Destaques

sexta-feira, setembro 11, 2009

A relação entre o Vaticano e a General Motors

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Tendo ouvido com mais atenção a música "Awaiting on you all" ("Aguardando por todos vocês"), de George Harrison, me deparei com versos intrigantes:

And while the Pope owns 51% of General Motors
And the stock exchange is the only thing he's qualified to quote us
(E enquanto o Papa possui 51% da General Motors
E a bolsa de valores é a única coisa que ele está qualificado para nos citar)


Confira abaixo e preste atenção a partir de 2:09:



Curioso, procurei fuçar alguma coisa que relacionasse a montadora de veículos com o Papa da época em que a canção foi feita (1970), o italiano Paulo VI - ou Giovanni Battista Enrico Antonio Maria Montini, que mandou no Vaticano por 15 anos. A fonte mais interessante que encontrei foi uma resenha do livro "Money and ther rise of the Modern Papacy" ("O dinheiro e a ascensão do Papado Moderno"), de John Pollard, publicado pela Universidade de Cambridge, Inglaterra, em 2005. "As finanças do Vaticano são, desde muito tempo, questão de especulação. E, nas últimas décadas, alguns jornalistas em particular, tornaram-se fascinados por isso", diz o texto.

"Mas foi só a partir da reforma da cúria romana por Paulo VI, em 1967, e a criação da Prefeitura dos Assuntos Econômicos da Igreja, para coordenar o trabalho de todos os organismos financeiros, significativamente o Banco do Vaticano, que algumas das contas passaram a ser de domínio público".
Efígie do Papa Paulo VI (à esquerda) em moeda do Vaticano de 1963

Entre as especulações que os segredos financeiros da Igreja Católica geraram, o resenhista cita exatamente a música de Harrisson como melhor exemplo. "Nem é preciso dizer que, embora seja quase certo que o Vaticano possui ações da General Motors, é extremamente improvável que ele jamais teve qualquer coisa que se aproxime de uma participação maioritária", observa, ao comentar os 51% da letra (51, esse número mítico...). Porém, mesmo que o ex-beatle tenha carregado na tinta, o livro de John Pollard parece confirmar que embaixo desse angu tem osso. "O Papado se tornou uma instituição financeira global, não obtendo sua renda dos assuntos do Estado Papal, mas das ofertas dos fiéis de todo o mundo e também de retorno sobre um crescente portfólio de investimentos na agricultura, mercado imobiliário, indústria transformadora, comércio e finanças distribuídos ao longo das capitais financeiras do Antigo e do Novo Mundo - na própria Roma, Milão, Genebra, Lausanne, Londres, Nova York, Boston, Chicago, Buenos Aires e Rio de Janeiro, para mencionar as mais importantes", destaca o texto.

De qualquer forma, George Harrison era um aficcionado por automobilismo (vizinho por um tempo, amigo íntimo e padrinho de um dos filhos do piloto brasileiro Emerson Fittipaldi) e não parece de todo improvável que tenha ouvido alguma fofoca sobre as participações acionárias da GM. Mas a letra de "Awaiting on you all" não cutuca só o Papa. Como já comentei em outro post, o período entre 1970 (quando a letra foi escrita) e 1974 (quando a "companhia" Beatles foi desfeita legalmente) foi de troca de ofensas e de "recados" entre Harrison, John Lennon e Paul McCartney.

Nos primeiros dois versos da música em questão, como pode ser vista no vídeo postado lá no início desse texto, os petardos de George são contra a iniciativa de Lennon de ter transformado sua lua de mel com Yoko Ono em um evento hippie chamado "Bed in" ("Na cama pela paz"), quando o casal passou quase uma semana deitado, de pijamas, cantando, "militando" e dando entrevistas. Apesar de trocar o nome para "Love in", que não tem tradução mas pode ser entendido como gíria para qualquer piração bicho-grilesca inócua dos anos 1960, Harrison foi sarcástico ao limite ao dizer que ninguém precisa de uma bed pan (aparadeira, foto à esquerda), sugerindo que no "Bed in" John não saía da cama nem para ir ao banheiro. E ainda tira um sarro da fixação doentia de Yoko Ono por horóscopo e ocultismo:

You don't need no love in
You don't need no bed pan
You don't need a horoscope or a microscope
To see the mess that you're in
(Você não precisa de um evento paz & amor
Você não precisa de uma aparadeira
Você não precisa de um horóscopo ou um microscópio
Para ver a bagunça em que você está)


O curioso é que no ano seguinte, em 1971, John Lennon também decidiu irritar o Vaticano, produzindo uma antológica gravação do maluco novaiorquino David Peel, "The Pope smokes dope" ("O Papa fuma maconha"). Ouça um remix recente desse hino da porralouquice:



Buenas, mas se você acha que essa esculhambação não passa de gracinha riponga, então me despeço com o vídeo abaixo, que prega seriamente que "Jesus was a mushroom" ("Jesus era um cogumelo"). Perto disso, o Papa comandar a General Motors parece a coisa mais plausível do universo...

