Destaques

sábado, setembro 27, 2008

Vandinho livra a cara de Caio Júnior

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Quando o atacante Vandinho, um dos artilheiros do ano no Brasil por sua atuação no Avaí, se posicionou para entrar no lugar de Ibson, o Maracanã foi quase unânime. A impressionante torcida do Flamengo, que compareceu em mais de 40 mil pessoas mesmo com a torrencial chuva no Rio de Janeiro, xingou Caio Júnior de burro. Era preciso reverter a derrota parcial por um a zero contra o Sport, mas o time, apesar da pressão, não dava mostras de que conseguiria, embora o clube pernambucano, muito recuado, cedesse campo para os cariocas atacarem.

Mas aos 36, Vandinho prende a bola, espera a passagem de Juan, e toca de volta para o lateral fazer o gol de empate. E aos 43, em um jogada curta de escanteio, o mesmo Vandinho finalizou de cabeça, com um peixinho que fazia jus ao encharcado gramado. Vitória de virada que garante o clube no G-4 nesta rodada, já que o São Paulo, imediatamente atrás, tem duas vitórias a menos.

Enquanto o Sport confirmou sua performance de time caseiro (28,5% de aproveitamento fora de casa), o goleiro Bruno, ao fim da partida, agradeceu o apoio e também a cobrança da torcida rubro-negra que enfrentou o temporal. E esse foi o diferencial em 2007 que trouxe o Mengão para cima. A incrível massa que, no mínimo fio de esperança que o time lhe dá, se agarra nele e carrega elencos medianos para o alto.

E o Goiás?

Foi a quinta vitória seguida, incontestável novamente. O líder do segundo turno derrotou o Vitória por 3 a 0 e mantém sua incrível recuperação. A equipe de Hélio dos Anjos já tem 42 pontos e quem se destacou na partida foi o lateral-esquerdo Júlio César, que marcou dois gols e deu assistência para o tento de Paulo Baier. A quatro pontos do G-4, o clube esmeraldino dá pinta de que pode chegar.

Já o Atlético (MG) só empatou com o Figueirense do xerife Mário Sérgio em casa, 0 a 0, e fica um pouco mais distante do bloco de cima. Como o fim da rodada deve deixar o Galo entre sete e cinco pontos da zona de perigo, o resultado não é desesperador, mas o mau futebol jogado contra uma equipe que vem em queda livre é um sinal de alerta.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Inchaço aumenta Eurocopa para 24 times

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A Eurocopa de 2016 - que ainda não tem sede definida - trará uma novidade em relação às edições anteriores: terá 24 times na disputa pelo segundo caneco inter-seleções mais importante do mundo.

É um aumento de oito times em relação ao modelo atual, que vigorará até 2012, e de impressionantes seis vezes mais em relação ao sistema de disputa que a competição européia adotou em sua estréia, em 1960, e manteve até 1976.

Aliás, uma adequação, em nome do purismo: os 24 times em questão não disputarão a Eurocopa, e sim a fase final da Eurocopa. Tal qual ocorre com a Copa do Mundo, o torneio europeu tem eliminatórias que, oficialmente, são consideradas fases prévias do mesmo certame.

E é justamente nas eliminatórias que mora a razão pelo inchaço, segundo alegam os dirigentes da Uefa (cujo cartola maior, vale lembrar, é Michel Platini). São 51 times na disputa pelas vagas e os responsáveis consideraram ser importante dar chance a outras seleções. Assim, evita-se o risco de ver equipes tradicionais na busca pelo título - o que ocorreu na edição desse ano, quando os ingleses tiveram que assistir à Euro pela TV.

Ainda não tenho opinião formada sobre a medida da Uefa. A primeira coisa a dizer é algo como "fizeram isso pra ganhar dinheiro!", "é o futebol virando negócio!", "tem dedo da Globo nisso aí!". O que realmente faz algum sentido. Futebol é mesmo negócio, e daí? Alguém ainda acha o contrário? Tenho certeza que muitos que aprovarão a idéia torceriam o nariz para a medida se ela fosse implantada no Brasil ou na América do Sul, e ainda lançariam aquele maldito bordão: "só no Brasil isso acontece".

Por outro lado, sou rigidamente contra competições com 24 times. O regulamento da nova Euro será semelhante ao que a Copa do Mundo teve entre 1986 e 1994. Os times se dividirão em seis grupos de quatro equipes, e avançarão os dois primeiros de cada chave mais os quatro melhores terceiros colocados. É um sistema estranho, que permite a "classificação por índice técnico", que é injusta em sua essência - são comparados em pé de igualdade desempenhso de times que enfrentaram adversários diferentes. Vale lembrar, aliás, que foi por essa via dos "melhores terceiros colocados" que a Argentina avançou ao mata-mata da Copa de 1990, e o final da história os brasileiros lembram com pesar.

Lembrando que a Eurocopa de 2012 acontece em duas sedes, Polônia e Ucrânia. A de 2008 foi realizada na Áustria e na Suíça e teve a Espanha como campeã.

Visita ilustre

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Aluguei novamente o filme "Pelé eterno", de Aníbal Massaini, pois antes só tinha visto uma cópia pirata com qualidade sofrível. Daí descobri os extras, que só o DVD oficial tem. No making off, há cenas cortadas da edição final e, entre elas, uma reunião caseira de Pelé com os três filhos de seu primeiro casamento, Edinho, Jennifer e Kelly. E o Rei do Futebol exemplifica as dificuldades que seus compromissos como jogador impunham à convivência familiar com uma passagem doméstica hilária:

- Um dia, quando o Edinho era bem pequeno, eu voltei de uma longa viagem e foi ele que abriu a porta. Na hora, surpreso, ele saiu gritando: "-Mãe, mãe, vem ver! O Pelé está na nossa casa!".

