Destaques

sexta-feira, julho 14, 2006

Seleção: quem assumir agora sobrevive até 2010?

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A CBF queria Luiz Felipe Scolari no comando da seleção brasileira em substituição a Carlos Alberto Parreira. Porém, com a recusa do atual comandante de Portugal, os nomes de Vanderlei Luxemburgo, hoje no Santos, e Paulo Autuori, no futebol japonês, ganharam força. Leão, que está no São Caetano, continua proscrito enquanto Ricardo Teixeira estiver na CBF. Será que além desses quatro nomes existem outros que poderiam assumir a seleção?

O treinador do Santos já comandou o Brasil entre 1998 e 2000, quando conquistou a Copa América de 1999, mas perdeu os Jogos Olímpicos de Sydney no ano seguinte. Paulo Autuori também tem experiência em seleções, já que treinou o Peru durante alguns jogos nas últimas Eliminatórias. Mas só está cotado devido as conquistas da Libertadores da América e do Mundial de Clubes da Fifa no ano passado, pelo São Paulo.

Entre nós, manguaças, há um certo consenso de que o treinador que assumir a seleção agora não sobrevive no cargo até a Copa de 2010. Quando Felipão foi procurado pela primeira vez, em 2000, recusou. Esperou Leão assumir e ser fritado pra pegar a seleção na reta final para a Copa de 2002, quando parecia impossível perder o cargo. Estaria fazendo o mesmo agora?

O fato é que Parreira assumiu em janeiro de 2003 e permaneceu até a Copa da Alemanha. Talvez tenha tido a sorte de o Brasil nem ter se classificado para a disputa das Olimpíadas de Athenas, em 2004. Assim, não houve a tradicional pressão para que a seleção conquistasse, enfim, sua primeira medalha de ouro no futebol. Além do mais, o Brasil tinha faturado a Copa de 2002 e a torcida estava satisfeita.

Mas agora é diferente. O Brasil perdeu o mundial e a cobrança pelo ouro olímpico voltará forte, como uma espécie de redenção obrigatória. Foi assim em 2000, na Austrália. A derrota em 1998 e o novo insucesso diante de Camarões, nas Olimpíadas de Sydney, determinaram a queda de Vanderlei Luxemburgo.

Portanto, quem assumir agora terá que classificar a seleção para Pequim 2008 e, de preferência, trazer a medalha de outro. Senão, será difícil resistir até 2010. Quem se habilitará? Façam suas apostas.

quinta-feira, julho 13, 2006

"Tomei um vinho. Talvez tenha a ver com isso"

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"Eu não sou irresponsável (de beber antes de entrar no ar). Do contrário não teria 33 anos de profissão", afirmou Fernando Vanucci para a Folha de S.Paulo, ao comentar o episódio do último domingo. O jornalista afirmou que teve uma discussão por telefone com um de seus filhos. "Tenho pressão alta e fiz, em 2001, uma cirurgia no coração para corrigir um problema congênito. Tomo remédios fortes todos os dias. O telefonema foi muito estressante, minha pressão ficou alta", completou ele, dizendo que tomou "uma dose alta" de Lorax, uma hora e meia antes do início do programa.

"Isso me deu uma relaxada. Por azar, o pico do efeito ocorreu quando entrei no ar. Eu sentia que ia cair. Tinha visão dupla, por isso fechava um olho para tentar enxergar com o outro. Foi me dando um pânico, eu queria sair correndo", afirmou Vanucci. Depois do ocorrido, o apresentador recebeu uma advertência verbal da RedeTV! e voltou a trabalhar na terça-feira. "O pior é que não tomei (álcool). No domingo procuro não beber. No sábado eu tomei um vinhozinho. Talvez tenha a ver com isso", finalizou Vanucci.