Dois crimes sem solução

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Não, a data de hoje não me lembra apenas aquele misterioso atentado ocorrido em 2001 nos Estados Unidos - e do qual já não tenho muita paciência para elocubrar. O 11 de setembro me traz à mente, com maior força, o "suicídio" do presidente chileno Salvador Allende no dia do golpe militar que empossou o nefasto general Augusto Pinochet, em 1973, e o assassinato - ainda hoje inexplicado - do prefeito de Campinas (SP), Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, também em 2001 (que ocorreu na noite de 10 de setembro, mas repercutiu no dia seguinte). Porém, acredito que, como sempre, a ladainha estadunidense-binladeniana deverá ganhar, infelizmente, mais espaço na mídia tupiniquim. Ossos do orifício.

Allende foi e continua sendo um símbolo. Mais um dos muitos casos, na América Latina, de presidentes populares democraticamente eleitos que enfrentam a ira da elite local e a sanha dos interesses externos. Com ele não teve tentativa, "revolução" ou golpe midiático, foi deposto no cacete, mesmo. Com direito a bombardeio do palácio presidencial (La Moneda), em Santiago, e imediata prisão, tortura e morte de quem estivesse na lista dos militares. A versão oficial diz que Allende se matou com um tiro de espingarda no interior do palácio pouco antes de se render. Mas quem acredita em versões oficiais de governos militares sul-americanos das décadas de 1960 a 1980? O suicídio sempre é visto como ato de covardia e os verdugos de Pinochet ainda fizeram circular a versão de que a arma utilizada tinha sido presente de Fidel Castro. Galhofa, bravata, patifaria. Com toda pinta de mentira. Para acobertar um assassinato.

Já o Toninho do PT (à esquerda) vem sendo vítima de especulações maldosas - bem como seu colega Celso Daniel, que, como prefeito de Santo André (SP), foi morto quatro meses depois, em janeiro de 2002. De Norte a Sul do Brasil, a teoria da conspiração bate sempre na mesma tecla: queima de arquivo patrocinada pelo PT, pelo Zé Dirceu, o Lula ou "a quadrilha inteira", como a Veja gosta de adjetivar. Tendo dividido mesa de bar com Toninho na campanha para prefeito em 1996 (quando perdeu), não sei que tipo de ameaça ele poderia representar para o partido e o líder, Lula, que ele tanto amava e defendia. O que sei, e que não vejo a imprensa ir atrás, é que, nos seus oito meses de governo, ele mexeu com dois dos setores mais periogosos da perigosa Campinas - as empreiteiras e os traficantes. No mais, assim como Celso Daniel, ele seria peça importante na campanha presidencial e nos futuros mandatos do governo Lula. Mas o caso parece que nunca será solucionado. E sua memória continuará sendo usada como combustível para maquinações da elite intolerante. Fazer o que? Bebamos aos mortos, que eles merecem mais respeito.

quinta-feira, setembro 10, 2009

"Mandei parar o helicóptero pra mandar o Josué, via satélite", revela "técnico" do São Paulo

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O vídeo é antigo, ainda dos tempos em que o hoje alviverde Muricy treinava o hexacampeão brasileiro. Mas a convicção do rapaz pernambucano ao garantir para o repórter, em plena delegacia, de que ele era o verdadeiro técnico do São Paulo, impressiona. E nem tava bêbado. Desconfio que tenha sido esse o motivo do delírio. Confiram com os próprios olhos:

Tipos de Cerveja 41 - As Premium Lager

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Esse tipo de cerveja situa-se entre as Pale Lager comerciais e as Pilsner. Sendo esta diferença muito tênue, é habitual certas cervejas auto-intitularem-se Premium Lagers quando, na verdade, não são. As legítimas têm cor dourada ou mesmo acobreada e possuem um gosto forte de malte e lúpulo. O álcool costuma variar entre 4,5% e 5,5% e tem menos gás do que uma Pale Lager ou do que uma pilsner germânica clássica. É, em geral, um produto típico de pequenas industrias cervejeiras ou mesmo de pubs e bares que produzem as suas próprias bebidas. Exemplos: Spaten Premium Lager, Boulevard Bobs 47 Munich-Style Lager (foto) e Creemore Springs Premium Lager.

Se a Folha restringe o twitter, o Futepoca restringe...

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O blogue do José Roberto Toledo, o Toledol, publicou: Folha cria regras para seus jornalistas no Twitter

A história é curta. Repórter não pode publicar conteúdo exclusivo nem antes, nem durante, nem depois do jornal. Não se trata de furos de reportagem, mas de áreas acessíveis mediante senha. E que se cuide para evitar conflito de interesses com o jornal.

