Destaques

sábado, novembro 11, 2006

Pelos muros da vida...

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Finda a eleição, pra variar, poucos candidatos se preocupam em apagar suas propagandas espalhadas pelos muros da vida. Algumas inscrições datam da campanha de 2004 ou até antes. Próximo à Prefeitura de São Bernardo, duas propagandas, de épocas diferentes, parecem comunicar-se.
Primeiro, uma pintura recente (provavelmente do último pleito) diz o seguinte: "Vem aí: Pery. Você conhece o Pery?". O curioso é que, um quarteirão pra frente, no mesmo muro, outra propaganda parece responder: "Para vereador, Chico Andrade. Esse você conhece!".

sexta-feira, novembro 10, 2006

Dinamite tem meu voto

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Torcedores do Vasco, cariocas e qualquer um que preze pelo futebol deveriam prestar um pouco de atenção em São Januário na próxima segunda-feira, dia 13, quando ocorrerão as eleições do clube. Eurico Miranda tentará seu terceiro mandato consecutivo à frente do clube. O candidato da oposição é o maior ídolo da história vascaína e deputado estadual Roberto Dinamite.

O site Pelé.net publicou entrevista com os dois candidatos. Eurico ameaça: "O futebol profissional [do Vasco] será tratado da mesma forma como venho fazendo nos últimos 20 anos".

Sou corintiano e não tenho qualquer simpatia pelo Vasco, mas adoraria ver Eurico Miranda fora de cena no futebol brasileiro. Ele é bem cotado em qualquer lista das figuras mais nefastas de nosso esporte.

Dinamite já perdeu as últimas eleições para o mesmo Eurico e não sei se tem chance agora. Além disso, é deputado estadual e pode muito bem imitar Miranda e usar o clube como plataforma política. Mas tem meu voto.

PS.: Lembram do time do Vasco dando a volta olímpica em São Januário depois da torcida invadir o campo numa final contra o São Caetano, tudo com o aval e incentivo de nosso Eurico? Quem mais lembra de outras cenas inusitadas protagonizadas pelo genial cartola?

Fifa tira gol de Leônidas na Copa de 1938

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Segundo matéria do Uol Esporte, a Fifa anunciou em seu website oficial nesta sexta-feira uma série de revisões de estatísticas nos primórdios da história das Copas. Motivada por levantamentos de pesquisadores independentes, a entidade resolveu retirar um gol do brasileiro Leônidas da Silva no Mundial de 1938, na França.

Oficialmente, Leônidas agora soma sete gols na Copa de 1938, em que a seleção brasileira terminou com a terceira colocação. Mesmo assim, segue como artilheiro do Mundial, pois o segundo colocado na relação, o húngaro Gyula Zsengeller, soma seis gols.

Novos levantamentos de historiadores levaram à conclusão de que Leônidas marcou apenas uma vez na partida de quartas-de-final contra a Tchecoslováquia, no jogo de desempate. Registros controversos anteriores apontavam dois gols do brasileiro nesse encontro.

Mesmo antes da decisão da Fifa, registros da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já apontavam que o segundo gol brasileiro na vitória sobre os tchecos no desempate de quartas-de-final teria sido de Roberto, então jogador do São Cristovão, clube do Rio de Janeiro.

O mesmo informe oficial da Fifa divulgado nesta sexta também se retratou quanto ao primeiro jogador a marcar três gols numa mesma partida de Copa. O feito agora pertence ao norte-americano Bert Patenaude, em vitória por 3 a 0 de sua seleção sobre o Paraguai no primeiro Mundial, em 17 de julho de 1930. Até então os créditos iam para o argentino Guillermo Stabile, que marcou três vezes num 6 a 3 da Argentina sobre o México em 19 de julho do mesmo ano.

enfim, primeira

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Antes o porquê da negativa da postagem anterior neste espaço. Atleticano, de nascença, não faz comentário de segunda.

Passado o pesadelo, que acabou não sendo tão sofrido assim, é hora de pôr as chuteiras e adentrar o espaço (ops).

Melhor ainda no dia seguinte que aquele outro time de minas, que ninguém ouse dizer o nome para não infectar o espaço, cai de 4 (piada pronta para quem tem fama de bambi lá nas alterosas). Com direito a um dos maiores frangos dos últimos tempos.

Interesante, só para acabar, é a promoção que se pretende fazer no último jogo da segundona do Galo contra o América-RN em BH.

O alvinegro (e o adversário, claro) será o primeiro a jogar em dois estádio ao mesmo tempo.

Explica-se: como o mineirão ficará totalmente tomado (não haverá novo recorde porque a lotação foi limitada a 54 mil pagantes), serão instalados telões no estádio Independência para quem não conseguiu ingresso para acompanhar no Mineirão.

É isso:
Já subiu galooooooooooooooo.

...e Romário encontrou o paraíso

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No Brasil, não teve torcedor que não tirou sarro da ida de Romário para o portentoso Miami FC, time estreante de uma liga secundária do importantíssimo futebol dos Estados Unidos. Pois para a diretoria do Miami não se tratou de nenhuma piada, pelo contrário. Segundo matéria do Uol Esportes, estão satisfeitíssimos com a passagem de seis meses do Baixinho pelas terras de Tio Sam.