Segundo o psiquiatra Dartiu Xavier, Universidade Federal de São Paulo, o que ocorreu com o jornalista não é comum a quem já toma calmantes - a não ser que se misture com álcool, porque o medicamento potencializa o efeito da bebida.


quarta-feira, julho 12, 2006

Ainda Zidane

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Deu no Le Monde a seguinte declaração de Zidane:

"Michel Denisot (o entrevistador) lhe perguntou se a realidade "confirmava" o que disseram os tablóides ingleses, que se apoiaram em especialistas de leitura labial, e acusaram o italiano de ter dito: "Todo mundo sabe que você é filho de uma puta terrorista". Zidane respondeu simplesmente: "Sim."


E agora, Fifa?

"-Vô chamá meu adevogado!!!"

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Um advogado francês anunciou nesta quarta-feira a intenção de recorrer à Justiça para que a final da Copa 2006, entre Itália e França, seja anulada, caso a expulsão do francês Zinedine Zidane tenha ocorrido depois da arbitragem ter recorrido à ajuda "ilegal" do vídeo. Méhana Mouhou pedirá diretamente a um tribunal de justiça comum de Paris o "interrogatório do quarto árbitro e de qualquer pessoa que teve direta ou indiretamente relação com a punição dada a Zidane". O advogado, que espera ter sua demanda concluída na semana que vem, quer esclarecer se a decisão foi tomada de forma ilegal, com o recurso ao vídeo. Nesse caso, "o objetivo da ação judicial é a anulação da partida", informou.

Zidane diz que não se arrepende da cabeçada

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O meia francês Zinedine Zidane pediu desculpas nesta quarta-feira pela sua agressão no zagueiro italiano Marco Materazzi na final da Copa do Mundo. Entretanto, o jogador declarou que não se arrepende da cabeçada. O jogador da seleção francesa deu uma entrevista para o Canal Plus para esclarecer o ocorrido.

"Não posso lamentar meu gesto porque isso mostraria que ele teve razão ao dizer tudo aquilo. Não posso, não posso, não posso dizer isso. Não basta punir somente a reação", justificou. De acordo com Zidane, Materazzi teria dito "duas ou três palavras muito duras" com insultos a sua mãe e a sua irmã. O meia ressaltou que o zagueiro italiano é o principal culpado pelo episódio.

"Se não há uma provocação, não pode haver uma reação. É necessário castigar o verdadeiro culpado e o culpado é ele, que provocou. Vocês acham que numa final de Copa do Mundo, quando faltam dez minutos para minha aposentadoria, eu faria um gesto desses porque me causa prazer?", enfatizou o meia.

Em entrevista ao jornal alemão Bild, Malika, a mãe de Zidane, defendeu a cabeçada do filho no italiano. "Eu defendo Zidane", afirmou Malika. "Quero que me sirvam os ovos de Materazzi em uma bandeja", disparou. Para a mãe do atacante, Zidane fez o que fez para "defender a honra da família. Algumas coisas são mais importantes do que o futebol", justificou.

Revista diz que tetra italiano pode ser anulado

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Edição publicada nesta terça-feira da revista alemã Der Spiegel traz reportagem intitulada "Por que a Fifa pode cancelar o título da Itália", elencando fatores que poderiam levar a uma eventual punição da equipe tetracampeã, por conta do episódio envolvendo o francês Zidane e o zagueiro italiano Materazzi, na final disputada domingo passado.

No episódio, Materazzi teria chamado o meia de "terrorista sujo", dentre outros xingamentos, referindo-se à origem muçulmana do agora ex-jogador francês, que é filho de imigrantes argelinos e nasceu em Marselha. O suposto insulto teria levado Zidane a dar uma cabeçada no italiano, sendo expulso no segundo tempo da prorrogação.

Para justificar o suposto risco de perda do título italiano, a Der Spiegel cita as recentes e pesadas punições contra o racismo estabelecidas em março deste ano pela Fifa. Segundo o artigo 55 da resolução 4 do Regulamento Disciplinar da Fifa, jogadores de federações oficiais ou de clubes que vierem a agir de alguma forma discriminatória terão suas equipes punidas automaticamente com a perda de três pontos ou a desqualificação em partidas eliminatórias.