O polêmico show de McCartney em Israel

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Ontem o ex-beatle Paul McCartney apresentou o show "Amizade primeiro" em Tel Aviv, Israel, para aproximadamente 40 mil pessoas. O evento foi cercado por muita polêmica e o britânico teria até mesmo recebido ameaças de morte por parte de fundamentalistas islâmicos, que encaravam sua presença no país como um apoio velado à política israelense em relação aos palestinos. O músico negou qualquer intenção nesse sentido e garantiu que estava lá para passar "uma mensagem de paz".

O curioso é que o ex-baixista da maior banda pop da história só agora pôde pisar em solo israelense, 43 anos depois do seu conjunto ser banido do país. O governo tomou essa medida em 1965 por acreditar que os Beatles poderiam "corromper moralmente" a juventude local. Durante muito tempo atribuiu-se a proibição à primeira-ministra Golda Meir, mas uma nova versão dá conta de que a mesma foi feita por uma junta cultural.

A propósito disso, estranhei ontem ler um texto do jornalista Nahum Sirotsky, correspondente do IG e da RBS em Israel, a respeito do show de McCartney. Dizia ele que "os israelenses esperaram 43 anos para ver um 'beatle'. A mais famosa banda do século passado negava-se a vir à região devido ao conflito israelense-palestino". A proibição do governo se tornou, no texto, uma recusa dos próprios Beatles em irem a Israel. Talvez o autor tenha ignorado o pedido oficial de desculpas do embaixador do país em Londres feito para McCartney, Ringo e Starr e também às famílias de John Lennon e George Harrison.

Mas o fato é que a apresentação do ex-beatle trouxe à tona novamente a questão do boicote de artistas a Israel. O produtor Shahaf Schwartz conta que metade dos shows acertados no ano passado foram cancelados, o que deve se repetir em 2008. A incerteza é tanta que as pessoas só acreditam de fato que uma apresentação vai ocorrer quando está próxima da data prevista. Antes, ninguém arrisca.

A Campanha pelo Boicote Cultural e Acadêmico a Israel, movimento fundado pelo analista político palestino Omar Barghouti, envia cartas e comunicados a diversas personalidades pedindo que não compareçam a Israel, tentando repetir a tática utilizada em relação à África do Sul à época do apartheid. O governo israelense nega que haja qualquer similitude entre uma situação e outra. Mesmo assim, em junho deste ano o cineasta Jean Luc Godard desistiu de participar de um festival no país, segundo assessores, influenciado também pela pressão política. A Campanha pelo Boicote enviou uma mensagem ao francês que perguntava: "Você foi a um festival de cinema africâner durante o apartheid na África do Sul? Por que Israel, então?".

A pressão também fez com que o ex-Pink Floyd Roger Waters mudasse o local de um show em 2006, inicialmente marcado para Tel Aviv. Ele realizou sua apresentação em um lugar simbólico que mostra a possibilidade de os dois lados conviverem lado a lado: o povoado árabe-judaico de Neve Shalom. Antes, pichou a frase "derrubem o muro" em um dos painéis de concreto que formam a barreira construída por Israel na Cisjordânia. À época, declarou: "Isto é uma construção horrenda. Já vi fotos dela, já ouvi falar muito dele, mas sem estar aqui não é possível imaginar até que ponto é terrivelmente opressivo e como é triste ver as pessoas passando por estes buraquinhos. Isso é uma loucura."

Ressentimento de Alckmin será o fiel da balança

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Numa noite dessas, entre espetos e garrafas num fórum adequado, eu e os camaradas comentávamos sobre a cristianização do tucano Geraldo Alckmin na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Todos sabem que o colega de partido José Serra, governador do Estado, boicota sua campanha em favor da reeleição do atual prefeito Gilberto Kassab (DEM). E este será um fator determinante para definir qual dos dois enfrentará Marta Suplicy, do PT, no segundo turno. Na última pesquisa da Datafolha, ela apareceu com 37% das intenções de voto. Kassab e Alckmin (foto acima) estavam empatados com 22%, mas o primeiro só cresce.

A briga é antiga e o possível desfecho era exatamente o tema de nossas conjecturas na mesa do bar: no segundo turno, se passar o democrata, Alckmin apoiará? E se passar o tucano, Kassab subirá no palanque? O palpite consensual, no buteco, foi de que ambas as hipóteses são bem improváveis. Porque o fiel da balança será o nível de ressentimento de Alckmin, nem um pouco desprezível caso fique fora do segundo turno - afinal, ser fritado publicamente pelo próprio partido, que detém a máquina do estado mais rico do país, é coisa muito séria. Significa que, se permanecer no PSDB depois disso, sua carreira política será de coadjuvante para baixo.

E o tal ressentimento de Alckmin já começou a dar as caras. Primeiro, lançou uma provocação em sua campanha: "Em 96, Kassab estava com Pitta; em 98, Kassab estava com Maluf; em 2008, Kassab está com Quércia. Na mesma época, Geraldo estava com Serra, com Covas e, agora, com o PSDB" (notem que ele diz que estava com Serra, e agora está com o PSDB...). O democrata - com evidente bênção de Serra - rebateu com adesivos dizendo "Sou tucano, voto Kassab". Alckmin cogitou produzir outro adesivo, com golpe baixo: "Não existe meio tucano nem meio traidor". Kassab cutucou novamente a ferida, hoje, ao declarar que seu governo "também é tucano, sim".

