Destaques

sábado, agosto 18, 2012

Eleições municipais: campanha na TV e rádio começa na terça

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

A propaganda eleitoral na televisão tem início na terça-feira (21), com os candidatos a vereador, e na quarta, para os aspirantes a prefeito. Em tempos de domínio do marketing político, trata-se da grande aposta de muitos candidatos que estão atrás nas pesquisas eleitorais, sendo o ungido por Lula na capital paulista, Fernando Haddad, um deles. Aliás, foi justamente o tempo de TV o responsável pelo momento constrangedor que ainda ecoa nas mentes de militantes petistas, o tal aperto de mão com Maluf, que certamente será explorado na TV e no rádio.

Difícil dimensionar qual o peso exato que a televisão terá nas eleições, mas certamente não será pequeno. Menos pelo horário em bloco que faz as pessoas assistirem à novela mais tarde e mais pela pelos chamados spots, que invadem os intervalos comerciais sem avisar (sim, o convencimento político pseudo-pós-moderno se dá em pílulas de 15 e 30 segundos). Nas eleições municipais, estima-se que a importância dos spots seja ainda maior do que nas eleições presidenciais, quando os candidatos dividem a atenção com pleiteantes ao Senado, ao governo do estado, ao legislativo estadual e à Câmara dos Deputados. Isso afeta também a distribuição das inserções, como lembra esta matéria do Valor: nas eleições de 2010, Dilma teve 229 inserções, enquanto Serra teve 158. Em São Paulo, o tucano e Haddad terão 689, quase o triplo do que teve a atual presidenta.

Outro dado da mesma matéria é relevante: em 2008, nas últimas eleições municipais, 77% dos prefeitos eleitos nas capitais tiveram o maior programa no horário eleitoral e 12% tinham o segundo maior. Só em Belém e Manaus candidatos que detinham o quarto tempo foram vencedores.

São Paulo

Nas eleições de 2008, o candidato a prefeito com maior tempo na televisão e no rádio era Gilberto Kassab, então no DEM, com 8m44s73, seguido por Marta Suplicy (PT), com 6m40s75, Geraldo Alckmin (PSDB), com 4m27s42, e Paulo Maluf (PP), com 2m30s46. A última pesquisa do Datafolha de antes do início do horário eleitoral apontava Marta com 36%, Alckmin com 32% e Kassab patinando com 11% das intenções de voto. A propaganda eleitoral começou naquele ano no dia 20 de agosto e, no levantamento feito nos dias 21 e 22, o tucano, que tinha o terceiro maior tempo, já perdia 8 pontos, com Marta indo a 41% e Kassab a 14%. Apenas uma semana depois da campanha televisiva, a diferença entre Alckmin e o então prefeito, que antes era de 21%, se reduzia a 8%.

Essa é, certamente, a esperança de Haddad em 2012, já que o petista tem índice semelhante (9%, conforme o Ibope) ao que o atual alcaide paulistano tinha em 2008. Ainda que não conte com a máquina municipal, tem, entre os dois oponentes que estão bem acima dele, um que conta com alto grau de rejeição (Serra), além de um candidato com bem menos tempo de rádio e TV, Celso Russomano. Mas as semelhanças com aquela eleição param por aí.

Enquanto o quarto postulante de 2008 era praticamente um”nanico com grife” que já não vislumbrava chance de vencer, Paulo Maluf, hoje existe um quarto nome que pode causar estragos nos três que estão acima. O deputado peemedebista Gabriel Chalita, candidato acostumado com as câmeras de TV principalmente em função de suas participações em programas de emissoras católicas, terá 4min22s, abaixo de Serra e Haddad, que terão direito a 7min39s cada um, de acordo com o TRE-SP. O líder nas pesquisas Celso Russomano (PRB) terá metade do tempo de TV de Chalita, 2min11s, próximo ao do pedetista Paulinho da Força, 1min43s. Soninha Francine, do PPS, terá 1min11s, Carlos Giannazi (PSOL), 57s, e Levy Fidélix (PRTB), 54 s.

Serra na campanha. Sorriso vai durar? (Fernando Cavalcanti/Milenar)
Pelo tempo de televisão e rádio, recursos à disposição e dado o histórico do PT na capital paulista, que tem um candidato entre os dois finalistas do segundo turno desde que este começou a valer, em 1992, seria catastrófico para o partido não ter Haddad em um segundo turno. Se a escrita valer e o petista for à segunda volta, quem seria seu adversário? 

A rejeição de Serra é alta (37% de acordo com o Ibope), mais que o dobro do segundo colocado, Levy Fidelix, com 16%. Claro que, no decorrer da campanha, isso pode mudar, mas além de seu patamar atual estar abaixo do que se poderia esperar, sendo o tucano o candidato mais conhecido, a tendência é que Russomano e Chalita disputem parte do seu eleitorado para buscarem o segundo turno. Em outras palavras, Serra e a gestão Kassab vão apanhar muito até o fim do primeiro turno. Russomano ainda teria que bater também em Haddad para conservar sua fatia do eleitorado nas hostes históricas do PT mas, sem muita exposição, terá que escolher seu rival prioritário em dado momento da campanha. Preparem-se para o show.

sexta-feira, agosto 17, 2012

Vascaína flamenguista

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

No escritório, o vascaíno nem quis se conter:

– Caraca! A Gabi!

