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Se o destaque do sorteio da Copa do
Mundo ontem foi o fácil grupo que o Brasil, mas com um possível
caminho rumo à final muito mais difícil na fase eliminatória, quem
deve estar rindo à toa é Alejandro Sabella, técnico da Argentina.
Além de um grupo tranquilo que conta com Irã, Bósnia e Nigéria, o
caminho até as semis não deve ser pedregoso como o brasileiro, caso
os portenhos confirmem seu favoritismo e terminem na primeira
posição.
Messi tem chance de birlhar |
Nas oitavas, a Argentina pega o segundo
colocado do grupo E, que tem Suíça, França, Honduras e Equador.
Não parece ser das missões mais ingratas. Nas quartas, caso avance,
pega o vencedor do duelo entre o primeiro do grupo H, que tem
Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul, e o 2º do G, com
Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos. Na hipótese mais
provável, um campeão do mundo só entraria no caminho do time de
Messi nas semis. Claro, tudo isso contando com uma relativa lógica
que o futebol adora contrariar...
Os argentinos também devem viajar
distâncias menores que outras seleções. Na primeira fase, jogam no
Rio, Belo Horizonte e Brasília. Fechando como líder, o caminho até
a final tem São Paulo, Brasília e São Paulo de novo. Sendo que a
equipe vai ficar em BH, nada que doa muito aos hermanos, ainda
mais se comparando com
os Estados Unidos, que na fase de grupos se deslocará por 5.609
quilômetros no período de dez dias.
Vendo as possibilidades do Brasil na
fase eliminatória, percebe-se a diferença para nossos vizinhos. Os
comandados de Felipão devem pegar Espanha ou Holanda, campeão e
vice da última Copa, logo nas oitavas. Se passar, nas quartas a
seleção enfrenta o vencedor da peleja entre o 1º colocado do
equilibrado (por baixo) grupo C, com Colômbia, Grécia, Costa do
Marfim e Japão, e o 2º do “grupo da morte”, com Uruguai,
Inglaterra, Itália e Costa Rica. Se chegar às semis, pode pegar
Alemanha ou França. Ou seja, pode ser um caminho no qual vai
enfrentar somente campeões mundiais. Mas desde já aposto no Chile
como zebraça no grupo B.
Show de reprises
Outro ponto que
chamou a atenção no sorteio foi o elevado número de
“duelos-reprises”, com partidas que já aconteceram em fases de
grupo de outros Mundiais. O Brasil, aliás, pega um adversário na
estreia, a Croácia, que já enfrentou como primeiro rival em outra
oportunidade. Na Copa de 2006, Kaká marcou o gol da vitória por 1 a
0 contra os croatas. A seleção também enfrentou Camarões na
primeira fase do Mundial de 1994, quando os comandados de Carlos
Alberto Parreira bateram os africanos por 3 a 0, gols de Romário,
Márcio Santos e Bebeto.
Em Copas, o México
é freguês antigo, tendo sofrido goleadas nas primeiras fases da
Copa de 1950, 4 a 0 com gols de Ademir (2), Baltazar e Jair, e em
1954, um 5 a 0 com tentos marcados por Pinga (2), Didi, Baltazar e
Julinho. Na Copa de 1962, a seleção bateu os mexicanos por 2 a 0,
gols de Zagallo.
No grupo B,
Espanha e Chile já haviam se enfrentado na primeira fase da última
Copa, de 2010 vitória espanhola por 2 a 1. Aquele grupo, a propósito, tinha Honduras e Suíça,
que vão duelar novamente no Mundial de 2014 pelo grupo E. Os suíços
também encontrarão outro velho conhecido, a França, que terminou
em segundo lugar no grupo G da Copa de 2006, atrás do país dos
relógios e chocolates.
No grupo F,
Argentina e Nigéria repetem um jogo que já aconteceu na Copa de
2002, de triste lembrança para ambos. No “grupo da morte” da
ocasião, os dois foram eliminados de cara, superados por Suécia,
primeira colocada, e Inglaterra, que hoje integra outro grupo
complicado, o D. Nele, Itália e Uruguai vão reviver um duelo
disputado na fase de grupos da Copa de 1970, quando ambos avançaram,
terminando entre os quatro melhores do torneio. Na ocasião, houve
empate em 0 a 0, mesmo resultado de partida válida pela primeira
fase da Copa de 1966 entre ingleses e uruguaios, que também se
encontram mais uma vez em Mundiais.