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sábado, dezembro 10, 2011

Serginho Chulapa, o artilheiro indomável, e a Copa de 1982

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Na próxima segunda-feira, no Artilheiros Bar, será lançado o livro Artilheiro indomável - As incríveis histórias de Serginho Chulapa. Escrita por Wladimir Miranda, com prefácio de Flávio Prado e apresentação de Mauro Beting, a obra teve participação de dois frequentadores deste espaço: este que escreve fez a coordenação editorial e o companheiro Moriti fez a edição de texto.

São inúmeras as passagens curiosas da vida de Chulapa, dentro e fora dos gramados. Tem, por exemplo, sua versão sobre o que aconteceu na Copa de 1982.  “A minha Copa era a de 78. Era a Copa de choque. Cotovelada aqui, chegada ali. Mas poderia ter colaborado pra caramba na de 82. Eu também tive culpa. Aceitei ser pivô para os outros que vinham de trás. Fiquei jogando de costas. Todos mostrando futebol e eu tomando porradas." E diz que o time brasileiro não via na seleção italiana uma grande ameaça. "Nós não respeitamos a Itália. Também não respeitei. Pensei: a Itália veio de três empates, vamos arrebentar os caras. O empate era nosso. No final, deu no que deu: não deu."

Chulapa também atribui a um atleta do grupo ser um dos causadores do fracasso da equipe. "O problema era o Edinho. O Edinho era um puta de um pilantra. Era o ‘leva e traz’ do grupo. Falava mal dos jogadores para o Telê”, conta. “Não havia união, tinha até jogador que torcia contra, como o Edinho. Não era e nunca será meu amigo”. O ex-jogador Edinho também dá seu depoimento no livro, obviamente negando o que diz Serginho.

Mesmo com as adversidades, Serginho tinha amigos na seleção de 1982. Um deles era o saudoso Doutor Sócrates: “O Serginho é uma figura especialíssima. Tem um coração enorme. Pena que o que entrou para a história foram as explosões, o temperamento polêmico. Como ser humano, é um belíssimo exemplo para a sociedade brasileira. O problema é quando tiram o Serginho do sério”, disse. Sobre o Mundial, Magrão falou: “Na verdade, o Serginho entrou numa fria. A seleção brasileira formada pelo Telê era muito técnica. O time foi montado para jogar com o Careca ou com o Reinaldo como centroavante. O Careca sofreu uma contusão e o Telê não quis levar o Reinaldo. Aí, o time teve de se moldar ao estilo do Serginho. E o estilo dele não tinha nada a ver com o resto da Seleção. Serginho era um atacante finalizador, de choque. Por isso que digo que, para ele, a seleção de 82 foi uma fria”.

Outro amigo, Zico, conta que Serginho o "vingou" de uma das muitas faltas duras que sofreu em campo.“Meu relacionamento com o Chulapa sempre foi excelente. Tenho amizade com ele até hoje. É um cara extrovertido, de personalidade e que se entrega dentro de campo para fazer o melhor. Tenho certeza de que se tivesse tido um pouquinho mais de tempo jogando com a turma de 82, teria tido melhor sorte naquela Copa. Ele só chegou na última convocação e a Copa foi o batismo dele na Seleção Brasileira. Sempre foi um ótimo companheiro e, quando se torna amigo, te defende de todas as formas", conta o eterno Dez do Flamengo. "Num jogo entre Flamengo e São Paulo, o Zé Teodoro me deu uma entrada violenta e me tirou do jogo. Num jogo seguinte, ele, jogando pelo Santos, deu uma entrada forte no Zé Teodoro e disse: ‘Essa é pelo que você fez com o Zico’. Depois, ainda jogamos juntos numa competição de masters, pela seleção brasileira. Foi só diversão. Tenho o maior carinho e respeito por ele. O Serginho foi um dos grandes artilheiros do nosso país”. Os são-paulinos e santistas que o digam.

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Serviço
Artilheiro indomável – as incríveis histórias de Serginho Chulapa
128 págs.
Editora Publisher Brasil
Lançamento no Artilheiros Bar
Rua Mourato Coelho, 1194
Segunda-feira, 12 de dezembro, 19h.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Futebol sob suspeita: resultados, propina e crime organizado

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O futebol brasileiro ainda vive os rumores, suspeitas e estranhamentos (dependendo da fonte) pela derrota inapelável do Atlético-MG diante do Cruzeiro no fim de semana por 6 a 1, e duas notícias mostram que o mundo da bola anda mais perto do crime do que o normal.