O impacto da presença do veterano nos EUA é comparado ao plano ambicioso feito pela equipe do Cosmos, na década de 70. O Miami FC foi criado no início do ano passado e disputa a United Soccer League (USL), liga independente que rivaliza com a Major League Soccer, a "NBA" do futebol. O time terminou o campeonato em quinto lugar (de doze competidores, com clubes também de Porto Rico e do Canadá). Romário foi o artilheiro da competição, com 19 gols, foi eleito três vezes como o atleta da rodada, e quatro vezes eleito no time da rodada.

A quinta posição alcançada pelo Miami FC na USL foi encarada como uma conquista para um clube, criado no início do ano. O Baixinho, juntamente com o meia Zinho, ex-Flamengo e Palmeiras, foram as principais peças para o sucesso meteórico do time. "Nosso objetivo era contratar uma grande figura do futebol mundial para transformar o Miami em um time conhecido e vencedor. Com a contratação do Romário, demos um passo muito importante para essa meta. A vinda dele representou o feito mais importante da história da USL", orgulha-se Julio Mariz, presidente do Miami FC.

Do alto de seus 40 anos, é claro que Romário recebeu algumas regalias. Avesso a treinamentos, o jogador dizia compensar suas faltas aos coletivos treinando em particular. Além disso, existia um pacto no clube: o Baixinho só seria substituído quando pedisse. Nada que gerasse ciúmes no "estrelado" elenco do MIami. "Mesmo com a fama, o Romário se portava como um jogador comum, procurando ensinar o melhor posicionamento aos atacantes do time. Ele era como um professor para nós e por isso todos gostavam dele. Hoje o Miami já tem seu nome no cenário mundial e conta com propostas para amistosos em vários países", diz o meia do Miami, o brasileiro Diego Walsh.

A maior briga comprada por Romário foi com o centroavante jamaicano Onandi Lowe, líder de sua seleção na Copa do Mundo de 1998, considerado pelo camisa 11 um jogador "desagregador e marrento". Romário interveio e ordenou a saída de Lowe, sendo atendido pela diretoria.

A calmaria do camisa 11 em sua fase na América do Norte tem uma explicação: Miami é a cidade "mais brasileira" dos Estados Unidos, com praias, redes de futevôlei e agitadas baladas noturnas. "O Romário se adaptou muito bem à cidade. Não existe tanta pressão do torcedor, já que as atenções na cidade estão direcionadas ao futebol americano e ao beisebol. Além disso, Romário tinha a praia, futevôlei e toda a família com ele. O Romário gostou muito dessa fase", comentou Walsh.

Agora, imaginem o Romário num time em que não precisa treinar, só sai de campo quando pede, numa cidade com praia, futevôlei e balada à vontade, sem torcidor enchendo o saco e podendo mandar embora qualquer desafeto. Só não entendo porque o Baixinho não ficou por lá mais um pouco.

Mulheres em um banheiro

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O cenário é um banheiro feminino da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A estudante entra no local e percebe uma conversa entre duas mulheres, uma dentro de um cubículo e outra já lavando suas mãos. A que está na torneira fala:
- Acho um absurdo em uma universidade como essa eu ter que dar descarga porque alguém não deu antes de mim.
- Você não viu nada - responde a que está fazendo uso do infecto vaso usado por outras pessoas que não do nível dela - você não sabe que tenho que encerrar muitas vezes a aula antes da hora porque eles têm que pegar ônibus pra ir pra casa.
Sim, sim. São Paulo é uma cidade que tem transporte público precário. Além disso, o planejamento urbano inciado nos tempos de Faria Lima empurrou os pobres para a periferia com as grande obras viárias que fizeram a cidade crescer de forma desordenada mas, principalmente desigual. São Paulo foi erguida para ser excludente. Boa parte da elite esperar horas no aeroporto ganha manchetes nos jornais televisivos e impressos. Pessoas esperando horas em pontos de ônibus ou espremidas em coletivos lotados é normal. Afinal, qual é o lugar dessa gente?
A mulher do cubículo não sabe disso. A estudante bate a porta de outro cubículo e reconhece a voz de uma professora do Departamento de Francês. Ao perceber a presença de outra pessoa, a usuária do vaso contaminado pela plebe começa a dialogar com outra em francês. Nada mais apropriado para um banheiro. O que ela não sabe é que a aluna entende a língua dos literatos.
- Antes a média era sete. Mas agora, por conta "deles", a média baixou pra cinco. É terrível para alunos brilhantes terem que conviver com essa gente, diz a mulher já abrindo a porta.
A que estava fora concorda.
A estudante não as alcança. Fica com a indignação presa na garganta.
As duas mulheres também estão indignadas. Como é que suas fezes e urina podem ter o mesmo odor desagradável daquela gente? Como o mundo é injusto...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Momento do mé:

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Abstêmico, mas ainda bêbado, cumpro para com minha obrigação e escrevo sobre as dona-brancas que acabam com nosso fígado. De memória mesmo.

A Três Coronéis tem um rótulo cujos modelos parecem ser da turma do Casseta e Planeta. São manguaças com barba cumprida, terno e gravata, calçando botinas de cano longo e entornando a tira-juízo. Um é careca, outro tem barba preta e cabelo grisalho. Uma coisa estranha, mas a gente permite a licença poética, a priori. O local da entornada remete a um casarão de fazenda ou algo assim.

