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Eu ouvi no rádio pela manhã. Cheguei no trabalho e procurei no Google Notícias. Não achei. Conversei com o Glauco no MSN. Achamos que era esdrúxulo demais. Então desisiti da busca.
Mas era real.
Um juiz arquivou a queixa-crime de Richarlyson contra o diretor administrativo do Palmeiras, José Cyrillo Jr., que insinuou em programa de TV que o jogador seria homossexual.
O fim da história pouco importa. O que é quase inverídico é a justificativa para a decisão do juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho.
Seguem trechos da matéria da Folha (na íntegra aqui, para assinantes):
"No documento, o juiz sugere que, se [o atleta] fosse homossexual, "melhor seria que abandonasse os gramados".
Em outro trecho, Junqueira Filho diz que "quem se recorda da Copa do Mundo de 1970, quem viu o escrete de ouro jogando (...) jamais conceberia um ídolo ser homossexual".
A seguir, ele afirma: "Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo. Mas forme seu time e inicie uma Federação".
Por fim, Junqueira Filho utiliza uma estrofe popular antes de proferir a sentença: "Cada um na sua área, cada macaco no seu galho, cada galo em seu terreiro, cada rei em seu baralho. É assim que penso"."
Os advogados do jogador já entraram com apelação contra a decisão. Encaminharam ainda reclamação contra Junqueira Filho ao Conselho Nacional de Justiça, por homofobia.
Não merece comentários.
Update: íntegra da sentença aqui