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Voltando a lembrar no blogue o saudoso Waldick Soriano, que morreu na última quinta-feira (dia 4) de câncer de próstata, reproduzo abaixo um testemunho impagável de Neil Son, do blogue Quase pouco de quase tudo:
Em uma de minhas vidas passadas, trabalhei em grandes gravadoras de discos. Uma das minhas primeiras tarefas era acompanhar Waldick Soriano em uma série de entrevistas e visitas a rádios do ABC paulista. Antes, é claro, coube também a mim, montar a agenda do cara, entrando em contato com todas as rádios, marcando os compromissos, confirmando tudo com o artista, etc. Finalmente, marquei com o Waldick de encontrá-lo às 8 da manhã de uma segunda-feira no lobby do glorioso Hotel Jandaia - São João, quase esquina com Barão de Limeira. Chego lá e o cara da recepção me diz: ‘Seu Waldick tá ali no boteco tomando café’. Atravesso a rua e fico pasmo ao constatar que o ‘café’ do nosso herói era o seguinte: três copos (três!) de caracu com ovo (casca e tudo), batido no liquidificador. Me disse: ‘três vezes por semana é isso: três copos que me garantem, três vezes por semana, dar três sem tirar!’ (...)Outra história que encontrei foi a de Toinho de Zé Antonio, dono de um dos bares mais antigos e tradicionais da cidade de Sumé, na Paraíba, e fã incondicional de Waldick Soriano (na foto ao lado, aparece abraçado ao cantor). O admirador conta outra história sobre a predileção do recém-falecido pela manguaça: "Ele veio duas vezes para Sumé. A primeira não contou porque ele estava muito bêbado e sem fala, quem levou o show foi o Maurício Reis". No documentário que Patrícia Pilar fez com Waldick, o que mais aparece é copo na mão, como conta o pesquisador musical e colecionador Josué Ribeiro, do blogue Música Popular do Brasil, que foi conferir a obra no Ponto Cine, em Guadalupe, no Rio de Janeiro: "Com dez minutos de exibição, um estudante gritou: 'Vai pro AA, bebum!'. Daí por diante, em cada cena que Waldick entornava um mé, era aquele alvoroço. 'Larga o copo, tiozinho!', 'De novo, tio?'. Confesso que nada me distraiu, até mesmo quando um fã de Waldick, cheio de álcool até a tampa, dá seu depoimento, para diversão geral da platéia".
Pra encerrar o papo, antes de abrir mais uma cerveja, fiquem com uma frase de Waldick Soriano: "Digo sempre que cachaça e mulher não fazem mal a ninguém". Realmente, vai o homem, fica o mito. Ou o bafo! Salve, Waldick! E que no céu existam muitos butecos, cabarés e churrascarias para você cantar e seguir sua trilha etílica!