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domingo, maio 13, 2012

Santos tricampeão - quando a História vem ao nosso encontro

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Por que um título como o de hoje, um Estadual que muitos dizem desprezar (embora seja fato que, se seus times ganhassem, a história seria outra), consegue me emocionar? Não foram dois jogos parelhos na final, o Santos mostrou sua superioridade técnica diante de um Guarani valente, brioso, mas inferior. Mas não são só as duas partidas que contam o que foi esse título. Trata-se de história, história... O Santos se tornou hoje tricampeão (três vezes campeão de forma consecutiva) do campeonato estadual mais disputado do país. Um feito que, da última vez que foi conseguido, os donos da bola eram Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Lima, Rildo, Toninho Guerreiro, Ramos Delgado... De lá pra cá, nenhum rival conseguiu tal feito.

Quando o tri vem, e remete àquele esquadrão sessentista, lembro de Eduardo Galeano, que disse, em uma entrevista concedida a mim e ao amigo Nicolau: “Mas a história é uma senhora que caminha devagar. É preciso ter paciência. O resultado dessa articulação de vozes não aparece em um ou nem mesmo em dez anos.” Essa tal de História, que caminha às vezes em passos muito mais curtos do que desejamos, pesava e chegava a assombrar quando eu era adolescente e vivia um jejum de títulos. Mas ela andou, lentamente, deu as caras com aquele Giovanni mágico de 1995, saiu um pouco mais da penumbra quando saímos da fila com Diego e Robinho em 2002, e chegou a seu apogeu com esse espetacular Neymar, que comanda um elenco valoroso que tem em Ganso outra estrela que brilha de forma irregular, mas que faz sonhar quando traz luz aos gramados.



Esse elenco que não tem medo de cara feia e nem de nenhum tabu. Não houve para o Santos a tal “maldição do centenário”, que se fez presente nos clubes que completaram a marca nos últimos vinte anos. O título está aí, e com Neymar como goleador máximo do campeonato paulista, com 20 gols, em um total de 108 com o manto santista, o que lhe garante a 16ª colocação entre os maiores artilheiros da história alvinegra. Também garantiu ao Peixe a marca de ter o maior número de artilheiros no Estadual. Em 23 vezes o Santos teve o goleador do Paulista.

Foram 58 gols em 23 partidas no campeonato paulista de 2012, média de 2,52 por peleja, fazendo jus à equipe profissional que mais fez gols no mundo. Mas dados e números dizem pouco quando se vê futebol bem jogado como aquele desenhado no primeiro gol peixeiro, em que Neymar serviu Elano que, de primeira, tocou para Allan Kardec fazer. Ou o retratado no tento de Neymar, que veio da direita do ataque para servir Juan, que deu um lindo drible da vaca no rival e serviu, em meio a seis defensores bugrinos, quem lhe deu o passe.

A bela história do Santos de ontem veio ao encontro do Santos de hoje. Que bom que eu pude esperar. Que bom que posso testemunhar.

Os testes de Tite

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Ele tem o controle do time, mas...
O Corinthians não teve qualquer dificuldade em vencer o Emelec no Pacaembu, assim como não tinha tido para empatar sem gols no jogo de ida. Desarmada a jogada aérea e a conclusão de Figueroa, o time equatoriano mostra-se bem menos capaz de ameaçar o gol adversário do que se poderia supor. 3 x 0 é um placar confortável, e o Corinthians ainda chegou muito mais, meteu bola na trave e poderia ter ampliado.

A briga fica realmente feia a partir de agora. Não dá pra brincar com o Vasco de Juninho Pernambucano, e se passarmos deles provavelmente cruzaremos com o Santos do iluminado Neymar, que já engatou uma terceira e acelera na pista da genialidade. Todos times entrosados e sedentos do título. E passando isso tudo virá uma final, talvez até com o Flu, o que significaria uma Libertadores doméstica a partir de agora. 

Time em campo, o que mais marcou, acho eu, foi a segunda metade do primeiro tempo: com um perigoso 1 a 0, o Corinthians recuou e deixou o Emelec jogar, sem contudo deixá-lo construir qualquer ameaça mais contundente. Ao contrário, Tite recuou até Willian, que supostamente faria a vez de centro-avante, e chegou até mesmo a abrir mão do contra-ataque! Era como se em três minutos mais acabaria o campeonato e tínhamos que segurar o resultado a qualquer custo, sem nem mesmo pensar em fazer mais um gol.

Fica parecendo que Tite quer exercitar a disciplina dos seus soldados, propondo uma ordem absurda como maneira de assegurar que lhe obedecerão em qualquer situação: estamos dominando o jogo mas a ordem é não atacar, ninguém mais ataca. O técnico tem o time na mão e, verdade seja dita, não é fácil fazer gol no Corinthians. Mas bem que ele podia querer mais gols... seria melhor pra todos. Sempre pode aparecer outra macaca no caminho, com um contra-ataque surpreendente e muita sorte, e num lapso de tempo que não permita reação colocar tudo a perder. 

Vamos meu Timão, não para de lutar!

(Abstenho-me de explicar o atraso em publicar este post, pois senão teria de mencionar todos os posts não escritos, tudo o que diz respeito ao Corinthians e que vem passando em branco no Futepoca. É a vida. O único jeito de voltar escrever é não me sentir em dívida!)