Destaques

sábado, maio 30, 2009

Cervejas da Alemanha

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Buenas, companheiros: são duas da tarde do sábado mais ensolarado do ano aqui na Irlanda (segundo me dizem) e eu ainda nao descobri a forma de telefonar para meus amigos. Ja perdi 1 euro no orelhão e não quero desperdiçar outro - aliás, também não consigo encontrar os acentos ortográficos no teclado do computador e, por isso, peco aos camaradas do Futepoca que os distribuam pelo texto. Estou há mais ou menos 20 horas em Dublin e ainda não deu tempo de muita coisa além de encontrar o meu abrigo provisório, comer, dormir, tomar banho e andar a esmo pelas ruas, completamente perdido. So consegui chegar à região central, onde estou, numa lan house, depois de pedir ajuda na rua. O engraçado foi que abordei uma estadunidense de Indianapolis, Sarah, que tinha desembarcado três horas antes e estava tão perdida quanto eu. Mas fala inglês - e tem uma mapa.

Enfim, sou um alien latioamericano, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e vindo de onde ninguém faz ideia do que seja. Mas posso contar algumas histórias do caminho até aqui, em voos da mais conhecida empresa aérea alemã. De Guarulhos até Frankfurt, foram 11 horas aboletado na cadeira de avião mais apertada e incomoda que já enfrentei. Impossível se mexer sem incomodar os outros e só consegui dormir depois de cinco taças de vinho (muito bom, aliás, só que não consegui ver a marca). Até pensei em tomar cerveja, mas seria impossível ir ao banheiro com a devida frequência. Foi só no aeroporto de Frankfurt, onde tive de esperar quatro horas pelo voo de conexão, que pude, enfim, matar minha lombriga. E foi no simpático Goethe Bar, com uma Paulaner Weissbier, de 5,8% de teor alcoolico, servida num pint (foto) de 500 ml.

Ela tem gosto forte e meio azedo, aspecto bem denso e valeu cada centavo dos 5,80 euros que paguei. Havia outra, chamada Licher, mas era muito clarinha e resolvi dispensá-la. O bar era estilo balcão, aberto e com uma babel de estrangeiros como funcionários, como haitianos, angolanos e árabes. As pessoas chegam e pedem pelo tipo de cerveja, nao pela marca: "-Me dá uma weiss" ou "-Uma draft, por favor". Tinha um grupo de brasileiros que tentava pedir em português e nunca conseguia receber o que havia pedido, mas bebia o que viesse. Decidi nao gastar mais dinheiro ali e me encaminhei para a sala de espera do voo para a Irlanda. Havia muito búlgaros e, depois de tentar alguma conversa, o que nos rendeu muitas gargalhadas (eles falam inglês tao mal ou pior do que eu), encostei a cabeca na parede e dormi. Quando entramos no avião, veio a notícia de que havia um defeito - nao entendi onde (melhor assim!) - e tivemos que aguardar uma hora até decolar.

Foi então que pude provar a cerveja que a companhia aérea serve, a long neck da Wacfteiner Premium Verum (foto), bem amarga e cheirosa, com 4,8% de teor alcoolico. Eu estava na janela, eram cinco da tarde no horário local e foi com essa deliciosa bebida que vi toda a cidade de Frankfurt lá de cima, os campos verdes da Alemanha até a fronteira, o litoral holandês, o mar até as praias britânicas, uma extensa faixa do territorio inglês, novamente o mar e, ja descendo, a Irlanda. Indescritível. Cheguei em Dublin, apropriadamente, com uma cerveja na mão. E foi bom para me preparar, pois os oficiais que me esperavam me interrogaram bem rispidamente e escarafuncharam minha mala. Cheguei a pensar que seria mandado de volta, mas me liberaram. Foi então que conheci pessoalmente o colega Arthur, que me aguardava no aeroporto a pedido da também amiga Agnes. Fomos para o Centro e depois fui para o bairro Dublin 7. Volto outra hora pra contar mais. Abraços!