No frigir dos ovos, se a imolação política de Alckmin for confirmada com sua ausência no segundo turno, podemos ter três situações bem interessantes. Segundo o camarada Glauco Faria, Geraldinho pode optar por apoiar Kassab (mas nenhum de nós acredita nisso), ou enfiar o rabo entre as pernas e declarar que não apóia ninguém, ou chutar o pau da barraca de uma vez e apoiar Marta. Este seria o primeiro passo para abandonar o PSDB e desembarcar em outro partido que lhe trate com um pouco mais de respeito, como o PTB, por exemplo. Concordamos todos que a idéia, para ele, não é ruim. Mas estaria Alckmin tão ressentido assim? Façam suas apostas.

Kléber, telefone pro Dunga e diga: não me convoque

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Novamente convocado por Dunga para as Eliminatórias da Copa do Mundo, Kléber voltou a admitir que não está bem. "Sei que não estou rendendo o mesmo do ano passado", disse. "Mas jogando bem ou mal, quero estar em campo, tanto pelo Santos quanto pela Seleção". As partidas são contra a Venezuela, no dia 12, e contra a Colômbia, dia 15.

No Santos, se ele quiser jogar em má fase, eu não tenho nada a ver com isso – os alvinegros da Baixada que reclamem. Mas defendo que ele vá além e abra a vaga. Vá ou telefone para o treinador Dunga e diga assim:

– Professor, não me convoque. Pelo menos até eu voltar a jogar bola.


Engraçado, né?

Tudo bem, eu sei que não vai acontecer e a esperança santista é de que, numa dessas, ele faça um bom jogo e arrume um contrato pra jogar fora do país. Mas Dida fez isso. Riquelme também, mas não foi atendido. Bergkamp na Holanda é outro caso. Cada qual por seus motivos.

Então resta outra questão: e o Marcelo olímpico que foi bem em Pequim? Por que não?

Sai Ronaldo Gaúcho, entra Mancini
Transferido da Roma para a Inter de Milão, o ex-lateral ex-Atlético-MG Mancini foi convocado para a meia. Quem ficou em casa para isso acontecer foi Ronaldinho Gaúcho, o reserva barrigudo do Milan. Isso faz sentido.

Tipos de cerveja 17 - Northern English Brown Ale

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As cervejas do tipo ale castanhas inglesas estão divididas em dois subgrupos que se definem de acordo com considerações geográficas. Mais secas e com mais lúpulo do que as do sul daquele país, diferenciam-se também por terem um sabor mais próximo de frutos secos do que de caramelo. Segundo o site português Cervejas do Mundo, as Northern English Brown Ale têm cor que varia de âmbar escuro a castanho-avermelhado, espuma pequena e pouco duradoura e sabor doce que lembra malte e biscoitos. Quem tiver curiosidade pode procurar a Newcastle Brown Ale, a Goose Island Hex Nut Brown Ale (à esquerda) ou a Samuel Smiths Nut Brown Ale (à direita).

quinta-feira, setembro 25, 2008

Corinthians a poucos passos da Série A

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O Corinthians venceu o Bragantino na noite de ontem, em São Paulo, por 2 a 0. Com a vitória, o Timão fez 61 pontos, 16 a mais que o quinto colocado (o primeiro fora do acesso) e 13 à frente do vice, faltando 11 rodadas para o fim do torneio. Mais algumas vitórias e a viola vai definitivamente para o saco.

Sobre o jogo, fazia um bom tempo que eu não conseguia parar pra assistir uma partida do time e fiquei feliz com o que vi. O Corinthians foi pra cima logo de começo e o Bragantino não achou muito ruim, dada sua proposta de se defender e tentar os contra-ataques. O problema do pessoal do interior foi que o Timão conseguiu pressionar e marcar bem no meio de campo,neutralizando o rival. Para se ter uma idéia, em determinado momento do primeiro tempo, a TV dava 76% de posse de bola para o time da capital.

Apesar do domínio, as chances de gol não foram tantas assim, mas o placar da primeira etapa poderia ter sido mais elástico. O gol foi de Dentinho, em troca de passes iniciada por Douglas. No segundo tempo, o Corinthians recuou um pouco, mas não levou nenhum susto do pessoal de Bragança e conseguiu fazer o segundo num contra-ataque. Passe de Douglas para um foguete de André Santos, golaço.

Douglas foi o destaque do time. Se mexe bastante, protege bem a bola, limpa a jogada e distribui o jogo. Muito bem mesmo. As melhores jogadas saíram pelo lado direito do ataque, com Douglas, Dentinho, Elias e Alessandro. Do lado esquerdo, Morais e André Santos não estiveram em noite muito inspirada em termos de criação, talvez por não contarem com a ajuda de um atacante, já que Herrera joga mais fixo. O volante Cristian estreou muito bem. Marca firme, tem noção de cobertura e toca a bola de cabeça erguida.

Com ele, vai se formando um elenco com opções interessantes para o ano que vem. Temos bons meias, o que quase nenhum outro time no país hoje tem, bons volantes, bons zagueiros, um bom lateral-esquerdo e um direito mais ou menos, pero cumplidor, e um bom goleiro. Falta pelo menos um atacante bom, daqueles que botam medo no adversário. Se vierem dois desses, melhor ainda. Não que eu não goste de Dentinho e Herrera, mas falta pontaria, poder de decisão.

Estão falando de Deivid. Se estiver jogando alguma coisa parecida com o que fez no próprio Corinthians e no Cruzeiro, é o cara que eu quero. Mas como estão falando do cara, não creio que ele venha, deve ser só um balão de ensaio. O outro nome é Brandão, que está na Rússia e eu não faço idéia de como joga. E quem sabe o “agrado” feito ao Coritiba não rende um contrato com o Keirrison?