A fabricante, Rosa S.A., tem até página de internet. Espertos, fizeram uma garrafa de 450 ml com tampa de madeira – não, a tampa é de plástico revestido de madeira, de modo que a limpinha entra em contato com o plástico – e sacola especial de tecido para exportação. Eles vendem para um país chamado Pão de Açúcar e os esquecidos manguaças acabam comprando para outros manguaças achando que se trata de uma daquelas. Fazem também garrafas pequenas de 50ml e 170ml, além do litro obrigatório.

A esquenta-dentro de Boituva, a 100 km da capital paulista, não é das mais fortes (39,2%) e é amarelada do envelhecimento "em tonéis de madeiras nobres da flora brasileira". Se fossem nobres ou se fosse uma só, eles seriam os primeiros a dizer. Então, fica mal na foto.

Pelo cheiro e paladar, parece ser madeira sim, mas difícil precisar qual, até porque experimentei faz tempo e tenho que escrever de memória.

O fato é que não foi das mais melhores que já bebi. Longe disso. Também não é das terríveis, porque sempre poderia ser pior, a exemplo das de Pirassununga, onde se envelhece cachaça numa madeira típica de São Paulo chamada alumínio (com todo respeito à cidade, que nada tem a ver com o que produzem lá).

A tal família Rosa tem ainda uma marca de branquinha não-envelhecida que não pretendo experimentar. É que eles também têm um tipo de conhaque de gengibre, uma vodka, uma catuaba, uma linha de água mineiral com sabor de frutas, outra de suco de frutas e por fim uma de refrigerantes.

Comprar cachaça pela cara da garrafa é complicado.

FHC confessa: "não posso competir com Lula"

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O alvo predileto desse blog, o portentoso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse nesta quinta-feira em Nova York que não pode competir com o presidente Lula, ao comentar a imagem que o petista tem junto ao eleitorado brasileiro. "Eu não posso competir com o Lula. Eu não sou espetacular. Foi por isso que eu inventei o real", disse FHC.
Claro que nem pra reconhecer inferioridade em algum aspecto, FHC deixa de ser arrogante. Não foi ele quem inventou o Real. O plano já estava concebido quando ele foi para o ministério da Fazenda do governo Itamar Franco e todos os países da América do Sul já tinham acabado com a inflação àquela altura com planos semelhantes. Ninguém inventou a pólvora. Muito menos ele, que quebrou o Brasil em duas ocasiões.
Mas a sandice não parou por aí. O ex-presidnete afirmou que durante a campanha eleitoral, Lula jamais falava sobre o que iria fazer caso recebesse um segundo mandato do povo. "O Lula é a sua própria proposta de governo. O eleitorado sente isso. Ele representa a mobilidade social. Mas eu não sou nada disso", afirmou FHC.
E seguiu: "o Lula foi reeleito, e não o PT. É uma coisa extremamente pessoal, a maneira como os candidatos se comportam na TV". Como assim? Uma análise que vai contra qualquer analista político. Marcos Coimbra, do Vox Populi, diz que o voto em Lula estava consolidado há algum tempo, pelo fato dos eleitores enxergarem qualidades no governo dele. O PT, ao contrário do que queria Bornhausen, naõ morreu: aumentou o número de governadores e manteve a base na Câmara.
Para FHC, a pauta de reformas necessárias ao Brasil inclui a do sistema previdenciário, fiscal, do sistema judiciário e do sistema político. "É preciso que os políticos brasileiros prestem contas à sociedade", disse. "Isso é fácil de falar, mas é difícil de fazer". Deve falar por experiência própria...

Obina, melhor do que o Etô

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Foto: reprodução Futura Press
Os cariocas não dominaram o Futepoca. Mas o gol na forquilha do atacante do Flamengo Obina contra o Goiás aumentaram o coro entre os manguaças de plantão em favor do atleta.

O rubronegro agora quer tirar a diferença de cinco gols que o separam de Sousa, do Goiás, para garantir a artilharia do campeonato. Obina tem11 e contra 16 do concorrente. O gol contra o time goiano ganhou o nome de Sayonara. Não é a despedida japonesa, mas o nome da filha nascida na semana passada. Obina também dedicou o gol à avó, internada em Salvador.

Enquanto a diretoria planeja dar férias antecipadas ao time titular, o atacante já avisou que não quer saber de folga nem corpo-mole, vai jogar até o fim.

Obina para melhor jogador do brasileiro!

Palmeiras: ainda dá pra cair

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A retórica de time pequeno que tomou conta do Parmera é assustadora. O pior é que ela ganhou tamanha proporção que foi capaz de contaminar o procedimento da equipe dentro de campo.

A vitória por 3 a 0 diante do quase rebaixado Fortaleza – chamado pelos alviverdes mais desesperados de "jogo de seis pontos" – garantiu certa tranquilidade ao Palestra Itália. A depender do resultado de Fluminense e Ponte Preta, na noite de hoje, as coisas se consolidam mais. Tanta preocupação dá impressão de que os palmeirenses têm saudades da conquista do título da Série B de 2003. Como se fosse mais do que um alívio e de uma chance de recuperar a dignidade perdida. Mentalidade de time pequeno mesmo.

