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quarta-feira, novembro 18, 2015

Da série: vale a pena ler de novo

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No momento em que o governo do Estado de São Paulo (do PSDB, é bom frisar) fecha 94 escolas e bota sua Polícia Militar pra cima dos alunos que protestam pacificamente contra essa medida arbitrária, inclusive prendendo professores, vale recordar essa notícia aqui, dos tempos da campanha presidencial de 2006 (os grifos são meus):


CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro (07/09/2006)

A 24 dias das eleições, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, lançou nesta quinta-feira sua proposta de governo para a educação, com a promessa de aumentar o número de horas-aula. Em visita à favela de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio, Alckmin disse que seu plano também prevê o reequipamento de escolas e a melhoria do acesso as creches.

O candidato afirmou que sua meta é de [sic] estabelecer um padrão de 5 horas aula para o ensino fundamental em todo o país e disse que, em alguns lugares, as crianças ainda permanecem somente 3 horas na escola. O tucano ainda afirmou que vai trabalhar para melhorar a qualidade da educação básica e universalizar o ensino médio. "Hoje, o grande gargalo é o ensino médio: não deixar o aluno terminar a oitava série e parar de estudar", disse ele.

No programa de governo, o comitê de campanha afirma que a oferta de vagas no ensino médio ainda é insuficiente aos 10 milhões de jovens nessa idade escolar.


CLIQUE AQUI para ler a íntegra da notícia



SÓ UMA FRASE, PRA REFRESCAR AINDA MAIS A MEMÓRIA:

LEIA TAMBÉM, SOBRE O DISCURSO E A PRÁTICA DO PSDB:

 

quinta-feira, setembro 24, 2015

O cúmulo do escárnio

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Tempos atrás fiz uma postagem intitulada "Escárnio", a partir da notícia de que uma rádio FM paulista iria dar 1.000 litros de água para o ouvinte que enviasse o melhor vídeo fazendo "dança da chuva", para resolver a falta de água no Estado. "Como observou um colega, o racionamento de água poderia ter uma solução bem simples: cortar o fornecimento para os 57% que votaram em Geraldo Alckmin e garantir o abastecimento normal para os restantes. Seria apenas justo", eu relatava, naquele post. Ou então, como bem observou alguém numa dessas redes (anti)sociais (leia aqui), "São Paulo elege o PSDB cinco vezes seguidas para o governo e agora fica sem água. Sabe o nome disso? Meritocracia". Exatamente.

Pois bem, hoje chego para trabalhar e fico sabendo, de orelhada, que o (des)governador Geraldo Alckmin, DO PSDB (é sempre bom frisar isso), ganhou um prêmio. Até aí, por mais grotesco que seja, não é nenhuma novidade. Todo político, de qualquer partido, vive recebendo homenagens, prêmios e honrarias - que, na maioria das vezes, não significam absolutamente nada. São apenas confetes, bajulações, troca ou retribuição de favores, isca para holofotes, propaganda eleitoral disfarçada etc etc etc. Nada de novo no front. Quando soube que a indicação para o prêmio foi feita pelo deputado federal paulista João Paulo Papa, DO PSDB, aí me pareceu ainda mais irrelevante, apenas rapapé de um subordinado.

Mas não. A coisa é séria. O tal prêmio será entregue pela Câmara dos Deputados, em Brasília, pela "gestão da crise hídrica" no Estado de São Paulo. Pausa para o espanto. Pausa para a perplexidade. Outra pausa, para a incredulidade. Alckmin será premiado pelo que faz (ou melhor, não faz; ou melhor ainda: nunca fez!) em relação à falta de água em São Paulo?!? É isso?!??? Se for, é o cúmulo do escárnio, elevado à enésima potência... Como se o governo tucano não tivesse sido advertido por um estudo há 6 (SEIS!) anos sobre a crise de desabastecimento e CAGADO pra isso, sem fazer absolutamente nada! Como se não tivesse sido exatamente Alckmin o governador a cortar R$ 900 milhões do orçamento da Sabesp!

