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Mundial de 2014 deve contar com 15 seleções comandadas por treinadores nascidos em outros país
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O alemão Klinsmann, que dirige os EUA |
Se não houver mudanças de comando técnico nas seleções que vão participar da Copa de 2014, a competição deve igualar o recorde do Mundial de 2006, ocasião em que 15 equipes foram dirigidas por técnicos nascidos em outro país. Algumas trazem treinadores de fora para aprimorar o futebol jogado e não fazer tão feio, outras pretendem repetir o feito de Gus Hiddink, o holandês que levou a Coreia do Sul a um incrível quarto lugar em 2002. O fato é que uma escrita ainda não foi quebrada: nenhum “pofexô” foi campeão treinando uma seleção que não fosse de seu país natal.
Neste ano, Alemanha e Colômbia são os que fornecem mais comandantes para os times que chegam ao Brasil daqui a alguns dias. Conterrâneos de Shakira estão à frente da Costa Rica, com Jorge Luis Pinto, e de Honduras, com Luis Fernando Suárez. O técnico colombiano que por enquanto está desenvolvendo o trabalho mais chamativo é Reinaldo Rueda, um dos responsáveis pelo bom futebol jogado pelo Equador, aquela seleção que empatou com a Holanda no último final de semana. Curiosamente, o treinador da Colômbia é também um estrangeiro: o argentino José Pékerman. No país vizinho, parece que também vale o ditado “santo de casa não faz milagre”.
Já os alemães estão no comando das seleções de Camarões, com Volker Finke, e da Suíça, que se tornou cabeça de chave do Mundial com Ottmar Hitzfeld. Mas quem deve sofrer é Jürgen Klinsmann, treinador da seleção do seu país em 2006 numa campanha que levantou a autoestima do torcedor germânico, hoje à frente dos Estados Unidos. Logo na primeira fase ele irá enfrentar a equipe de seu país natal, mas um fato mostra que o profissionalismo deve falar mais alto. Em sua lista de pré-convocados está Julian Green, revelação de 18 anos do Bayern de Munique que ainda não havia decidido se iria defender Estados Unidos ou Alemanha.
Cadê os brasileiros?
Mesmo com 15 comandantes gringos na Copa, nenhum deles é brasileiro. E olha que o país tem história nesse quesito, uma trajetória iniciada com Otto Glória, que dirigiu Portugal em sua melhor campanha em mundiais, em 1966, e que teve seu capítulo mais recente com Carlos Alberto Parreira, um dos responsáveis pela pior jornada de uma equipe dona da casa na História, com a África do Sul em 2010.
O atual coordenador técnico da seleção, aliás, é recordista, junto com o sérvio Bora Milutinovic, em número de equipes diferentes treinadas em Copas. Parreira comandou o Kuwait, em 1982; Emirados Árabes Unidos, em 1990; Brasil, em 1994 e 2006; Arábia Saudita, em 1998; e a já citada África do Sul, em 2010.
Bora, no entanto, é mais “internacional”, já que nunca treinou a seleção de seu país e tem uma distribuição geográfica mais vasta em relação aos times que dirigiu. Trabalho com o México, em 1986; Costa Rica, em 1990; Estados Unidos, em 1994; Nigéria, em 1998, e China, em 2002. Só com o time asiático, que fazia sua primeira – e única até agora – participação em mundiais, o sérvio não levou a equipe para além da primeira fase.
Para os supersticiosos, vale lembrar que, desde 1982, esta é a terceira vez que nenhum brasileiro vai comandar uma seleção estrangeira. As outras duas vezes em que isso aconteceu foi em 1994 e 2002, quando o Brasil levou o título. Se este Mundial seguir a tendência, pode preparar o champanhe (ou a cachaça) para a final...