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Se o Botafogo-SP já fazia parte da história do Santos por conta de uma derrota por 11 a 0,
ocorrida no campeonato paulista de 1964, com oito tentos de Pelé,
novamente fará parte da memória alvinegra de uma forma que não gostaria.
O time sofreu o gol 12 mil do Santos, clube de futebol profissional que
mais foi às redes no mundo, e levou uma goleada atuando em uma Vila
Belmiro com sensação térmica de 34 graus.
As duas equipes fizeram
um dos jogos mais intensos do Paulista na metade inicial do primeiro
tempo. Com espaços nas duas defesas, os times criaram oportunidades, mas
a qualidade técnica dos donos da casa fez a diferença e assegurou a
vantagem alvinegra logo aos 4 minutos. Leandrinho, que entrou no lugar
do contundido Alan Santos, deu uma bela enfiada de bola para Geuvânio. O
moleque foi rápido, driblou o goleiro Gilvan, e marcou.
Ah, moleques! (Santos FC) |
Mesmo com a peleja perdendo intensidade na metade final da primeira etapa, os visitantes quase marcaram um golaço com uma bela chegada de Hudson. Contudo, foram castigados em um contra-ataque perfeito do Peixe, com uma assistência de Geuvânio para Cícero, que não perdeu.
No segundo tempo, o Botafogo começou assustando, com uma falha – rara, diga-se – do goleiro Aranha, que saiu mal em cobrança de escanteio pelo lado canhoto da defesa. A bola bateu no volante Hudson, que fez meio sem intenção. A partir daí, os visitantes recuaram e aguardaram os contra-ataques. Não foi uma boa opção...
Eram 21 minutos quando Geuvânio, jogador que mais se apresentava pelo lado alvinegro (e bem), deu um toque sutil e contou com a falha do defensor Lima, que furou e deixou a bola limpa para Gabriel. O moleque, sumido até então, não costuma tremer na frente do goleiro, e não foi diferente desta vez.
Faltava um gol para o 12 mil, e ele só poderia vir de um menino da Vila. Gabriel recebeu após um chutão de Aranha que passou por todo o campo. Novamente, o Nove peixeiro não desperdiçou,
entrando para a história do clube. Leandro Damião deve estar coçando a cabeça vendo seu provável adversário pela vaga no ataque fazendo o quarto gol no Paulista, tornando-se artilheiro do time no torneio.
Com a partida ganha, Oswaldo de Oliveira (expulso por reclamação) promoveu a estreia de Rildo, a entrada de Lucas Otávio, que participou da campanha vitoriosa na Copa SP de Juniores, e, antes de sair do campo, orientou a entrada de Bruno Peres. Rildo, aliás, fez uma bela jogada pela esquerda do ataque, dando assistência para o quinto gol peixeiro, marcado por Emerson Palmieri.
Mais uma goleada por 5 a 1, e o torcedor vai ganhando confiança, assim como os jovens que mostram personalidade em campo. E uma partida histórica. Definitivamente, pode dar caldo.