E o prêmio dá a entender que a falta de água foi resolvida (!). Hoje mesmo recebi minha conta de água e lá está multa de R$ 73 por ter ultrapassado a meta de consumo imposta pela Sabesp. Detalhe: o gasto maior ocorreu porque tivemos que pagar alguém para consertar a caixa d'água, que teve que ser esvaziada completamente. E sabem por que fomos obrigados a fazer isso? Por causa dos mosquitos da dengue, que me levaram ao hospital em março deste ano, e que já infectaram quase 600 mil pessoas no Estado de São Paulo. Será que o Alckmin vai ganhar algum prêmio da área de saúde por esse recorde? Ou então prêmio de segurança pública, pelas chacinas de sua PM ou pelos maus tratos e fugas na Fundação Casa?

Claro que não. Mas, em resumo, fui multado pelo governo tucano porque ele me obriga a gastar dinheiro para combater um problema de saúde que deveria ser evitado por ele. E a falta de água continua: todo dia, às 14 horas, a água da rua seca lá em casa, e só retorna às 6 da manhã do dia seguinte. E ainda sou multado pela Sabesp! E o Alckmin ainda ganha um prêmio por isso! Pior, pior: ao comentar a premiação, o (des)governador DO PSDB afirmou, na maior cara larga do universo: "Modéstia à parte, é merecido". Vou repetir o que ele disse: "Modéstia à parte, é merecido". E é capaz de ter sido aplaudido (e, se bobear, pelos próprios repórteres). Ninguém bateu panela, ninguém mandou ele tomar no c*. Mundo, acabe.



terça-feira, fevereiro 24, 2015

Política - definições básicas

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sexta-feira, agosto 02, 2013

Corrupção do PSDB, saia justa e ginástica dos jornais

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Capa que expôs o PSDB nas bancas do país
Como as acusações de corrupção e outras irregularidades contra os governos estaduais do PSDB em São Paulo estão repercutindo até lá na Alemanha, a "grande" imprensa brasileira bem que hesitou, mas não teve como esconder o megaescândalo de seus adorados tucanos. A revista IstoÉ foi a primeira a dar destaque como matéria de capa (leia aqui), resumindo que "em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa [Siemens] revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos" e que isso "lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos".

Em resumo, segundo a publicação, "desde que foram feitas as primeiras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo. O Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o Ministério Público de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema." Com base nos inquéritos, a revista observou ainda que "só em contratos com os governos comandados pelo PSDB em São Paulo, duas importantes integrantes do cartel apurado pelo Cade, Siemens e Alstom, faturaram juntas até 2008 R$ 12,6 bilhões."

Sem saída, os jornalões, tradicionalmente preocupados em poupar os peessedebistas (vide silêncio orquestrado e constrangedor no episódio Privataria Tucana), se viram na saia justa de também ter que noticiar o escândalo internacional. Mas, claro, fazendo ginásticas para amenizar ou evitar dar nome aos bois - ou ao partido envolvido. O Estadão deu uma primeira materinha (leia a versão online aqui) citando o PSDB somente na última frase do pé do texto. E, até hoje, a versão impressa do jornal dos Mesquita não deu manchete de capa sobre o assunto. Já a Folha, da família Frias, noticiou pela primeira vez de forma ainda mais generosa (leia aqui), sem citar uma única vez nem o PSDB nem Covas, Serra ou Alckmin. Hoje, dez dias após a publicação gritante da IstoÉ, cuja capa expôs o "tucanato paulista" nas bancas de todo o país, a Folha de S.Paulo se dignou a dar uma manchete sobre o caso.

'Mensalão mineiro': saída para 'do PSDB'
Porém, a notícia bombástica de que a "multinacional alemã Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo de São Paulo soube e deu aval à formação de um cartel para licitações de obras do metrô no Estado" (acesse a versão online aqui) aparece na capa da Folha sob a manchete "Governo paulista deu aval a cartel do metrô, diz Siemens" (o grifo é nosso). Ou seja, o mesmo expediente de quando se veem obrigados a noticiar o Mensalão do PSDB, como já observou o Glauco aqui nesse post: escondem o nome do partido e usam "mensalão mineiro" nos títulos e manchetes - como exemplo, clique aqui para ver materinha sobre mais esse assunto espinhoso ao PSDB publicada pela mesma Folha de S.Paulo. Aliás, a artimanha "mensalão mineiro" já foi utilizada em uma capa da mesma revista IstoÉ que agora decidiu escancarar os termos explícitos "propinoduto do tucanato" e expor as caras de Covas, Serra e Alckmin nas bancas (certa música dos Titãs comentaria: "Alguma coisa aconteceu/ Inevitável, acidente...").