A dúvida agora é se Jair Picerni, um dos heróis da ascenção de 2003, será capaz de conseguir duas vitórias consecutivas, feito inédito para o time desde a série de cinco vitórias na retomada do Brasileirão pós-Copa. A estréia do treinador foi com derrota para o Paraná Clube.

Affonso Della Monica, o presidente, já avisou que tudo vai mudar. Quis capitalizar a vitória ao relatar conversa que teve a sós com o elenco na véspera do jogo, quando Edmundo falou em nome dos atletas, e se atingiu consenso com relação ao esforço a mais para não cair. E saiu fazendo promessa de campanha, com mudanças na diretoria. Agora vai, ou melhor, agora cai!

Zidane quer treinar seleção de Bangladesh

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o meia francês Zinedine Zidane esteve um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh, para jogar uma partida amistosa e visitar alguns povoados do país. O convite para a estadia de dois dias foi feito pelo prêmio Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, que aproveitou para mostrar ao meia francês os resultados das políticas de microcrédito idealizadas por ele.
"nunca imginei que as pessoas daqui saberiam quem eu sou", disse Zizou.
"Estou emocionado com o entusiasmo do povo daqui", completou. No entanto, ele negou que voltaria a jogar para aprticipar do campeonato do país, mas confirmou interesse em treinar a seleção local. "Não tenho interesse em jogar aqui, mas estou interessado em treinar a equipe de Bangladesh", garantiu.
Por falar em seleções exóticas,
o ex-zagueiro da seleção Ricardo Rocha, tetracampeão do mundo em 1994 nos EUA, foi anunciado como novo técnico de Cabo Verde hoje. Aos 44 anos, ele substituiu outro brasileiro, Zé Rui, que será um dos seus assistentes. Ele assinou contrato de quatro anos com a seleção africana.

Agora é Condoleezza

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Foto: reprodução BBC
A queda do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, representa um reconhecimento de que a política externa do presidente George W. Bush, a saber guerras sem-fim no Afeganistão e no Iraque, vão mal. Mal eleitoral, política, diplomática, militar, e moralmente (o Michael Moore adoraria ver tanto sufixo "mente" para aspectos da gestão Bush). Da cúpula de governo do primeiro mandato do republicano, Rumsfeld era o principal dos "falcões", nome dado aos defensores de políticas extremadas no conservadorismo e no combate ao "terrorismo" a qualquer preço, inclusive em detrimento de liberdades civis, essas superfluas. O contraponto eram os "pombos", mansos e tranquilos.

Além dele, o caçador vice Dick Cheney era amplo defensor da incursão no Iraque já depois do 11 de setembro. O ex-diretor da petroleira Halliburton queria ver Saddam Hussein morto a qualquer preço, mais até do que a Osama Bin Laden. Nas descrições dos bastidores do poder da trilogia de Bob Woodwards, um dos jornalistas do Watergate – pelo menos da parte que li – Cheney parecia agir como alterego de Bush, fazendo de tudo para haver a guerra (Bush em guerra, Plano de ataque, no Brasil publicados pela Arx e State of denial). Mas a função de presidente exigia algum (bem pouco) comedimento, o que continha o filho da Bárbara Bush.

Segundo analistas e palpiteiros de plantão, Rumsfeld, à frente do Pentágono, trouxe instrumentos para o que a dupla no comando queria. Mudou a estrutura do aparato militar, exigia muita produção de seus subordinados e fez a guerra. Quem queria tanto encontrar sinais da Al Qaeda no Iraque plantar provas fundo demais. Depois da invasão e da deposição de Saddam, o país se tornou um palco perfeito para candidatos a mártir. E lá se formou o braço mais forte da rede terrorista atualmente.
Foto: reprodução Newsfromrussia

Daquela cúpula, que também tinha Colin Powell, quem continua firme e forte é apenas Condoleezza Rice. Mulher, negra e republicana, Condi, como é chamada pelos íntimos, é uma aposta de candidata à sucessão de Bush. Como o bolão ainda dura dois anos para ter resultado, outros indicados vão aparecer. Mas é difícil imaginar os republicanos topando um perfil assim. Em todo caso, é a última dos quase-falcões. Se manteve com moral junto a Bush, aparentemente, por oscilar de opinião junto do o chefe, ora comedida, ora muito favorável à guerra, ora sem saber o que fazer com os soldados que lá estão.

O que os republicanos vão preferir para reverter a derrota nas eleições parlamentares no meio do mandato nas duas câmaras é uma das dúvidas que o mundo tem. A outra é o candidato republicano e a capacidade eleitoral e de mudança. Tudo isso imerso num misto de pavor e esperança.

P.S.: Sobre o novo secretário de Defesa, o perfil da BBC que recupera o caso do Irã-contras, vale a leitura.