Fim de uma era?

O ex-presidente e candidato a imperador do Corinthians Alberto Dualib solicitou hoje sua exclusão do quadro de associados do clube. A notícia está no Blog do Juca, que lembra que a manobra visa apenas se antecipar “à inevitável expulsão que estava por vir na reunião do dia 30 no clube”. Nesi Curi, ex-vice-presidente, acompanhou o chefe e também se despede do clube. São boas notícias. Seriam melhores se a atual diretoria não guardasse tantos pontos de contato com a antiga, entre eles o apaixonado mergulho nos mares da MSI. Que venham mandatários melhores para o alvinegro de Parque São Jorge. A Fiel, como toda torcida, merece.

Explicação cristalina sobre o caos no mercado financeiro

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Recebi por e-mail estes dias um texto explicando de forma clara e inequívoca o caos nos mercados financeiros internacionais. Parece que uma galera já publicou o texto, mas creio que cabe bem no coidiano de nossos leitores (dos autores, com certeza, cabe). E essa proximidade, freireanamente, facilita a compreensão. O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em entrevista exclusiva ao Futepoca, também deu sua contribuição, mais completa, para explicar a crise.

Uma curiosidade garimpada pelo colega Anselmo é que uma parte do pessoal mudou o nome do dono do bar: de Biu, que é apelido de Severino, para Zé. Não descobri o autor, mas se ele aparecer, pode tomar uma no bar do seu Biu na minha conta, que merece. E diz pro Biu (ou pro Zé) pendurar. Dá uma olhada:

O seu Biu tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "na caderneta" aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados. Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).

O gerente do banco do seu Biu, um ousado administrador formado em curso de emibiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo o pindura dos pinguços como garantia.

Uns seis zécutivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.

Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Biu ).

Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.

Até que alguém descobre que os bêubo da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do seu Biu vai à falência. E toda a cadeia sifu.

Um 0 a 0 em grama sintética

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Nem para pasto serviria o gramado do estádio Nacional onde foi realizada a partida entre Palmeiras e Sport Ancash. O uso de piso sintético faz o campo adquirir coloração semelhante à que tinham os jogos do Desafio ao Galo. E é uma ótima desculpa para não apresentar futebol.

Da próxima vez em que eu me apresentar com a bola nos pés, vou exigir o gramado sintético pra dizer que a bola corre mais, que não estou habituado. Capaz que vão acreditar que não se trata de limitações do meu futebol.

Pelo menos a representação de verde limão siciliano não teve de colocar seu mistão para jogar nos 3.050 metros de altitude de Huaraz, à beira dos Andes.

A partida poucas chances claras de gol e Regalado, do Ancash, terminou expulso. "Jogão" pela Sétima edição da Sul-Americana, patrocinada por uma multinacional de automóveis.

Melhor empatar fora do que perder, como aconteceu com o Botafogo que trouxe uma derrota simples diante do América de Cali, dono do melhor ataque da competição, justamente ao lado da Estrela Solitária. Grave foi para o time de Quito, já que o Boca Juniors ensacou a LDU, campeã da Libertadores, por 4 a 0 em Buenos Aires. Já o atual dono do caneco da Sul-Americana, o argentino Arsenal, perdeu de 2 a 1 em La Plata, contra o Estudiantes.

A volta acontece na quarta-feira, dia 1º.

A premiação da Sul-Americana é estimada é de R$ 3 milhões, divididos entre campeão e vice. Foi assim em 2007. A Copa Mercosul, ao que consta, dava US$ 3 milhões para o campeão e outro milhão para o vice.

Para quem está disputando o título brasileiro, a viagem a Lima seguida de embarque para Recife, para enfrentar o Náutico, é um teste de resistência para parte do elenco. Depois de ver o jogo, me veio a dúvida com mais força: precisava?

quarta-feira, setembro 24, 2008

Praga do Zé: promoção já tem finalistas

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Depois de muito debate, saíram os finalistas da promoção Praga do Zé.

As sete mais elaboradas pragas enviadas pelos internautas agora disputam no voto para saber quais os ébrios leitores do Futepoca preferem. Dunga foi o preferido, mas também tem praga contra o Ricardo Teixeira, contra argentino e até contra as organizadas violentas.

Ricardo Teixeira e Branca de Neve

VOCÊ, RICARDO TEIXEIRA! VOCÊ que colocou o Dunga na Seleção! Irá encontrar a Branca de Neve, toda linda e virgem. Ela irá lhe chamar de "meu príncipe". Mas na noite de núpcias, você irá brochar!
Helbert Wagner – Belo Horizonte-MG

Pulgas nas nádegas dos argentinos

Que as Pulgas de mil camelos infestem as nádegas dos argentinos e seus braços sejam muito curtos para coçar. Muhahahaha!
Valeska dos Santos – São Paulo-SP

Soneca na rede

Você, você e somente você! Se não acordar para o que a Seleção está se tornando, terá seu nome mudado para o de outro anão: Soneca! E passará a eternidade dormindo em uma rede, entre as traves de um gol, durante uma disputa de pênaltis! Isso irá acontecer, se você não acordar pra nossa Seleção!
Rodrigo Cesar – São Paulo-SP

Hayden Christensen como Dunga no cinema

Dunga, sua criaturazinha abjeta, seu luciferiano da pior espécie, tua extirpe jamais vingará, e teus meias se chamarão todos Josué! Vai perder todos os jogos, mas, pior, nem tua mãe, nem o saudoso povo de BH, nem o Lula vão assistir! E quando forem fazer a versão hollywoodiana do tetra quem vai interpretar teu papel vai ser o Hayden Christensen!
Alan Vieira – São Paulo-SP

