Destaques

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Vivendo e aprendendo

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Impagável a didática explicação da Wikipedia sobre como se joga futebol (o grifo é meu):

As duas equipas de onze jogadores cada, disputam pela posse de bola para fazer um golo no adversário. A equipa que fizer mais golos vence a partida; no caso do jogo ser finalizado com o mesmo número de golos ele termina empatado (a não ser que o jogo seja de "eliminação"). Para conduzir a bola os jogadores não podem tocar na mesma com as mãos, braços ou antebraços. Qualquer outra parte do corpo é permitida para se dominar a bola e conduzi-la. A única exceção são os goleiros (ou guarda-redes em Portugal) e no caso de arremessos laterais. Os goleiros são jogadores únicos que ficam embaixo da trave e cujo objetivo é defender a baliza dos chutes adversários, podendo para tal usar qualquer parte do corpo, desde que esteja dentro de um espaço delimitado por linhas chamado de área (ou grande área).

Como diria o Anselmo: "-Ah, bom! Agora entendi!"

Legião Urbana vira time de futebol em Brasília

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Você já ouviu falar da Legião Urbana? Sim, o grupo de pop-rock liderado pelo mítico Renato Russo, cujas canções são presença constante (e, depois de tantos e tantos anos, incômoda) nas rodas de violão. Então, o que a banda tem a ver com futebol?

Quem lê a revista Carta Capital já deve ter visto matéria publicada na edição datada de 26 de dezembro. Fundaram, lá em Brasília, um time com o nome e a inspiração da Legião Urbana. O nome da equipe é Legião Futebol Clube e sua torcida, como relata a repórter Luciana Bento (que é gente fina e já fez até matéria sobre o mitológico Bar do Vavá, a quem foi apresentada por estes manguaças), canta Tempo Perdido nas arquibancadas.

A intenção do time, segundo a reportagem, é conquistar os brasilienses de segunda geração, ou seja, filhos de gente nascida na cidade. Brasília, por ser uma cidade jovem, grande e receber enorme fluxo de migração, acaba tendo traços culturais pouco definidos, na maioria “importados” das regiões de origem dos moradores (os brasilienses que me corrijam se minhas impressões sobre a cidade estão erradas). O mesmo se reflete no futebol, onde a maioria das pessoas torce para times do Rio, segundo ouvi falar. A aposta do novo time é utilizar a identificação dos brasilienses com a banda de Renato Russo para galvanizar uma torcida.

Além disso, o Legião usa estratégias que, em parte, poderiam ser avaliadas por times grandes. Distribui refrigerantes e pipoca para os torcedores, tem “serviço de manobrista, tenda informatizada para a venda de ingressos, atendentes uniformizados, bar com lounge temático, cadeiras numeradas, personalizadas e com protetores higiênicos, banheiros limpos e som ambiente para informação”, relata Luciana. O negócio parece bem feito.

Com isso, consegue levar um monte de gente a seus jogos. “Na final da segunda divisão do campeonato brasiliense de 2006, o time levou 2 mil torcedores ao estádio – contra apenas 800 do adversário, o Brazilândia, um dos mais antigos da cidade”.

O time hoje está disputando a primeira divisão do campeonato local e tem planejamento de se manter nela em 2008. Depois disso, pretende tentar espaço no cenário nacional. Percebam que o time foi criado em 2006, quando disputou a terceira divisão do campeonato local, e já está na primeira. Até onde vai o Legião Urbana?

PS.: Feliz Ano Novo a todos, em nome da equipe do Futepoca!

segunda-feira, dezembro 31, 2007

Um estádio feito com 3 mil litros de pinga

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Além de ser o cafundó onde nasci, Taquaritinga, no interior de São Paulo, é conhecida nacionalmente por ter levantado um estádio de futebol em tempo recorde, o chamado Taquarão (foto ao lado). Reza a lenda que a obra teria sido feita em 90 dias, entre fevereiro e maio de 1983, no início da gestão do prefeito Adail Nunes da Silva - que, depois de seu falecimento, daria nome ao campo de futebol.