sexta-feira, maio 29, 2009

Guimarães Rosa e o cavalo que bebia cerveja

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No livro "Primeiras estórias", do obrigatório escritor João Guimarães Rosa, um conto me chamou a atenção: "O cavalo que bebia cerveja". Conta a história de um menino que observa um italiano estranho, recém chegado à uma cidadezinha da caatinga nordestina. O homem cercou sua chácara de árvores e mantinha a casa sempre fechada. E só gastava dinheiro com cerveja, que mandava o menino buscar. "-Irivalini, bisonha outra garrafa, é para o cavalo...", pedia. A polícia desconfia do gringo e faz diversas batidas na casa, muitas vezes tento o menino, que se chamava Reivalino, como informante. Numa dessas, questionado sobre o mistério das cervejas, desafiou o delegado: "-Lei, quer ver?".

Segue o Guimarães: "Saiu, para surgir com um cesto com as garrafas cheias, e uma gamela, nela despejou tudo, às espumas. Me mandou buscar o cavalo: o alazão canela-clara, bela face. O qual - era de se dar a fé? - já avançou, avispado, de atreitas orelhas, arredondando as ventas, se lambendo: e grosso bebeu o rumor daquilo, gostado, até o fundo; a gente vendo que ele já era manhudo, cevado naquilo! Quando era que tinha sido ensinado, possível? Pois, o cavalo ainda queria mais e mais cerveja". Mais tarde, descobre-se que a maior parte da bebida ia, na verdade, para o irmão do italiano, que ficava trancado em um quarto. Ferido de guerra, esse irmão "não tinha cara", ou, no dizer de Guimarães Rosa, só tinha "um buracão, enorme, cicatrizado antigo, medonho, sem nariz, sem faces". Desnorteado pela morte desse irmão, o italiano convida Reivalino para acabar com as cervejas, antes de partir do local para sempre. "-Irivalini...que esta vida...bisonha. Caspité?". "Aos copos, aos vites e trintas, eu ia por aquela cerveja, toda. Sereno, ele me pediu para levar comigo, no ir-m'embora, o cavalo - alazão bebedor". Para saber o final, recomendo a leitura. É bonito que dói.

Empate com o Nacional azeda a vida do Palmeiras

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O placar de 1 a 1 no Palestra Itália frustrou os torcedores do Palmeiras. Apesar de ter saído na frente diante do nacional com gol de Diego Souza, o time sofreu o empate do Nacional do Uruguai, e precisa vencer ou empatar por mais de dois gols para não se despedir da Libertadores da América.

A classificação dramática na fase de grupos e nas oitavas parece ter dado confiança excessiva ao elenco, que demorou a conseguir criar boas chances. Outra forma de ver é repetir o discurso de que o esquema tático estava errado, o que poderia ser reforçado com o fato de duas substituições terem sido feitas ainda na primeira etapa.

Foi aí que aconteceu a estreia do atacante Obina que se mostrou solícito. A produção pode ser considerado surpreendente para quem participou de dois treinos e – assumida e notoriamente – está acima do peso. Só não é mais surpreendente do que ele já ter jogado. O atacante chegou como contratação "interessante", na definição do presidente Luiz Gonzaga Belluzzo, que ainda tentou blindar o atleta, assumindo a responsabilidade por sua chegada. Marquinhos veio no começo da temporada como quem ia arrebentar e nem tanta disposição ele mostra.

Os dois atacantes foram a campo nos lugares de Fabinho Capixaba e Souza, ainda na etapa inicial. Realmente melhoraram o time, que havia entrado em um 3-5-2. Obina correu, deu carrinho e tomou amarelo. Para alguns, foi dos melhores do time, o que é assustador e ajuda a entender o resultado. Marquinhos caiu pela ponta, correu, mas segue em má fase.

Diego Souza fez o gol, aos 10 do segundo tempo. É quem pode resolver as coisas em campo, já que o camisa 9 Keirrison anda desligado demais. Cleiton Xavier continua a ter, aparentemente, mais importância de marcação do que de criação. Não necessariamente por uma questão tática, mas nem sempre ele produz jogadas ofensivas decisivas – e muito menos chutes de longa distância na forquilha – ao passo que se mostra um terceiro volante bem mais regular.