Segundo o comunicado, os profissionais que escrevem em blogues e outros sites "representam a Folha nessas plataformas". Por um lado, isso significa "seguir os princípios do projeto editorial", e "evitar assumir campanhas e posicionamentos partidários". Então não é à Folha que o Nassif se refere aqui.

O tema é polêmico, e desperta ódio e rancor de todos os lados.


Água que Twitter não bebe?

Mas o Futepoca resolveu se divertir e propor medidas semelhantes a outro espaço. Em vez da produção virtual, o foco é o bar.

Comunicado

Os autores que mantêm assiduidade em estabelecimentos etílicos ou participam de debates em mesas e balcões de bar devem se lembrar que:

a) representam o Futepoca nessas plataformas, portanto devem sempre seguir os princípios do projeto manguaça-editorial, evitando assumir copos de suco e refrigerante partidários;

b) não devem colocar na mesa do bar vizinha conteúdos de cerveja exclusivas da mesa do Futepoca. Esses são reservados apenas para consumidores moderados do blogue. Eventualmente, a garrafa pode fazer rápida incursão rumo à mesa alheia.


Alguém discorda?

Collor, o imortal, também proibiu novela

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A notícia saiu no blog do Leonardo Ferreira e diz respeito ao presidente "impichado", e agora imortal da literatura sem ter escrito um livro sequer, Fernando Collor de Mello. Segundo informações do blog, José Louzeiro prepara um livro sobre os bastidores da proibição de sua novela “O marajá”, que seria exibida pela já extinta Manchete, em 1993. A trama contava a trajetória de Fernando Collor e foi impedida de ir ao ar poucas horas antes da estreia. Como consta a história, o ex-presidente conseguiu impedir na Justiça a exibição após ser alertado pela chamada de "O marajá". Nesta uma enfermeira levava numa bandeja de prata cheia supositórios com cocaína para o ex-presidente....
Curiosa com a novela, encontrei a sinopse, que vale a pena ser lida. Já o que diz respeito a valorosa historiografia noveleira do Brasil, o país mais uma vez mostra descuido com sua história. Acontece que as fitas da novela “sumiram”. Há quem diga que estão (ou estavam) escondidas sob judicie de Adolpho Bloch. Segundo Fernando Barbosa Lima, o ex-diretor-geral da Manchete, o próprio Bloch decidiu guardar as fitas, com medo que elas fossem roubadas, e a Manchete, prejudicada. "Ele ficou assustado com o poder de Collor", conta Barbosa Lima, que era amigo de Bloch.

Fica então a sugestão para o Fantástico, que já achou Belchior, pode encontrar o Serra e o Kassab, sumidos após as cenas de natureza selvagem que arrasaram São Paulo por estes dias, e quem sabe as fitas de “O Marajá”.

Sem tanta precisão, com mais Nilmar, Brasil vence Chile

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A seleção brasileira de futebol venceu o Chile em Salvador por 4 a 2. Foram três gols de Nilmar e um de Julio Baptista. Escalado sem os quatro homens de frente por suspensão (Luís Fabiano e Kaká), contusão (Robinho) e opção (Elano), o time amarelo teve bem menos precisão do que contra a Argentina, no sábado. Mas teve o atacante do Inter inspirado para salvar o filme de Dunga com os baianos.

Depois de abrir dois gols de vantagem, o Brasil cedeu o empate, para depois fechar o marcador. Foi uma dinâmica atípica, quando parecia que seria fácil, Felipe Melo foi expulso – embora a reação vermelha não tenha me impedido de dormir em frente à TV do segundo gol brasileiro ao empate do país de Michele Bachelet.

Contra a equipe comandada por Maradona, a zaga e o meio de campo foram bem, enquanto o ataque foi preciso e eficiente. Diante do selecionado do também argentino Marcelo Bielsa, a atuação foi menos equilibrada e harmoniosa. Teve um número de falhas maior, buracos na defesa, desorganização em contra-ataques...

Falando em Maradona, a boa notícia para Cristina Kirchner e seus compatriotas é que não bastaria ter Bielsa no banco para ter um desempenho melhor contra o Brasil. A má é que quem tem dios no banco está em apuros.


A seleção argentina foi a Assunção e perdeu do Paraguai por 1 a 0. Na quinta colocação e com apenas um ponto de vantagem sobre Venezuela e Uruguai, os hermanos estariam na repescagem se a competição terminasse hoje. Tem mais duas rodadas para vencer e torcer contra o Equador.

Nilmar, Daniel Alves e Elano
Já do Brasil, ninguém esperava uma atuação igual, até porque o Chile ataca mais do que os adversários do fim de semana. Mas o time ainda mostrou capacidade ofensiva e mais trocas de passe em velocidade perto da área.

Os três gols de Nilmar, a correria de Daniel Alves e o passe de Elano deixam claro que são atletas que vão ser usados durante a copa da África do Sul, embora não necessariamente como titulares.