Dunga no Timão

Se voces não me derem esse exemplar, o Corintians será treinado pelo Dunga e passará a vida perdendo amistosos para Chipre, Ilhas Virgens, Ipatinga e outras grandes equipes do futebol mundial.
Daniel Pereira – Rio de Janeiro-RJ

Seleção na várzea

Que você, você e todos vocês da seleção brasileira de futebol, sejam obrigados a disputar campeonatos de várzea, sem receber salário, caso não comecem a deixar a preguiça de lado e a jogar o futebol que parecem ter esquecido.
Thomas Missfeldt – Sao Bernardo do Campo-SP

Torcidas organizadas violentas

Atenção ao grito que vem do precipício negro: lá, donde as profundezas guardam todas as dores infligidas pela danação, sairá um fogo tão grande e tão tremendo que queimará suas bandeiras, suas línguas arderão e suas mãos jamais segurarão coisa alguma. Assim será se quaisquer torcidas agirem novamente com violência. Assim será!
Rodrigo Sava – Iguaba Grande-RJ

Vote:

Qual é a melhor Praga do Zé?




As três mais votadas levam um exemplar do livro Prontuário 666.

Luxa e Muricy, reis dos pontos corridos. Leão, o "recuperador"

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A fórmula dos pontos corridos, regra do campeonato brasileiro desde 2003, vem mudando aos poucos a forma com que os times trabalham seu planejamento. Ou pseudo-planejamento, na maioria dos casos. E os treinadores também se adaptam, uns mais outros menos, a esse tipo de disputa.

Dois técnicos se sobressaem na era dos pontos corridos. Vanderlei Luxemburgo tem dois títulos: 2003, com o Cruzeiro, e o de 2004, com o Santos, além de um vice em 2007. Também classificou o time da Vila para a Libertadores em 2006 e não disputou uma das edições, o Brasileiro de 2005, período de sua fracassada experiência no Real Madri. Muricy Ramalho também foi duas vezes campeão com o São Paulo (2006 e 2007), além de ter obtido um vice no conturbado campeonato de 2005 (independentemente da questão do mérito ou da justiça da anulação dos jogos “viciados”, ninguém há de discordar que essa é a edição sui generis da série que se inicia em 2003).

Curiosamente, os dois comandantes se dão melhor com as competições de pontos corridos ou que misturam essa fórmula com uma fase final. Quando é mata-mata puro e simples... Muricy só venceu a Conmebol de 1994 com o expressinho do São Paulo e Luxa só obteve o título da Copa do Brasil de 2003 com o Cruzeiro e o pouco expressivo Rio-São Paulo de 1997 com o Santos. Libertadores, ambos perderam chances preciosas, sendo que o atual técnico palmeirense sequer chegou a uma final.

Leão, o “recuperador”

O vice-campeonato de 2003 com o Santos foi a melhor colocação alcançada por Emerson Leão nos Brasileiros desde então. Na verdade, de lá pra cá, seu trabalho em nacionais foi mais o de recuperar times no meio do caminho do que prepará-los desde o início, algo que tem se mostrado fundamental para times campeões ou que chegaram na Libertadores (ver quadro abaixo).

Em 2004, Leão pegou o São Paulo pós-Cuca na trigésima rodada e o time patinava na sétima colocação. O Tricolor terminou em terceiro, classificado para a edição da Libertadores do ano seguinte, da qual seria campeão. Em 2005, nova corrida de recuperação, desta vez com o Palmeiras. Assumiu o comando do Palestra na décima-terceira rodada, substituindo Paulo Bonamigo, que havia deixado para o sucessor uma equipe na décima-sexta posição. Leão classificou o time para a Libertadores com o quarto lugar.

Já em 2006 e 2007 a luta do técnico foi para tirar equipes do rebaixamento. No primeiro ano foi o caso do Corinthians, lanterna do campeonato com Geninho. Na vigésima rodada, Leão assumiu e conseguiu conduzir o time para a nona posição ao fim do Brasileiro. No ano seguinte, foi a vez do Atlético (MG), que o técnico Zetti havia deixado no décimo-sétimo lugar. Seu sucessor deixou o clube em oitavo.

Até agora, Leão é o único que classificou entre os quatro primeiros do Brasileirão três times diferentes: Santos, São Paulo e Palmeiras. Luxemburgo pode igualar a marca em 2008.

Intrusos no seleto grupo

De acordo com a atual classificação do Brasileirão, considerados os oito primeiros colocados, lá estão os “reis” Luxa, brigando pelo título, e Muricy, um pouco mais atrás e ainda na briga. Leão, agora no Al Saad, estará ausente pela primeira vez de um Brasileirão por pontos corridos. Tirando esses três nomes, nenhum outro técnico conseguiu por duas vezes classificar um time para a Libertadores nesse período do Brasileirão.
Caio Júnior, do Flamengo, já sentiu o gostinho de colocar uma equipe na Libertadores. Foi em 2006, com o Paraná, mas nunca disputou efetivamente o título da competição. Dorival Júnior, hoje no Coritiba, pode também repetir o feito que conseguiu com o Cruzeiro em 2007.