Eis aí o erro da escalação do início de jogo, deixar o camisa 10 como único responsável pela criação, já que o meia com a camisa 7 estava improvisado no ataque, como explica o Parmerista.

Vanderlei Luxemburgo desistiu de pressionar depois que o técnico do Nacional, Geraldo Pelusso, ensaiou ampliar a retranca, tirando um atacante e colocando um volante. O treinador do time da casa arrancou o apagado Keirrison para entrada do volante Jumar. Será que o 1 a 0 era tão bom para ser mantido?

O gol foi uma punição dura. Aos 35, parecia que o Palmeiras já ouvia o eco do apito final, como se achasse que tudo tinha se cumprido e bastava fazer jogo de cena. Depois, foi atacar de qualquer jeito, mas já sem resultado.

No vestiário, após o jogo, os uruguaios eram só folia. Um oxo resolve a vida deles. A dificuldade para marcar, superada apenas aos 10 da etapa final, aliada ao vacilo da defesa mostram que as coisas azedaram para o lado alviverde. As partidas contra o Colo Colo e contra o Sport foram fichinha comparado ao que ainda vem pela frente.

quinta-feira, maio 28, 2009

F-mais umas: Kimi, se dirigir, beba

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Chico Silva*

Fotos: Divulgação/Brawn


Uma cena emblemática foi vista no pódio do GP de Mônaco. Enquanto o super Jenson Button e Rubinho segundinho promoviam o tradicional banho de champagne, o nosso bom e velho Kimi Raikkonen sorvia cada gota da bebida como se fosse o último gole de sua vida. A cena passou despercebida de muita gente, mas não deste atento e, naquela manhã sóbrio, colunista. E pode explicar muita coisa.

No início do ano amigos do finlandês garantiram que o Iceman com Vodka havia abandonado os copos e as noitadas. Diziam que a manguaça estava atrapalhando o seu desempenho nas pistas. Mas a cana cobra caro de quem a abandona. A ressaca pode ter sumido. Mas os resultados também. Até Mônaco, Kimi tinha conseguido apenas um sexto lugar nas areias do Bahrein. Nas outras provas ou quebrou ou então ficou fora da zona de pontuação, caso dos GPS da Austrália, onde terminou num vexatório 16 lugar, ou na Malásia, quando cruzou a linha em um nada honroso 14 posto. O ano tem sido um dos piores desde a sua estréia na categoria, no GP da Austrália de 2001.

A falta de resultados atiçou a imprensa espanhola, que sonha ver o compatriota Fernando Alonso no cockpit hoje ocupado por Raikkonen. E rendeu também críticas de seu chefe na Ferrari, Stefano Domenicali. Incomodado com as atuações do seu funcionário, o capo ferrarista disse “que ele vivia em outro mundo”.

O fogo amigo parece ter mexido com Kimi. Em Mônaco fez um boa corrida. Só falhou na largada, quando perdeu o segundo lugar para Rubinho. A coluna torce para que ele volte aos bons tempos. E espera em breve fazer um brinde pela sua primeira vitória no ano. Ele merece.

Fotos: Divulgação/Kimi Raikkonen
Ao contrário da maioria dos colegas, Kimi veio de família pobre. Tudo bem que ser pobre na gélida Finlândia não é como ser pobre no Brasil. Não sei se sabem, mas a casa onde a família dele morava não tinha nem banheiro interno. Quando juntou dinheiro para construir um, seu pai mudou de idéia e resolveu dar um kart de presente para o filho, que já era louco por carros e corridas. É essa bela história que a abstinência ameaça. Por isso beba, Kimi, beba. Só evite quando for pilotar.

Papai não passou açúcar em mim
Quem ainda não foi ver não sabe o que está perdendo. O bom documentário Simonal, vocês não sabem o duro que eu dei, de Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, traz à tona uma verdade incontestável. Quando o assunto é qualidade musical, o velho Simona está a léguas de distância das crias da Trama Max de Castro e Wilson Simoninha. Parece que os dois não aprenderam nada com o pai. E para não dizer que não falei de espinhos, o filme visita o nebuloso episódio em que o cantor conta com a ajuda de agentes do Dops para espancar o contador que supostamente o tinha roubado. Tenho opinião sobre o assunto. Mas prefiro que os leitores tirem suas próprias ao ver o filme. Mas como não resisto, acho que ele foi menos cagueta do regime e mais um pilantra que se achava acima do bem e do mal. O típico malandro que acabou mané.