A equipe caminha a passos largos para garantir a liderança das eliminatórias. Ainda não teve uma grande atuação contra uma retranca nervosa, mas provavelmente só vai conseguir testar essa capacidade mais perto da copa.

Surpreende a adesão da mídia ao técnico Dunga. Até chute de nervosismo do treinador em garrafa de plástico foi descrita na transmissão como sinal de vibração ou envolvimento no jogo.

quarta-feira, setembro 09, 2009

Para a Veja, metade dos bebedores é quase alcoólatra

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O título é quase tão sensacionalista quanto a reportagem da revista Veja desta semana. A capa sobre alcoolismo discute "abordagens inovadoras" à questão, mas esbarra em formas moralistas e exageradas para lidar com o tema.

Outro título possível para este post seria: "Veja acusa Futepoca de ser 'grupo de risco' para alcoolismo". Mas não precisaria uma revista semanal dedicar uma linha sequer para que os sóbrios autores deste blogue saberem da gravidade do tema e quão trágica é a existência de suas estruturas hepáticas. E com este comentário, eu só quero me amenizar críticas sérias às piadas sobre o drama real de quem é dependente do álcool.

Começa o texto:

No Brasil, quase 70 milhões de homens e mulheres bebem. Incluem-se aí desde as pessoas que tomam uma única dose de álcool ao longo de um ano até os dependentes pesados, que não vivem sem a bebida. Entre os dois extremos, existe um grupo que, até pouco tempo atrás, não aparecia nas estatísticas nem nas preocupações médicas: os bebedores de risco. É grande a probabilidade de você, leitor, ser um deles.
Você, leitor do Futepoca, fique tranquilo. Você não é um deles. Mas o leitor da Veja que se cuide.

A reportagem trabalha com a ideia de que uma em cada duas pessoas que consomem etílicos em níveis tolerados pelo convívio social estão a um passo do precipício – se não estiverem em queda livre. "Essa abordagem é totalmente inovadora no tratamento do alcoolismo", diz o texto.

Na hora em que li isso, me veio a recomendação clássica de mãe, avó ou tia que sugere usar blusa em pleno verão para combater a gripe. A sugestão superprotetora é motivo de piada por enxergar doença onde ela não existe – "ainda", diria alguma mãe sobre seu filho.

O que quero dizer é que é preciso considerar com cautela a ideia de que quase qualquer uso do álcool é motivo de preocupação e, ainda mais, a de que é inovadora uma abordagem exagerada – quiçá hipocondríaca – das genitoras que tanto nos querem bem.

Escrevendo a sério: chamar de inovadora uma abordagem que considera que tem problema quem (ainda?) não tem problema é complicado. Por mais grave que seja a questão.

"Os bebedores de risco podem passar dias sem tomar uma cerveja, uma taça de vinho ou algumas doses de uísque. Mas para eles a bebida tem um significado psicológico muito positivo", explica o texto.

A precisão da explicação é ótima, porque é mesmo de se imaginar que todo mundo que gosta de beber tem essa predileção como um traço de masoquismo. Onde já se viu repetir uma atividade nas horas de lazer porque é gostoso? O normal deve ser beber porque é ruim, desagradável até.

O moralismo do texto inclui um grau de culpabilização do consumidor de fermentados e destilados em um grau elevado. Além de sugerir um teto de uma dose para mulheres e duas para homens – com uma longa hora de intervalo regado a suco e refrigerante – a reportagem pede metas diárias. É a lógica financista aplicada à maguaça.

O que poderia ser uma referência de moderação ganha outros contornos na análise do aumento do número de mulheres em "situação de risco". O texto atribui à "preocupação exagerada com a estética" o aumento do número de mulheres com problemas com o mé. O hábito de substituir a comida para perder peso (o que dá origem a uma próxima capa da revista com personagens drunkorexic, misto de bêbadas com anoréxicas) só perde para as que bebem para afogar as mágoas – prática que, excetuado Reginaldo Rosi, nenhum homem jamais fez.

Fiquei imaginando o que essa capa vai representar para a balada das filhas de assinantes da revista. Vão ouvir sermão na sexta à noite.

E a matéria termina com uma conclusão ainda mais moralista: "Teremos cumprido nosso objetivo se ao acabar de ler esta reportagem você se reconhecer como um bebedor de risco e isso levá-lo ou levá-la a procurar ajuda profissional. Saúde!"

A minha humilde e ébria pessoa terá cumprido seu objetivo se, ao ler este post, você decidir não comprar veículos sensacionalistas. Nem precisa ir para o bar tomar uma (só uma), porque isso você faz quando quer.

Exagerei?

(Ps.: E esse nem foi o primeiro ataque da Veja contra a manguaça. Já denunciamos antes, confira aqui.)

Homenagem a quem honra o número

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Hoje é dia 09/09/09. Data perfeita para a proliferação de superstições sem importância e reportagens inúteis sobre a coincidência dos números em programas de variedades. Apesar de não ser dos mais adeptos às crendices populares, não posso deixar passar em branco a data, por conta das lembranças futebolísticas que ela nos traz.