Porém, o projetista do estádio, Francisco Palhares Filho (foto abaixo), revelou em 2007, no livro-reportagem "O Baú do Taquarão", trabalho do jovem Leandro Castro como conclusão do curso de Comunicação na Uniara (Araraquara-SP), que essa conversa de "90 dias" é pura demagogia política. O projeto do estádio no local foi sugerido por Palhares em meados de 1979 e a terraplanagem terminada em 1981. Naquele mesmo ano, o presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Nabi Abi Chedid, lançou a pedra fundamental onde, mais tarde, seria o centro do gramado.

Quando o CAT (Clube Atlético Taquaritinga) ganhou o título da Segunda Divisão e o direito de disputar a elite do futebol paulista, em dezembro de 1982, as obras tiveram início de imediato, ainda no governo de Deolindo Dantas. Ou seja: o Taquarão com os primeiros 20 mil lugares (dos 32 mil que teria) prontos na sua inauguração, em 1º de maio de 1983, foi "finalizado" em cinco meses, o que também não deixa de ser uma façanha. Só que o crédito político tem de ser repartido, contradizendo a "versão oficial".

Mas Chico Palhares, como é conhecido, reservou ao Futepoca uma revelação ainda mais bombástica, que não consta no livro de Leandro Castro: cerca de 3 mil litros de pinga foram consumidos nas obras do estádio. Confira o papo:

Futepoca - De onde saiu tanta cachaça?
Chico Palhares - Havia uma usina de álcool combustível na cidade e lá também se produzia pinga. Na época, tinha uns seis tonéis de 15 mil litros cada, o que dá uns 90 mil litros de cachaça. Eu ia até lá e conseguia doações diárias para os pedreiros e serventes que trabalhavam na construção do Taquarão. Foi uma iniciativa pessoal, a Prefeitura não interferia. Eu trabalhava nas obras, era o projetista do estádio e sabia que o serviço era pesado, pelo curto prazo disponível (NR.: se o CAT não tivesse concluído a obra até maio, não teria disputado o Paulistão de 1983). Quis dar um "pagamento extra" aos trabalhadores, eles mereciam.

Futepoca - Quantos eram?
Palhares - Uns 80 no canteiro de obras, calculo. Eu tinha um galão plástico de 20 litros e fazia duas viagens, uma pela manhã e outra à tarde. Ou seja, dava 40 litros diariamente. Com dois "pagamentos", cada trabalhador bebia cerca de meio litro por dia (risos).

Futepoca - Isso durante quanto tempo?
Palhares - Durante uns três meses. Como o pessoal trabalhava de segunda à sexta-feira, dava uns 25 dias de expediente - e cerca de mil litros de cachaça - por mês (risos). No final, foram consumidos uns três mil litros de pinga! Realmente, nunca tinha parado para fazer essas contas. É outro recorde do Taquarão (risos).

Futepoca - Como era feito o "pagamento"?
Palhares - Quando eu chegava, o pessoal já corria até onde eu estava. Você via gente pulando do trator, largando ferramentas, vencendo barrancos, se atropelando (gargalhadas). Até gente idosa, como o velho Boyat, entrava na fila. Aquilo devia ter sido filmado...

Futepoca - Lembra o nome de outros "apreciadores"?
Palhares - Além de mim? (risos). Tinha o João Bagrinho, Laerte Gambá, Carlitão, Zé do Figo, Maestrinho, Zé Lôco, Chiquinho e muitos, muitos outros. Foram verdadeiros heróis - muitos deram volta olímpica no dia da inauguração do estádio, sendo aplaudidos pela torcida. Mas aquela distribuição de cachaça acabou sendo útil: tudo o que eu pedia, eles faziam na hora! (gargalhadas). Só não sei como eles se viraram depois que eu pedi demissão, por divergir da nova gestão na Prefeitura. Acho que a obra ficou mais lenta e o serviço, mais duro (risos).