Sem esconder, o navegador aberto no Facebook apresentava uma galeria de fotos de uma moça bem formada, em mínimos trajes cruz-maltinos. Curvas à mostra nas areias de Itacoatiara, em Niteroi.

As reprimendas não tardaram. Em pleno ambiente de trabalho, olhar aquele tipo de conteúdo não pegava bem. Quer dizer: facilitava as piadas. A troça veio junto.

Gabi era conhecida dos tempos de colégio. Cinco anos mais nova, era a bonitona daquela geração. Ainda no ensino fundamental, se misturava com os meninos mais velhos, do ensino médio. Era mal quista pela concorrência e alvo de suspiros da molecada. Nunca se soube de interesse pelo futebol. Anos mais tarde, o Facebook reaproximou a turma. O reencontro não ultrapassou o convite para ser amigo, o "aceitar" de quem não se encontra pessoalmente há muito tempo, e uma ou outra atualização de foto do cachorro, de um retrato posado de família ou coisa assim.

As imagens na praia, de biquíni, em diferentes ângulos, eram parte de um concurso de gata do Brasileirão de algum site esportivo que tenta juntar os carros-chefe de audiência em portais (futebol e moças em trajes menores). Para ser mais preciso, o book improvisado era apoio à plataforma de candidatura da moça: material "extra" para engajar admiradores e torcedores pelas mídias sociais.

Os céticos da firma ampliavam o tom das piadas a cada nova foto aberta.

– Colega de escola nada, o cara conhece a moça é de outros fóruns  –  acusou o corintiano.

– Nada! Daqui a pouco ele muda a versão, diz que é uma prima  – agravou o flamenguista.

O vascaíno, sem se abalar com a jocosidade dos colegas, ainda demonstrava a surpresa de quem revia a Gabi em uma versão bem menos recatada do que aquela que habitava a memória do tempo de adolescente. Ele só conseguiu conter a turma quando revelou:

– O ruim é que fica muito claro que ela não tem a menor intimidade com futebol, sabe?

Ninguém sabia.

– No perfil do site, tem lá a pergunta: "Maior ídolo vascaíno"  –  contextualizou o vascaíno. – A menina vai e responde: "Romário". Romário? Romário?  – inconformava-se. O baixinho, aliás, conseguiu na Justiça o direito de penhora de 5% dos direitos econômicos de quatro atletas vascaínos, por conta de direitos de imagem e salários não pagos à época em que era jogador do clube.

A alegação era simples. Roberto Dinamite é presidente do clube. Juninho Pernambucano ainda joga, Dedé é promissor. Até Edmundo poderia ter mais apelo em seus cálculos de torcedor. Outros ídolos até Ademir Ademir de Menezes, o Queixada, afloraram em uma escalada de indignação até a conclusão:

– Como Romário é ídolo maior? Tu é flamenguista, menina?!

A consternação era a de quem dá uma bronca em quem reencontrava, ainda que via Facebook.

Mais do que o tom indignado, o que convenceu parte da turma foi o fato de o cabra ter lido as respostas da moça. Dos onanistas que tinham visitado a tal enquete para eleger a gostosona do campeonato, nenhum tinha sequer reparado que havia algo além de fotos para se olhar.

O gremista na baia ao lado até comentou que o vascaíno tinha ido ler para saber se a candidata tinha, sei lá, revelado o nome do primeiro namorado ou alguma informação que o abonasse. E as piadas acabaram.

quinta-feira, agosto 16, 2012

Santos vence a primeira fora de casa. Milagre de São Neymar

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Logo depois de disputar o amistoso pela seleção brasileira contra a Suécia (valeu, Mano), o atacante Neymar retornou, de jatinho fretado, para o Brasil. Após 14 horas de viagem, chegou às dez, pela manhã, desta quinta. Querendo jogar. A decisão de entrar em campo hoje foi do craque alvinegro, segundo a diretoria do Santos. O atleta e seus patrocinadores, não o clube, bancaram sua viagem de volta.

Sou contra um jogador atuar com tão pouco tempo de descanso. Mas parece que o menino queria esquecer as Olimpíadas, chegar logo no lugar em que se sente à vontade. Sua “casa móvel”. Ver seus amigos, reencontrar André, o filho pródigo. E quem não gosta de chegar em casa depois de uma situação estressante? E há quem julgue e condene o garoto até por gostar do seu lar.