*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.

Um bom Cruzeiro e São Paulo

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Foto UAI/Estado de Minas











Na falta dos sampaulinos do Futepoca, que estão todos se exilando para beber na Europa, cabe a um secador do Cruzeiro escrever sobre o jogo de ontem.

Foi uma das melhores partidas do ano, com muita correria, jogadas, defesas dos goleiros e um resultado relativamente justo, porque goleiro também joga e Fábio ontem fez duas ou três defesas memoráveis. Aliás, junto com Ramires, Kléber e Jonathas, é um dos jogadores essenciais desse time. A boa notícia, para um atleticano como eu, é que pelo menos o Ramires já vai embora.

Venho acompanhando menos o time do São Paulo, mas ontem chamou a atenção o fato de o Hernanes não estar jogando nada. Não aparece, erra passes inacreditáveis, não marca etc. Jorge Vagner também fez uma partida muito ruim. Com os dois mal, mais a ausência de Rogério, explica-se boa parte do mau início de ano dos tricolores.

Para a partida de volta, basta ao São Paulo ganhar de 1 a 0 por conta do gol feito fora, mas o problema é não tomar nenhum gol do rápido ataque do time azul.

quarta-feira, maio 27, 2009

Três anos de futebol, política e cachaça

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Hoje, 27 de maio, faz três anos que este blogue estreou no espaço internético tentando unir três temas que fazem parte da cultura do brasileiro, como já enunciava o primeiro post. Era época da Copa do Mundo de 2006, o que motivou que as ideias discutidas no fórum adequado e regadas a cerveja em doses moderadas – ou nem tanto – saíssem do papel (ou do guardanapo) e fossem para a rede.

Claro que, como em todo balcão de bar, agregamos muitos amigos nesse meio do caminho. São colaboradores como Chico Silva, Marcos Xinef, Clóvis Messias, Diego Sartorato, blogues parceiros e leitores que contribuem pra fazer o blogue e deixam os futepoquenses um pouco mais felizes.

Fazer um resumo de links contando um pouco da história do Futepoca é uma tarefa inglória, mas certamente muitos se lembram das campanhas algo cívicas, como a Pés Fora do Coletivo e a Um Minuto de Barulho, em contraponto ao silêncio proposto por meia dúzia de “cansados”. Já o post sobre o Marketing Viral e a Nike não foi uma campanha, mas mobilizou uma discussão sobre venda de conteúdo bastante interessante na internet.

Falando em mobilização, da tríade de temas que mobiliza o Futepoca, obviamente o futebol se tornou o foco principal dos autores. E também de quem lê. A quantidade de comentários no post sobre o pior campeão brasileiro da História mostra bem isso. Assim como empreitadas que resultaram em muitas orelhas quentes dos membros do blogue, como o Fica Dualib e o Fica Nelsinho, que causaram certo incômodo aos corintianos. Já os gremistas resolveram soltar o verbo no post Sete motivos para torcer para o Boca, uma ode dos secadores contra a equipe dos Pampas na Libertadores de 2007.

Claro que a aridez de temas como política e, às vezes, futebol, fez com que o ingrediente estético por vezes influenciasse no tratamento da notícia. Foi assim na eleição das musas da política e também nos épicos posts sobre Ana Paula Oliveira, verdadeiros libelos contra a discriminação da mulher no meio futebolístico. Tratamos também de esclarecer o desconsolo de Cristiano Ronaldo e discutimos um polêmico ensaio fotográfico em pleno Couto Pereira. Como este é um blogue plural, houve até quem falasse de homens desnudos desfilando em modalidades altamente populares como o críquete.

