Destaques

sábado, outubro 11, 2008

Os efeitos da crise no andar de baixo e no mundo da bola

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Conversando com um taxista no centro da capital paulista, pude perceber que os primeiros efeitos da crise mundial já começaram a atingir o andar de baixo da estrutura social brasileira. Calma, não estou falando de um efeito dominó da quebradeira estadunidense ou de consequências macro-econômicas para o país, mas sim do que vem acontecendo com o pessoal que trabalha junto à Bovespa, prédio localizado na rua XV de Novembro, na região central paulistana.

Com a histeria e a depressão (emocional e financeira) dos homens de terno da Bolsa, começaram a haver cortes de funcionários no local em que se grita mais do que em estádio de futebol. E, pelo relato do condutor, os primeiros atingidos foram os ascensoristas. Agora, o pessoal engravatado tem que apertar o botão do elevador se quiser se locomover dentro do edifício. Esse esforço hercúleo é recompensado com a economia de custos, obviamente.

Outro efeito foi a suspensão do convênio - em geral informal - com os taxistas locais. O motorista contou que a cada 15 dias o pessoal do ponto levava os recibos para receber o dinheiro das viagens de táxi do pessoal da Bolsa. Mas isso acabou sendo suspenso. Quem quiser pegar táxi, que tire do próprio bolso. De fato, consequências funestas para o bem-estar dos convivas da Bovespa.

*****

Mas a crise também gerou problemas (ou justificativas) no futebol brasileiro. No Botafogo  , por exemplo,  os salários estão atrasados dois meses, assim como uma premiação de R$ 150 mil pelo time ter entrado no G-4 a certa altura do campeonato. Mas, por conta da crise financeira dos EUA o clube aguarda que a situação se estabilize, para evitar que na hora de captar dinheiro no mercado financeiro sejam aplicados juros muito altos.

Já no Atlético (MG), a culpa por salários em atraso também cai nas costas da crise mundial. De acordo com Antônio Silva Passos, vice-presidente do conselho deliberativo, o clube tem a documentação pronta e assinada para obter recursos e saldar seus compromissos com jogadores e funcionários, mas, por causa da quebradeira estadunidense, os "bancos não querem ceder dinheiro. Infelizmente, numa hora muito ruim. A folha de pagamento quando pega um, pega todo mundo". Segundo ele,  "tem alguns atleticanos que estão doando cestas básicas [para os funcionários]. Eles estão recebendo pelo menos o necessário." E a culpa é da crise.... 
 

sexta-feira, outubro 10, 2008

Decomposição exponencial da espuma de cerveja

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No mundo das abobrinhas, está repercutindo a notícia de que, pela primeira vez, brasileiros foram agraciados com o Nobel da pesquisa esdrúxula (ou Annals of Improbable Research, publicação do humorista estadunidense Marc Abrahams). O arqueólogo Astolfo Araújo (à direita), da USP, e seu colega José Carlos Marcelino, do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo, foram premiados "por demonstrarem que tatus são capazes de bagunçar sítios arqueológicos". O estudo é sério e foi publicado no periódico Geoarchaeology em 2003. (Piada interna impossível de reprimir: "-Astolfo! Que história é essa de tatu, Astolfo? Você ganhou o Nobel esdrúxulo por pesquisar tatu, Astolfo? Meu Deus! O que eu fiz de errado, meu Deus? Você não tem mais o que fazer, Astolfo? Você só me envergonha, só me envergonha! Não agüento mais, Astolfo! Assim não dá!!!)

Bom, mas fuçando na web para saber mais sobre o tal Nobel, descobri um trabalho de suma importância para o público manguaça, premiado em 2002. Arnd Leike, um físico alemão da Universidade Ludwig Maximilians, em Munique, usou espuma da cerveja para ensinar estudantes sobre a análise de dados experimentais. Para isso, utilizou três tipos de cerveja em seus experimentos: a Erdinger Weissbier, a Augustinerbräu München e a Budweiser Budvar. O cidadão encheu um caneco cilíndrico com uma garrafa recém aberta e então mediu a altura da espuma por 15 vezes em um período de seis minutos, produzindo gráficos (acima, à esquerda) a partir dos dados coletados. Ou seja: ele pesquisou a forma como a espuma da breja abaixa! O trabalho, essencial para a raça humana e batizado pomposamente de "Decomposição exponencial da espuma de cerveja", foi publicado pelo European Journal of Physics.

Depois de todo esse esforço, claro, Leike (à direita) bebeu toda a cerveja. Mas sua idéia e a do Astolfo nem chegam a ser as mais extravagantes do Annals of Improbable Research. A edição deste ano, por exemplo, premiou também Deborah Anderson, professora de ginecologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que, em 1985, num estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, comprovou que não só a Coca-Cola tem efeito espermicida como a Coca Diet parece funcionar melhor ainda. E o psicólogo Geoffrey Miller, da Universidade do Novo México, demonstrou, usando dados de 18 voluntárias, que dançarinas de striptease ganham mais dinheiro no pico de seu período fértil. O imprescindível estudo foi publicado pela revista Evolution and Human Behavior. Vejamos outras pesquisas fundamentais:

2001
O prêmio na categoria Medicina foi atribuído ao estadunidense Peter Barss, por seu relatório médico sobre os machucados provocados pela queda de côcos. Jack e Rexella Van Impe, de Rochester Hills, Estados Unidos, levaram na categoria Astrofísica pela descoberta de que os buracos-negros têm todos os requisitos técnicos para serem a localização do inferno.

2002
Karl Kruszelnicki, da Universidade de Sydney (Austrália), levou na categoria Pesquisa Interdisciplinar por fazer uma pesquisa sobre os fiapos de tecido aprisionados no umbigo. K.P. Sreekumar e G. Nirmalan (in memorian), da Universidade Agrícola de Kerala, na Índia, ganharam na categoria Biologia pelo seu relatório estimando a área total de superfície dos elefantes.

2003
Os australianos Jack Harvey, John Culvenor, Warren Payne, Steve Cowley, Michael Lawrence, David Stuart e Robin Williams venceram na categoria Física pelo relatório "Uma Análise das Forças Necessárias para Arrastar Ovelhas sobre Várias Superfícies". Já os cientistas Stefano Ghirlanda, Liselotte Jansson e Magnus Enquist, da Universidade de Estocolmo (Suécia), foram premiados pelo artigo "Frangos Preferem Humanos Bonitos".

2004
Os canadenses Ben Wilson e Lawrence Dill, o inglês Robert Batty, o dinamarquês Magnus Wahlberg e o sueco Hakan Westerberg comprovaram que os arenques se comunicam por meio de puns.

"Quem é esse aí?"

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Em Peruíbe, a eleição para a prefeitura foi vencida por Milena Bargieri (PSB), filha do ex-prefeito Gilson Bargieri. Até aí nada de mais, não fosse pelo fato de que a candidatura de Milena foi oficializada dois - isso mesmo, dois! - dias antes das eleições. 