quarta-feira, novembro 08, 2006

O melhor do Brasileirão

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Tudo bem que já é repisar o óbvio falar que o futebol brasileiro alcançou o seu mais baixo nível técnico das últimas décadas. Mesmo assim, não deixa de ser surpreendente alguns fatos relacionados a isso, como a escolha dos melhores do Brasileirão promovida pelo site Globo Esporte. Há uma lista de dez jogadores indicados pelo site, são eles: Rogério Ceni, Souza e Mineiro (São Paulo), Kléber (Santos), Lucas (Grêmio), Cícero (Figueirense), Zé Roberto (Botafogo), Souza (Goiás), Renato (Flamengo) e Fernandão (Inter). É deprimente ver jogadores que no máximo são bons indicados pra "craque". Claro que no ano passado foi igualmente triste ver um atleta argentino, que sequer é titular da sua seleção, ganhar a mesma honraria.
Diante desse quadro, acho uma injustiça essa lista e proponho a inclusão do único jogador que representa a alegria do futebol, o sarcasmo e a ironia do brasileiro e que, apesar de limitado tecnicamente, mexeu um pouco na pasmaceira da primeira divisão. Obina, do Flamengo, foi quase escorraçado da Gávea, tinha torcedores pegando em seu pé o tempo todo, mas começou a dar a volta por cima na final da Copa do Brasil contra o Vasco. Entrando em alguns jogos, marcou outros gols importantes e viu a torcida rubro-negra, bem-humorada e ciente da realidade do futebol tupiniquim, inventar o grito "Obina, melhor do que o Eto'o".
Na internet e em sites de relacionamentos como o Orkut são inúmeras comunidades, além de frases e pensatas envolvendo o nome do jogador. Algumas delas, curiosíssimas, compiladas no chamado Obina Facts como:

"Deus perdoa, Obina não" (essa virou camiseta vendida no site oficial oficial do jogador)
"Garrincha um dia ousou driblar Obina. Vai ver se ele continua vivo..."
"Entre Maradona e Pelé, Obina ganha"
"Obina não chuta a gol. Ele maltrata a bola até ela sair correndo"
"Obina inventou o futebol em 6 dias. No sétimo, ele descansou"
"Zico gritou: " Bate para o gol , Obina". Obina respondeu: "Peça por favor""
"Todos têm atacantes, o Flamengo tem Obina"
"Obina brincou de Banco Imobiliário uma vez. Em 1929, em Nova York"

Em tempos de escassez de craques, por que o "fenômeno" Obina não pode ser o melhor do Brasileirão? Pelo menos nos faz rir e de vez em quando ainda faz gols. Meu voto é dele.

Figueirense, a esperança

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Foto: Futebol Interior
É difícil precisar o motivo, mas o descenço alviverde – e por que não também pontepretano ou tricolor carioca – é recorrente nos posts deste manguaça. O gancho agora é a esperança.

Enquanto Carlos Alberto do Corinthians faz a festa da mídia esportiva, o xará volante do Figueirense, já acertado com o São Paulo para 2007, foi afastado pelo clube catarinense após a acusação de que ele teria alterado sua data de nascimento. A diferença é irrisória: o atleta alegava ter 23 anos, mas teria na verdade 28. A denúncia foi publicada na Folha de S.Paulo do dia 7.

O rejuvenescimento normalmente obtido apenas a muito creme anti-rugas ou a intervenções cirúrgicas de Pitanguy é apontado pelo clube como ação exclusiva de Carlos Alberto. Os diretores se mostraram surpresos e o acusaram de omissão. Se for comprovada participação do time, a punição seria de até 24 pontos. A informação é do procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmidt. Se confirmada, livraria Palmeiras, Fluminense e Ponte Preta da Série B de 2007, já que iria de 49 para 25 pontos – vice-lanterna, já que o Santa Cruz segue imbatível na rabeira.

Muitos colorados tentam envolver o São Paulo na trama para tirar uns pontinhos do tricolor. A hipótese da carochinha ouvida de fontes manguaças pelo Futepoca em botecos da cidade pretende resgatar a memória do ex-Rio Branco Sandro Hiroshi que, em 1999, foi acusado de adulteração semelhante na documentação. Na época, o sansei atuava no Tricolor Paulista e foi suspenso por seis meses. Tanto Carlos Alberto quanto Hiroshi chegaram a disputar partidas por seleções de base (sub-20 e sub-17, respectivamente) irregularmente, mas a companheira Fifa considerou a CBF inocente (sic).

terça-feira, novembro 07, 2006

Receita: descenço com emoção

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Existem times mais gabaritados (vide Lusa paulistana), mas o Parmera vem mostrando que a experiência de descenço para a Série B do Brasileirão em 2002 ensinou muita coisa a diretores. Como poucos, aprenderam a receita para cair. E foram agéis para explicar para os jogadores. Como observador, anotei alguns:

1) Troque de técnicos sempre que conseguir
1.1) Arrume um medalhão pra treinador. Tire todo o seu espaço, deixe que ele dispense atletas, chame outros e faça de tudo para acabar com o clima dele no clube. Tolerância zero com falhas ou declarações infelizes

2) Contrate aleatoriamente. Só jogadores consagrados há mais de cinco anos em fim de carreira. A alternativa são contratações em grande número e pouca qualidade. Apostar em atletas das categorias de base nem pensar. O mais importante é não se incomodar em contratar em posições e características repetidas. É bobagem que zagueiros lentos não podem jogar juntos em linha.

3) Promova cismas entre atletas e treinadores. Nada de amizade nem cumplicidade. A relação é de intrigas. Se o elo estiver bom, intervenha.

4) Ponha os diretores para palpitar. Faça corar a humilde "turma do amendoim" que atazanava Luís Felipe Scolari (isso valeria um post).

5) Alie-se aos torcedores para apoiar o time. Bom exemplo foi a invasão do Parque Antártica nesta terça-feira, dia 7.