Histórias e copos

Como todo bom boêmio, o Futepoca gosta de histórias. Assim, a trajetória do Atlético-MG foi contada aqui, assim como todas as partidas do Brasil na Copa de 1958 foram resgatadas. Nem Lamartine Babo escapou aos olhos e ouvidos atentos e ébrios de quem faz o blogue. Mesmo não sendo um site sobre cinema, aqui pode-se acompanhar a história do ator que contracenou bêbado o tempo todo em um filme ou a vida imitando a arte entre as prostitutas da Paraíba. Mas em que outro lugar você, caro leitor, iria ver um estádio que foi construído graças a 3 mil litros de pinga?

E quando o assunto é cachaça ou similares, há desde os testes cegos de cerveja que ajudam os manguaças a direcionarem melhor seu apetite etílico até dicas preciosas de branquinhas artesanais. Também é emocionante ver o comovente esforço de uma pessoa para preservar a posse de suas diletas garrafas...

Enfim, aqui vibramos com vitórias de nossos times, lamentamos as derrotas e até nos abalamos e choramos. Mas sem dúvida, mesmo que esse blogue tome parte do nosso tempo livre e não dê retorno financeiro (não perdemos as esperanças, claro...), é sem dúvida motivo de alegria para todos que o fazem e esperamos que seja para quem lê também. Um brinde e ao bar!

Barcelona campeão da Europa

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A blitz inglesa do começo do jogo não foi suficiente. Apesar de dominar amplamente e pressionar o Barcelona pode 10 minutos, nos quais deu cinco chutes a gol - três deles bastante perigosos - e não levou nenhum, o Manchester não marcou. Aos 10, exatos, no primeiro ataque, Eto'o recebeu um passe precioso, cortou Vidic e venceu Van der Sar. A partir de então o poderoso Manchester fraquejou e o Barcelona dominou a final da Champions League.

Numa final de Champions League, no entanto, domínio e fraqueza não são absolutos. O Manchester teve chances importantes. Mas não tantas quanto o Barcelona. E quem marcou de novo, já no segundo tempo, foi o Barça, com Messi, num cabeceio perfeito, sem chances para Van der Sar. É até engraçado ver um baixinho daqueles - 1,69 de altura - vencer a zaga e cabecear com tanto estilo. Não que Messi lembre Romário, mas naquele momento a relação foi imediata.

Se (ah, o se...) o Manchester tivesse marcado um golzinho ao menos, talvez o jogo tivesse sido mais emocionante - como a super final de 2005, 3 para o Milan no primeiro tempo, três para o Liverpool no segundo. Infelizmente não foi assim. O Barcelona tocou a bola e não deu sopa para o azar.

Em campo, os dois melhores jogadores do mundo no ano passado - e desse ano também, provavelmente - não foram grandes destaques. Cristiano Ronaldo começou detonando, mas depois apareceu mais pela briguinha pessoal com Puyol. Messi fez um gol, é verdade, mas o melhor em campo, de acordo com a Uefa, foi Xavi. E ainda teve o Iniesta, eficientíssimo. Mas não serei tão injusta com o argentino. O artilheiro do campeonato (9 gols) tentou muitas jogadas, mas foi sempre parado com falta, aí ficou difícil.

O único brasileiro a entrar em campo pelo Barcelona, o lateral Sylvinho, se destacou pela eficiência em passes para trás. Tá, ele fez um cruzamento perigoso também. Anderson, titular do Manchester, foi substituído no intervalo por Tevez. Justo, para um time que precisava marcar.

Soberano

A conquista do Barcelona coroou um ano que não foi pouca coisa para o clube. O time se tornou o primeiro a conquistar o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Champions League. Só na Champions foram 32 gols, quase 2,5 gols por jogo. Joan Laporta, o presidente do Barça, declarou que essa foi a melhor temporada da história do clube. O cara está claramente puxando a sardinha pra sua brasa, mas... dá pra discordar?

Abençoado

O destaque negativo da decisão foi o show de breguice que precedeu a partida. Um carnaval totalmente sem sentido, com uma música ruim de doer. O no final ainda apareceram uns bonecos de posto de gasolina gigantes. Péssimo.