O cabeça de chapa era Gilson, pai da agora futura prefeita. Ele conduziu toda a campanha mesmo sob a possibilidade de uma possível impugnação, já que as contas de sua administração na prefeitura (finalizada em 2004) estavam sob a mira do Tribunal de Contas. E, na sexta-feira anterior ao pleito, o golpe final: a Justiça havia determinado que Gilson não poderia mais ser candidato, então a coligação (que, além do PSB, envolvia mais oito partidos) deveria indicar outro nome. Milena foi a escolhida.

A substituição, ainda que de última hora, é prevista em lei. E a legislação determina outra questão que torna a situação ainda mais pitoresca - como não havia tempo hábil para a alteração da foto do candidato na urna eletrônica, quem digitou os números de Milena Bargieri deu de cara com Gilson na tela. Por isso a pergunta que dá título a esse post. Deve ter tido eleitor tomando um susto danado ao topar com a cara de Gilson ao invés da jovem candidata, de 30 anos. Mas é mais provável que tenha ocorrido o contrário. A militância do PSB, aliás, merece parabéns por ter esclarecido a situação aos eleitores a tempo.

Eleita, Milena disse que seguirá a proposta de administração apresentada pelo pai durante a campanha. Ela toma posse em 1º de janeiro, a não ser que, por motivos de força maior, seja obrigada a se ausentar por algum período - é que ela está grávida de oito meses e o intervalo da eleição até a posse é menor do que a licença-maternidade prevista em lei. Esperemos.

Coronel Ustra é responsabilizado por tortura

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A Justiça de São Paulo tomou ontem uma decisão que não parecia ser factível. Apontou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra como responsável por atos de tortura praticados contra César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida. Eles foram presos em 1972 e torturados nos porões da ditadura.

Como a Lei da Anistia está aí, toda pimpona, para impedir que os responsáveis pela tortura no período da ditadura militar sejam punidos (há controvérsias aqui e aqui), a ação é meramente declaratória. Serve para que ele seja formalmente apontado como responsável pelas torturas que aconteceram sue seu comando.

Não é nada, não é nada, é coisa pra caramba num lugar em que muita gente, quando ouve falar em punição para torturadores, já manda um "mas tem que punir os torturadores de esquerda", como se a luta armada contra o regime tivesse torturado alguém.

Cabe recurso à decisão. Esperemos que todas as decisões sejam como esta e que possamos discutir um tema tão importante como adultos. Está na hora de perceber que sem punição, a tortura praticada pelo Estado continua, como vemos nas ações policiais por aí.

Marta, politize a eleição!

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Em 1994, durante a campanha presidencial, passava pelo Vale do Anhangabaú quando presenciei um diálogo entre um rapaz que tomava conta de uma barraquinha do PT e um transeunte. O pedestre provocador brincou: "De novo o Lula? Esse não vai ganhar nunca!". O petista respondeu, raivoso: "Claro que não vai. O povo é burro".

Pensei comigo que se os militantes tivessem essa atitude, Lula não venceria nunca mesmo. O tempo passou, o partido e seus adeptos mudaram, assim como a cena política. Mas quando vejo alguns e-mails circulando "culpando" a população por dar a vitória a Kassab no primeiro turno, o fantasma desse petista de 94 volta à minha mente.

Desnecessário dizer que existe uma carga de preconceito muito grande contra Marta Suplicy, por inúmeras razões. Também fica claro que a classe média paulistana, inclusive muitos daqueles que ascenderam à classe C, portam valores segregacionistas e que colaboram para perpetuar a desigualdade que ofende qualquer pessoa com o mínimo de sentimento de justiça social. Mas, para se vencer uma eleição, é preciso trabalhar com esses dados, só lamentar ou xingar não adianta. E não dá para dizer também que todos os eleitores de Kassab são preconceituosos ou elitistas e aí está o "X": saber porque essas pessoas votam nele.

O PT ganhou duas eleições municipais na capital paulista. Ambas graças, em grande medida, ao voto útil anti-malufista que trouxe parte da classe média para junto das candidatas do partido. Com a derrocada do malufismo, o PSDB e agora Kassab ocuparam o posto de opositores ao PT e, pior para Marta, o alcaide não carrega a enorme rejeição que o pepista Maluf sempre trouxe consigo.

Portanto, resta a Marta fazer algo que não foi feito no primeiro turno: tentar desconstruir a administração Kassab. Dizer que ele teve mais dinheiro à disposição na prefeitura é praticamente admitir que ele fez uma boa gestão, uma capitulação antes da hora. É preciso atacar os pontos fracos e que afetam o dia-a-dia da população. Um deles é o trânsito que se encontra nessa situação caótica também por conta dos parcos investimentos feitos no transporte coletivo nos últimos quatro anos. A gestão de Marta tinha um bom plano para a área com a construção de corredores em toda a cidade, que foi praticamente abortado pela atual administração. Por que não discutir isso? Porque aceitar a agenda imposta por Kassab com o lenga-lenga do investimento do metrô, algo que não vai representar melhora a curto ou médio prazo, algo que o paulistano exige ou deveria exigir?

Marta adotou jingles da campanha de Lula, mas poderia adotar também uma atitude que ajudou o petista a superar Alckmin no segundo turno em 2006. Ali, ele politizou o debate quando colocou em pauta a questão da privatização e encurralou o tucano. Por que não fazer o mesmo com Kassab, comparando as prioridades de cada uma das duas administrações – a antiga e a atual - e também cobrando dele posições tomadas como deputado federal e secretário de Celso Pitta? Mesmo que venha a perder, Marta estará dando uma contribuição importante a um processo eleitoral tão pobre em idéias e discussão política de fato.

*****

Em tempo. Assim como Marta foi alvo de ataques homofóbicos na eleição de 2000, agora Kassab também vem sendo vítima do mesmo tipo de expediente. Além de ser algo absolutamente condenável, é um tiro no pé de quem acha que isso hoje em dia ainda funciona.

Publicado originalmente no Blog do Rovai

quinta-feira, outubro 09, 2008

As "novas feras" de 1998

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Se tem um tipo de gente que acho sacana é aquele que, depois que algo se consolida, estufa o peito pra dar uma de profeta do acontecido. Ou, de outra forma: aquele que hoje em dia combate algo que era senso comum em determinada época e depois se revelou um fracasso, como que para dar uma de intelectualmente superior.

Justamente por odiar esse tipo de comentário, não o farei. Mas será tarefa difícil.

Toda essa introdução porque me foi apresentada, esses dias, uma capa que a revista Placar fez no ano de 1998. Com a manchete "As novas feras", a publicação elencava quatro jogadores que se destacavam no Brasileirão daquele ano. Os atletas foram chamados de "geração Luxemburgo" - numa referência ao então recém-empossado técnico da seleção brasileira - e, ao longo da revista, dizia-se que eram alguns dos fatores que faziam o Campeonato Brasileiro daquele ano ter um ótimo nível técnico, fundamental para que os torcedores esquecessem a até hoje traumática final da Copa da França.

Mas o fato é que nenhum dos quatro jogadores destacados por Placar acabou por ter uma carreira das mais impecáveis.