Marmelada em resultados não é esporte exclusivamente nacional, pelo menos no que diz respeito a levantar acusações. A goleada do Lyon sobre o Dínamo de Zagreb também deu o que falar. O time francês precisava tirar uma vantagem de sete gols de saldo que o Ajax, segundo colocado no grupo, tinha de vantagem. Na terceira posição no grupo, era preciso um milagre para tirar a margem e se classificar para as oitavas de final da Liga dos Campeões. O jogo foi 7 a 1. Do outro lado, o Real Madrid surrou os holandeses por 3 a 0 (quer dizer, os conterrâneos de Tibério Cláudio César Augusto Germânico bem que poderiam ter ganho "só" de 5 a 1, o que seria praticamente insuspeito). Frank De Boer, técnico do Ajax saiu acusando para explicar por que errou tão feio no excesso de autoconfiança.

 Foto: Marca.com/Reprodução
Há quem jure que, antes da piscadela, Vida 
teria dito: "Ó!" para anunciar a hora de bater a foto

Piadinhas à parte, a suspeita pintou mesmo por causa de um sorriso maroto flagrado em foto divulgado pelo Marca espanhol. Vida, jogador do time croata parece dar uma piscadela para o atleta da equipe rival, Gomis. Manifestação de afeto na hora errada?

A culpa, claro, é do técnico. Krunoslav Jurcic terminou demitido na quinta-feira, 8. Enquanto a Uefa, federação europeia, disse não ter achado indicativos de irregularidades e arquivou o caso, o poder público francês disse que vai conferir. Pode dar em nada, mas pelo menos vão fazer as "verificações clássicas e sistemáticas".

Avalanche (sic)

A semaninha curiosa teve renúncia de João Havelanche na terça-feira, 6, do Comitê Olímpico Internacional (COI). O motivo da saída do cartola de 95 anos são indícios de que a empresa de marketing ISL teria se encarregado de distribuir propina nos anos 1990 ao ex-jogador de polo aquático e ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ricardo Teixeira, atual mandatário da entidade nacional do ludopédio também estaria entre os beneficiados pelo esquema. Os detalhes não divulgados foram supostamente fruto de um recuo de Joseph Blatter, que comanda a Federação Internacional de Futebol (Fifa).

Acontece que, ao deixar o COI, a investigação interna no comitê se extingue automaticamente, e o material colhido é arquivado. O presidente da entidade, Jacques Rogge, havia até ameaçado Havelange, mas ficou barato. No pano de fundo está a disputa eleitoral na Fifa em 2015.

O caso é mais ou menos o mesmo que o jornalista escocês Andrew Jennings trata. Em outubro ele esteve no Brasil e descortinou o caso – embora tenha reafirmado o teor de seu livro Jogo Sujo. O cidadão diz que a "máfia é amadora" perto da Fifa. Se isso ajudar a vender livro ou a fazer investigações andarem, a retórica tem todo apoio. Mas a coisa rendeu processo contra o acusador.

Crime

Mas o crime organizado em si teve sua vez no noticiário. E nem é preciso comprar juiz nem cartola. Na quinta-feira, circulou a informação de que o Banco Mundial (Bird) encomendou um relatório à consultora Brigitta Maria Jacoba Slot. O estudo já deixou claro que o futebol em países em desenvolvimento são bons mercados para o crime organizado lavar dinheiro. Brasil, Rússia e China são citados. "Concluímos [no estudo] que o futebol é vulnerável à lavagem de dinheiro e a outros crimes, como tráfico de pessoas e corrupção."

As histórias de que o jogo do bicho financiava o futebol são antigas. Mas a contravenção é bem menos estruturada do que as máfias de que a consultora está tratando. Futebol gira muitos recursos, e onde circula muito dinheiro há espaço para negócios ilícitos também prosperarem.