Afinal, o 9 é, talvez, o segundo número mais marcante do universo futebolístico - perdendo somente para o incontestável 10 de Pelé, Maradona e outros. É 9 a camisa do centroavante, do "fazedor de gols", do responsável por dar à torcida seu instante principal de êxtase.

Falando particularmente do meu caso, dá para dizer que a mística da camisa 9 foi responsável pela minha irreversível entrada no grupo dos amantes do futebol. Uma das minhas primeiras lembranças relacionadas ao esporte é a do meu pai me explicando que "9 é o número do centroavante". Eu não fazia ideia do que era o tal de centroavante, mas desconfiei que fosse algo legal - tanto que, dias depois, na compra de uma das primeiras camisas do Santos para mim, fiz questão que o número gravado atrás fosse o poderoso 9.

A presença do 9 também se fez na consolidação daquele que viria a ser meu primeiro ídolo com a camisa do Santos. Paulinho McLaren, centroavante digno de ser chamado de "matador", que usava os típicos mullets da época e marcava grande parte dos poucos gols santistas naqueles tristes anos do começo da década de 1990. A lembrança de Paulinho marcando gols no esburacado gramado da Vila numa segunda-feira à noite - e depois medindo a distância do ponto do chute até o gol, numa promoção das Trenas Starret, em companhia de repórteres como José Luiz Datena e Otávio Muniz - ainda é das mais vivas para mim.

Depois de Paulinho veio Guga. Aliás, "depois" não. Eles chegaram a atuar simultaneamente pelo Santos. Guga chegou ao Peixe após se destacar com a Inter de Limeira na campanha do Campeonato Paulista de 1991. Mas só foi virar referência quando Paulinho deixou a Vila - algo como a sucessão de um imperador por outro.

Tal qual Paulinho, Guga não foi campeão na Vila. Mas também conseguiu o feito de se tornar artilheiro de um Campeonato Brasileiro (o de 1993, no caso). Eles dois, mais Serginho (1983), Viola (1998) e Kléber Pereira (2008), foram os jogadores do Santos que se tornaram artilheiros do Brasileirão - coincidentemente, nenhum deles levantou a taça.



Nove (opa!) anos depois de Guga, mais um centroavante a quem, como torcedor santista, presto tributo: Alberto, o camisa 9 de 2002. Ele começou aquela campanha como o "patinho feio" de um time dominado por jovens jogadores. Não fez gols em suas primeiras partidas e deixou os torcedores com dúvidas sobre suas qualidades. Mas depois desandou a jogar bola e marcou tentos históricos, como o de bicicleta sobre o Corinthians na fase inicial daquele Brasileirão. Depois que saiu do Santos, Alberto nunca mais foi o mesmo.

Mas o post não se restringirá a falar do Santos. Como amante do futebol, reverencio também camisas 9 de outros clubes e países que fizeram história e ganharam minha simpatia. Nesse último quesito, elenco alguns que não foram verdadeiros craques, mas se encaixam na categoria "ídolos de infância": Voeller, Skuhravy (foto), Totó Schilacchi, Gaúcho, Nílson, Gary Lineker, Charles Baiano e outros. Falando um pouco mais sério, não dá para deixar de citar nomes como Evair, Caniggia, Batistuta, Raul, Alex Mineiro, Romário, Luizão e os contemporâneos Ronaldo, Luís Fabiano e Adriano. Deixo claro que alguns deles (Romário é o exemplo mais nítido) não trajaram a dita camisa 9, mas foram "9" como poucos.

Porque não é a tendência da numeração fixa que vai acabar com a mística da camisa 9. Não mesmo!

Chuvas e registro de que a mídia nem sempre é só anti-Lula

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As capas de dois jornais paulistanos nesta quarta-feira, 9, mostram mais ou menos o que aconteceu na cidade de São Paulo no dia anterior. Chuva, lixo na rua, trânsito e caos – até os telefones pararam.



O registro é só para dizer que nem sempre a mídia é só anti-Lula. Às vezes é diferente.

Confesso que estava esperando encontrar alguma manchete ou título de blogue na linha a culpa é do lula:

Chuva livra Lula

Depois de constatada redução de sua popularidade, queda da pré-candidata em pesquisa e aumento de sua rejeição, temporal deixa o presidente fora das manchetes

"Não dê ideia", alguém vai sugerir.

O genial professor Hariovaldo Almeida Prado preferiu, a exemplo de Gilberto Kassab, acusar a gestão da Marta Suplicy. Blogues como o Conversa-Afiada quer aprender a alagar viaduto. O da Dilma, preferem atribuir ao prefeito e ao governador de São Paulo, José Serra, a responsabilidade pelo estrago.