O melhor de todos, com sobras, foi Vampeta. Ele jogou demais no Corinthians, tanto em sua primeira passagem, quando foi bi-campeão brasileiro pelo clube, quanto na segunda, quando foi campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil em 2002 e carimbou seu passaporte para a Copa do Mundo daquele ano (cujo título foi comemorado com a épica cambalhota na rampa do Planalto). Mas sua carreira teve manchas que o impediram de ser consolidada como a de um "world class": a passagem pelo Flamengo, marcada pela emblemática e auto-explicativa frase "eles fingem que pagam e eu finjo que jogo" e o final triste, que incluiu participação no rebaixamento do Corinthians durante o Brasileirão de 2007.

Felipe talvez venha em segundo lugar nessa lista. Seu início de carreira foi fulminante. Apareceu no Vasco como um lateral-esquerdo rápido e habilidoso, e que ainda ia bem nas bolas paradas. Foi convocado para a seleção algumas vezes mas depois entrou num período de instabilidade que se mantém até hoje. Passou por inúmeros clubes - Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Fluminense e alguns do exterior - e em todos eles foi marcado pela irregularidade. Alternava ótimas partidas com sequências de más atuações e períodos de inatividade causados por seguidas contusões.

Contusão, aliás, é palavra de ordem ao se falar da carreira de André. Apareceu para o mundo do futebol na metade da década de 1990 como destaque no gol do Internacional. Logo o compararam a outro arqueiro revelado no Beira-Rio, um tal de Taffarel. Foi para a seleção em 1997 e, no ano seguinte, dirigiu-se ao Cruzeiro, que procurava um substituto para Dida. E aí se iniciou o calvário do goleiro. Sucessivas contusões, em partes diferentes do corpo, o impediram de ter uma carreira consistente no clube azul. Voltou para o Inter e encerrou a carreira defendendo o Juventude. Vai para aquela lista de jogadores de quem não se sabe exatamente o que poderiam ser, dada a imensa quantidade de lesões.

Por fim, Fábio Júnior. Este teve um início de carreira meteórico. Seu Brasileirão de 1998 foi supremo - arrisco dizer que foi um dos melhores campeonatos que vi alguém fazer. Tanto que não foi surpresa quando o Cruzeiro o negociou por 15 milhões de dólares com a Roma, no final daquele ano. A partir daí, a carreira do centroavante degringolou. E olha que ele nem pode colocar a culpa nas lesões. Retornou ao Cruzeiro, foi para o Palmeiras, jogou no Atlético-MG e em nenhum desses times foi sombra daquele craque que pintava no segundo semestre de 1998. Hoje, já em fim de carreira, está no Bahia, onde ainda não jogou por pendências burocráticas.

Enfim, erros assim acontecem em todos os lugares do mundo. Aliás, digo mais: não dá para chamar isso de erro. É apenas um chute mal dado, digamos assim. E brincar de futurologia faz parte da maneira com a qual vemos o futebol.

As lições do "mestre" Luxemburgo a seu pupilo santista. E o árbitro.

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Dizem que Márcio Fernandes conversa cotidianamente com Vanderlei Luxemburgo. Talvez tenha aprendido com seu "mestre" como jogar fora de casa. Afinal, Luxa não tem retrospecto bom quando disputa partidas longe de seu domínio. Sua passagem em 2006 pelo time que o diga, quando não venceu nenhuma partida fora do estado de São Paulo durante todo o Campeonato Brasileiro. Ontem, Fernandes entrou com o mesmo time da última partida, à exceção de Fábio Santos, que entrou no lugar de Kléber. No entanto, a postura foi diferente.

Tomou um gol logo no início, desatenção comum nos últimos confrontos do Peixe, como nos jogos contra Goiás e Portuguesa. Mesmo tocando bem a bola, já que é característica de seus jogadores e da forma como a equipe é armada, o Alvinegro foi pouco incisivo durante boa parte dos 90 minutos. A bem da verdade, o time da casa também ameaçou pouco, mas teve a vantagem durante quase todo o tempo, o que permitiu que esperasse o Santos em seu campo e explorasse contra-ataques.

E onde Fernandes falhou? Se de fato ele conversa com Luxemburgo, devia saber que, para tirar a sobra de um esquema de três zagueiros, deve colocar mais um homem à frente. Fez isso aos 33 do segundo tempo, com a entrada de Tiago Luís. Substituição previsível, assim como a de Pará. Mas a entrada de Carleto no lugar de Fábio Santos mostrou o erro capital do treinador. Ele colocou o ex-são-paulino e cruzeirense para reforçar a defesa. O time, capenga, só atacava pela lateral direita com Wendel, enquanto o canhoto guardava a posição. Carleto, quando entrou aos 43 do segundo tempo, cobrou uma falta venenosa que quase empatou o jogo. Demonstrou, em um lance, que o treinador errou ao colocá-lo na reserva. De novo, o comandante alvinegro foi covarde fora de casa. Como seu mestre Luxa costuma ser.

O árbitro

Reza a lenda que quando um árbitro quer prejudicar uma equipe, não o faz em lances capitais. Ontem, Marcelo de Lima Henrique, em todos os lances duvidosos, apitava a favor do Grêmio. Todos. Quem quiser e tiver paciência, assista ao teipe da partida. Mas não se limitou a isso. No início da partida, deixou de dar uma falta em Kléber Pereira que poderia redundar até em expulsão do defensor gremista, além de uma oportunidade próxima à área. O jogo estava zero a zero.

No final, com a pressão santista, o cidadão achou por bem expulsar Fabiano Eller em uma falta em que ele sequer tocou no rival. Lance interpretativo, pode-se alegar. Mas o fato de ter deixado de marcar uma penalidade escandalosa a favor do Santos mostrou que a "interpretação" só pesou para um lado. Confesso que há tempos não sentia tanta raiva de uma arbitragem. Se todo homem de preto for "caseiro" (é o melhor que se pode falar do cidadão...) como este, explica-se o número de vitórias dos times da casa no campeonato.

Pra quem não lembra, o homem do apito de ontem é o mesmo que atraiu a ira de botafoguenses na final da Taça Guanabara contra o Flamengo. Também foi julgado pela Comissão Disciplinar do STJD, por não ter feito o relato correto dos fatos em campo que resultaram na denúncia do então treinador santista Cuca, após o jogo entre Vitória e Santos. O comandante do time teria supostamente xingado o árbitro.

Bairrismo

"A atuação do árbitro foi muito boa, nada a reclamar. Grêmio, favorito ao título do Campeonato Brasileiro". Foi assim que o "comentarista" Regis Nestrovski finalizou a sua participação televisiva após a partida no Olímpico da Sportv. De fato, as transmissões da emissora são curiosas pelo fato do profissional encarregado de comentar a partida ser local. E daí que eu, que sempre critico o egocentrismo paulista do pessoal de cá, caio do cavalo. O tal Nestrovski é de um tal bairrismo que envergonha qualquer pessoa que espera um mínimo de equilíbrio em um narração esportiva.

Um fórum na internet diz que o mesmo produziu a seguinte pérola durante uma partida do Juventude contra o Ceará, em Caxias do Sul. "Não sei se o time do Ceará está nervoso porque está aqui, que parece outro país, totalmente diferente do Ceará, é uma Europa que fala português, e os jogadores estão nervosos por causa disso... talvez porque aqui fez 3 graus esta noite e os jogadores não estão acostumados a este clima..."