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Nunca é tardio homenagear o Doutor; nem para um são-paulino

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POR MORITI NETO


É sempre tempo de destacar a importância que Sócrates Brasileiro teve para o Brasil, infinitamente maior do que a bola fina que jogava. Algo ligado, mais do que à personalidade forte, ao caráter, que não permitia abrir concessões quando se tratava dos valores em que acreditava.

São-paulino que sou, ultrapassei a paixão pelo clube de coração e, desde bem jovem, admirei o Doutor. E não somente pela magia da Seleção de 1982. Aquele camisa 8 do Corinthians, carrasco do meu Tricolor nas decisões dos campeonatos paulistas de 1982/83, mais do que craque dos campos, era uma referência fora deles. Serviu-me de modelo e mostrou, num universo mediocrizado pelas bobagens que se diziam no ambiente do futebol ou em geral, ser possível jogar e pensar. Na verdade, ser possível viver e pensar.

Em época da obrigatoriedade de cantar o Hino Nacional na escola, quando Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira (OSPB) substituíam Filosofia e Sociologia nas aulas, num país ainda militarizado e no estado de São Paulo governado com muita Rota nas ruas, me impressionei, entre os 11 e 13 anos de idade, com duas passagens protagonizadas por aquele homem esguio, magro, que não parecia talhado à prática esportiva.

A primeira imagem que me vem à cabeça data de 16 de abril de 1984. Minha mãe, professora, sindicalista, saiu do Tatuapé para participar daquele que seria o grande comício pelas Diretas Já e a maior manifestação pública da História do Brasil. Quis ir junto. Temendo algum tumulto, ela não permitiu. Tive que me contentar com o rádio, até porque a televisão era superficial na cobertura, quando não a ignorava, caso da Globo. Foi assim que escutei Sócrates, artífice da Democracia Corintiana, num Vale do Anhangabaú lotado por mais de 1,5 milhão de pessoas, dizer: “Se a emenda Dante de Oliveira for aprovada, nem todos os dólares do mundo me farão deixar o Brasil. Este vai ser um novo país e eu quero participar dele”. Nove dias depois, em 25 de abril, por diferença de 22 votos, a emenda que restabeleceria eleições presidenciais diretas após 24 anos era vencida no Congresso Nacional. Em pouco tempo, o craque iria para a Fiorentina da Itália. Não importava. Apaixonado por futebol, aquela era a primeira declaração política vinda de um agente externo ao meu círculo de convivência que me impactava.  

Como segunda experiência inspiradora trazida pelo Magrão, recordo entrevista à revista Placar, na edição de 3 de maio de 1986, das que me fez começar a busca pelo entendimento do esquizofrênico mundo jornalístico.  Ele estava no Flamengo e acabara de atender à convocação de Telê Santana para a seleção que disputaria a Copa do México. Dentre as perguntas, várias faziam referência ao possível desgaste da imagem pública do jogador, principalmente perante a imprensa. Dias antes, a Veja, sempre ela, havia criticado ferozmente um encontro entre o então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, e o Doutor, durante o Carnaval carioca. A semanal dos Civita, dentre outras pérolas, apontava: “Com isso, o governador caiu numa trapaça do Carnaval, quando os sóbrios espertos acabam se metendo com bêbados que pensam apenas em se divertir”. Nas páginas da Placar, curiosamente também da Abril, Sócrates disparou: “Este é o país onde mais se bebe cachaça no mundo e parece que eu bebo tudo sozinho. Não querem que eu beba, fume ou pense? Pois eu bebo, fumo e penso. Não fico escondendo as coisas”, sentenciou. Mais uma lição. A da autenticidade.

Os anos passaram e fiquei tempos sem saber profundamente dos rumos de Sócrates. Vez ou outra lia a coluna dele na Carta Capital ou notícias pontuais. Até que, recentemente, voltei a acompanhá-lo. Inicialmente, como assíduo espectador do Cartão Verde, da TV Cultura, nas noites de terça. Depois, para um trabalho de conclusão de curso de um orientando que decidiu, no início de 2011, pela Democracia Corinthiana como objeto de estudo e conseguiu, certamente, uma das últimas entrevistas com o craque, em junho.