Não é a toa, como lembra Ricardo Kotscho e outros, vinculando o corte de 20% do orçamento da limpeza urbana.

terça-feira, setembro 08, 2009

Troque seu futebol por um cachorro rico

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A maratona começou na madrugada de sexta para sábado, quando fui trabalhar catando lixo no Electric Picnic Festival (à direita), em Stradbally, a duas horas e meia de Dublin. Não é possível descrever em palavras do que se trata esse serviço. Mesmo os novatos, que ainda não tinham passado pela experiência, só foram entender a encrenca depois que chegaram no local (eu já tinha trabalhado no Oxegen Festival, em julho). Bom, chegamos em dois ônibus, 100 desesperados por qualquer euro e trabalho forçado, em uma cidadezinha minúscula onde, num fazendão, aconteceu um festival de 3 dias com atrações musicais 24 horas, milhares de pessoas acampadas, muita bebida, sexo, drogas, lama e lixo - principalmente lama e lixo. Você chega lá, te dão um par de luvas e sacos de lixo e dizem: ''-Catem tudo!''. Simples assim.

Não tem vassoura, nada. Você tem que se abaixar para pegar cada papel, lata, resto de comida, plástico, enfim, tudo. Depois de três ou quatro horas fazendo isso, sem parar um minuto, você não tem mais espinha dorsal, nem sente mais as pernas, os braços, nada. E começa, literalmente, a delirar. Ri sozinho, canta, tem vontade de chorar, esquece o próprio nome, o que está fazendo ali, que raio de lugar é aquele. Começa a catar lixo à meia-noite e, lá pelas sete da manhã, já está em alfa, robotizado, abestalhado. Foi por aí que entrei numa das diversas tendas onde o povo do festival curte música eletrônica, já vazia, e, além da tonelada de lixo me olhando convidativamente, vi um cartaz enorme do uísque Southern Comfort, o preferido da falecida Janis Joplin (que nunca recebeu um tostão por fazer propaganda). Comecei a viajar nessa idéia e, quando voltei ao planeta Terra, olhei para o chão e vi uma lata de cerveja fechada. Limpei o barro da tampa e mandei ver, quente mesmo. Santa Janis!

Bom, depois de todo esse martírio, que vai me render uns 40 euros (pouco mais de 100 reais), cheguei em casa às 10 da manhã, fui dormir às 11 e botei o despertador pras 3 da tarde, pois teria que trabalhar de garçom, ou melhor, de food runner, a partir das 5, no restaurante do estádio Shelbourne Park, que abriga corridas de cachorro (à esquerda). O lugar é enorme, maior que os campinhos da maioria dos times de futebol brasileiro. Além do restaurante, abriga dois fast foods e um café. Food runner é quem pega os pratos de comida na cozinha e, literalmente, sai correndo para levar paras as mesas (os garçons só atendem e comandam os pedidos). Eu estava sendo testado junto com um chileno e um colombiano. Só uma vaga. 100 mesas para atender. Três pratos quentes (pelando de quente) equilibrados em cada braço. 30 lances de escadas. 30 segundos para retornar até a cozinha e pegar mais pratos. E eu praticamente sem dormir, moído da catação insana de lixo...

O público, no restaurante, é basicamente de velhos ricos, muito ricos - que apostam pesado nos cachorros (vai daí o estádio ser um luxo só). Tinha até uma equipe de televisão fazendo uma chamada ao vivo do meio do restaurante, que é uma espécie de arquibancada coberta, acarpetada, com móveis finos e malucos como eu, de camisa social azul turquesa e gravata vermelha, correndo com pratos pra todo lado - várias vezes percebi que as crianças ricas preferiam nos observar do que os cachorros, que levavam os pais e avós a uma histeria e fanatismo piores que os das torcidas de futebol. Tanto que, ao mesmo tempo, quatro telões transmitiam um jogo da Irlanda pelas eliminatórias e, quando o time fez 2 a 1 sobre Chipre, poucos prestaram a atenção (só uma mesa comemorou). E comida vai, prato sujo vem, cachorro corre, velho aposta e, enfim, fui dispensado. O chileno ficou com a vaga.

Mas não fiquei chateado, não. Ou melhor, até um pouco aliviado por me ver longe daquele trabalho alucinante em meio a ricaiada esnobe. Peguei meus 50 euros de pagamento (quase 150 reais) e fui direto para o pub do Australiano, point da brasileirada, para comemorar o aniversário de uma amiga e um amigo e, de quebra, assistir Brasil x Argentina. O primeiro copaço de Foster's, australiana, caiu como se nunca tivesse sentido o prazer de uma cerveja gelada na vida. E por aí foi, até o terceiro gol(aço), de Luís Fabiano (à direita), quando a casa quase desabou com 200 brasileiros pulando e 100 argentinos tentando correr para algum abrigo seguro (inexistente). Com um telão de 3 por 5 metros, e a torcida canarinho cantando e gritando mais do que os torcedores do Boca em La Bombonera, os 90 minutos, a sensação era a de estar no estádio, mesmo. E o melhor: bebendo cerveja. Melhor ainda: o Brasil ganhando. E pra fechar com chave de ouro: tirando várias lasquinhas das argentinas e brasileiras embriagadas e sufocadas na multidão de bêbados.