Realmente falta critério pra conceder um microfone a determinadas pessoas...

Opa! O nome disso é treino

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Para quem é criticado por não ter jogadas em seu time, o treinador da seleção brasileira Dunga pôs o time para jogar pelas laterais no coletivo da Granja Comari. É o que narra Luciano Borges.

Seja com os laterais bem abertos ou com os meias fechando pelo meio para tabelar com os atacantes, a aposta é nessa modalidade de ação para vencer as defesas. Além de inverter o jogo, transferindo a bola de lado o tempo todo.

Bom, até eu que sou mais besta reclamei disso no último jogo contra a Bolívia, no Engenhão, junto da apatia crônica que de vez em quando volta a abalar a equipe canarinho desde os tempos de Carlos Alberto Parreira. A minha avaliação era de que o problema era técnico.

Jorginho, assistente, ficou ensinando jogador a cruzar ao mesmo tempo em que reclama que os adversários fecham as laterais para evitar jogadas de ultrapassagem, aquelas em que alguém tabela com o lateral na altura da grande área para permitir a jogada de fundo, em velocidade. Será que é mais fechado do que a entrada da área?

Bom, independentemente disso, é fato que treino é treino, jogo é jogo. E o time tinha ensaiado jogadas de bola parada, só não tentou conseguir faltas e escanteios.

Tomara que o time entre com o Daniel Alves na direira e sem o Kléber pela esquerda. Mas não deve ser isso a acontecer no domingo, contra a Venezuela, às 17h.

Adriano, convocado de última hora para o posto de Luis Fabiano, treinou como titular. Assim como Elano, ao lado de Kaká, em vez de Ronaldinho Gaúcho e Diego. Robinho também vai a campo. Será que vão cumprir o que o técnico mandou?

Foto: CBFNews

Adriano (centro) vai de convocado de última hora a titular?

O "futebol de macho" dos tempos de Chicão

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Foi pelo post do Frédi, ontem, que fiquei sabendo da morte do ex-volante Chicão (foto), titular do São Paulo na década de 1970, que assumiu a posição de Roberto Dias, outro que se foi recentemente. Longe de mim contestar sua violência em campo, eternizada pelo lance em que pisa cruelmente sobre a perna quebrada do meia Ângelo, do Atlético-MG, na decisão do Campeonato Brasileiro de 1977. Em divididas com Chicão, como diria o "China" Juarez Soares, "cada enxadada era uma minhoca". E se hoje condenamos a postura do palmeirense Kleber, não podemos aliviar a barra do ex-volante, agora falecido. Mas devemos contextualizar o futebol daquela época, muitas vezes considerado "pra macho". Não que hoje a violência seja menor, claro. Porém, vejamos o brilhante texto de Marcelo Rezende (aquele) e Mílton Costa Carvalho para a revista Placar, em 1980, sobre a decisão do Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Atlético-MG. Foi o primeiro relato jornalístico do que que se dizia dentro de campo e, assim, começamos a entender que, se Chicão era "bandido", nenhum outro era "mocinho". Confiram, com grifos meus:

Começa a partida. O Flamengo parte para a primeira falta, prometida por Tita: um pontapé no joelho de Jorge Valença. Éder corre, Nunes também:

– Calma – diz Nunes – que aqui é o Maracanã e te meto porrada.

São três minutos e o Atlético desce para o ataque. Júnior acerta a perna de Chicão, que retruca:

– Não avança não, filho da ..., que vou te pegar.

(...)

Júnior balança a cabeça. Raul incentiva e protesta:

– Aqui não tem homem? Isso não é gol que se tome. Vamos entrar firme, dar porrada. Cadê os homens?

Corre a partida. Chicão manda pôr na roda, Chicão pega Zico, que reage:

– Olha aqui, se me pegar de novo eu te quebro. Vai pra...

Chicão coloca o dedo na cara de Zico:

– Sossega, guri.

(...)

Outro gol de Reinaldo – machucado, capenga, ele empata o jogo. Instala-se uma crise na defesa do Flamengo. Um xinga o outro, Zico grita:

– Agora vamos ganhar. Quero um time de macho. Nesta porra mando eu.

(...)

Reinaldo cai em campo – sente o músculo, faz cera, xinga a mãe do juiz.

José de Assis Aragão revida:

Quebro a cara desse moleque. Tá expulso!

Do túnel, Reinaldo adverte:

– Cuidado, vai ser gol! Faz a falta em Nunes. Mata ele, Silvestre!

Nunes invade, Silvestre hesita. João Leite grita:

Quebra ele, pega firme!

Gol de Nunes, o gol do título. Em seguida, Chicão é expulso. Palhinha, também:

– Tá satisfeito, seu juiz de merda? Você queria o Flamengo, não é mesmo?

Nunes ri:

– Calma, garotada, que agora é que a festa vai começar.

Zico emenda: – Vai tomar seu banhinho lá dentro e deixa o campeão dar seu baile.


(A íntegra está aqui)

Kassab, o católico evangélico

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Candidatos que buscam diversas linhas religiosas para angariar apoio não é propriamente uma novidade na política, seja aqui ou em qualquer outro país do mundo. Mas esta é a primeira vez que eu vi um candidato se "converter" em uma dessas incursões.

A Thalita indicou um post do blogue Sal com Pimentas, que retrata  uma visita do candidato à reeleição na capital paulista Gilberto Kassab (DEM) a uma vigília da Igreja Comunhão Plena, no ginásio da Portuguesa, em 29 de agosto. Ali, o prefeito "aceita Jesus" e se ajoelha no palco repetindo a cantilena do apóstolo Sérgio Lopes.



O site da igreja neopentecostal, fundada em 1999, até hoje destaca em sua primeira página o vídeo com a chamada "Prefeito Gilberto Kassab aceita Jesus durante a ministração do Apóstolo Sérgio Lopes". A igreja tem razoável penetração em São Paulo e já conseguiu eleger um deputado estadual, o pastor e diretor da rádio Musical FM Lelis Trajano (PSC). Segundo o parlamentar , Deus falou por meio do apóstolo Lopes para orientá-lo a se candidatar. "Todo trabalho político foi planejado por uma equipe de profissionais de comunicação preparada por Deus, para que o Pr. Lelis Trajano tivesse uma campanha fundamentada em propósitos sérios e relevantes", descreve sua página eletrônica.

Como já disse, conversar com lideranças religiosas e de outros segmentos da sociedade é papel de qualquer homem público, mas beira o ridículo quando o mesmo protagoniza uma cena de "conversão". Ainda mais quando o cidadão se diz católico e recebeu até homenagem do padre pop star Marcelo Rossi, o neopentecostal da igreja de Pedro. O que não se faz para ganhar uma eleição...

Leia também: Os cobiçados votos de Deus.

Palmeiras pára na marcação do Figueirense e devolve liderança para o Grêmio

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Mais raiva do que perder a liderança é não conseguir vencer uma equipe comandada por Mário Sérgio.

Foi um empate sem gols do Palmeiras com o Figueirense. E com uma clara piora do time alviverde depois da saída de Alex Mineiro para entrada de Evandro. Kleber, nervoso, deveria ter sido expulso por subir com o cotovelo aberto. Diego Souza jogou quando era meia, mas não quando foi deslocado para o ataque. Denilson não resolveu. Se resolvesse todo jogo seria titular.