Ontem, a Fifa anunciou que abrirá um processo disciplinar para averiguar as circunstâncias nas quais Zidane agrediu Materazzi - que já admitiu ter insultado o francês, negando porém tê-lo chamado de "terrorista". A Fifa não mencionou se o italiano também será investigado:

"Membros da Fifa começarão uma investigação disciplinar sobre a conduta de Zidane. Desejamos esclarecer, acima de tudo, as circunstâncias que rodearam aquele incidente. Também queremos enfatizar que a expulsão de Zidane foi correta, já que o quarto árbitro da partida, Luis Medina, observou o lance sem o auxílio da televisão e informou o ocorrido ao juiz principal, Horacio Elizondo", disse o comunicado da Fifa.

As conseqüências do título da Itália

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Passados três dias do fim da Copa e o mundo começa a vislumbrar os efeitos da vitória da Itália. Além do possível surto de times defensivos (comos e tivéssemos poucos) em virtude do esquema da equipe campeã, uma bela pizza começa a ser preparada no Calcio. O clima favorável depois do tetrafaz com que algumas figuras comecem a defender a não punição dos times envolvidos no escândalo da máfia da arbitragem e manipulção de resultados no país. Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio correm risco de serem rebaixados para divisões inferiores do futebol italiano outras 26 pessoas também estão sendo acusadas de participarem do escândalo e podem até ser banidas do futebol.

Mas o oba-oba da Copa pode salvar a todos. O ex-presidente italiano Silvio Berlusconi foi o primeiro a defender penas leves para as equipes. “Não podemos punir os torcedores. As pessoas devem ser punidas, não os clubes”, disse o desinteressado político e empresário que também é dono do Milan. Já o ministro da Justiça (sic) da Itália, Clemente Mastella, fez questão de destacar a conquista e usar o título como justificativa para abafar o escândalo. “Vamos fazer o que faziam na Roma antiga: quem nos deu prestígio e dignidade deve ser tratado de maneira diferente, como alguém que fez algo exemplar”. Que argumento!

Enquanto isso, a Fifa investiga o caso Zidane, que pode perder a Bola de Ouro de melhor jogador por conta da sua cabeçada na final, segundo declarações do presidente da entidade Joseph Blatter. Por outro lado, a revista alemã Der Spiegel revela que a Itália poderia até perder o título se forem comprovadas as ofensas racistas de Materazzi ao francês, com base no artigo 55 da resolução 4 do Regulamento Disciplinar da Fifa. O regulamento diz que jogadores de federações oficiais ou de clubes que vierem a agir de alguma forma discriminatória terão suas equipes punidas automaticamente com a perda de três pontos ou a desqualificação em partidas eliminatórias.

terça-feira, julho 11, 2006

O país da retranca

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Olha o começo dessa matéria do Terra (o endereço mostrava só http://www.terra.com.br/istoe, dia 11 a noite): "O técnico Carlos Alberto Parreira tinha nas mãos o mais badalado e talentoso grupo do mundo. Mas a falta de pulso, a indecisão, a soberba, as concessões aos veteranos e um frouxo esquema de marcação levaram à eliminação prematura na Copa."

Viram porque a seleção naufragou? Porque faltou marcação. O bendito time tomou DOIS GOLS em cinco jogos. DOIS. Contra a França, se é verdade que Zidane jogou livre e bem pra caramba, també é verdade que nenhuma de suas jogadas com a bola rolando resultou em gol, que só saiu numa falta (extremamente bem batida).

Por outro lado, no mesmo e fatídico jogo, o Brasil chutou QUATRO bolas no gol francês e só UMA deu trabalho para Barthez. Naõ existia saída de bola da defesa para o meio campo, que por sua vez era absolutamente inoperante (muito pior do que quando o execrado Ronaldinho Gaúcho jogou por ali). E o ataque ficou lá, esperando. Catso, como é que o grande problema desse time era falta de marcação?

