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Como o simpático visitante pode ler na apresentação deste blog, a intenção disso aqui é criar o ambiente, mais ou menos, de um "balcão de bar virtual". O bar é aquela democrática tribuna onde o nobre, o proletário e o vagabundo se irmanam na manguaça nossa de cada dia. Onde se discute política, futebol, cachaça, mulher (dos outros), boiolice (idem), religião, salário mínimo, guerra do Iraque, vida em outros planetas e o que mais servir para costurar as palavras entre o primeiro e o milésimo quinto gole.
Pois bem, esse espaço aqui serve então como uma extensão para todo esse papo de bêbado. Mas falta o essencial: o álcool. Por isso, como complemento do balcão virtual, costumamos freqüentar com certa assiduidade o glorioso e histórico Bar do Vavá, um dos mais antigos butecos (no sentido bíblico da palavra) do bairro de Pinheiros, em São Paulo. Fundado em março de 1956, continua resistindo com os mesmos donos, no mesmo local: Rua Fradique Coutinho n° 390, perto da esquina da Teodoro Sampaio.
No estreito espaço entre duas paredes forradas de pôsters do Elvis Presley e outros cacarecos pregados a esmo, centenas de cachaceiros folclóricos ou anônimos se revezam por entre banquetas, cadeiras de plástico e caixas de cerveja, pra molhar a goela e jogar conversa fora. Sempre com a sagaz e inesperada intervenção do próprio Vavá, que circula entre os grupinhos dando sua opinião nos mais diversos assuntos, invariavelmente arrematada com algum trocadalho do carilho.
É ali, no simpático buteco, que ouvimos algumas das mais fantásticas opiniões, versões, teorias e mentiras deslavadas da face do Universo. Sobre futebol, então, o assunto vai longe. Minha intenção, a partir de hoje, é registrar aqui algumas das pérolas ouvidas naquele recinto, para absorção e reflexão coletiva. Buenas, pra não perder mais tempo (pois é sexta-feira, estou com sede e preciso voltar pro bar), reproduzo abaixo uma polêmica das mais cabeludas disparada com toda seriedade, convicção e cara-de-pau lá no Bar do Vavá, numa dessas madrugadas:
"-Esse Ronaldinho Gaúcho não joga nada. O Robinho também não. O único craque aqui no Brasil é o Edílson!", afirmou categoricamente João, o irmão do Vavá.
É isso mesmo, companheiros: o João refere-se ao Edílson Capetinha, que hoje tira seus trocados no Vasco da Gama. Opinem agora sobre essa opinião - ou calem-se para sempre.
Hasta luego!
Ps.: Ah, só pra constar: assim que ouvimos a frase, eu engasguei e o Glauco decidiu pagar a conta e ir embora...