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Sempre ouvi dizer que são-paulino não vai a estádio - e acho que deve ser verdade. Folheando o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre Costa (Editora Abril, 2005), consegui recapitular, um a um, todos os jogos do meu time que paguei ingresso para assistir. E a freqüência não é nada admirável: em 25 anos, compareci na arquibancada em apenas dez partidas do São Paulo. Se existe algo de positivo é que, nestas ocasiões, vi o tricolor paulista ser derrotado apenas uma vez, na final do Brasileiro de 1989, no Morumbi, pelo Vasco da Gama - sim, senhores, eu vi in loco o fatídico gol de cabeça de Sorato (foto acima).
A primeira vez que vi o São Paulo de perto foi aos 9 anos, em 27 de julho de 1983, em Taquaritinga (SP). A partida era válida pelo Paulistão e eu entrei em campo com os jogadores. Lembro de ter pedido autógrafo até para o técnico Mário Travaglini, que achou graça (devia ser muito raro, para ele, esse pedido). Agnaldo abriu o placar para o tricolor no primeiro tempo e Sena empatou para o time da casa no segundo. Final: 1 a 1. No Paulistão seguinte, em 15 de novembro de 1984, o São Paulo voltou a Taquaritinga com sua grande atração naquele semestre, Casagrande. Eu estava lá e também garanti seu autógrafo. Casão não decepcionou: abriu o placar logo aos 26 minutos de jogo (Pita e Renato "Pé Murcho" completaram o 3 a 0).
Já em 4 de fevereiro de 1987, meu pai me levou para conhecer o Morumbi. De quebra, pude testemunhar a imortal linha de ataque Muller-Silas-Careca-Pita-Sidney (foto acima). Era a segunda partida das oitavas do Brasileirão de 86 e o São Paulo eliminou a Inter de Limeira por 3 a 0, com dois do Silas e um do Careca. No final daquele mês, o tricolor venceria o Guarani nos pênaltis, em Campinas, e conquistaria seu segundo título nacional.
Depois disso, só voltei ao estádio para ver meu time em 16 de dezembro de 1989, na já citada decisão do Brasileiro (1 a 0 para o Vasco). Aos 18 anos, deixei a casa dos meus pais e fui morar em Ribeirão Preto (SP). No prazo de um ano, o time do Telê tinha conquistado o Brasileiro, o Paulistão e a Libertadores. Fui ao Santa Cruz em 30 de julho de 1992, para assistir São Paulo x Botafogo-SP, que abriu o placar com Bira. Foi uma dureza para meu time empatar, mas Muller garantiu o 1 a 1 naquele confronto do Paulista (que o tricolor também conquistaria). Após o empate, choveu pedrada em cima dos são-paulinos. Saímos do estádio escoltados.
Quando fui fazer faculdade em Campinas, vi dois jogos, ambos pelo Brasileirão e contra o Guarani, no Brinco de Ouro: em 19 de novembro de 1993 (vitória por 1 a 0, gol de Guilherme) e em 1º de setembro de 1999 (outra vitória, 3 a 2, gols de França, Souza e Marcelinho Paraíba, com desconto de Luiz Fernando e Marcinho). Daí me mudei para o Ceará e veio um longo "jejum" de São Paulo no estádio. De volta às terras paulistas, reencontrei meu clube no Morumbi, em 15 de julho de 2006, contra o Figueirense. Ricardo Oliveira abriu o placar, Tiago Prado empatou para os catarinenses e André Dias, aos 46 do segundo tempo, fechou em 2 a 1.
No ano passado, em 7 de julho, levei minha filha mais velha, Letícia, para conhecer o Morumbi (exatamente duas décadas após o meu pai ter feito o mesmo por mim). São Paulo e Flamengo fizeram um belo jogo, com várias finalizações perigosas. Ilsinho perdeu um gol feito no último minuto (foto ao lado), mas o resultado foi mesmo 0 a 0. Para completar, voltei ao estádio em 1º de setembro, sendo premiado com um 6 a 0 sobre o Paraná, com dois gols de Aloísio, dois de Dagoberto, um de Souza e outro de Leandro. Vamos ver, agora, se me animo a assistir mais dez jogos no estádio nos próximos 25 anos. Mas, sem cerveja, acho muito difícil...