Mas o melhor mesmo aconteceu pela manhã: o árbitro da partida, o suíço Massimo Busacca, com medo de cometer os mesmos erros que seu colega norueguês Tom Henning Ovrebo conseguiu colecionar na semifinal entre Barcelona e Chelsea, teve um encontro com o papa - ele mesmo, nosso festejado Bento XVI - em busca de uma bênção e de inspiração. Juro, taí a foto que não me deixa mentir. E parece que fez efeito. O árbitro e seus auxiliares tiveram uma atuação muito boa.

terça-feira, maio 26, 2009

Profissionais de mídia são os que mais bebem na Inglaterra

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Jornalistas e outros profissionais de empresas de comunicação são os que mais bebem. A informação está no jornal inglês The Guardian, que destaca pesquisa YouGov, do ministério de saúde do país sobre os hábitos etílicos. O The BlueBus deu antes.

A recomendação é que homens bebam entre 21 e 28 unidades de álcool por semana, três ou quatro por dia. Para as moças, 14 a 21 por semana, duas ou três por dia. Para a turma das redações inglesas, são 44 unidades, em média, o que equivale a mais de quatro garrafas de vinho ou 19 copos de cerveja por semana.

Cada unidade equivale a 10g de álcool. Uma lata de cerveja tem 1,5 unidade. Uma dose de cachaça, umas 2,5. Uma taça pequena de vinho, uma. E assim por diante.

Isso coloca os jornalistas a 10 pontos semanais de vantagem sobre o segundo colocado, os profissionais de tecnologia da informação. Serviços e o mercado financeiro vêm depois. Os reis da moderação trabalham em educação, transporte e turismo. Entre os líderes, 29% se sentem pressionados por colegas a beber.

Na prática, o pessoal da comunicação também está no topo do consumo de vinho e destilados. Do fermentado de uva, a média é de uma garrafa e meia por semana. De outros gorós, são 3,2 doses por dia.

Brasil
Por aqui, não encontrei pesquisas que relacionam o álcool ao trabalho. Pesquisa do Ministério da Saúde apontou aumento em 2009, mas a informação aparece regionalizada.

O Futepoca noticiou o desempenho dos adolescentes brasileiros, dos homens, e da influência dos pais sobre crianças.

Será que no Brasil os jornalistas também lideram esse ranking não tão honroso?

Tipos de cerveja 37 - As Landbier/ Zwickel/ Keller

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Três estilos bastante relacionados, raros, antigos, únicos e típicos da Alemanha. As Kellerbiers são cervejas não filtradas e não pasteurizadas, utilizando técnicas de produção que se mantêm desde a Idade Média. O produto final é suave, naturalmente opaco e com alto teor de vitaminas, fruto dos fermentos utilizados na sua elaboração. O sabor amargo transmitido pelo lúpulo pode ser elevado, sendo talvez essa a grande diferença para as Zwickel Bier, que são mais suaves e têm um sabor menos pronunciado. Quanto às Landbier, a sua maior qualidade é um sabor de malte mais profundo, apesar de também sofrer da falta de gás característica dos outros dois tipos. Vale ressaltar que o gás destas cervejas é natural, surgindo durante o processo de fermentação. "Finalmente", prossegue o amigo Bruno Aquino, do site português Cervejas do Mundo, "acrescente-se que as Landbier podem ser filtradas. Note-se também que nesses três estilos o teor alcoólico não é muito elevado, variando entre os 4% e os 7% ABV". Para experimentar: Griess Kellerbier, Fursten Zwickel e Echt Veldensteiner Landbier (foto).

Monte Azul e Rio Claro, novidades do Paulista 2009

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Aconteceu no fim de semana a quinta rodada dos quadrangulares semifinais da Série A2 Paulista. E com definições: dois times, Monte Azul e Rio Claro, podem comemorar seu acesso à elite do futebol bandeirante na próxima temporada.

Para o Monte Azul, a conquista é ainda especial, por representar a estreia do clube na primeirona do estado. Vale ressaltar que não se trata de um "time novo de empresários", como muitos clubes que têm proliferado nas primeiras divisões por aí. É um time fundado em 1920, ou seja, com muita história para contar. Já o Rio Claro disputou há poucos anos a Série A1.