Quando soou o apito final, sobrou assistir o Grêmio ampliar a vitória sobre o Santos. O alvinegro da Baixada foi valente e prejudicado pela não marcação de um pênalti claro no final do jogo. Mas quem não fez a obrigação foi o Palmeiras. O Grêmio volta a liderança. Na próxima rodada, o Palmeiras enfrenta o São Paulo, em um jogo difícil como todo clássico e pressionado por precisar vencer.

Mexidas erradas
Em Florianópolis, o Palmeiras começou bem o jogo, teve um gol anulado estranho, confuso demais para esperar que qualquer árbitro legitimasse no primeiro lance da partida. Depois, foi surpreendido por duas bolas perigosíssimas. Por isso, apesar da marcação dura e do grande número de faltas, não dá para chamar isso de uma retranca padrão. Os paulistas também criaram e tiveram Alex Mineiro dando agilidade para a troca de passes e Kléber assustando os zagueiros.

No segundo, Vanderlei Luxemburgo seguiu sua própria cartilha de pôr Evandro no lugar de Alex Mineiro para depois avançar com Denílson na vaga de Elder Granja. O camisa 8 caiu pela lateral direita e Denílson pela esquerda.

Não funcionou. A marcação do Figueirense melhorou, a inversão de Alex por Asprilla na marcação de Kléber evitou a expulsão de um dos três zagueiros do time da casa.

Lá atrás, desde que o volante joga improvisado de terceiro zagueiro, a defesa palmeirense melhorou. Com Roque Junior, fica mais tranquilo ainda. O que não quer dizer intransponibilidade, só uma defesa sólida, algo que a representação palestrina não via desde a saída de Henrique.

Em resumo, uma rodada para ser revertida. E depois esquecida. Não que seja fácil tendo pela frente nas próximas rodadas três dos cinco primeiros colocados do campeonato. E ainda o Goiás (líder do segundo turno) e Santos na Vila. Vai ter trabalho o time do Palmeiras, mas numa disputa como esta pode funcionar.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Goró salvou Tim Maia da Cultura Racional

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Outro dia estava numa livraria e comecei a ler alguns trechos da biografia de Tim Maia, escrita pelo Nelson Motta. Por curiosidade, fui direto ao trecho que fala sobre o envolvimento do cantor, músico e compositor com a tal Cultura Racional, na década de 1970 (na foto à direita, da época, aparece cantando e "pregando" para a platéia). A forma como ele tinha sido "fisgado" eu já sabia: no início de 1974, depois de tomar mescalina, Tim foi visitar o amigo Tibério Gaspar (parceiro do pianista Antonio Adolfo em clássicos como "Sá Marina" e "BR-3"). Enquanto esperava ele voltar do banho, achou um livro que estava por ali: "Universo em Desencanto".

Não se sabe se pelo efeito do alucinógeno ou se por ter nascido doidão, mesmo, Tim Maia mergulhou de cabeça na Cultura Racional. Visitou Belford Roxo, onde morava Manoel Jacintho Coelho, sumo sacerdote do Racional Superior, e saiu de lá vestido inteiro de branco. Em seguida, cortaria o cabelo, rasparia a barba e abandonaria o álcool, as drogas, a carne vermelha e o sexo sem fins procriativos. O resultado prático é que levou um chute da gravadora RCA e foi banido das rádios e dos programas de TV, afugentou seus fãs, perdeu dinheiro a rodo e enriqueceu Manoel Jacintho.

Não por outro motivo, Tim nunca mais tocou no assunto até sua morte, em 1998. Mas os dois discos que gravou entre 1974 e 1975, "Tim Maia Racional" (capa do vinil à esquerda), volumes 1 e 2, são verdadeiras pérolas. Eu, particularmente, adoro o som (e as letras bizarras) de "Bom senso", "Contato com o mundo racional", "Leia o livro Universo em Desencanto", "No caminho do bem" (da trilha sonora do filme "Cidade de Deus") e, principalmente, a baladona "O dever de fazer propaganda deste conhecimento", que sapeia o toque de piano de "Sing this all together", dos Rolling Stones, e tem um suingue de violão que deixa Jorge Benjor no chinelo.

Mas, afinal, como Tim teria caído fora dessa roubada? Com a palavra, Nelson Motta: "No dia 25 de setembro de 1975, Tim acordou com uma vontade louca de comer uma carne sangrenta, tomar um goró e fumar um baseado. Teve uma desiluminação e abandonou a seita no seu velho estilo, quebrando tudo. Voltou para o apartamento da Figueiredo Magalhães, tirou e queimou a roupa branca e, nu e furioso, foi para a janela e começou a gritar para a rua, em volume máximo, que seu Manoel Jacintho era um pilantra, um ladrão e um tarado que comia todo mundo. E convocou a imprensa para dizer que tinha sido enganado e roubado pelo ex-guru".

Olha aí a manguaça ajudando a organizar as idéias e abrir os olhos de uma pessoa manipulada! O que a mescalina confunde, só o goró desanuvia...

Chicão, sentimentos contraditórios

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A primeira impressão foi a pior possível. A já descrita cena aqui por este escrivinhador de Chicão pisando no joelho de Ângelo, já caído na final do Brasileirão de 1977, disputada em março de 1978.

Depois vem a entrada no jogo do Brasil contra a Argentina, na Batalha de Rosário, na Copa de 1978, em que parou los hermanos, favoritos e jogando em casa, quando acabaram precisando da ajuda do Peru para chegar às finais.

Segundo entrevista dada à Gazeta Esportiva sobre esse jogo, Chicão declarou: “Eu só havia atuado meio tempo contra o Peru e meio tempo contra a Áustria. Saí jogando contra a Argentina no lugar de Cerezo porque o Coutinho queria mais pegada”. Diz que o principal pedido do treinador foi para que impusesse seu estilo, mas não fosse expulso. “Os argentinos pretendiam fazer aquela catimba de sempre e não conseguiram. Eu cheguei arrepiando e eles se encolheram”, conta Chicão, que logo no início da partida se estranhou com o artilheiro argentino Kempes, cujo desempenho foi fraco até o apito final.

Dois anos depois do vice-campeonato para o São Paulo, o volante, daqueles genuínamente xerifes, é contratado pelo Galo e torna-se um dos líderes do time que acabaria perdendo a final do Brasileiro para o Flamengo em 1980, num time em que jogavam Cerezzo, Reinaldo, Palhinha, Éder. Melhor falar, neste momento, de sua liderança em campo e um futebol de razoável para bom em times cercados de craques.

Chicão também passou por vários outros times, como Santos e Ponte Preta, mas sem o mesmo destaque dos momentos descritos acima.

Além de ser sinônimo de jogador extremamente viril, tem em seu currículo a passagem por decisões tão importantes para um jogador que nunca foi tão brilhante tecnicamente.

Mas tudo isso agora é história. Chicão, que tinha 59 anos, morreu de câncer nesta quarta-feira.