Os dois grandes intrusos desse seleto grupo até agora são Celso Roth, do líder Grêmio, e Adilson Batista, do terceiro colocado Cruzeiro. Nenhum deles conseguiu classificação para a Libertadores comandando uma equipe nesse formato da competição e o gremista tem como trabalho de destaque a campanha do Goiás em 2004, quando conseguiu levar o clube planaltino à sexta colocação. Assim como eles, Vagner Mancini (Vitória) e Ney Franco (Botafogo) também não levaram nenhuma equipe até a Libertadores. Pelo jeito, o seleto clube dos treinadores bem sucedidos nos pontos corridos vai ganhar novos adeptos. Difícil saber se permanecerão lá em 2009. Confira abaixo os classificados de cada ano.

2003

Cruzeiro – Vanderlei Luxemburgo
Santos – Emerson Leão
São Paulo – Roberto Rojas
São Caetano – Mário Sérgio (até a 20ª rodada), Nelsinho Baptista (até a 22ª) e Tite
Coritiba – Paulo Bonamigo


2004

Santos – Emerson Leão (até a 4ª), Vanderlei Luxemburgo
Atlético (PR) – Julio Piza (até a 2ª), Levir Culpi
São Paulo – Cuca (até a 29ª), Emerson Leão
Palmeiras - Jair Picerni (até a 6ª), Estevam Soares


2005

Corinthians – Daniel Passarella (até a 3ª), Márcio Bittencourt (até a 28ª), Antônio Lopes
Internacional – Muricy Ramalho
Goiás – Édson Gaúcho (até a 12ª), Geninho
Palmeiras – Paulo Bonamigo (até a 12ª), Emerson Leão

2006

São Paulo – Muricy Ramalho
Inter – Abel Braga
Grêmio – Mano Menezes
Santos – Vanderlei Luxemburgo
Paraná – Caio Junior

2007

São Paulo – Muricy Ramalho
Santos – Vanderlei Luxemburgo
Flamengo – Ney Franco (até a 15ª, mas com quatro jogos por fazer), Joel Santana
Fluminense – Renato Gaúcho (já classificado pela conquista da Copa do Brasil)
Cruzeiro – Dorival Junior

terça-feira, setembro 23, 2008

No butiquim da Política - Exceções expõem a regra

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CLÓVIS MESSIAS*

O deputado estadual Vanderlei Siraque, do PT (à esquerda), candidato a prefeito em Santo André, pediu licença não remunerada dos trabalhos na Assembléia Legislativa. Não receberá seu salário. O parlamentar argumentou que não é possível conciliar os compromissos da candidatura com as responsabilidades legislativas. E foi além, dizendo que o acúmulo acaba atrapalhando as duas agendas. "Como poderia justificar ao eleitor minha presença na rua, pedindo voto, quando deveria estar no plenário trabalhando?", observou.

O buteco e os corredores do Palácio 9 de Julho gostaram da atitude do deputado/ candidato, tema, aliás, muito bisbilhotado. A rapaziada diz não se tratar de ser mais ou menos ético. Mas, sim, de perceber que não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo. Ou faz-se campanha para prefeito discutindo temas municipais ou trabalha-se no legislativo visando às necessidades do Estado. Dos 30 parlamentares candidatos a prefeito, somente mais cinco tomaram atitude semelhante à de Siraque: Carlinhos Almeida, do PT de São José dos Campos, Darcy Vera, do DEM de Ribeirão Preto, Roque Barbieri, do PTB de Birigüi, Marcos Bertaiolli, do DEM de Mogi das Cruzes, e Mário Reali, do PT de Diadema.

Aqui no butiquim, o pessoal acredita que transparência deveria ser construída assim, com atitudes iguais as que tiveram estes cinco deputado. Cada parlamentar ganha, na Assembléia Legislativa de São Paulo, uma verba de R$ 120.000,00 por mês, assim distribuída: R$ 14.600,00 como salário, R$ 18.600,00 para verba de gabinete e R$ 86.100,00 para contratar 16 funcionários. Por isso, perguntar a quem eles servem - ou o que priorizam - sempre é uma atitude necessária.

*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino e dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa de São Paulo. Escreve a coluna "No butiquim da Política" regularmente para o Futepoca.

Celular é mais perigoso que dirigir bêbado

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Um estudo publicado recentemente em Londres, na Inglaterra, comprova a tendência de criminalização exagerada da manguaça: segundo a pesquisa da RAC Foundation, em parceria com o Laboratório de Pesquisas do Trânsito (TRL, na sigla em inglês), a troca de torpedos pelo celular atrapalha muito mais os motoristas do que se estivessem sob o efeito de álcool ou drogas. Na análise de comportamento entre 17 motoristas com idade entre 18 e 24 anos, as reações dos motoristas foram 35% mais lentas quando dirigiam enquanto escreviam ou liam mensagens de texto pelo celular. Além disso, a capacidade de controle no volante foi prejudicada em 91% e a habilidade em manter a distância com relação aos outros carros também caiu.

Resultados de pesquisas anteriores haviam demonstrado que as reações ficavam cerca de 21% mais lentas entre motoristas que dirigiam sob o efeito da maconha e 12% mais lentas entre os motoristas que haviam bebido além do limite considerado legal na Grã-Bretanha. Nick Reed, pesquisador do TRL, afirma que a distração com o celular "resulta em uma diminuição na capacidade de reação e de controle do veículo que colocam o motorista em um risco maior do que se estivesse consumido álcool no limite legal para direção". Já o diretor da RAC Foundation, Stephen Glaister, observa que, na opinião da maioria dos participantes do estudo, dirigir bêbado era a prática mais perigosa no trânsito. "No entanto, os resultados mostram que o motorista que envia torpedos enquanto dirige é muito mais incapacitado do que aquele que bebeu além do limite legal de álcool", desmistifica.