Envolvido na pesquisa, pude receber outra lição do Magrão. Numa edição do Cartão Verde, de 2009, ele conta que foi convidado, em 2002, quando da primeira eleição de Lula, para assumir o Ministério do Esporte. “O Lula disse que queria o Tostão ou eu. Recusei, pois era um governo que vinha cercado de dúvidas plantadas pelos conservadores. Eu sou um cara de ir pro confronto. Nunca andaria com Ricardo Teixeira (presidente da CBF) ou com o Nuzman (Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro). Para colaborar com a estabilidade do governo, recusei”. Novo exemplo. Dessa feita, do despego ao poder. Assim como fez no Corinthians, quando abdicou de ser só estrela de um grande clube para democratizar o peso das vozes que ali estavam, usando do prestígio e espaço que dispunha e, muitas vezes, por convicção e coerência, enfrentou a fúria do conservadorismo.

Ao pensar num cenário que mistura futebol e política, concentrando Fifa, CBF, Ricardo Teixeira, Andrés Sanchez, Ronaldo, Juvenal Juvêncio e outras figuras em luta renhida pelo poder, a morte de Sócrates é uma grande perda. Ficam as posturas dele, que podem ser evocadas como inspirações.

quarta-feira, dezembro 07, 2011

Relator da Lei Geral da Copa diz: proibir álcool no estádio é "hipocrisia"

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Vicente Cândido, deputado federal  (PT-SP), está no centro de alguns rolos nacionais, como bem retratou perfil publicado no jornal Valor Econômico. O de maior relevância para a maior parte dos brasileiros – e também para o Futepoca – é a relatoria da Lei Geral da Copa do Mundo de 2014.

O substitutivo foi apresentado na terça-feira (6) na comissão especial que trata do tema na Câmara Federal. Houve algumas mudanças, as mais comentadas foram duas. Primeiro, reservou-se dois terços dos 3 milhões de ingressos para estrangeiros. Apenas 1 milhão fica para brasileiros. Romário, igualmente deputado federal (PSB-RJ), não gostou e saiu acusando gravemente Joseph Blatter.

Vicente Cândido ataca "hipocrisia"
Há ainda 300 mil bilhetes assegurados a preços inferiores a R$ 50, para estudantes, idosos (maiores de 60), indígenas e beneficiários de programas como o Bolsa Família. Isso quer dizer 10% do total de ingressos e 30% da parte que cabe aos brazucas. Tamanha preferência aos gringos decorre da aposta de que um mudaréu de gente aporte pelas 12 cidades-sede para ver jogos. Quanto mais gente, mais rentável tende a ser a competição do ponto de vista econômico e do setor de turismo.

Outra frente importa muito mais, porque ultrapassa a lei específica da Copa.

Atualmente, há leis estaduais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas em estádios. Ao mesmo tempo, o Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003) barra a entrada do goró. Se o torcedor levar um garrafão de caipirinha, latinha de cerveja ou taça de vinho francês tem o material confiscado.

Vicente Cândido manteve, em seu substitutivo, a restrição a levar álcool de fora para dentro das arquibancadas, por questão de segurança. Mas a venda em bares e restaurantes de dentro do estádio está liberada.

"Existe muita hipocrisia", resume o deputado, em conversa com o Futepoca. "Pela cultura brasileira, não tem motivo para proibir a venda de bebidas, até porque, não se pode impedir a venda em volta do estádio", resume. E, antes de correr o risco de se tornar alvo de grita em contrário, ele logo contemporiza: "Mesmo assim, queremos debater a questão à exaustão e procurar um pensamento majoritário".

Ele diz que cresceu a compreensão de que a Copa é um evento específico e que precisa de regras igualmente específicas. Mas, nesse caso da bebida, a mudança seria sobreposta a eventuais regras contrárias em âmbito municipal ou estadual. Uma alteração e tanto – ou, cerveja sem álcool no estádio, nunca mais.

A votação do anteprojeto ocorre na próxima semana, porque os parlamentares pediram vista ao texto. Ainda deve haver uma avalanche de emendas apresentadas e mais algumas doses de polêmicas sobre tema tão volátil. Está levantada a pauta para a próxima sessão (deliberativa ou não) em mesas de bar país afora.

terça-feira, dezembro 06, 2011

Como fica a Série B em 2012

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Com a definição dos dois rebaixados que faltavam na Série A, a Série B de 2012 está completa. Foram dois paulistas que conseguiram o acesso: a campeã Portuguesa, recordista de gols numa edição da Série B, marcando 80 vezes, uma a mais que o Corinthians em 2008; e a Ponte Preta; e dois pernambucanos, o vice Náutico e o Sport. Mesmo assim, os paulistas continuam dominando a Segundona, são cinco representantes do estado, Bragantino, Grêmio Barueri, Guarani, Americana e São Caetano. Já Pernambuco ficou sem representantes, com a queda do Salgueiro para a Série C.