6) Insista no discurso do "ainda dá". Sempre que perguntado se o time vai para a Série B no ano seguinte, responda que ainda é cedo, que há tempo, que é possível, que, fazendo as contas, a gente consegue. Mesmo quando o time, por descuido, abrir seis pontos de folga.

7) (só falta essa pra chegar lá) Acumule resultados ruins a ponto de precisar de milagre na reta final (vitórias fora de casa, aproveitamento de 100%, vencer o líder do campeonato etc.) .

Só falta um passo da receita. Ainda dá!

Primeiro Lembo. Depois Delfim. Agora FHC?

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Alguns dirão que é a abstinência. Outros, motivo pra polemizar. Os mais inflamados que é fixação e vontade enrustida de ser fascista. Mas depois de concordar com o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, e o deputado federal Delfim Netto, foi a vez de me ver concordando com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Calma! Não sou eu que estou mudando. Nem o ex-presidente. Ele apenas padece do mal do intelectual sem nada a dizer. Aí, diz o óbvio num nível de superficialidade tal, que só o Diogo Mainardi seria capaz de discordar. Esse abre do post é só um pretexto para poder comentar a entrevista do tucano para a agência EFE em visita Monterrey, capital de Nuevo León (norte), a convite de uma multinacional do cimento – deixe o Antônio Hermírio ficar sabendo que ele vira lulista.

Às pérolas: ele condenou totalmente a política migratória de George W. Bush – ecoando as torcidas do Flamengo e do Corinthians – que gerou o plano de muro duplo de 1.126 km na fronteira com o México. Disse que é uma ação que não corresponde aos tempos da globalização.

O brilhante sociólogo foi além: "Acho que nos Estados Unidos há um medo que vem dos eventos das Torres Gêmeas, do terrorismo que contagiou a sociedade americana". E como a perspicácia não tem limites, ele admitiu ter a impressão de que desde então, o Governo dos EUA "se tornou mais intransigente em relação ao estrangeiro".

Bravo!

segunda-feira, novembro 06, 2006

Diego volta a encantar o futebol

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Três dias antes da primeira partida Santos x São Paulo, pelas quartas-de-final do Brasileiro de 2002, tomávamos cerveja em um bar, e um dos são-paulinos, então em maioria, disse: “Santos?! Que Santos, eu quero jogar é com o Real Madrid!”
Logo após terminada a partida de ida, em que o Santos destruiu o favorito São Paulo por 3 a 1 na Vila Belmiro, o meia Diego, então com 17 anos, saiu de campo mancando. Um amigo meu, o advogado Luis Antonio de Arruda Campos, conhecido entre os amigos como Dêde, são-paulino bem-humorado de quatro-costados (que estivera presente àquela mesa de bar antes dos 3 a 1), me perguntou ao telefone:
– Aquele camisa 10 [nem o nome Diego o são-paulino tinha fixado direito] vai jogar o próximo jogo?
– Espero que sim! – eu respondi.
– E eu espero que não! – devolveu o Dêde, com uma risada franca que exprimia uma espécie de auto-ironia.

Depois, sabe-se o resultado: no jogo de volta no Morumbi, depois de fazer 1 a 0 logo no começo (precisava “só” de 2 a 0), o São Paulo pelejou, pelejou, mas levou uma virada histórica que culminou com um gol de... Diego, que entrou driblando pela zaga são-paulina depois de receber um passe de Robinho e fulminou um Rogério Ceni ajoelhado.

Depois de sua passagem apagada pelo Porto, onde se afundou na mediocridade do futebol português, e onde parecia consolidar o destino de uma estrela cadente, Diego volta a iluminar o futebol, agora no Werder Bremen, o atual líder do Campeonato Alemão. Diego fez 5 gols em dez jogos e é um dos principais responsáveis pela campanha do clube de Bremen, norte da Alemanha.

De volta à seleção, Diego tem tudo para vestir a camisa brasileira em 2010. Oxalá. Enquanto isso, a cada vez que vejo Rodrigo Tabata tentar alguma coisa um pouco mais inteligente, sem conseguir (a não ser numa proporção de 20 jogadas para cada tentativa), fico a meditar: “os santistas éramos felizes, e sabíamos”!

Marcos insinua que está sendo "queimado"

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Em seu segundo jogo como titular desde que voltou aos gramados, Marcos falhou feio no segundo gol do Paraná. Após a derrota no último domingo, ele insinuou que estava sendo "queimado". "Fui pego de surpresa sendo escalado na quarta-feira (na derrota por 3 a 1 para o Goiás). Se é para me queimar, tudo bem", disse o goleiro, em entrevista à Jovem Pan.
Marcos contou que não planejava retornar nesta temporada. "Eu não estava preparado para jogar. O Diego vinha bem. Eu estava me preparando para entrar de férias, porque o ano foi muito ruim para mim", afirmou. "Eu fiquei oito meses parado. Mesmo com a experiência, é difícil voltar. Acredito que a falha no gol foi devido a falta de ritmo."

Marco Aurélio Garcia e Veja

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Foto: José Cruz

Segundo publicou o Terra Magazine, o presidente nacional do PT, Marco Aurélio Garcia, recusou uma entrevista ao jornalista Diogo Mainardi, da revista Veja. Até aí, normal.
O interessante é o teor da troca de e-mails entre o jornalista e Garcia, e os motivos (implícitos e explícitos) pelos quais o petista recusou falar com o nobre colega Mainardi. Leia, abaixo, a “conversa” eletrônica entre ambos:

Diogo Mainardi

Prezado Marco Aurélio Garcia,
Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente.