Teve gente que disse que a solução era ter colocado o Mineiro, para segurar o Zidane. E não só isso, antes da eliminação a grande resposta de outros tantos era colocar o Juninho Pernambucano no lugar de alguém do quadrado mágico, jogador de características muito mais defensivas, que sempre jogou na seleção de segundo volante. O coro pelo, com a licença do companheiro Glauco, emplatro Brás Cubas era maior do o pela entrada de Robinho, mesmo este tendo melhorado o time em todas as partidas que entrou. Não existe nenhuma solução que privilegie o ataque?

Ao mesmo tempo, vejo a exaltação da raça de Portugal e o endeusamento de Felipão. Portugal tinha um time bom, com jogadores como Figo, Deco, Cristiano Ronaldo e Maniche (eleito um dos melhores da Copa). e mesmoassim jogava sempre defensivamente, no contra-ataque.

O que eu vejo com isso é algo perigoso: o Brasil se tornou uma nação de retranqueiros. Entrou na cabeça das pessoas que futebol bonito é coisa do passado, que primeiro tem que pensar na defesa, que ganha jogo quem faz mais faltas, que o gol é apenas um detalhe no futebol. Enfim, essa troletada de baboseiras que a Era Dunga começou e que agora ressurgem modificadas no que talvez possa ser chamado Era Felipão.

Outro dia, comentei um post do O.S. (nem lembro o tema) dizendo que retranca era coisa de alemão. Injustiça. A seleção anfitriã foi a que mais atacou nessa Copa, jogando a maior parte do tempo no campo do adversário, sufocando, buscando o gol o tempo todo. Infelizmente, parece que retranca agora é coisa de brasileiro.

Sandices fascistas

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O político italiano Roberto Calderoli demonstrou sentir saudades dos tempos de Mussolini. Vice-presidente do Senado e dirigente da direitista Liga do Norte, ele afirmou que a França “sacrificou sua identidade” ao escalar “negros, islamitas e comunistas”.
Ele saudou o título italiano como "uma vitória da identidade italiana, de uma equipe que escalou lombardos, napolitanos, venezianos e calabreses e que ganhou de uma equipe da França que sacrificou sua própria identidade escalando negros, islamitas e comunistas para obter resultados".

O embaixador francês na Itália, Yves Aubin de Messuzière, considerou a declaração fascista de Calderoli "inaceitável e depreciável, destinada a fomentar o ódio", e enviou uma carta ao presidente do Senado, Franco Marini, exigindo desculpas formais.

Calderoli, não satisfeito, negou-se a pedir desculpas e afirmou que "quando digo que a equipe da França é formada por negros, islamitas e comunistas digo uma coisa objetiva e evidente".

"Quem se escandaliza e exige desculpas não tem a consciência tranqüila. A França é uma nação multi-étnica, devido a seu passado colonialista, do qual eu não estaria orgulhoso. Mas não é minha culpa se alguns ficaram perplexos com uma equipe que escalou sete negros, se Barthez canta a Internacional em vez da Marselhesa ou se alguns preferem Meca a Belém", acrescentou. "Não creio que deva me envergonhar pelo que disse, ainda que isso choque Paris, onde se trata Zidane de gênio, confundindo um golpe de gênio com uma cabeçada", concluiu Calderoli.

Não é a primeira vez que o digníssimo senhor, que foi ministro de Berlusconi, outro grande democrata de nosso tempo, brinda o mundo com sua sapiência e pensamento progressista. Depois da grave crise causada pelas controvertidas caricaturas do profeta Maomé, apareceu enrolado com uma dessas caricaturas na emissora pública de televisão RAI.

Fernando Vanucci totalmente bêbado!!!

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É inacreditável. Só vendo e revendo muitas vezes pra ter certeza do vexame que esse manguaça passou ao vivo, na RedeTV!, logo após a conquista da Itália no domingo. Não conseguia ler o teleprompter, não percebeu que as imagens eram da comemoração da Itália e ficou falando sobre o Brasil (sabe-se lá o que), com a língua enrolada e os olhos semi-cerrados. De tão bêbado, nem voltou para o segundo bloco do programa Bola na Rede. Chamaram o Augusto Xavier às pressas pra substituí-lo. Confiram:

Teria sido racismo?

