tratando de Botafogo, tudo é possível. O Vasco, que teve um surpreendente início de campeonato e depois amargou alguns resultados ruins, recuperou-se neste neste final de semana com uma vitória po 2 x 0 frente ao Audax-RJ. Essa vitória, combinada com a derrota pra lá de suspeita do Madureira para o Bangu, em Conselheiro Galvão, por 3 x 2 (com direito a pênalti para os visitantes no final do segundo tempo), deu ao Vasco a condição de conseguir a vaga para as semifinais com suas próprias pernas na última rodada, contra o Duque de Caxias.
Enrico Castro é tricolor (do Rio!), analista de sistemas, servidor público. Entende tanto de futebol que tem certeza que o Dimba (aquele mesmo do Goiás, Botafogo e etc) brilharia na Champions League, pois quem fez 31 gols em um Brasileirão e 740 na carreira seria ídolo endeusado em qualquer lugar!E o meu Fluminense, que parece não estar dando bola para o Carioca, venceu o Volta Redonda por 3 x 1. O roteiro foi o mesmo das últimas rodadas: um time reserva meio soberbo, que passa a impressão que pode vencer a partida na hora em que bem entender. O time sofreu pressão durante boa parte do jogo, e o gol de Marco Júnior, nos acréscimos do 2º tempo, decretou um resultado enganoso. A registrar a estreia tardia de Deco na temporada, apesar de não pode ser considerada um grande feito, tamanha a fragilidade adversário. O Flu, agora, só pensa no Grêmio, que enfrenta amanhã, pela Libertadores. E nossos adversários flamenguistas, botafoguenses e vascaínos, obviamente, só pensam em secá-lo. Já estamos acostumados.
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domingo, fevereiro 17, 2013
Visão Corintiana: Timão complica Derby que parecia fácil
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O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.
O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.
Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.
O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.
Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário, rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.
A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.
No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.
O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.
Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.
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Little Romário: 3 jogos contra o Palmeiras, 4 gols |
O único Derby garantido para os paulistas neste ano terminou num empate de 2 a 2. Corinthians e Palmeiras até podem se enfrentar novamente, mas tudo vai depender dos desempenhos e cruzamentos na Copa do Brasil, Libertadores e no próprio Paulistão. Certeza mesmo, só esse clássico, em que um Timão desatento deu brechas para que um aguerrido e surpreendentemente organizado Verdão complicasse e muito o jogo. Para o espectador sem ligações carnais de algum dos lados, uma benção, pois o jogo ficou muito mais emocionante e disputado. Para a corintianada, só preocupação.
O Corinthians começou muito bem o jogo, arrasador ao seu modo. A organização de uma equipe cuja base já tem quase dois anos deixava ainda mais claros os problemas do Palmeiras, equipe em formação e buscando reencontrar a auto-estima. O Timão impôs o toque de bola, apertou a marcação e as chances foram surgindo. Bola na trave de Jorge Henrique, cabeçada raspando de Paulinho, gol de Sheik após ajeitada de cabeça de Paulo André. Ainda teve uma outra bola na trave em imperdível gol perdido por Guerrero. Depois disso, o ritmo baixou.
Não sei se foi preguiça, se foi a má forma física do início da temporada (com o reforço da idade elevada de boa parte do time titular) ou, o pior motivo, se o pessoal subiu no salto. Mas o fato é que o time tirou o pé, não ganhou mais nenhuma dividida e o Palmeiras cresceu. Mais calmo, mostrou organização surpreendente para quem está estreando gente nova a cada jogo e levou perigo em ataques rápidos. Wesley fazia parte das tramas, mas exibia um egoísmo impressionante. Não fosse isso, talvez o empate tivesse vindo antes. Mas veio, em cruzamento do mesmo volante e cabeçada de Vilson, que vem sozinho de trás, em falha do sistema de marcação. Ralph olha a bola e o moço chega como quer para fuzilar Cássio. Não é trágico, mas cabe notar que erro muito semelhante aconteceu no gol de Rivaldo, contra o São Caetano. Tite tem algo a corrigir.
O segundo tempo começou quase igual, com um Palmeiras compacto, fechadinho, explorando bem os contra-ataques. Nessas veio a virada, em novo cruzamento. Falta tosca cometida por Ralph, cruzamento na área e Cássio erra grotescamente a saída do gol. Vinícius 2 a 1. O Verdão ainda teve umas três chances de ampliar até que Tite decidiu mexer, e dessa vez não foi tão lento como costuma. Trocou Alessandro por Romarinho (JH virou lateral), Danilo por Renato Augusto (dois dos mais velhos jogadores) e Guerrero por Pato. A mexida deu novo gás e o Timão passou a pressionar e não dar chance para o Palmeiras, que se segurava.
Até que num bicão/lançamento da zaga, Pato deu uma matada que justifica minha fé no rapaz e esperou. Achou ele, Little Romário, rapaz de comprovada estrela contra o arqui-rival. Chute da entrada da área no canto e caixa.
A pressão continuou até o fim, ainda que desorganizada, na base de toques longos e meio burros. Se tivesse colocada mais a bola no chão, mais chances teriam aparecido. Culpo um pouco Renato Augusto, que entrou para ser meia e tinha que botar a bola no chão, e Paulinho, em noite pouco inspirada – impressão que poderia ser toda outra se a bicicleta extremamente plástica tentada pelo volante no final tivesse desviado uns 40 cm para a direita.
No final, ficou a impressão de que o Corinthians complicou e muito um jogo que se anunciou como tranquilo – não antes, mas nos primeiros minutos da partida. Começou como se fosse aplicar uma goleada sem sustos e terminou correndo atrás do prejuízo. De bom, vemos que o time está organizado e tem entrosamento. Além disso, tem peças no banco de muita qualidade e capacidade para mudar um jogo complicado. E é razoável esperar que a equipe aprende com os erros e entrará com o pé mais firme nos próximos jogos decisivos.
O Palmeiras mostrou ter bons jogadores no meio-campo e um time que deve melhorar com o entrosamento. Souza e Wesley são inteligentes e sabem jogar bola, mas precisam conversar mais. Welder jogou bem e registro aqui minha surpresa por passar batido da maldição do ex-jogador.
Vamos ver como será o próximo duelo entre os dois times – se ele por ventura acontecer neste ano.
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