E aí? Por que não aprovam uma "Lei Surda"? Os manguaças do mundo denunciam: isso é preconceito! E discriminação!

segunda-feira, setembro 22, 2008

Cachaça, arroz, ovo e lingüiça: receita do Palhares

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Meu sobrenome tem origem ibérica. Digo isso porque, apesar de meu trisavô ter sido um legítimo português, do nome (Manoel) aos bigodes, já ouvi falar que os Palhares também têm seu ramo na Espanha. Aqui no Brasil, pelo o que sei, a família se dispersou primeiro por Minas Gerais. Meu pai conta que nossos ascendentes viveram um tempo na cidade mineira de Ouro Fino, antes de irem para o interior de São Paulo, onde nasci. Numa comunidade do orkut sobre os Palhares, a grande maioria dos participantes é de Minas - e isso com certeza tem a ver com minha espontânea e absoluta identificação com os mineiros e sua maneira de ver e viver o mundo. Pois bem, faço esse preâmbulo porque, apesar de (infelizmente) ainda não conhecer Belo Horizonte, um de seus redutos boêmios mais tradicionais é o Café Palhares, que neste ano está completando sete décadas de existência. E foi lá que surgiu uma das comidas de buteco mais famosas do país: o Kaol (acima, à esquerda) - sigla de cachaça (com "k", por uma questão de estilo), arroz, ovo e lingüiça.

Reza a lenda que o Café Palhares foi fundado pelos irmãos Antônio e Nilton Palhares Diniz em junho de 1938, na rua Tupinambás, quase esquina com a avenida Afonso Pena - onde funciona até hoje. Em 1944, foi vendido ao uberabense João Ferreira ("Seu Neném") e seu cunhado Aziz. Hoje, o lugar é administrado por João Lucio e Luiz Fernando, filhos de "Seu Neném". Quem chega ao estabelecimento já vê uma placa dependurada na parede com o seguinte dizer: "Ser mineiro é comer um Kaol". Batizado pelo radialista e boêmio Rômulo Paes, o prato foi incrementado com o passar do tempo e, a partir da década de 1970, adicionou à cachaça, arroz, ovo e lingüiça a farofa, couve e torresmo. Hoje, a lingüiça pode ser trocada por pernil, carne cozida, dobradinha, língua ou peixe. E ainda leva molho de tomate por cima, como toque final. De fato, uma ótima pedida antes de começar ou depois de enfrentar uma bebedeira.


Ah, e o melhor é que, além do Kaol, que inclui cachaça, o Café Palhares (foto acima) também tem a ver com o Futepoca pelos outros dois motivos: sempre foi um local de encontro político e futebolístico. Era freqüentado por gente como Juscelino Kubitschek e Magalhães Pinto e por lá sempre passavam os candidatos em campanha eleitoral. Quanto ao futebol, basta dizer que, antes de existir o Mineirão, eram vendidos lá os ingressos para os jogos do Atlético-MG e do Cruzeiro no estádio Independência. Ou seja: parada obrigatória para os futepoquenses e simpatizantes em BH.

Som na caixa, manguaça! - Volume 25

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Os melhores músicos sobem ao palco, os melhores músicos tocam num bar
(Oswaldo Montenegro)

Que canção se cantar num bar?
Pra quê?
Calendário sem data o bar
Me olhando assim tonto
Esperando a primeira emoção nascer
Gritar pra ir pro tombadilho
Em busca de ar puro
Me ama que eu juro que 'inda sei amar
Como amam nas catedrais
Os reis que não sabem cantar
E vós sabeis o que é ter a voz
E não ter mais a sensatez
De estar no momento propício
O ofício na voz é trazer benefício ao hospício de Deus
Que cantava entre as canções de adeus
Misturava talvez os sons
Dos seus com os nossos perdões
Me perdoa e não diz a Zeus
Que nós já não temos o Olimpo
E o nosso tesouro é garimpo sem ouro
E o coro de um bar
É a reza com fé sem Deus

(Do CD "Mulungo", Som Livre, 1992)

Só falta um ponto

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O empate do Grêmio com o Atlético-PR na Arena da Baixada e o repeteco de vitória palmeirense sobre o Vasco no Palestra Itália, desta vez por 2 a 0, incendiaram de vez a corrida pelo caneco do Brasileirão.

Curioso foi ver o Flamengo voltar ao G-4 com uma combinação curiosa de resultados. A magra vitória de 1 a 0 em casa diante do Ipatinga. Com isso, o favorito ao rebaixamento retoma a lanterna absoluta, porque a Portuguesa venceu o Botafogo no Canindé por 3 a 1. O São Paulo empatou, e tudo ficou bom para o Rubronegro.

O Cruzeiro, ao vencer o Figueirense com chuva de gols, manda avisar que não está tão morto quanto eu imaginava, apesar dos quatro pontos que o separam do líder e dos três do vice-líder. Com o 4 a 3 sofrido, o time de Florianópolis alcançou 55 gols sofridos.

A tabela montada pelo Globoesporte com o aproveitamento dos campeões nos últimos três anos em comparação com o Grêmio vale a pena ser analisada:






LíderAnoAprov.
Corinthians200564,1% - 50 pontos
São Paulo200664,1% - 50 pontos
São Paulo200771,8% - 56 pontos
Grêmio200864,1% - 50 pontos



É que, tirando o São Paulo de 2007, todos os outros tinham, à 26ª rodada, os mesmos 50 pontos do Tricolor Gaúcho. Isso é só pra lembrar que ainda faltam 12 rodadas de torcida (e secagem) para – se tudo der certo – o Grêmio não cumprir a escrita da era dos pontos corridos e deixar escapar o título.