Manguaça-Cidadão: A torneira que jorra vinho na Itália

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Tudo não passou de um erro, mas foi tomado por milagre. Foi na cidade de Marino, sul de Roma (capital da Itália), da região vinícola das Colinas Albanas durante a abertura do 84ª Festival da Uva da cidade, o mais tradicional do país. O combinado era começar a jorrar vinho branco da fonte depois de uma contagem regressiva. Mas o goró foi pelo cano. Das residências.





Por que não erram assim no meu bairro?



Foto: Divulgação
Parecia um milagre, mas foi erro de um funcionário da companhia da cidade. O prefeito Adriano Palozzi (foto), partidário de Berlusconni, logo veio explicar. É que no chafariz da Fonte dei Quattro Mori, na praça do centro da cidade, deveria jorrar vinho branco de 3 mil litros posicionados para isso. Na hora H, um abençoado abriu o registro errado e mandou a bebida para as casas. Quem levou a fama foi a Virgem do Rosário, padroeira da festa.

O encanamento de bebida advinda de arranjos produtivos locais tem tudo a ver com o Manguaça-Cidadão.

terça-feira, outubro 07, 2008

Google lança o "email anti-bêbado"

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Mostrando uma inesperada preocupação com os ébrios, o Google acaba de lançar um dispositivo que impede que bêbados - e acredito que deprimidos, psicóticos e quetais também - enviem e-mails dos quais podem se arrepender depois.

O sistema é simples e engenhoso. Assim que ativado, o filtro pede que o internauta resolva 5 operações matemáticas em 60 segundos para que a mensagem seja liberada. O mecanismo já vem com o horário ajustado para funcionar nas noites dos finais de semana, mas pode ser ajustado de acordo com a preferência do bêbado. É possível ainda ajustar a dificuldade das contas que devem ser resolvidas.



O anti-bêbado já está disponível. Basta buscar a aba Labs, na área de configuração do Gmail.

Essa é provavelmente a primeira ação de um grande provedor de emails para ajudar os manguaças (que caberia muito bem dentro do Manguaça Cidadão). O Google definitivamente quer dominar o mundo.

No butiquim da Política - Com o segundo turno, as férias continuam

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CLÓVIS MESSIAS*

Férias brancas. A Assembléia Legislativa de São Paulo está com as portas abertas, mas em clima de nada acontecendo. Não está trabalhando. Semana passada foi aprovado um projeto criando a inspeção veicular anual que, entre outras coisas, prevê vistoria no chassi, para coibir a clonagem de veículos. Em resumo: outra taxa foi criada. A matéria passou praticamente sem discussão. Os prefeitos farão estas vistorias em seus municípios e cobrarão taxas pelos serviços. Todos aumentarão a arrecadação, prefeituras e o governo do Estado. E, mais uma vez, pagaremos a conta. O projeto ficou 15 dias em pauta, aguardando ser votado. Ele é de autoria do deputado licenciado e candidato a prefeito de Santo André, agora em segundo turno, Vanderlei Siraque (PT).

"-Aqui, até quando dormem, os parlamentares estão com os olhos bem abertos!", comentou um desavisado freqüentador do buteco. Bem, mas as férias continuam, uma vez que a eleição prossegue. Com o segundo turno também na capital, ninguém presta atenção no Legislativo. "-Vai ser aquela história de um olho no peixe e outro no gato", concluiu o tal desavisado no buteco. Dos 32 deputados que saíram candidatos a prefeito ou vice, cinco se elegeram: Antonio Carlos da Silva, do PSDB (à direita), que obteve 25.283 votos (50,44% dos válidos), em Caraguatatuba; Cido Sério, do PT, com 43.093 votos (43,02%), em Araçatuba; Dárcy Vera, do DEM, com 154.793 votos (52,04%) em Ribeirão Preto; Marco Bertaiolli, outro do DEM, com 103.439 votos (53,24%), em Mogi das Cruzes; e Mário Reali, do PT, com 133.893 votos (58,26%), em Diadema.

Outros quatro deputados vão para o segundo turno. Além do já citado Siraque, Orlando Morando, do PSDB, que concorre em São Bernardo do Campo; Sebastião Almeida, do PT (à esquerda), em Guarulhos; e Valdomiro Lopes (PSB), em São José do Rio Preto. Portanto, só 23 parlamentares estão voltando ao batente agora. Como cinco vão sair para assumir prefeituras, a composição da Assembléia Legislativa muda após estas eleições. Das eleições de 2006, os três primeiros suplentes da coligação PSDB-DEM já estão em exercício do mandato. Um deles é justamente Bertaiolli, eleito em Mogi, que ocupou o lugar do secretário municipal de Desburocratização da cidade de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM).

Os outros suplentes que tornaram-se deputados foram Eli Corrêa Filho, do DEM (à direita), que substituiu o secretário especial de Participação e Parceria do município de São Paulo, Ricardo Montoro (PSDB), e Gilson de Souza (DEM), ocupante da vaga deixada por Sidney Beraldo (PSDB), atual secretário estadual de Gestão Pública. Conforme determina a Constituição, Bertaiolli será convocado para substituir Dárcy Vera, como efetivo, mas deverá renunciar em seguida, abrindo espaço para Eli Corrêa se efetivar. Gilson de Souza, por sua vez, receberá a cadeira deixada por Antônio Carlos.

Já no caso dos dois deputados petistas eleitos prefeitos (Cido Sério e Reali), o primeiro suplente a assumir será o colega de partido e ex-deputado Fausto Figueira. Depois vem o suplente Francisco Brito, também do PT, recém-eleito prefeito de Embu. Ao optar por seu novo cargo, Brito abrirá espaço para a ex-deputada petista Beth Sahão (à esquerda), que não se elegeu prefeita de Catanduva. Todos esses suplentes serão convocados por meio de ato do presidente da Casa, deputado Vaz de Lima (PSDB), publicado no Diário Oficial. Quem optar por não assumir a vaga de deputado terá de apresentar termo de renúncia.


*Clóvis Messias é jornalista, são-paulino, dirigente do Comitê de Imprensa da Assembléia Legislativa e colabora com esta coluna para o Futepoca.

Bento XVI volta a criticar o capitalismo

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Trata-se de um vermelho. Como já notado pelo Futepoca, o papa Bento XVI deu mais uma estocada no capitalismo. Em meio a uma dramática – para quem tem (tinha) dinheiro aplicado ali – crise nas bolsas, o Sumo Pontífice voltou a criticar o capitalismo e o individualismo.

"Agora estamos vendo, com o afundamento dos grandes bancos, que este dinheiro desaparece, que não é nada; se tratam de 'realidades de segunda ordem'"

Naturalmente que ele disse também que só a palavra de Deus é sólida.

Já o presidente Lula havia reclamado, no sábado, da especulação financeira sobre o Real que gerou prejuízos para grandes exportadores. "Nos Estados Unidos, a crise é um tsunami. Aqui, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar." Segundo fontes, o esqui não necessita de ondas.

Com onda ou com marola, a água é líquida. Então, dois dias depois, Guido Mantega e Henrique Meirelles divulgaram a Medida Provisória com medidas preventivas para o Banco Central intervir no mercado. À parte disso, queimou US$ 1,47 bi na segunda-feira. No total, já tinham sido US$ 2,5 bi. Hoje, mais US$ 1,37 bi. Mas a instituição promete recomprar depois.