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Pensei em escrever algo no mesmo sentido, mas o Luiz Weis já o fez, no seu blog Verbo Solto. Reproduzo abaixo:

Racismo é pior que xingar a mãe

Postado por Luiz Weis em 11/7/2006 às 8:29:54 AM

A Globo não foi a única a ir atrás do que motivou a fulminante cabeçada de Zinédine Zidane, na final com a Itália.

Segundo um italiano que conhece leitura labial, informa hoje o diário londrino Guardian, citando por sua vez a BBC, Materazzi teria dito ao craque afinal eleito o melhor da Copa:

”Quero que você e sua família tenham uma morte horrível.” E teria emendado: “Vá se f….”

O que correu por aqui é que o italiano disse que a irmã de Zidane era prostituta.

De seu lado, a ONG francesa SOS-Racisme informou que, de acordo com “várias fontes bem informadas”, Materazzi chamou Zidane de “terrorista sujo”.

Se foi isso que ele disse, com ou sem o resto – que faz parte do costumeiro repertório de insultos que jogadores trocam em campo – o caso muda de figura: torna-se a negação viva do badalado espírito anti-racista da Copa e não pode ficar por isso mesmo.

É bom lembrar que na Itália, bem como na Espanha, atletas norte-africanos e negros são frequentemente hostilizados pelas torcidas adversárias.

Um técnico espanhol foi multado em 3 mil euros por ter xingado Thiery Henry, que joga na Inglaterra, com palavras racistas.

É bom lembrar também que a seleção francesa provavelmente chegou à final porque tinha pouco de “bleues” e muito de “noires” – além do genial filho de argelinos. Os únicos “autênticos” franceses, diria o fascista Jean-Marie Le Pen, eram Barthez, Sagnol e Ribéry.

Em suma, Zidane perdeu a cabeça e mereceu a expulsão, Materazzi, se apelou para o racismo, merece pena mais grave e a mídia italiana está diante do desafio de pôr o patriotismo no banco dos reservas e ir para cima do assunto.

É Júlio Sérgio!

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Depois de trazer Doni, a Roma, o mesmo time que já teve Falcão, foi campeão italiano e vice europeu na década de 80, de tantas glórias e tradições, anunciou a contratação do goleiro Júlio Sérgio.

Pra quem não se lembra, Júlio Sérgio foi jogador do Santos. Chegou no clube como um desconhecido, na metade de 2002, para ser reserva de Fábio Costa. Mas uma contusão do baiano fez com que a camisa 1 ficasse mesmo com o jovem arqueiro chegado de Ribeirão Preto.

E ele fez um bom papel no Brasileirão. Se não foi uma muralha, cumpriu perfeitamente sua função naquele time composto atletas jovens como ele - Robinho, Alex, Diego, Elano e companhia. Tanto que caiu nas graças da torcida.

Mas se a sorte o colocou pra jogar, o azar o tirou da parte nobre do campeonato: na penúltima partida da primeira fase daquele Brasileirão, Júlio se machucou e Fábio Costa acelerou sua recuperação. Arrebentou na decisão contra o Corinthians e recuperou de vez a camisa 1. No ano seguinte, Júlio ficou bem na reserva e foi vice-campeão brasileiro e da Libertadores.

2004 seria o ano mais triste da carreira de Júlio. Fábio Costa deixara o Santos para ir para o Corinthians; nada mais natural que a camisa 1 ficasse com Júlio Sérgio. Mas em mais um arroubo estranho da diretoria do Santos, Doni e Mauro chegaram à Vila. Júlio, então, passou o ano todo na reserva, mesmo com a dispensa de Doni e a contratação do atabalhoado Tápia.

No ano seguinte, Júlio perambulou por clubes menores. Foi para o Juventude e na sequência para Coritiba e América de Rio Preto. Não tenho certeza da ordem, mas é mais ou menos por aí.

Agora ele chega à Roma... curioso. Méritos técnicos não tem, indiscutivelmente. É bom sujeito, todos gostavam dele na Vila, mas não convence embaixo das traves.