O "maestro" do Sport, Marcelinho Paraíba
Os dois estados seguintes com mais representantes, depois de São Paulo, são Minas Gerais, com o rebaixado América-MG, Boa e o promovido Ipatinga; e Santa Catarina. O Criciúma permaneceu na Segundona, o Joinville foi campeão da Terceira e o Avaí foi rebaixado no Brasileirão.

A Série B também ganhou mais três clássicos regionais no ano que vem. ABC-RN e América-RN (promovido na Série C); Paraná e o rebaixado Atlético-PR, além de CRB-AL, vice-campeão da Série C, e ASA-AL.Ceará, Goiás e Vitória completam o grupo da Segundona. Sem o rebaixado Duque de Caxias, que fez a pior campanha da história da Série B de pontos corridos, o Rio de Janeiro ficou sem representantes na competição.

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Hoje posso ser insuportável

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Santos rumo ao Japão

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Aqui, a despedida o elenco da Vila Belmiro. E, abaixo, na noite de hoje, uma incrível saudação, pra lá de calorosa (e numerosa) da torcida peixeira no Aeroporto de Guarulhos. Vai pra cima deles, Santos!

Corinthians Pentacampeão Brasileiro: mais um título do Magrão

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Às 17h deste domingo, 4 de dezembro de 2011, o Corinthians entrava em campo no Pacaembu para disputar o título de Campeão Brasileiro. A uns 300 quilômetros dali, em Ribeirão Preto, o Doutor Sócrates recebia as últimas homenagens de uma vida intensa, mas interrompida prematuramente. No minuto de silêncio, em São Paulo, uma das várias cenas que ficarão marcadas de mais esta “final” (foram tantas...): os jogadores do Timão, perfilados em torno do círculo central, levantaram o braço direito relembrando a comemoração clássica do Magrão.

A Fiel Torcida, maior patrimônio futebolístico do Brasil, acompanhou o gesto. Ali, estava selado o destino do campeonato. Os jogadores não se permitiriam deixar Sócrates partir sem essa homenagem. A torcida não os deixaria parar. Nada podia ser feito por Palmeiras ou Vasco.

Mas bem que eles tentaram. Nervoso, o Corinthians recuou demais, sofreu pressão e deu várias chances à principal arma do adversário. Se você vai jogar contra o Santos, coloca alguém pra marcar o Neymar. Se é contra o Flamengo, tenta anular Ronaldinho Gaúcho. Contra o Palmeiras, busca desesperadamente não dar faltas próximas da área para a batida mortífera de Marcos Assunção. Foram dez no primeiro tempo, quatro no segundo. Sem inspiração, rendeu apenas uma bola na trave em cabeçada de Fernandão, afastada pelo espírito do Doutor – e pelo fato, não menos místico, de que o grosso centroavante já havia feito no primeiro turno seu gol contra o Corinthians. Fosse um tosco estreante, ela teria entrado.

A primeira etapa foi toda alviverde. Na segunda, o Timão adiantou um pouco suas linhas e conseguiu umas chances. Jorge Henrique cavou a expulsão de Valdívia, compensada pouco depois pelo árbitro ao mandar Wallace para o chuveiro, confirmando o equívoco de Tite ao lançar o zagueiro no lugar do suspenso Ralph. Mas o treinador confiou em seu taco: sacou William para a entrada de Chicão, também de volante.

A partir de uns 30 minutos, o Corinthians, e eu também, só queria que o jogo acabasse. Nesse espírito, novamente Jorge Henrique recebeu uma bola na ponta esquerda e, entre outras fintas, mandou o famigerado “chute no vácuo” de Valdívia. Recebeu uma falta dura e começou uma confusão que acabou efetivamente com o clássico, causando a expulsão de João Vitor e Leandro Castán, que foi tonto de se meter na bagunça. Ficou barato para Luan, que na cara do bandeira deu um acintoso chute na bunda de Jorge – como já havia saído de graça para o zagueiro palestrino Henrique um pé na cara de Liedson com um minuto de jogo. Impossível não lembrar de Edílson na final do Paulistão de 1999.