Será que o Joseph Ratzinger tem alguma proposta de pacote para o Vaticano passar ileso pela crise financeira internacional?

De novo, um dia de mesário

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A votação corria tranquilamente na seção quando, de repente, acontece aquilo que você acha que só pode ocorrer na zona eleitoral vizinha. A urna pára de funcionar. Os mesários correm e verificam a danada e a presidente de mesa chama alguém do cartório eleitoral para resolver a questão.

Os eleitores, que eram poucos, começam a se avolumar do lado de fora. Os bochichos começam e o primeiro mesário, por ser o único homem do local, é o responsável por organizar a fila. Avisa aos presentes o ocorrido e começa a sentir os olhares fulminantes. Quando volta para dentro da sala de votação, escuta a voz de um cidadão reclamando.

Nada de ajuda, nada da urna voltar a funcionar. Já se passaram dez minutos e a fila atinge a porta da seção vizinha. O burburinho aumenta, as pessoas esticam o pescoço para olhar a sala. O suor frio dos ameaçados serventes da Justiça Eleitoral mostra que é preciso agir. Acostumado a fazer e ver gambiarras de redes, computadores e quetais no lugar onde trabalha, o mesário tenta resolver do jeito que sabe. Muda a urna eletrônica de tomada e gira a chave da dita cuja para tentar religá-la. Ela demora, mas três minutos depois reinicia.

Ainda o burburinho e certa impaciência. O cidadão que reclamava agora já fala mais alto dizendo que todo ano (sic) é a mesma coisa. O mesário volta à fila e comunica aos primeiros que logo que a urna reiniciar, a votação volta. Procura quem é o exaltado. Um senhor de uns cinquenta anos e pouco mais de um metro e meio de altura. Chega perto dele e fala ao interlocutor do reclamão: “Tá tudo resolvido”. Olha para o cidadão, que cala. E assim permanece. Vinte anos a menos e trinta centímetros a mais às vezes resolvem impasses de forma rápida, sem discussão. Tudo em nome da democracia.

***************

O cidadão chega à fila da votação com todos os odores demonstrando que de fato a lei seca estava suspensa. Torto, pergunta se é ali o local em que ele vota, pois esqueceu o título.
- O senhor pode aguardar aqui que vou verificar.

- Pô, obrigado, irmão. Você é um abençoado, rapaz!

O mesário verifica a lista e vê que é ali mesmo que o ébrio vota. Comunica a ele e pede para que entre na fila. Quando chega a sua vez, o cidadão senta em frente à cabine. Demora, demora, fala consigo mesmo e não vota. A mesária pergunta se há algum problema.

- Esqueci os números. - comenta com a voz embargada, provavelmente lembrando que esqueceu a cola no balcão do bar.

- Não tem importância, o senhor pode consultar ali fora. - diz a mesária, apontando pra que o guardião da fila orientasse o cidadão, já que o voto dele estava em aberto e ninguém mais poderia votar se ele não o concluísse.

O mesário mostra a lista afixada para ele, que fica ali durante minutos, não sem antes agradecer de novo. Nova fila começa a se formar. Já vendo mais um momento crítico que se aproximava, o mesário vai até ele. 

- Não sei onde está o nome dos candidatos. – reclama, olhando para o papel onde estavam os nomes dos candidatos.

- Aqui estão os vereadores, e aqui, os prefeitos. O senhor precisa anotar os números. Os números... - orienta o mesário, já algo desesperado.

Ele começa a desenhar os algarismos no papel. Depois de anotar o número do vereador, o homem empaca.

- Mas não estou achando o nome do fulano pra prefeito. - protesta.

- Mas, senhor, ele é candidato a vereador, não a prefeito...

- Ah, tá. Então não dá pra votar nos dois.

- Não. Não dá pra votar nos dois... Os candidatos a prefeito são esses. - aponta o já impaciente auxiliar eleitoral.

O homem anota um número e volta a agradecer de forma enfática.

- Pô, cara. Tu é abençoado. Ainda bem que tu me ajudou porque estou com uma baita carga espiritual pesada...

O homem finalmente votou e o mesário adicionou ao seu vocabulário a expressão “Carga espiritual pesada” como sinônimo de embriaguez alcóolica. O bom das eleições é que a gente sempre aprende.

PS: o personagem da segunda história é exatamente o mesmo que propiciou outra cena nas eleições de 2006 .

segunda-feira, outubro 06, 2008

Balanço das eleições no ABC

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Antecipo-me ao Sartorato e faço um balanço do resultado das eleições na região do ABC paulista, área simbólica para o PT e de grande concentração de eleitores.

Começo por Mauá, a pérola deste pedaço de São Paulo. O candidato petista Oswaldo Dias recebeu 48,16% dos votos e foi para o segundo turno contra Chiquinho do Zaíra (PSB), que teve 27,20%. Os petistas mauaenses acreditavam vitória já no primeiro turno, o que gerou certa decepção, pelo que eu ou vi falar, mas acho que nada que acabe com as chances do candidato. Chiquinho é apoiado por forças conservadoras tradicionais da cidade, mas não conseguiu um discurso até agora que mobilize o eleitorado. Acho que Oswaldo volta para a cadeira que ocupou entre 1996 e 2004. Uma curiosidade sobre a eleição mauense está no terceiro vereador mais votado na cidade: o comediante Ivan Gomes, o popular Batoré, da Praça é Nossa. Ele conquistou 4.778 eleitores com seu brilhante slogan de campanha “Ah, vota, ô!”.

Em Santo André, Vanderlei Siraque (PT) também bateu na trave para encerrar a questão neste domingo, tendo recebido 48,9%. Fará segundo turno contra Dr. Aidan, do PTB, que foi escolhido por 21,76% dos eleitores. As pesquisas apontaram durante toda a campanha disputa acirrada pelo segundo lugar entre Aidan, Salles (DEM), que teve 19,01% e Oswaldo Brandão (PSDB), que terminou mais atrás, com 8,32%. Siraque não terá vida fácil no segundo turno, mas deve levar.

Em São Bernardo, terra de Lula, outra disputa que quase acaba domingo. Luiz Marinho (PT) teve 48,27%, contra 37,55% de Orlando Morando (PSDB). A disputa aqui tende a ser mais difícil. O PT só conseguiu governar a cidade uma vez, com Maurício Soares, eleito em 1988. Em 1994, deixou o partido e em 1996, volta à prefeitura pelo PSDB. É reeleito em 2000, se afasta por problemas de saúde em 2003 e deixa William Dib (PSB), que se reelege em 2004. Hoje, Soares retorna, qual filho pródigo, ao partido onde surgiu, e é coordenador da campanha de Luiz Marinho. Se conseguir levá-lo à prefeitura, terá consolidado sua vocação para campanhas vitoriosas.

Em São Caetano, nada de novo: mais um passeio do lado mais conservador, representado dessa vez por José Auricchio, candidato a reeleição, que recebeu a bagatela de 78,14% dos votos. O PT vem em segundo, com o inusitado candidato Jayme Tortorello, que teve 13,02%. A família Tortorello dominou a política de São Caetano por um bom tempo e o próprio Auricchio foi apoiado por eles em sua primeira eleição, mas rachou com o clã. Assim, o Jayme conversou com o PT e ali amarrou seu burro. Acabada a aventura eleitoral, veremos o que vira a aliança.

