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Como o nível do futebol não anda lá essas coisas mesmo na primeira divisão, assistir a jogos da segunda do Paulista vale mais para rever alguns jogadores que tiveram sorte melhor no passado do que exatamente para tentar garimpar algum novo talento. Obviamente, de acordo com a partida, são também jogos emocionantes, com chances desperdiçadas de cada um dos lados e até um lampejo ou outro de boa jogada.
Nesse domingo, Portuguesa de Deportos e Portuguesa Santista disputaram um jogo em horário de Desafio ao Galo, às dez da manhã, no Canindé. Terminou em 1 a 1, e foi interessante por poder lembrar de alguns quase ex-jogadores e de outros que ainda almejam algo no futebol. Creio que, nesse último caso, está o volante Marcos Paulo, de 29 anos, que está na Lusa da capital. Com passagens por Guarani, Cruzeiro e até seleção brasileira, após uma temporada na Ucrânia e ainda atuando bem, usa a equipe para alcançar sorte melhor em breve.
Por outro lado, a mais Briosa de Ulrico Mursa, vulgo Portuguesa Santista, tinha Axel. Aquele mesmo, revelado pela própria equipe lusa e com passagens por Santos e São Paulo. Nesses times grandes, era um bom volante, sabia chegar bem no ataque e chegou a jogar na zaga. Mas, adquiriu um duvidoso gosto pela violência e passou a sofrer com a arbitragem. Vagou e voltou ao seu time de origem. Não aguentou o ritmo de jogo e foi substituído no intervalo.
No entanto, o que mais me trouxe lembranças foi o capitão da Lusa Praiana. O meia Marcelo Passos, agora com 36 anos, estreou no Santos como uma grande promessa, fez três gols em sua estréia na equipe profissional, ams nunca engrenou de fato. Jogou ótimas partidas, mas sua irregularidade fez com que fosse emprestado. Depois, retornou à Vila e teve, na campanha da equipe no Brasileiro polêmico de 1995, um papel fundamental.
Naquele ano, no último jogo do segundo turno, o Santos precisava vencer o Guarani para garantir uma vaga nas semifinais do campeonato. O único que pdoeria tirar o lugar do time da Vila era o Atlético Mineiro, que enfrentava o Vitória da Bahia no Mineirão. Para "estimular" o Guarani, além da tradicional denúncia de mala preta, mal disfarçada pela esquadra campineira, até mesmo uma rede de eletro-eletrônicos ofereceu televisões 29 polegadas - à época muito caras - para o Guarani empatar com o Santos.
O Bugre jogou todo atrás. Com uma garra incomum pra campanha medíocre que tinha feito. Aguentou, aguentou, até que, aos 39 do segundo tempo, Marcelo Passos recebeu em um local do campo que ele conhecia bem: o lado direito antes da entrada da grande área. Tanto em bolas paradas como com ela em movimento, acertava tiros certeiros daquele lugar. E assim foi. Acertou um belo chute no ângulo do goleiro bugrino. Giovanni marcaria mais um nos acréscimos. Já na final, na segunda partida, também anotaria o gol de empate do Santos contra o Botafogo. E cobrou a falta para o gol legítimo de Camanducaia que Márcio Rezende de Freitas anulou. Ali, jogava com a cinco, já que entrara no lugar do volante Gallo, suspenso, e o Santos, além de jogar com dois pontas, não contava com um primeiro volante de ofício naquela partida. Sem dúvida, uma ousadia do treinador Cabralzinho.
Por conta do vice-campeonato, não entrou para a história do Santos como um ídolo. Mas sempre tive por ele simpatia pela sua trajetória no time. Aliás, em tempo. O gol de empate da Briosa saiu de uma cobrança de escanteio pela esquerda, no primeiro pau, perfeita para o cabeceio e o gol. Quem cobrou foi Marcelo Passos.