Faltando dois minutos para o fim, a notícia fez a Fiel explodir. Vasco e Flamengo empataram no Rio, acabando com as chances vascaínas. O Corinthians sagrava-se Campeão Brasileiro de 2011, o quinto título do Time do Povo. A cidade de São Paulo, o estado, o país entravam em festa. E o Doutor Sócrates mereceu justa homenagem.

domingo, dezembro 04, 2011

Se Alexandre Kalil acha que seu Atlético entregou o jogo...

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Exemplar do grupo que está na "elite" dos dirigentes do futebol
Dos jogos que valiam alguma coisa na última rodada do Brasileirão, um chamava a atenção. O Atlético-MG, que se safou de qualquer ameaça de rebaixamento quando derrotou o Botafogo na penúltima rodada da competição, tinha a oportunidade de ouro de rebaixar o seu maior rival, o Cruzeiro, uma das cinco equipes da Série A que não conhecem a segunda divisão.

Mas o sonho atleticano ruiu da pior forma possível. Não só o Cruzeiro se salvou, como o fez com uma goleada inapelável: 6 a 1. Até aí, é ruim mesmo perder para o rival por esse placar, atuando com os titulares, ainda mais criando-se tanta expectativa em cima de uma partida que não era tão fundamental para o clube. Mas o presidente do Atlético mostrou que nada que é péssimo não pode ser piorado.

Alexandre Kalil, rei das contratações furadas de medalhões no futebol brasileiro, resolveu mais uma vez abrir a boca. E foi bastante assertivo: “A torcida do Atlético não merece esta vergonha, cansei de prometer, de fazer para jogadores, tinha um bicho que eu tinha prometido, se saísse do rebaixamento, de R$ 1 milhão, este bicho está sendo cancelado, não tem palavra, dei o bicho e acabo de tomar. Fomos desmoralizados”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.

Mas não ficou nisso. “Teve festa no meio da semana, saímos do rebaixamento e abandonamos o campeonato diante do Botafogo. É uma vergonha, até eu estou achando que houve um acerto para entregar o jogo para o Cruzeiro tamanha desmotivação e falta de compromisso.”

Opa, aí a coisa fica complicada. Se o presidente de um clube insinua, mesmo que tomado pela raiva, ainda que sendo sarcástico, que o seu próprio time entregou o jogo para maior rival, cabe não só aos procuradores da Justiça Desportiva como à própria torcida cobrar do dirigente que ele apresente provas do que fala. Senão, ele só estaria justificando seu planejamento equivocado, que fez com que sua equipe só disputasse a competição para não ser rebaixada. Aliás, quem oferece prêmio para elenco não cair para a segunda divisão está assumindo a própria fraqueza. Se os atletas cumprem o combinado e escapam da degola, do que reclama o presidente?

Com declarações desse nível, Kalil justifica que jogadores de outros clubes, como Cléber Santana, falem coisas como: “Não existe um clássico como esse. Pelo momento do Cruzeiro, o Atlético-MG tem um time melhor, e tomar 6 x 1 em um clássico... Deve ser coisa da federação, certeza, trabalharam para isso. Mas nós ficamos dependendo dos outros.”

Já passou da hora dos cartolas serem minimamente responsáveis. E a torcida (de todos os times) deveria cobrar deles, ao invés de ficar tomando conta da vida particular dos jogadores e reclamando da arbitragem.

E a irônica torcida cruzeirense "homenageou" Cuca, o técnico do Galo, que treinou o rival mineiro nas primeiras cinco rodadas do Brasileirão. Veja aqui.

Latuff, Sócrates e Corinthians campeão

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Claro que sequei!  Mas dá pra ficar feliz por alguns grandes amigos que tenho e que torcem pelo Corinthians. E feliz pelo Doutor.

E o Tite, esculachado diversas vezes nesse Futepoca, calou a boca de muita gente...

Charge do Latuff, original aqui.

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