Por outro lado, essa negociação me deixa feliz. Mostra que jogos de empresários, jogadores medíocres em times grandes e negociatas não existem só por aqui.

segunda-feira, julho 10, 2006

Materazzi se defende

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Um dos mais habilidosos e dóceis jogadores da Copa, símbolo da graça e leveza dos italianos, Materazzi se defendeu de forma sensacional da acusação de que teria xingado Zidane de terrorista:

"Não é verdade, não o chamei de terrorista. Sou ignorante e não sei nem o que as palavras terrorista ou islâmico querem dizer", disse o craque logo após a chegada do avião que trouxe a delegação italiana da Alemanha.

Quem quiser conferir mais dos lances que marcaram a sua carreira, Thalita recomenda:

http://www.youtube.com/watch?v=rKGcUr0S-FU&search=materazzi

Duas versões para as provocações de Materazzi

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O zagueiro italiano Materazzi teria chamado o atacante francês Zinedine Zidane de terrorista, segundo o colunista do jornal inglês The Guardian, Kevin McCarra. Esse xingamento teria feito Zidane perder a cabeça e agredir fisicamente o jogador italiano na final da Copa, sendo expulso na prorrogação. Já a leitura labial apresentada no programa Fantástico, da Rede Globo, mostra que Materazzi teria chamado de puta, por duas vezes, a irmã de Zidane. O camisa 10 da seleção francesa sempre foi muito ligado a sua família. Lila, 36 anos, é a única mulher entre os quatro irmãos de Zidane. O jogador deixou o campo em lágrimas, passando ao lado do troféu ao descer as escadas para o vestiário, e não esteve em campo para receber a medalha de prata, após derrota da seleção de seu país para os italianos nos pênaltis.

Em telefonema ao seu pai logo após a partida, o árbitro Horacio Elizondo descreveu da seguinte forma a reação de Zidane: "Estava louco e não podia acreditar que havia feito aquilo". Na França, a secretária nacional do Partido Comunista, Marie-Georges Buffet recriminou a agressão: "O gesto de Zidane foi inexplicável e imperdoável. Não é preciso explicar que não se pode usar a violência em resposta às injustiças". Porén, durante um discurso feito aos jogadores nesta segunda-feira, em Paris, o presidente da França, Jacques Chirac, consolou o craque: "Sei que você viveu o momento mais intenso e mais duro da sua carreira. Mas quero dizer que, apesar disso, você tem a admiração e a afeição de toda a nação, assim como o meu respeito também".

domingo, julho 09, 2006

Tutti quanti

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Acontece que a Itália é tetra. Não adianta falar de arbitragem, que nesta Copa foi melhor do que na anterior. A Austrália perdeu da Itália com um pênalti duvidoso, mas Japão e Austrália estava 1 a 0 pros japoneses quando estes tiveram um pênalti escandaloso a seu favor, não marcado. Se os comandados de Zico fizessem 2 a 0 ali, a Austrália teria ficado na primeira fase.
Falando de futebol, a Itália tinha Buffon (que fez uma defesa decisiva na cabeçada de Zidane), enquanto a França tinha Barthez (que tomou um gol defensável na cabeçada de Materazzi). Se Barthez tivesse defendido a cabeçada de Materazzi, talvez tivesse dado, pra França. Se Zidane tivesse vencido Buffon, também. A Itália teve uma dupla felicidade na zaga: ter a melhor defesa do mundo e ainda conseguir a façanha de melhorá-la durante a competição, pelas circunstâncias, com a saída de Nesta, contundido, para a entrada de Materazzi, que foi decisivo sempre, enquanto jogou. Eu sou daqueles que admiram uma defesa como essa, liderada pelo capitão Cannavaro.
De fato, a França merecia ganhar o jogo, considerando a bola rolando nos 120 minutos. Mas não ganhou. A Holanda também merecia ganhar em 1974 e em 1978, e não tem nenhum título. Acho até que o golaço de Zidane de pênalti (esse argelino conseguia fazer golaço de pênalti) se originou de um erro do juiz, porque foi cavado; não foi pênalti.
Materazzi mandou uma no travessão. Ribéry teve azar no fim do jogo, quando chutou rente uma bola que nenhum goleiro pegaria. Mas não entrou.
E infelizmente Zidane surtou. Não é porque o cara nos fez amar o futebol um pouco mais que não vamos reconhecer isso.
Foi emblemático Trezeguet perder o pênalti. Digo isso porque fala-se do conservadorismo de Parreira, dos italianos, do Felipão, mas não entendo por que Trezeguet não jogou a não ser por alguns minutos, nesta Copa. Se não estava com problemas físicos, é injustificável. Ele faria uma dupla muito difícil de marcar, ao lado de Henry. Deve ter sido uma decisão cartesiana de monsieur Domenech.
De qualquer maneira, comi uma macarronada hoje. Com pomarolla, porque não dava pra fazer molho muito caprichado.