O Empatador

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O São Paulo é um time esquizofrênico. Sem razão aparente, de um jogo para o outro muda a forma de jogar de uma maneira tão intensa que não parece a mesma equipe. Revisando todos os resultados até agora, o que se encontra é uma alternância entre ótimos jogos (contra o Atlético-MG e o Palmeiras no 1º turno e os dois contra o Flamengo, por exemplo) e empates modorrentos. Derrotas? Poucas, só 5, uma a menos que o líder Grêmio.

O problema é que os empates modorrentos estão quase empatando com as vitórias. Ao fim da 26ª rodada, são 11 contra 10. Ninguém empatou tanto. Nenhum time se arrisca tão pouco para vencer, como se a vitória ainda valesse 2 pontos.

O jogo de agora há pouco na Ilha do Retiro, contra o Sport, foi uma prova disso. No final do jogo, um empate em 0 a 0, Muricy Ramalho tirou Dagoberto, que até estava se esforçando e dando trabalho para a defesa do Sport, para a entrada de Richarlyson. Qualé, Muricy? Queria garantir o empate fora de casa?



É evidente que o São Paulo saiu da luta real pelo título, se é que um dia esteve nela. O que resta é a vaga na Libertadores, que também está bem difícil. Mas esse time realmente me intriga pela irregularidade. Eu entendo que contar com Éder Luis e André Lima para fazer gol é de chorar. O último acabou com TODOS os ataques do São Paulo que passaram por seus pés no jogo contra o Sport, porque não consegue dominar uma bola. E ainda perdeu um gol incrível no rebote do chute de Hugo, que bateu na trave.

Mas e o resto do time? O que pensar quando Jorge Wagner não acerta os cruzamentos, sua especialidade? Quando Hernanes erra boa parte dos passes? A defesa, que era porto seguro no ano passado, volta e meia faz suas lambanças. Essa resposta eu não tenho, só sei que o Muricy vai ter que rebolar para fazer o time ser mais regular. Enquanto isso, só me resta torcer contra os outros - e torcer para a Lusa, que devolveu a lanterna para o Ipatinga, não cair.

ps: só para registro: a arbitragem de Djalma Beltrame foi um desastre. Sorte dele que o jogo foi tão ruim e os jogadores estavam tão desinteressados que nenhuma porradaria mais forte aconteceu.

domingo, setembro 21, 2008

F-Mais Umas - Raikkonen turbinado

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CHICO SILVA*

A Fórmula-1 está às portas de um acontecimento histórico. No próximo final de semana, será disputada a primeira prova noturna da história da categoria. O palco da competição será Cingapura, ilha-estado espremida entre as gigantes Malásia e Indonésia, no Sudeste Asiático. Corridas disputadas à noite não chegam a ser novidade. Pilotos da MotoGP, Nascar e F-Indy já experimentaram a sensação de acelerar sob os efeitos da iluminação artificial. Mas, de toda a forma, será interessante ver Felipe Massa, Lewis Hamilton & Cia rasgando a noite asiática a 300 quilômetros por hora.

E eu estarei de olhos bem abertos em Kimi Raikkonen (foto acima). Nessa hora, o finlandês da Ferrari, que por seus gostos e hábitos é o piloto preferido desta coluna, costuma acelerar em outras pistas, digo, balcões. Fico imaginando a contrariedade do manguaça quando informado do horário da disputa, cuja largada está prevista para as 20hs locais. No Brasil, infelizmente, a prova começa, como sempre, às 9hs da manhã do domingo. Mas, como todo cachaceiro que se preze, creio que Raikkonen já esteja tramando algo para compensar as quase duas horas de bebedeira perdida.

Desconfio que a garrafinha de água que os pilotos levam no cockipit será abastecida com outros aditivos. Em decorrência do calor do lugar, que a noite costuma passar fácil dos 30 graus, a coluna sugere, além da vodca, o destilado favorito do cara, drinques que combinem com a temperatura da região, como caipirinha, dry martini e mojito. Só cuidado com o bafômetro...

Troque seu óleo composto por um "azeite de combate"
Em uma conversa com meu grande amigo e companheiro de copo, o também jornalista Eduardo Marini, estávamos lamentando a dificuldade de encontrar um azeite qualquer nos pés-sujos em que almoçávamos. Confesso que sou louco por esse divino suco de azeitona prensada. E, para a minha desilusão, os botecos são territórios dominados pelo chamado óleo-composto, aquele que vem com um 1% de azeite e 99% de óleo de soja. É o reinado do Maria (à direita), o mais famoso deles. Nada contra o simpático produto, que por anos irrigou as saladas lá de casa. Mas, de uns tempos para cá, os chamados "azeites de combate" - e nem estou falando de um badalado extra virgem da Toscana ou do Peloponneso - se tornaram mais acessíveis.

Os grandes atacadistas já dispõem de uma boa oferta de azeites de segundo escalão portugueses, argentinos e espanhóis. A diferença de preço diminuiu sensivelmente. Ao trocar o óleo composto por um azeite modesto, o dono do buteco, além de agradar a freguesia cotidiana, ainda poderia conquistar novos clientes, pois teria um algo a mais a oferecer em relação à concorrência. Deixo aqui meu apelo para os meus queridos Zés, Antônios e Raimundos. Façam as contas e entrem nessa campanha. Seus fregueses ficariam imensamente agradecidos.


*Chico Silva é jornalista, wilderista (fanático por Billy Wilder) e nelson-piquetista. Em futebol, 60% santista, 40% timbu pernambucano. Bebe bem e escreve semanalmente a coluna F-Mais Umas para o Futepoca.