É óbvio que, se o partido fosse outro, a manchete diria que o aval para o cartel teria sido dado pelo "governo do PT", "governo petista", "governo Lula", "governo Dilma" etc. Como eu já disse aqui, é dessa forma que se constroem "bandidos" e "mocinhos" para o público consumidor de informações. Ou, como já dizia Malcom X, "se você não for cuidadoso, os jornais farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas - e amar as pessoas que estão oprimindo." E é curioso como essa frase se aplica perfeitamente à notícia publicada ontem pelo Estadão: "Alckmin rebate críticas de Dilma e cobra investimentos federais em metrô"...

Só no 'Dia de São Nunca' essa manchete diria 'Governo DO PSDB deu aval a cartel...'

PÓS SCRITPTUM - Tava demorando: a mesma Folha de S.Paulo, agora, já cumpre o habitual papel de "assessoria de imprensa" tucana e, impossibilitada de rotular o caso de "trololó petista", denuncia que o megaescândalo envolvendo o PSDB (farto de provas no Brasil e no exterior) não passa, na verdade, de um "trololó Cadista"...

Os jornalões nunca dizem que tem alguém querendo 'prejudicar' quando o rolo é do PT

quarta-feira, junho 12, 2013

Sutilezas semânticas

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terça-feira, outubro 16, 2007

Ganhar pouco é bom II

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Escrevo complementando o post do Glauco abaixo. Foi aprovado recentemente na Comissão de Educação da Câmara um projeto de lei acalentado pelo Executivo federal que garante um piso nacional de R$ 950 para os professores. Agora, a proposta deve seguir direto para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e depois para votação no Senado.

Eu já tinha ouvido falar do projeto e achava muito positivo. Principalmente para os municípios e estados menores, onde sempre ouvimos falar de professores que ganham salário mínimo para trabalhar.

Pois fiquei sabendo agora, em entrevista do presidente da Apeoesp Carlos Ramiro ao Conversa Afiada, que o piso do professores paulista é de R$ 668 sem as gratificações. Com as gratificações chega a R$ 900.

Ou seja, o governo tucano (que é tucano desde 1994, aliás, já vão 13 anos) do glorioso estado de São Paulo, locomotiva dessa nação, vai ser forçado a aumentar o salário de seus professores caso o piso nacional seja aprovado.

Ramiro ainda destaca ainda que os docentes estão a dois anos sem aumento salarial, caminhando a passos largos para o terceiro, já que a database da categoria foi em março e até agora nada de manifestação do patrão, o governo Serra. Ele diz ainda que, “de 1980 para cá, o professor perdeu poder aquisitivo em mais de 70%”. Depois, vão me dizer que educação é prioridade.