Muito obrigado, Diogo Mainardi

Marco Aurélio Garcia

Sr. Diogo Mainardi,
Há alguns anos - da data não me lembro - o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas.

Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros.

Desde então decidi não mais falar com sua revista.

Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável.

Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista.

Marco Aurélio Garcia.

Minimalismo

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No país das apóstrofes mal encaixadas, principalmente no comércio (vide "Pereira´s Cabeleireiros", "Hollywood's Videolocadora", "Caroço´s Funilaria e Pintura" e congêneres), um boteco no trajeto entre o terminal Jabaquara e São Bernardo me chamou a atenção. Seu nome é simplesmente "BAR's". Merecia um prêmio.

Delfim Netto chama tucanos de fascistas e pede ação do Estado

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Foto: Divulgação

Depois do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, foi a vez de Delfim Netto, deputado federal pelo PMDB -- derrotado nas urnas --, fazer discurso de esquerdista. O ex-ministro do regime militar, da economia, planejamento e fazenda, de 1967 a 1979, concedeu entrevista à IstoÉ, em que discute o resultado eleitoral. Tudo bem que o título deste post soe exagerado, já que ele não chegou às vias de fato (ou de termos exatos), mas alfinetou os tucanos na parte mais divertida, quando indagado sobre as diferenças entre PT e PSDB:

ISTOÉ – Qual é a diferença entre o programa do PT e do PSDB?
Delfim –
O programa do PSDB é uma teoria econômica que trata o mercado de trabalho como se trata um mercado de parafusos. Se sobra parafuso vai para o estoque, se sobra mão-de-obra vai para o desemprego. Para os tucanos, a teoria econômica serve unicamente para o desenvolvimento. Para eles, o desemprego não existe. O desemprego é apenas um ataque de vagabundagem do proletariado.. (...)

ISTOÉ – Mas o PSDB alega que a justiça social começou na era FHC...
Delfim –
Os cientistas econômicos do PSDB nem sequer acreditam que exista justiça social. O (Friedrich) Hayek (Prêmio Nobel de Economia) provou para eles que isso é uma bobagem e a madame (Margaret) Thatcher confirmou. No Brasil, o problema fundamental é que, enquanto você não pode dar emprego para todos, você tem que ter uma rede de sustentação para aqueles que foram expulsos do mercado. Qual é a solução dos cientistas? Se eles estão sendo colocados para fora, logo essa é uma forma muito eficiente de aumentar a renda per capita. Eles que morram.


E mais adiante: "Cabe ao Estado produzir o único bem público que só o Estado pode fazer: aumentar a igualdade de oportunidades. Isso significa que cidadania não depende de berço, cor, religião ou região que nasceu. Diz-se que o mercado é uma corrida. Logo pressume-se que os corredores tenham duas pernas e que partam do mesmo lugar."

Os cientístas a que ele se refere são o PSDB e PFL (cientistas de eleição, segundo o entrevistado). Assim, ao dizer que eles preferem os frutos da "vagabundagem do proletariado" mortos, achei por bem entender que Delfim Netto chamava os tucano-pefelistas de fascistas. Sensacionalismos a parte, só faltou usar a palavra, porque o conceito taí.


Delfim Netto sempre esteve alinhado com um certo "nacional-estadismo", ou a políticas desenvolvimentistas. Mas ele é o suposto autor da metáfora da economia-bolo (crescer primeiro para depois dividir), negada com veemência por ele. Delfim, diferentemente de Lembo, não deu sinais de aposentadoria iminente (nota 1 e 2).

Condenado, Saddam pode recorrer; forca não tem data

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Foto: Reuters

A condenação à morte de Saddam Hussein no último domingo, dia 5 de novembro, confirmou as previsões e a torcida armada dos Estados Unidos e Inglaterra. O nó da forca não será apertado tão rapidamente, porque o ex-ditador ainda pode recorrer da sentença. Isso significaria reconhecer a legitimidade do tribunal que o julgou, medida até agora repudiada pelo acusado.

Dois dos outros acusados foram condenados à morte e um, o ex-vice-presidente, a prisão perpétua.

Embora a tendência geral seja pensar que interessa a George W. Bush a execução de Saddam o quanto antes, há quem aposte na arma da onça presa.

Explica-se: como observadores daqui, no país das metáforas presidenciais, bem longe do ocorrido, quando o caçador prende a onça, todo mundo fica corajoso. Mas se começam a desdenhar demais o autor da façanha, diminuindo os méritos, ele pode ameaçar soltar a fera.

A custódia de Saddam é, legalmente, dos iraquianos, assim como o tribunal que o julga. Os xiitas, grupo religioso majoritário, porém privado de participação política durante o regime do ex-ditador sunita, treme só de lembrar do bigode de boina verde – mais habituado ao terno e à gravata desde alguns meses antes da deposição do regime pelas forças invasoras. Ninguém tem a ousadia de negar a enorme influência da Casa Branca no país – o que não tem sido uma coisa boa nem motivo de orgulho para nenhuma das partes.