Por fim, em Diadema, Mario Reali (PT) levou de cara com 58,26% dos votos, a disputa contra José Augusto (PPS), que, segundo meu pai, é apelidado de Zé Preá. Acreditava-se que a briga ia ser mais feia, por conta da experiência de José Augusto.

Em Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PV) reelegeu-se com 73,2%, assim como o tucano Kiko, em Rio Grande da Serra, que recebeu 80,99%. Os dois exageraram na votação, já que as cidades não têm segundo turno.

Papo de bar (pra boi dormir)

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Uma das coisas mais curiosas no cenário pop musical é a quantidade de lendas e mitos sem-pé-nem-orelha que a malucada costuma inventar. Elvis está vivo? Jim Morrison mora na África? Paul McCartney morreu em 1966? Michael Jackson foi substituído por um alienígena? Tantas dúvidas "cruciais" para a raça humana alimentam intermináveis conversas sem sentido por décadas, mobilizando gerações e gerações nas mesas do bar.

Pois bem, como procuro abstrair ao máximo a realidade quando vou ao buteco - melhor que falar de trabalho, da vida dos outros ou da DR (discussão de relacionamento) -, esses "causos" fantasiosos do mundo pop sempre intercalam meus pitacos sobre futebol e política. Outro dia, manguaçando, um companheiro de copo me falou da (suposta) forma bizarra com que Mama Cass Elliot entrou para o grupo The Mamas & The Papas.

Corria o ano de 1964 e um casal de hippies estadunidense, John e Michelle Phillips, se juntou a outro bicho-grilo, o canadense Denny Doherty, para formar o grupo The New Journeymen. Numa viagem de férias até as Ilhas Virgens britânicas, Doherty convidou a amiga Cass Elliot para acompanhá-los. Lá, entre um baseado e outro, ela tentou o tempo todo convencer John Phillips a entrar para o Journeymen. Sem sucesso.

Foi então que, segundo a lenda, Mama Cass foi atingida na cabeça por um pedaço de cano de cobre, durante a reforma da pista de dança de um clube. Aí, o inesperado: depois de duas semanas no hospital, ela começou a cantar três notas acima de sua extensão vocal anterior (!), o que fez com que Phillips se rendesse e a convocasse para o grupo, rebatizado The Mamas & The Papas.

A verdade, porém, é mais prosaica (e triste): Mama sempre cantou alto e muito bem, mas John Philips hesitou em agregá-la pela sua obesidade. Característica responsável pelo ataque do coração que a fulminaria aos 32 anos de idade, em 1974 - no mesmo local onde, quatro anos depois, o baterista do Who, Keith Moon, morreria. Hoje, do Mamas & Papas, só Michelle Phillips está viva. Cass deixou uma filha, Owen Vanessa.

1968: Mama Cass, Michelle Phillips, Denny Doherty e John Phillips

1998: Owen Vanessa (filha de Cass Elliot), Michelle, Denny e John

Surpresas na reta final

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Kassab (direita) passa como favorito, e Gabeira (PV) confirma ascensão


O prefeito Gilberto Kassab (DEM) decolou na reta final e virou a disputa em São Paulo. Se a virada sobre o terceiro colocado Geraldo Alckmin já estava consolidada, a superação da petista Marta Suplicy não foi sequer apontada pelas pesquisas de boca-de-urna. Tudo livre para o preferido de José Serra, que não mobilizou nem sua ampla calva pela campanha do correligionário de partido – aquele que dizia que "estava com o PSDB", ou seja, o próprio partido. Soninha também avisou que não vai de Marta nem que a vaca tussa.

Para quem teve menos votos no primeiro turno do que em 2000 e 2004, Marta terá que achar um discurso melhor do que comparar gestões. Kassab tem entre 48%, a mesma de Marta na eleição de 2004, ao que consta, embora tenha terminado com mais. Como a campanha do prefeito tem o "apoio" de Kassabinho, o boneco, e agilidade para responder, será uma reversão difícil.


Quem vai ter de sambar é a Marta

Já Fernando Gabeira (PV) mostrava que ia disputar o segundo turno com Eduardo Paes (PSDB) nas pesquisas de sábado. Até o prefeito e ex-blogueiro César Maia previa o resultado. Quem diria, o peemedebista Eduardo Paes busca agora apoio de Lula. Gabeira deixou a pecha de "candidato da Zona Sul".

Em Belo Horizonte, a surpresa foi por haver segundo turno. Márcio Lacerda (PSB) tem o apoio formal de Fernando Pimentel (PT), atual prefeito, e apoio informal mas explícito até em propaganda eleitoral do governador tucano Aécio Neves. A solução foi a forma de viabilizar a articulação tucano-petista na capital mineira sem afrontar a determinação da Executiva Nacional do PT. Leonardo Quintão (PMDB) surpreende pelo crescimento no final.

Nas capitais, o PT fez cinco prefeitos em primeiro turno e tem mais quatro na disputa. O PMDB pode chegar a oito capitais caso vença nas cinco que disputa segundo turno. O PSDB também fez dois e pode chegar, no máximo, a quatro.

Vereador
Em São Paulo, candidatos como Sérgio Mallandro, Dinei, Ademir da Guia e Dr. Farah não aparecem entre os 55 primeiros. Gabriel Chalita (PSDB), que só saiu candidato, segundo ele próprio, pelo apelo de Geraldo Alckmin, de quem foi secretário de educação, foi o mais votado, e o único a alcançar mais de 100 mil votos. Senival Moura (PT) que já era vereador surpreendeu como o mais votado do PT, na frente de Arselino Tatto e Antonio Donato.

A coligação PT, PCdoB etc. fez 1 milhão de votos, seguida da PMDB-DEM com 927 mil, e do PSDB com 870 mil. No Rio, Democratas tiveram 450 mil, seguidos do PSDB com 250 mil e do PMDB com 234 mil.

Palpites
Qual o palpite para o segundo turno? Não vale dizer que é mais fácil prever os rebaixados do Brasileirão.

domingo, outubro 05, 2008

Enquanto isso, na eleição sem lei seca...

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Saio do local de votação e procuro um supermercado. Com uma ressaca dos infernos, pego uma garrafa de suco de laranja (denúncia!) e me dirijo ao caixa rápido. Na fila ao lado, uma senhora de uns 60 anos, alta, cabelo tingido, bem vestida e maquiada segura prosaicamente uma garrafa de Velho Barreiro na mão. À sua frente, outra senhora, de uns 80 anos, porta um picolé de morango. Nisso, a "Velha Barreira" fala para o rapaz que está em primeiro na fila:

- Moço, por favor, deixe esta senhora passar primeiro. O sorvete dela vai derreter.

E o rapaz, educado:

- Ah, claro! E a senhora, se quiser, pode passar na frente também.

Impávida, a elegante manguaça arremata:

- Não, obrigada, minha compra não derrete. Quer dizer, vai derreter só o meu estômago!

E dá uma gargalhada insana, para espanto dos sóbrios presentes no recinto...