A comemoração seguiu com festa em um apartamento. Cheguei em casa às 7 da manhã de domingo. Um dos habitantes tinha enchido a geladeira de cerveja (Carlsberg, Stela Artois, Tyskie, Heineken etc). E também tinha uma vodka, trazida da Alemanha. Fui dormir às 2 da tarde, quase um dia após a soneca de quatro horinhas antes de ir para o restaurante. Serviços malucos faço por obrigação. Mas cerveja e futebol, não tem hora! Cheers!

Pelo menos uma vitória

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Peço licença ao interino Moriti Neto para escrever um pouco sobre o jogo São Paulo e Cruzeiro. Esse foi o primeiro jogo do São Paulo no campeonato que assisti com atenção. Já havia também assistido a uma parte do confronto com o Palmeiras, na semana passada, o jogo que ninguém viu mas todo mundo odiou.
O que deu para notar nessas duas partidas é que, se de fato houve uma evolução do time depois que Ricardo Gomes assumiu o comando, esse avanço foi esquecido. No jogo contra o Palmeiras, Dagoberto ainda conseguiu três ótimas jogadas no primeiro tempo, e foi só. Contra o Cruzeiro, a criação foi nula. Uma profusão de passes errados, chutões sem sentido para a frente, faltas desnecessárias. Uma tristeza.

O time mineiro saiu na frente, com toda a justiça. Diego Renan aproveitou a saída errada de bola de Richarlysson - que, verdade seja dita, jogou bem - tabelou com Gilberto e mandou para as redes, aos 43 do primeiro tempo. Antes e depois disso, Rogério Ceni trabalhou bastante.
A vitória do São Paulo só aconteceu porque a zaga do Cruzeiro é uma mãe. O gol de Marlos foi uma baba. O meia foi conduzindo a bola desde o meio de campo numa boa, sem ser incomodado. Quando finalmente um zagueiro chegou perto, ele só cortou para a esquerda e bateu, sem muitas pretensões. Só que o goleiro Fábio engoliu um frango e a bola entrou.
O gol de Borges também foi presente. Dagoberto chegou antes do zagueiro em uma bola que tinha tudo para terminar nas placas de publicidade e cruzou, todo desequilibrado. Borges, que assim como Marlos acabara de entrar, ganhou a corrida dos zagueiros e marcou, aos 36 do segundo tempo. Rogério ainda teve que defender uma bola perigosa antes de comemorar a vitória.
Ganhar é bom, manter tabus contra adversários tradicionais também. A Raposa não vence o São Paulo pelo Brasileiro desde 2004. Num campeonato em que, dizem, o nível está dos piores, também é difícil cobrar muito. Mas que diabos? Depois de uma arrancada digna dos melhores momentos de 2008, o time esqueceu de novo como jogar? Se o motivo disso for a ausência de Hernanes, tanto pior. Significa que as opções do elenco não são das melhores.
Claro que, como foram dois reservas que decidiram o jogo, isso fica parecendo rabugice. Mas parece que o resultado veio muito mais pela sorte que pela qualidade. Vai bastar para o time se manter, pelo menos, entre os 4 primeiros?

André Dias é seleção

Não poderia deixar de comentar a nova convocação de Dunga para substituir os jogadores suspensos no duelo contra o Chile. Entre os nomes de Diego Souza, Diego Tardelli, Cleiton Xavier (que os palmeirense e atleticano do blogue comentem sobre seus jogadores) destaca-se nosso querido grosso, quer dizer, zagueiro, André Dias! Como? Como? Como? O que aconteceu enquanto eu não estava por aqui?

domingo, setembro 06, 2009

O mérito foi só a vitória

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Galo e Santo André mostraram em campo porque um está agora na zona de rebaixamento e outro ficou seis jogos sem ganhar. Foi uma pelada digna da qualidade do gramado, que deveria ter terminado em menos 1 a menos 1 para cada time. Coitado de quem gosta de futebol.


Há algo de bom? Claro, os três pontos são importantes demais num campeonato marcado pelo baixo nível técnico, e ajudam a deixar bem próximo o primeiro objetivo do Galo no campeonato: faltam apenas 8 pontos para fugir de vez do rebaixamento. Depois, se derem mole, dá para tentar buscar uma vaguinha na Libertadores.

Mas para isso Tardelli e Éder Luís têm de voltar a jogar e fazer gols. Hoje, fizeram o que se espera deles, um gol cada um. Está certo que Tardelli perdeu várias chances e aparenta estar inseguro e lento, sei-lá-por-quê. Éder estava no banco, mas quando entrou mudou a partida em que o Galo perdia numa falha de seu goleiro e do zagueiro, com pouco mérito do time de Santo André.