A sentença tem de ser assinada pelo presidente ou por um dos vices. Diz a AFP: "O chefe de Estado, Jalal Talabani, contrário à pena de morte, já comunicou que se ausentará com o objetivo de não ter de assinar o decreto que enviará Saddam Hussein à forca. Dessa forma, o xiita Adel Abdel Mehdi ou o sunita Tarek al Hachemi terá de assinar o documento, o que deve ser feito provavelmente pelo representante da comunidade xiita, já que os sunitas são favoráveis a Saddam."

Enquanto isso, mais julgamento. Desta vez pelo genocídio contra curdos durante a campanha militar de Anfal, entre 1987 e 1988, que provocou, segundo estimativas, mais de 180.000 mortes no Curdistão iraquiano.

Seria difícil encontrar clima, base jurídica ou espaço em termos de política externa para tirar do corredor da morte o ex-ditador. Porém, ninguém com influência política tem pressa para ver o nó da forca apertado. Ainda mais se o regime atual pode ir à desforra e julgar Saddam por tudo o que quiser, talvez condenando-o a umas 10 penas de morte, e inúmeras prisões perpétuas.

A covardia de Luxemburgo

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Há certas figuras que alcançam um tal nível na imprensa que parecem intocáveis. Imunes a qualquer crítica, desfilam incólumes em meio a jornalistas dóceis, que preferem perguntar banalidades a fazer quetionamentos reais, com medo da reação do entrevistado. Um desses consensos midáticos é o técnico Vanderlei Luxemburgo, comemorado como um dos maiores técnicos do mundo, gênio, estategista e outras qualidades exaltadas pelos puxa-sacos de plantão. Nas coletivas, poucos se arriscam a confrontá-lo ou convidá-lo a comentar seus erros. Que bobagem, ele nunca erra...
Na partida contra o São Paulo, ontem, Luxemburgo, que vinha armando o time com três zagueiros e dois atacantes, preferiu "inovar" e entrar com um atacante e dois zagueiros, recheando o meio campo santista com seis jogadores. A justificativa era de que Muricy Ramalho havia entrado com Lenílson no lugar de Aloisio, supenso, portanto o time da Vila precisava ganhar o meio-de-campo para não ficar em desvantagem.
A tese seria até razoável se não fosse um porém. Lenílson, apesar de não ser atacante, entrou fazendo a mesma função de pivô que Aloisio faz. Corpulento, sabe disputar com zagueiros e prendê-los atrás. Diferentemente do falso atacante que Luxemburgo inventou, Rodrigo Tabata, que, franzino e baixinho, recebia a bola de costas para o gol toda hora e era parado com faltas ou perdia o lance.
Tendo apenas uma atacante - Reinaldo, isolado - o São Paulo com seus três zagueiro não deixou o Santos finalizar. Além disso, pôde liberar para o ataque Mineiro, que fez o gol do Tricolor, um resumo do desastre tático de Luxemburgo. Se o time já estivesse com três atacantes, tirando a sobra do adversário (tática que muitos técnicos, inclusive o próprio treinador santista usam para anular o trio de zagueiros), Mineiro talvez não descesse, já que estaria preocupado em proteger a zaga. O lance se torna mais patético quando se percebe que ele corre pra receber, em uma jogada manjada, e não é acompanhado por André Luiz (atleta indicado por Luxemburgo) que está um pouco à frente. o meio campo não estava muito congestionado como queria o comandante.
No segundo tempo, contra um time trancado, mesmo o esquema correto não foi suficiente pra suplantar o são Paulo, uma equipe entrosada e que, à frente no placar, não cedeu à pressão santista. Nem mesmo a repetitiva entrada de Carlinhos para deslocar Kléber para o meio (já comentada em post anterior do blog) não surtiu efeito algum.
Não se trata aqui de desmerecer o trabalho do competente técnico, mas que ele errou ontem, errou. E não foi a única vez. Como ele mesmo diz, o Santos teve uma reformulação de 80% dos jogadores no início do ano, por isso, é de se esperar que o time tenha demorado a engrenar. O que não é admissível é desculpá-lo com base no lugar comum de que o Santos tem um elenco fraco, até porque não existe nenhum supertime no Brasil hoje. Além disso, como a reformulação foi enorme, a maioria dos atletas são indicação do próprio Luxemburgo, inclusive os "craques" do Iraty.
Quando chegar no fim do ano, Luxemburgo terá ganho do Santos, em 2006, R$ 6 milhões. Acho que merece ser cobrado à altura do seu salário.

Adolescentes brasileiros ficam em 3º no consumo de álcool na América Latina

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Segundo a agência de notícias EFE, 48% dos estudantes brasileiros são adeptos da manguaça. Na América Latina, a juventude canarinho só perde para a colombiana (51,9%) e uruguaia (50,1%). Em termos de cigarro, apenas 11% da molecada fuma. É o menor percentual entre os países analisados.

Trata-se de um estudo comparativo sobre o uso destas substâncias elaborado pelo Escritório contra a Droga e o Crime das Nações Unidas. Incluiu 347.771 jovens dos dois sexos, de 14 e 17 anos, de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Uruguai, Colômbia e Paraguai

Em todo caso, se fosse em termos de quantidade per capita de álcool, a colocação tupiniquim seria melhor se o período analisado incluísse o tempo de mocidade dos autores do Futepoca. Mas é só um palpite.