Monte Azul e Rio Claro estavam na mesma chave do quadrangular, e despacharam os simpáticos Flamengo de Guarulhos e Taquaritinga.

No outro grupo, emoção garantida até a última rodada. O Rio Branco lidera com nove pontos, seguido por Sertãozinho, com sete, São José, com seis e União São João, com cinco. A rodada derradeira terá os duelos Rio Branco x São José e União São João x Sertãozinho. Ou seja: todos podem se classificar.

Após o término da fase inicial, os campeões de cada chave se enfrentam para decidir quem fica com a taça maior da A2. No ano passado, o campeão foi o Santo André, que acabaria, na mesma temporada, subindo à Série A do Campeonato Brasileiro.

Série A3
Na terceira divisão, o clima também é de definições. O campeonato também está na fase semifinal e tem regulamento similar ao da A2, com dois grupos de quatro equipes nos quais os dois primeiros de cada chave sobem de divisão. Osvaldo Cruz e Votoraty dominam o grupo 2 e tendem a subir; no grupo 3, a disputa está equilibradíssima, com Pão de Açúcar, Penapolense, XV de Piracicaba e Grêmio Osasco se mantendo praticamente iguais após quatro rodadas disputadas.

segunda-feira, maio 25, 2009

Embebede-se!

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Bernardo Soares é um dos heterônimos do escritor português Fernando Pessoa (os outros são Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Miguel Campos). Porém, o próprio autor o considerava um "semi-heterónimo", ao explicar que "não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela. Sou eu menos o raciocínio e afetividade". Como Soares, Pessoa escreveu o "Livro do Desassossego", considerado uma das maiores obras da ficção portuguesa no século passado. Bernardo Soares é, dentro da ficção de seu próprio livro, um simples ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. E recomenda:

"Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que seu fígado sofre com isso, respondo: o que é o seu fígado? é uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto".

O escritor (ou "os escritores") bebendo vinho em Lisboa, na década de 1920; no verso, por também gostar de um belo trocadalho, ele escreveu a seguinte dedicatória à amada Ofélia Queiroz: "Fernando Pessoa em flagrante deLitro"

Pé redondo na cozinha - Caldo de mocotó do Chaleira

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MARCOS XINEF*

Meados de 1993, rua Major Sertório, Centro, SP, Bar do Chaleira. O tal citado é o cearense mais feio, engraçado e gente fina que já conheci. Todo sábado, no almoço, fazia o famoso Mocotó do Chaleira, cujo tempero especial era a batata cozinda no gim e na água - o que servia para engrossar o caldo. Mas o apelido do Chaleira surgiu porque o maluco, além de ter um nariz torto (tipo de bruxa) e a cabeça quadrada, quando ele tomava umas e outras - ou seja, muitas - ele conversava com uma voz fininha, ficava vermelho e cuspia em todos que estavam a sua volta, igualzinho uma chaleira fervendo.

Mas a batata cozida no gim e na água procede, uma vez que o álcool vai deixar a mesma bem sequinha e com um ótimo sabor, devido à sua evaporação, sendo também que ela fica muito mais saborosa e saudavél sendo engrossada dessa forma, evitando os amidos de milho e ou farinhas. E o Mocotó do Chaleira era famoso, a burguesia do bairro de Higianopolis descia todo sábado para a Major Sertório para degustar a iguaria. Segue a receita:

MOCOTÓ COM GIM DO CHALEIRA

Ingredientes
2 kg de mocotó
1 cebola picada
1 pimentão picado
2 dentes de alho picados
4 batatas
2 xícaras de chá de gim
2 xícaras de chá de água
2 colheres de sopa de coentro picado
sal a gosto

Preparo
Cozinhe o mocotó com água e os temperos na porção por mais ou menos 1 hora, até soltar do osso. Separe a carne do osso e reserve, junto com o caldo. Cozinhe as batatas com a água e o gim até ficar macia, depois esmague bem a batata e junte tudo na outra panela do caldo, deixando cozinhar por mais 1 hora, até engrossar. Sirva com coentro picado.