Éder, numa de suas primeiras jogadas, já cavou o segundo amarelo e a expulsão do zagueiro do time do ABC. Na sequência, empatou ao receber na área, virar e concluir. Como a sorte parece ter mudado, Tardelli fez o que quase nunca faz, gol de cabeça. Num cruzamento inacreditável de Carlos Alberto, que tem a média de errar 10 a cada 11 levantamentos. Agora é ver se o time começa a jogar bola de novo contra o Atlético-PR, no próximo domingo.

Com 3 a 1 sobre Argentina, Brasil garante vaga na Copa

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Fernando Vanucchi tinha razão: a África do Sul é logo ali.

A seleção brasileira está classificada para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, com três rodadas de antecedência. A conquista veio numa vitória sobre a Argentina em Rosário, a primeira derrota dos hermanos em seu próprio território em eliminatórias desde o revés histórico contra a Colômbia em 1993.

Que diferença do confronto com o Uruguai no Maracanã em que Romário foi convocado para exercer a função de salvador da pátria e do temor que a "possante" Venezuela gerava em 2002 – com direito a um monte de gente pedindo que Luiz Felipe Scolari convocasse Romário.

Os 3 a 1, com dois gols de Luís Fabiano e um de Luisão, mostrou um escrete canarinho aplicado, catimbeiro e oportunista. Kaká com muita vontade, Elano bem e o camisa 9 voando. Mostrou uma zaga argentina fraca, um meio de campo azul e branco com muitos momentos de síndrome de armandinho – e correria de Messi – e um ataque apagado.

A seleção bateu e apanhou em campo. Uma amostra disso é que Lúcio, Kaká, Luís Fabiano e Ramires receberam o segundo cartão amarelo nas Eliminatórias e não enfrentam o Chile, na quarta-feira, 9, em Salvador. Quem se importa?

Vale notar a aplicação de alguns jogadores, mais do que de outros. Robinho ainda não joga o que se espera dele, mas participa bem e mais. Kaká conduz o time e passou o segundo tempo inteiro marcando Verón quando o camisa 8 tinha a bola. Luís Fabiano, quando fez o primeiro gol, chamou todos os jogadores para comemorar junto. E a festa do elenco inteiro foi imensa. A maior parte de quem está lá, parece que está de verdade.

É muito diferente do que a equipe do mesmo Dunga fez contra o Paraguai em Assunção (a última derrota de Dunga com a seleção principal), contra o Equador e contra a Argentina olímpica em Pequim. E nem se compara com a de Carlos Alberto Parreira em 2006.

Dunga ganha mais moral para a Copa e o Brasil também. O favoritismo sempre significa encontrar times mais fechados, tentando neutralizar jogadas com mais afinco. O técnico vai ter que inventar mais jogadas. Pedir o Fora Dunga, agora, só vale para manter a piada ou por (saudável?) teimosia de mesa de bar. Ou, de repente, para algum argentino.


Muito mais importante é garantir outra coisa: "Fica, Maradona!" O quarto lugar na classificação não é tão terrível quanto os secadores nacionais gostariam e nada que garanta, agora, que el pibe e cia não se encontrem com Zakumi, o leopardo mascote da Copa da África do Sul. Mas é trágico o bastante.

Vagner Love marca 3 (só um vale) e Palmeiras vence Barueri

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No Palestra Itália, quando muito torcedor se encaminhava para o bar para assitir à seleção brasileira se classificar, o Palmeiras cumpriu sua obrigação e venceu o Barueri por 2 a 1.

Todas as atenções estavam voltadas a Vagner Love. Não era por causa de suas trancinhas verdes, mas pela estreia, ao lado do artilheiro da equipe no campeonato, Obina.

Depois de todos os trocadilhos com amor na semana que antecedeu à partida, o atacante balançou as redes do Barueri por três vezes. Só um valeu. Um estava impedido e outro um foi uma paradinha considerada irregular pela arbitragem no pênalti.

Ah, a penalidade máxima sofrida aos 28 do segundo tempo por quem, outrora, era muito melhor do que o Eto'o, foi esquisita, que é um jeito simpático de dizer que o árbitro se complicou.

Diego Souza havia marcado o primeiro gol palmeirense, aos 4 da etapa final, em lançamento de Cleiton Xavier. O Barueri diminuiu com Leandro Castan aos 41. Mesmo longe da Arena Barueri, a equipe visitante foi bem, criou boas oportunidades de gol, deu trabalho a Marcos e poderia ter estragado a festa alviverde de um modo muito mais efetivo do que o ingresso mais caro cobrado dos 23 mil pagantes.

A ausência de Pierre e do que ele representa em termos defensivos fez falta. E vai fazer mais ainda no restante da competição – maldita torção de tornozelo em treinamento.

Com 44 pontos, o Palmeiras se mantém na liderança. Que é o mais importante.