Perdeu um gol incrível, aos 29 da primeira etapa. Pensei: “tá vendo, não é pra ele estar jogando, nem deu pra se adaptar ao fuso horário”. Logo depois, o volante Túlio, notório carniceiro, deu um carrinho sem bola no Onze. Cartão vermelho que equilibrou o jogo, pois o lateral Juan tinha sido expulso aos 9, depois de uma falha coletiva impressionante do Santos na qual o atleta (desta vez) foi dos que teve menos culpa. De resto, Rafael, na sua reestreia após a contusão da seleção brasileira (valeu, Mano), fez pelo menos duas defesas importantes.

Na etapa final, o gol do Figueirense parecia querer confirmar o medonho retrospecto peixeiro fora de casa, aos 3 minutos. No entanto, Neymar, em jogada rápida e depois de passar por dois marcadores, fez o primeiro tento do Santos no Brasileirão fora de casa. Sua rapidez daria o ar da graça em outras jogadas e a defesa do Figueirense foi sendo minada até ruir em jogada individual de Bruno Peres. A defesa catarinense se preocupou com Ganso e Mirales, enquanto o lateral marcou o gol (requintado) da virada.
Boas recordações para o santista. Farão igual? (Twitter)

E Ganso, apagado na partida, também fez o seu depois de fazer um belo passe para o santo Neymar, que devolveu com sobras o presente para o meia alvinegro. Rafael chegou a evitar um segundo gol dos donos da casa, mas o Peixe, agudo, também foi algumas vezes à frente ameaçando a meta do Figueirense. 

Depois do apito final, o torcedor teve esperanças de, talvez, chegar a uma Libertadores em 2013. Com Neymar jogando livre e não confinado a um quinhão do gramado (viu, Mano?) o Santos é uma outra equipe, mas as novas peças da equipe podem permitir a Muricy fazer uma equipe que jogue um pouco mais bonito do que as formações que vinham atuando ao longo do Brasileiro.

Ney Franco, crise no São Paulo e mensalão

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Da série "Oi? Acuma?":

"[O sentimento] Não é de vergonha, com certeza. A gente não está fazendo nada errado. Não fazemos parte do mensalão, não estamos roubando ninguém. Estamos todos os dias no CT, tentando fazer ajustes no time, e podemos sair na rua de cabeça erguida"
(Ney Franco, técnico do São Paulo, a respeito da má fase e da derrota do Tricolor para o Náutico por 3 a 0. Será que a crise no Morumbi e o gol contra do Rogério Ceni também são culpa do Lula?)

quarta-feira, agosto 15, 2012

Romário solta o verbo contra a Veja: "revista de m..."

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Mostrando que o Futepoca também sabe fazer "jornalismo (sic) de Twitter", abaixo as declarações de Romário sobre a nota da revista Veja (provavelmente esta aqui) na qual o jornalista Lauro Jardim diz que a verba de gabinete do deputado continuou sendo gasta no período em que ele comentou as Olimpíadas pela Record.

Mas o gabinete de Romário deveria parar de funcionar com ele fora? Se for assim, gabinetes darão expediente dois ou três dias por semana em Brasília...

A 666 dias da Copa, arquibancada do Estádio Mané Garrincha está a um dedo de completar anel

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Não é efeméride, porque o número não é redondo. Mas é para lá de cabalístico. Faltando 666 dias, um efeito Orloff aplicado ao Estádio Nacional Mané Garrincha.

Quando pus os pés, embalados em sapato social, de mudança para Brasília, as obras do Estádio Nacional Mané Garricha estavam 50% concluídas. Isso quer dizer que, do anel superior, a parte de concreto das arquibancadas, só tinha pilares a meia altura. Muito vergalhão de aço galvanizado, guindastes, operários trabalhando a todo vapor, otimismo de uns moradores, dúvidas e ceticismo de outros tantos.

Faltavam 845 dias para a Copa.

Fotos: Futepoca

 

Fotos de 18 de fevereiro, era um sábado ainda de verão, muito anterior ao período de estiagem. Saudosa memória de seis meses atrás, uma época saudosa em que ainda havia nuvens no céu de Brasília, a relva estava verdejante e o ar, bem mais respirável. A arena nem vislumbrava arquibancada.

Hoje, ao passar por lá, vi que falta praticamente um "dente" para o anel de concreto estar concluído.

Foto: Futepoca

Visão a partir do Eixo Monumental, à altura da Torre de TV. 
Paisagem urbana, fotógrafo preguiçoso. Precisa forçar a vista
 para enxergar o estádio lá no fundo.

Desde fevereiro, o estádio quase perdeu a homenagem ao craque do Botafogo e herói de 1962, matou um trabalhador e deixou outros cinco feridos (em acidentes diferentes). Não me atrevo a propor um cálculo de saldo.

A capital federal recebe pelo menos um jogo da seleção brasileira na Copa de 2014, o terceiro da primeira fase, a de grupos, marcada para 23 de junho daquele ano. Há uma partida de oitavas e outra de quartas de final. Um ano antes, na Copa das Confederações, a abertura será na arena que leva o nome do gênio das pernas tortas.

O prazo de entrega é dezembro de 2012. Falta um tanto ainda, mas está bem rápido o andamento.

Foto de julho do Ministério do Esporte: o ângulo certo faz diferença