É isso aí, bom apetite! E cuidado pra não cuspir nos que estarão em volta!

*Marcos Xinef é chef internacional de cozinha, gaúcho, torcedor fanático do Inter de Porto Alegre e socialista convicto. Regularmente, publica no Futepoca receitas que tenham bebidas alcóolicas entre seus ingredientes.

domingo, maio 24, 2009

Um 0 a 0 para os goleiros. E para se preocupar

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Em um jogo em que os goleiros se destacaram mais do que os jogadores de linha, Palmeiras e São Paulo empataram no Palestra Itália. O resultado não agrada a ambas as equipes, mas especialmente o Palmeiras por jogar em casa. Desde o campeonato paulista de 2008 o Palmeiras não vence o rival.

O 0 a 0 foi construído essencialmente pelos goleiros, por isso o título. Isso indica que o jogo foi bom, mas com gols seria melhor.

Esquemas
Muricy Ramalho ameaçou jogar com um mistão, mas entrou com os titulares disponíveis, Rycharlison se consolidando na zaga e Zé Luiz na lateral-direita. O Palmeiras não tinha Pierre e voltou a entrar em campo com um monte de gente atrás: três zagueiros, três volantes (sendo Wendel improvisado na lateral-direta) e um lateral-esquerdo. Cleiton Xavier, Diego Souza e Keirrison eram os responsáveis por atacar. Nas minhas contas, um 5-4-1. Na prática, com Diego Souza mais avançado, 3-5-2.

Vanderlei Luxemburgo anda demasiadamente convencido de que a estratégia de não tomar gols no primeiro tempo é a chave para todos os jogos, mesmo quando atua em casa. O problema é que os visitantes começaram melhor e faltava ao Palmeiras capacidade de prender a bola e criar jogadas, porque é praticamente inevitável que o time fique muito recuado. Eis aí a preocupação: em todas as três partidas no Brasileirão, o alviverde vai a campo com escalações erradas, sofre alterações e melhora (na estreia eram os reservas, que conste). Será que não funcionaria escalar os times do segundo tempo logo de cara?

Quase um tempo para cada
O Tricolor começou melhor, criando boas oportunidades e só Diego Souza arriscava puxar o time da casa para frente. Ao rumar para a segunda etapa, Lenny foi a campo no lugar de Danilo, levando o esquema para um 4-4-2, o que permitiu algum domínio do jogo, até os 30, quando Maurício tomou o vermelho em falta sobre Dagoberto. A vantagem numérica melhorou o jogo do São Paulo.

Passes no meio durante a segunda etapa reduziram os ataques e aumentaram os lances estranhos e mais violentos, que tiraram Hugo de campo, por exemplo. O Palmeiras até criou mais chances de gol, mas a mais feita da partida foi desperdiçada por Washington aos 47 do segundo tempo, quando driblou um zagueiro na entrada da área e bateu rasteiro para Marcos defender. Dois minutos depois, Diego Souza cabeceou e obrigou Dênis a trabalhar bem.

O novato goleiro tricolor foi bem também em um voleio de Keirrison na primeira etapa. O consagrado Marcos, o Goleiro, trabalhou bastante no começo da partida, mas esteve concentrado para salvar o alviverde nos minutos finais.

Os dois treinadores reclamaram da arbitragem. Aos 8 do segundo tempo, Diego Souza foi derrubado por Miranda. Ou teria sido travado? Aos 10, Jumar caiu na área. Aos 16, Lenny não enganou nem a seu próprio treinador com o salto ornamental praticado ao receber bola de Cleiton Xavier. No primeiro tempo, Dagoberto reclamou muito das faltas que sofria. A dureza das entradas é sempre polêmica.

Melhor pensar em outra coisa
O Palmeiras recebe o Nacional do Uruguai pelas quartas-de-final da Libertadores, e o São Paulo vai ao Mineirão enfrentar o Cruzeiro. Melhor fazer de conta que a preocupação com o jogo do meio de semana é maior do que a com as insuficiências dentro de campo.