A França é grande

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Mais do que tática, técnica e raça, em Copa do Mundo duas coisas são fundamentais: camisa e ser o time da casa. É só pensarmos a história da competição, com pouquíssimos campeões dentro do grupo total de participantes. A tese comprova-se através da lista dos campeões do mundo - só em 1954 (Alemanha) e 1958 (Suécia) que o campeão do mundo foi uma seleção que conquistava o título pela primeira vez e não era o dono da casa. Em todos, todos os outros casos a taça foi pro mandante ou pra um já campeão.

Expandindo-se, a relação chega até os vice-campeões. Desde o "bi-vice" da Holanda em 74/78 nenhum time não campeão e não sede chega a uma final de Copa do Mundo.

Tudo isso foi pra dizer que a entrada da França no clube dos campeões, em 1998, não foi tão gloriosa quanto a de outros membros. Deixando as teorias conspiratórias de lado, ganhar em casa não é a mesma coisa. Pelo menos pra mim, é uma opinião particular, vocês não precisam concordar.

Veio a Copa de 2002 e a França fez aquele papel ridículo. Papo cheio para detonar os azuis, para contestar o título de 1998, para dizer que a França não era nada, só ganhou em casa, comprou a Copa, fez parte de um esquema CBF-Nike-FIFA-CUT-MST e por aí vai...

Mas agora, em 2006, a França mostrou decididamente que é uma seleção grande. Nós, que gostamos de futebol, sabemos que o time grande não necessariamente é o que joga melhor. Pelo contrário! Nada mais pequeno do que joar melhor, dominar a partida mas perder com um gol na sorte ou na ajuda da arbitragem.

A trajetória da França no Mundial verifica isso. Uma primewira fase pífia - chatíssimo jogo contra a Suíça, empate com a Coréia do Sul e uma vitória suada contra Togo. O suficiente para a classificação. Daí pra frente os mata-matas e boas vitórias contra Espanha e Brasil.

Veio então a semifinal contra Portugal. De um lado, os "velhinhos" franceses. Do outro, lusos treinados pelo campeão do mundo, embalados por boas partidas nas oitavas e quartas e com apoio quase integral da torcida. E o que deu? França.

Por essas e outras que, ao meu ver, a Copa de 2006 confirmou em definitivo a presença da França como um dos países grandes do futebol. Hoje a festa é da Itália, mas a França, de forma alguma, deixa essa Cioa como derrotada.

A Copa de Zidane

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A Copa foi mesmo de Zizou. Não houve jogador mais decisivo. Depois de derrotar Espanha, Brasil e Portugal, estava escrito que, mesmo que perdesse a final, seria o craque do torneio.
A decisão foi muito mais francesa do que italiana. Zidane inaugurou o placar com um gol de pênalti (duvidoso). Apesar do empate, a taça parecia ter como destino o país gaulês.
Mas aí Zidane decidiu. Deu uma cabeçada no peito de Materazzi, e terminou a carreira no vestiário. A Itália adbdicou do ataque mesmo com um a mais, mas tinha a confiança de quem não tinha mais como adversário um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos. E levou a taça.