Ganhar pouco é bom para o trabalhador

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A manchete acima pode até ter seu grau de exagero, mas traduz a idéia da secretária estadual de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. Ela afirmou ontem (16) que não existe relação direta da qualidade do ensino com o salário dos professores.
A estultice foi pronunciada em resposta à reportagem da Folha de São Paulo, que mostrou que o governo tucano do estado mais rico da federação paga R$ 8,05 por hora ao docente em início de carreira, 39% menos que o Acre, que paga R$ 13,16. A posição de São Paulo é vergonhosa nesse ranking de salários: um reles oitavo lugar. Mas a situação do professor paulista é ainda pior se considerarmos o custo de vida. O educador paulista que trabalha 120 horas por mês tem uma remuneração mensal de R$ 966 e pode comprar 4,9 cestas básicas, e o do Acre recebe R$ 1.580 e compra 12,6. Uma diferença de 60%.
No entanto, para a secretária, "o quadro mostra, com clareza, que não há uma relação direta entre salário e qualidade do ensino, embora a questão salarial seja fundamental para valorização dos professores", justificando que Minas Gerais e Distrito Federal não estão entre os estados que pagam mais e, mesmo assim, estão entre os três melhores desempenhos da quarta série no exame do governo federal, o Saeb.
O sofisma da secretária é uma graça. Desconsidera que outros estados que pagam melhor têm desempenho igualmente bom na avaliação, ou seja, o argumento que vale lá, também vale cá. Mas omite, na prática, o dado que é o grande diferencial. Enquanto quase todos os estados tiveram um desempenho pior em comparação à avaliação anterior, Tocantins e Acre foram no sentido inverso e melhoraram na avaliação.
qual o segredo? Nos dois estados, foram tomadas inúmeras medidas, dentre elas, aumento de salário dos professores. No Tocantins, em quatro anos o salário subiu 40%. Já no estado do Acre, o salário-base dos professores com ensino superior foi elevado de de R$ 420 em 2001 para R$ 1.562 em 2007. Ambos também passaram por um processo de descentralização que envolveu professores, pais e alunos para participarem junto à gestão da escola. enquanto isso, São Paulo teve algumas das maiores quedas do país nas notas do Saeb no período 1995- 2005. Com uma política salarial para os professores bastante diferente daquela adotada por Tocantins e Acre. Será que essa receita dá certo, secretária?

quinta-feira, agosto 02, 2007

Tudo tem limite mesmo: até panfleto do Metrô

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Distraído, desavisado e alienado (como sempre), fui pegar o metrô hoje cedo, em São Paulo, e me deparei com um verdadeiro cenário de guerra: funcionários com camisetas escrito "Operação" zanzavam ensadecidos, tensos; o alto-falante repetia a todo instante que o serviço estava funcionando só até a estação Ana Rosa; faixas de plástico listradas de amarelo e preto impediam o acesso a uma das entradas e tinha mais polícia - dentro e fora da estação - do que em dia de clássico entre Palmeiras x Corinthians.
Tonto como só eu sei ser, perguntei a um dos agitados funcionários de camiseta branca o que estava acontecendo. "-Nada!", ele me gritou, transtornado. Uma senhora obesa desistiu de esperar o trem e saiu esbravejando: "-Tem que privatizar logo esse negócio!" (ah, essa elite paulistana que mora em Pinheiros...). Lesado e desinformado (ah, esses jornalistas bêbados que não assistem TV nem lêem jornal...), só percebi o que estava acontecendo quando entrei no vagão: era dia de paralisação dos metroviários.
Foi então que encontrei sobre as cadeiras um panfleto azul com o singelo título "Tudo tem seu limite! - Urgente: Metrô informa". Sob olhares tensos de funcionários que discutiam pelos walk-talks, quase não acreditei no que estava lendo. Tratava-se de um arrazoado de "motivos" para o cidadão ficar revoltado contra os metroviários, que estariam "usando a população como refém". Recheado de pontos de exclamação, o libelo anti-Sindicato cuspia "informações" como "cerca de 70% da passagem é utilizado no pagamento de salários, e o Sindicato quer mais!", e também "o Sindicato quer receber o benefício (participação nos lucros) duas vezes no mesmo ano, e antes de cumpridas as metas".
Mas o pior ficava para o fim, onde, sob o título "Você precisa saber", há uma lista de benefícios recebidos pelos metroviários, como se tudo fosse crime hediondo ou a maior injustiça do mundo. Pasmo, li ali o seguinte: "(Os funcionários do Metrô recebem) Salários, em média, mais de duas vezes superiores aos do Metrô do Rio de Janeiro, que é privado e dá lucro". Perceberam o tom desse material oficial, assinado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo? E o pior é que a impressão desse troço foi paga com o nosso dinheiro.
Ao sair do estação, na Avenida Paulista, tinha três viaturas paradas na calçada, na boca do metrô, com policiais olhando feio. Parecia que ali todo passageiro era suspeito ou culpado de alguma coisa. Realmente, não existe limite para a truculência do PSDB no (des)governo de São Paulo...