Destaques

sábado, julho 18, 2009

Vitória simples para dormir na liderança

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Depois do Atlético-MG, a manhã de domingo encontra um novo líder do brasileirão. O Palmeiras venceu o Santo André por 1 a 0, placar construído no primeiro tempo, por Diego Souza. Foi a quarta vitória seguida de Jorginho em cinco partidas, sem conhecer o que é derrota.

Se Internacional ou Atlético-MG vencerem, podem passar o alviverde paulista. Assim como os mineiros, o desempenho das últimas temporadas mina um pouco a credibilidade de que a equipe terá capacidade de manter essa regularidade. Como não há um time mostrando um futebol regular nem um de campeão, a liderança e posições próximas a ela devem ser comemoradas.



Cleiton Xavier foi bem, assim como o autor do gol. Wendel e Armero parecem ter resolvido os problemas do time pelas laterais. Edmilson, atuando como volante garante mais qualidade ao meio campo do quase efetivado no cargo Jorginho.

É curioso constatar que os jogadores mostram disposição a toda prova. Pierre continua a ser Wendel sempre foi esforçado, mas também limitado. Agora, ofensivamente, é uma alternativa e tanto, além de tapar o outrora esburacado lado direito. O camisa 7 Diego Souza e o 10 Cleiton Xavier estão acordadíssimos do começo ao fim. Obina e Ortigoza, titulares do ataque com a sombra de Willians, também. Pierre é o segundo maior ladrão de bolas do campeonato e Maurício mostra uma estabilidade que a zaga verde não conhecia desde Henrique.

Por isso, quando o Marcos, o Goleiro, pede definição da diretoria, parece que o plano do elenco é continuar a ajudar o treinador.

Então, fica, Jorginho, ué?!

Participações inusitadas
Do lado do Santo André, dois jogadores merecem destaque por motivos inusuais. Marcelinho Carioca foi decisivo por fazer uma falta forte em Diego Souza na primeira etapa. Cobrada por Cleiton Xavier para Obina, para a bola sobrar para o mesmo Diego fazer o gol. Para quem costumava decidir a favor do seu time, é divertido que tenha permitido a criação do lance mais importante para a partida do time adversário.

O outro foi Pablo Escobar, boliviano homônimo do comandante do Cartel de Medelín morto em 1993 e dono dos hipopótamos agora mortos. Apesar da aparente vitalidade que garantiu ao time de Sérgio Guedes no início do segundo tempo, ele não chegou a chamar mais atenção pelo futebol do que pela alcunha.

Luxemburgo de volta: o torcedor não merecia mais do mesmo

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O Santos prometeu anunciar seu novo técnico, em primeira mão, pelo Twitter oficial do clube. De fato, o anúncio veio pelo microblog, mas o time foi “furado”, não apenas pela imprensa. O próprio Vanderlei Luxemburgo disse no seu Twitter que era o novo comandante santista, antes do clube fazê-lo.

O fato pode parecer insignificante, mas é simbólico: Luxa chega já estragando uma novidade do marketing alvinegro. O “gênio” atropelar decisões e diretrizes tomadas pelo clube que ele abandonou por três vezes para trabalhar no Corinthians, Real Madri e Palmeiras, respectivamente, sempre foi algo corriqueiro, principalmente em suas passagens com Marcelo Teixeira na presidência. Afinal,o proprietário do Santos Futebol Clube, vulgo chácara Santa Cecília, deixa o amigão sempre à vontade para passear pela propriedade, abrir a geladeira e pegar sua cerveja e dar ordens nos seus empregados. Nada indica que isso vá mudar.

Pra quem falou tanto em contratar o melhor técnico do Brasil, campeão brasileiro nos últimos três anos, e fechou com um treinador caro e que não tinha mercado em nenhum outro clube do Brasil (talvez somente no Fluminense, que tem dinheiro de patrocinador e diretoria igualmente incapaz como a do Santos). A impressão que dá é que Luxemburgo era a escolha feita desde antes da queda de Mancini e esse lenga-lenga de Muricy era tão-somente para ludibriar o pobre torcedor, enquanto se tramava e se acertava o retorno do técnico rejeitado pelo Palmeiras.

Mas há também outra questão, levantada pelo Alex em seu blog: o acerto com Muricy teria pegado porque ele havia exigido uma “limpa” no clube. Muricy não queria trabalhar, por exemplo, com o irregular goleiro Fábio Costa, conhecido desagregador destemperado. Para quem não lembra, no São Paulo o treinador também teve dificuldades para lidar com Rogério Ceni, chegando depois a uma “coexistência pacífica”. Com o santista, o relacionamento prometia ser pior, até porque o arqueiro é um dos principais responsáveis pelo clima ruim no elenco, tendo brigado com jogadores e até com seu chapa preparador de goleiros.

Contudo, Fábio Costa é amigo do dono da chácara. Ele, assim como o técnico que volta agora, já deixou o Santos e enquanto esteve fora menosprezou o clube com comentários pra lá de desrespeitosos. Mas há sempre perdão para os amigos. Eles podem voltar, arranjar confusão, ficar acima do peso, atuar mal e com duas batidinhas no peito depois de uma defesa difícil os torcedores se derretem e o dono da chácara se emociona com tanta prova de amor. Prova de amor próprio, não ao Santos, já que o “apaixonado” é incapaz de vibrar com gols de “seu” (em mais de um sentido) time quando está de fora. E dirigentes e torcedores se portam como uma típica “mulher de malandro”,correspondendo ao aceno do “ídolo”. Quanta carência...

E é assim que o dono do Santos e seus asseclas se reencontram. Podem, quem sabe, trazer alguma alegria para o torcedor? Claro, até pelo baixo nível da concorrência e pela carência do santista que, depois de flertar com o rebaixamento em 2008, vai ficar feliz com qualquer desempenho meia-boca que lhe for apresentado. “Chegamos em quinto lugar, como previsto no nosso planejamento”, bradará ao fim do ano o “gênio”. Mas a que preço virá um título paulista ou uma classificação na Libertadores? Já esquecemos das passagens recentes de Luxemburgo? Será que algum título de Dualib compensou o rebaixamento do Corinthians? Precisaremos chegar lá para acordar?

Espero estar menos ácido das próximas vezes, mas hoje sinto um desgosto profundo de torcer para o Santos, que não é meu nem dos torcedores com os quais me irmano em nome do manto sagrado. Ainda que muitos não percebam, tomaram o Santos de nós.

O Real Madrid joga em Dublin segunda-feira. E daí?

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Opa! Aproveitando 5 minutinhos de internet, comento aqui o "fenomenal" "amistoso" (jogo-treino já é muito esforço de boa vontade) entre o todo-poderoso Real Madrid e o Shamrock Rovers (quem?!??) aqui em Dublin, na segunda-feira. O jogo será em Tallaght, a 5 minutos de onde moro - mas os ingressos sumiram há muito tempo. Tem gente que diz que começou pelo preço módico de 10 euros (cerca de R$ 30), mas chegou a 200 euros. Não duvido que tenha começado com um preço tão baixo, pois o futebol não empolga muita gente aqui na Irlanda. Prova disso é que o tal Shamrock é um dos dois clubes mais populares, ao lado do Bohemians, e ninguém nunca ouviu falar deles. O esporte aqui é o rugby. Questionado pela imprensa, o neo-galático Cristiano Ronaldo foi sincero: "Honestamente, nao conheço nada do futebol irlandês". E, durante coletiva na cidade de Co Kildare, onde o time vem treinando desde o dia 14, nem deu certeza de que estará no tal "amistoso". Tudo bem. Tirando um bando de crianças, mais motivadas pelo superstar português do que pelo time do Real Madri, quase ninguém foi até lá para tietar. E em Dublin, ninguém fala sobre o jogo de segunda. Acho que os espanhóis vieram aqui mais pra tomar umas Guinness...

sexta-feira, julho 17, 2009

Festival Mundial da Cachaça reúne 44 alambiques em Salinas

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Salinas (MG) se proclama a capital mundial da cachaça. Assim como mais três dúzias de municípios, a cidade a 600 quilômetros de Belo Horizonte, se considera local privilegiado para produzir a marvada. Para divulgar ainda mais a grife da cidade, a VIII Feira Mundial da Cachaça acontece de ontem, 16, a domingo, 19. A história começou com palestras, prossegue com estandes e degustação de 44 expositores – 34 anos do que em 2007 – e shows.

Foto: Blogue do governo de Minas Gerais

Rótulos de cachaças de várias cidades mineiras

É a terra da legendária Havana, atualmente Anísio Santiago, e de mais 50 marcas registradas junto à Associação de Produtores de Cachaça de Salinas (Apacs). São 2 milhões de litros daquela que matou o guarda para uma população de 37,3 mil, o que equivale a 53,6 litros de branquinhas e amarelinhas por habitante. A principal produtora é a Fazenda Olaria, responsável pela Seleta, Saliboa e pela Boazinha, que respondem por 1 milhão de garrafas (de 600 mL, 700 mL e 1L) anuais.

Assim como fez Anísio Santiago, a imagem da cidade aproveita para reforçar o mito. "Pesquisas mostram que algumas leveduras [fungos responsáveis pela fermentação] diferenciam nosso produto", jura o presidente da Apacs, Nivaldo Gonçalves, à Agência Brasil. "Também tem a questão do Sol, devido à altitude das nossas terras, onde estão os canaviais, e até mesmo a composição do solo”, avalia.

Aliás, o atual dono da Havana, Oswaldo, adota a técnica aparentemente inversa à do fundador, ao resumir o segredo como "asseio, asseio, asseio, cuidado com os depósitos, com o canavial, com o envasamento e o armazenamento, de mais de dez anos". Depois, diz que a qualidade do solo e da cana java influem. "Na verdade, tudo aqui influi", desdiz.

As exportações da cachaça mineira somaram R$ 16 milhões em 2008, crescimento de 18% em relação ao ano anterior. O problema, segundo o Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac), é que a maior parte disso vira caipirinha. Imaginar garrafas e garrafas de Havana e Andorinha sendo despejadas em copos de limão espremido com açúcar provoca arrepios.

O cinema de Marguerite Duras, agora em São Paulo

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Depois do imenso sucesso no Rio de Janeiro, depois de passar por Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte, a mostra de cinema "Marguerite Duras: escrever imagens", com minha curadoria, chega finalmente a São Paulo. Começa hoje, 17 de julho, e vai até a quinta que vem, dia 23, no CineSesc, que fica na rua Augusta nº 2.075.

É um cinema raro, de uma mulher que soube transgredir todas as regras que a limitavam sua investigação dos sentidos e desrazões do estar no mundo. Aliás, Marguerite se aproveitou dessas transgressões para aguçar sua caneta e potencializar sua escrita. Mas isso vale não só para a sua obra, suas invenções provocadoras ultrapassam em muita as questões de linguagem e vão fundo na sua vida pessoal. Ela foi uma provocadora nos costumes (com sua vida sexual "numerosa", como ela diz), na política (com sua crítica feroz tanto ao stalinismo amordaçador do PCF quanto aos reacionários de todas as estirpes), e por onde mais passou.

Marguerite Duras, entretanto, sempre foi mais conhecida pela sua obra literária. Pouco se sabe sobre os 19 filmes que ela dirigiu. Nesta mostra, teremos nove destes filmes e mais o clássico Hiroxima meu amor, de Alain Resnais com roteiro de Marguerite Duras, que completa o seu cinquentenário neste ano. Não é um cinema fácil, pois rompe com todas as referências do que estamos habituados a chamar de cinema. Marguerite, aliás, nunca quis fazer carreira no cinema, quis sim investigar com os recursos audiovisuais regiões inexploradas de seu trabalho. E quem for, aberto à novidade que este cinema ainda é, poderá se maravilhar com a belíssima fotografia de seus filmes e com as narrativas veiculadas por vozes trabalhadas até nas mais ínfimas sutilezas sonoras.

Na próxima quarta-feira, dia 22, às 19h30, eu e o Jorge Lescano, grande especialista em Duras e em teatro, promoveremos um "colóquio" sobre os diálogos entre cinema e teatro na obra de Marguerite Duras.

Abaixo, segue a programação do CineSesc.


Marguerite Duras: escrever imagens




CINESESC
Rua Augusta, 2075 - Cerqueira César - São Paulo - SP
cep 01413-000 • telefone: 11 3087-0500 • fax: 11 3087-0501
e-mail: email@cinesesc.sescsp.org.br
www.sescsp.org.br • 0800 11 82 20


PROGRAMAÇÃO


Dia 17
19h20 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária
21h30 Índia Song

Dia 18
19h20 Destruir, disse ela
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 19
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 O homem Atlântico
As mãos negativas

Dia 20
19h20 As crianças
21h30 Destruir, disse ela

Dia 21
19h20 Agatha ou as leituras ilimitadas
21h30 Aurélia Steiner (Melbourne)
Aurélia Steiner (Vancouver)
Cesária

Dia 22
19h20 O homem Atlântico
As mãos negativas
21h30 Hiroxima, meu amor

Dia 23
19h20 Índia Song
21h30 As crianças


Colóquio
Diálogos entre o cinema e o teatro em Marguerite Duras
Dia 22 de junho - 19h30
Hall do Café - Cinesesc

Maurício Ayer, pesquisador da obra cinematográfica de Duras e
curador da mostra, e o escritor e dramaturgo Jorge Lescano se
encontram com o público para discutir as duas faces menos
conhecidas da obra de Marguerite – o teatro e o cinema. Agatha
– obra que condensa o valor da palavra e da voz, e elementos do
Teatro No – será o fio condutor do debate.

Eu estava lá no título do Estudiantes

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Como o parceiro Blá Blá Gol ainda não publicou a versão do cruzeirense que estava no Mineirão, aqui vai a visão de nosso amigo e colaborador Gerardo Lazzari, torcedor do Estudiantes que estava trabalhando e (torcendo) no estádio.

Texto e fotos por Gerardo Lazzari

Trinta e oito anos se passaram desde a final de Libertadores contra Nacional de Montevidéu, em Lima (Peru), em 1971.

Como tantos outros garotos, fui inscrito como “sócio ao minuto de nascer” no clube, antes mesmo de ser registrado em cartório. Cresci ouvindo histórias das “Copas”, da viagem de torcedores a São Paulo para assistir à final de 1968 contra o Palmeiras, no Pacaembu, ou as três vezes em que a torcida do Estudiantes cruzou o Rio de La Plata, num barco, para lotar o Centenário, uma vez contra Peñarol e duas com o Nacional.

Menção especial sempre teve a Copa Intercontinental ganha sobre o Manchester, em
1968. Esse foi um evento diferente por que era a primeira vez que um time argentino vencia um time inglês na Inglaterra. O poderoso Manchester era a base da seleção campeã em 1966, e o Estudiantes era um pequeno time de 11 operários, sem ninguém da seleção nacional. Depois de ganhar o primeiro jogo na Bombonera lotada, o Estudiantes empatou por 1x1, em Manchester, com gol de la Bruja Veron. Esse time chamado pela imprensa inglesa de “os índios” deu a volta olímpica em Old Traford e todos foram recebidos na argentina como heróis.
Meu pai me levou ao velho campo de Madeira de calle 1 e 57 aos 4 anos de idade pela primeira vez. De lá para cá, vi times muito ruins e times que foram campeões.

Nos anos 90 vi o Estudiantes cair para segunda e voltar no ano seguinte com um time com Verón, Palermo, Capria, Calderon, que jogava barbaridades e encheu estádios por todo o país.

Quarta, dia 15, era o dia mais importante em 38 anos, e eu estava lá, junto com praticamente 5 mil torcedores que vieram na sua maioria de La Plata, mas também de Brasília, Buzios, