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sexta-feira, junho 06, 2014

Futepoca ajuda a trazer belgas para a Copa

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A belga Antje (à esquerda) e dois colegas: campanha para irem à Copa no Brasil
Na estação ferroviária de Bruges (cidade histórica europeia, Meca da cerveja, citada em outro post aqui deste blog), formos abordados por algumas garotas vestidas com o uniforme da seleção belga, meiões e chuteiras. Como não falamos francês e o inglês de ambas as partes não era particularmente favorável, foi com certa dificuldade que compreendemos que elas participavam de uma espécie de campanha para levar torcedores belgas à Copa no Brasil. Consistia basicamente em coletar 150 mil assinaturas, com caneta piloto, em painéis de lona espalhados por diversos lugares do país, como a tal estação de Bruges.

Patricia tira onda das 'mulatas' rumbeiras e do 'samba' Buena Vista Social Club
O engraçado é que, para aquele local, eles levaram uma banda pretensamente brasileira para tocar um som pretensamente chamado de "samba" - mas os músicos só tocavam mambo e Buena Vista Social Club e as pretensas "mulatas" estavam vestidas como rumbeiras. O que levou minha esposa Patricia a alertá-los de que, ali, os únicos brasileiros legítimos éramos nós. No folder de campanha que nos deram, aliás, há uma foto do jogador brasileiro naturalizado belga Igor de Camargo, sob uma chuva de confetes, e empunhando... maracas!

Igor chacoalha maracas sob chuva de confetes, mas recomenda a caipirinha
Igor, que chegou a jogar pela seleção da Bélgica, mas não foi convocado para a Copa, parece ter esquecido do samba, do pandeiro, do tamborim... Mas, além do futebol, não esqueceu o principal: a cachaça! O folder da campanha diz que "nosso belgo-brasileiro preferido, Igor de Camargo, os aconselha a se preparar para o refrescante coquetel". O texto ainda observa: "A cerveja é a bebida preferida dos belgas, mas no Brasil os torcedores preferem caipirinha, coquetel preparado à base de limão, cachaça, gelo moído e açúcar".

Foto da nossa tradicional coxinha no folder: sonho de consumo entre os gringos
Para nossa surpresa, outra recomendação imprescindível aos belgas que se aventurarem no Brasil é a.... coxinha! Sim, a nossa tradicional iguaria de buteco, raríssima em terras europeias, é sonho de consumo de dez entre dez gringos. Em Amsterdã, nos hospedamos na casa de uma moça que morou brevemente em São Paulo, há 20 anos, e ela diz que chega a sonhar que está comendo coxinha. Taí, se já falamos de futebol e cachaça, podemos acrescentar a tag Política neste post, em alusão aos "coxinhas" que deturpam muitas das manifestações de rua no Brasil...

Contribuindo para a campanha que pretendia reunir 150 mil assinaturas em painéis
Enfim, pra encurtar o causo, não só assinamos nosso nome no painel, para ajudar os simpáticos belgas a conhecerem o "país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza" (e, por tabela, a caipirinha e a coxinha - com ou sem maracas), como também registramos, para a posteridade, o nome do glorioso Futepoca entre os colaboradores. Só falta o time de Courtois, Hazard & Cia. aprontar pra cima da equipe brasileira, nessa Copa! Daí, quem vai sair tocando maracas, vestido de rumbeiro, sou eu! Mas brindando com as incontáveis e divinas cervejas belgas! SANTÈ!

Nosso glorioso blog imortalizado em Bruges, Meca dos cervejeiros de todo o planeta

quarta-feira, junho 04, 2014

A Copa dos técnicos gringos

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Mundial de 2014 deve contar com 15 seleções comandadas por treinadores nascidos em outros país


O alemão Klinsmann, que dirige os EUA
Se não houver mudanças de comando técnico nas seleções que vão participar da Copa de 2014, a competição deve igualar o recorde do Mundial de 2006, ocasião em que 15 equipes foram dirigidas por técnicos nascidos em outro país. Algumas trazem treinadores de fora para aprimorar o futebol jogado e não fazer tão feio, outras pretendem repetir o feito de Gus Hiddink, o holandês que levou a Coreia do Sul a um incrível quarto lugar em 2002. O fato é que uma escrita ainda não foi quebrada: nenhum “pofexô” foi campeão treinando uma seleção que não fosse de seu país natal.

Neste ano, Alemanha e Colômbia são os que fornecem mais comandantes para os times que chegam ao Brasil daqui a alguns dias. Conterrâneos de Shakira estão à frente da Costa Rica, com Jorge Luis Pinto, e de Honduras, com Luis Fernando Suárez. O técnico colombiano que por enquanto está desenvolvendo o trabalho mais chamativo é Reinaldo Rueda, um dos responsáveis pelo bom futebol jogado pelo Equador, aquela seleção que empatou com a Holanda no último final de semana. Curiosamente, o treinador da Colômbia é também um estrangeiro: o argentino José Pékerman. No país vizinho, parece que também vale o ditado “santo de casa não faz milagre”.

Já os alemães estão no comando das seleções de Camarões, com Volker Finke, e da Suíça, que se tornou cabeça de chave do Mundial com Ottmar Hitzfeld. Mas quem deve sofrer é Jürgen Klinsmann, treinador da seleção do seu país em 2006 numa campanha que levantou a autoestima do torcedor germânico, hoje à frente dos Estados Unidos. Logo na primeira fase ele irá enfrentar a equipe de seu país natal, mas um fato mostra que o profissionalismo deve falar mais alto. Em sua lista de pré-convocados está Julian Green, revelação de 18 anos do Bayern de Munique que ainda não havia decidido se iria defender Estados Unidos ou Alemanha.

Cadê os brasileiros?

Mesmo com 15 comandantes gringos na Copa, nenhum deles é brasileiro. E olha que o país tem história nesse quesito, uma trajetória iniciada com Otto Glória, que dirigiu Portugal em sua melhor campanha em mundiais, em 1966, e que teve seu capítulo mais recente com Carlos Alberto Parreira, um dos responsáveis pela pior jornada de uma equipe dona da casa na História, com a África do Sul em 2010.

O atual coordenador técnico da seleção, aliás, é recordista, junto com o sérvio Bora Milutinovic, em número de equipes diferentes treinadas em Copas. Parreira comandou o Kuwait, em 1982; Emirados Árabes Unidos, em 1990; Brasil, em 1994 e 2006; Arábia Saudita, em 1998; e a já citada África do Sul, em 2010.
Bora, no entanto, é mais “internacional”, já que nunca treinou a seleção de seu país e tem uma distribuição geográfica mais vasta em relação aos times que dirigiu. Trabalho com o México, em 1986; Costa Rica, em 1990; Estados Unidos, em 1994; Nigéria, em 1998, e China, em 2002. Só com o time asiático, que fazia sua primeira – e única até agora – participação em mundiais, o sérvio não levou a equipe para além da primeira fase.

Para os supersticiosos, vale lembrar que, desde 1982, esta é a terceira vez que nenhum brasileiro vai comandar uma seleção estrangeira. As outras duas vezes em que isso aconteceu foi em 1994 e 2002, quando o Brasil levou o título. Se este Mundial seguir a tendência, pode preparar o champanhe (ou a cachaça) para a final...
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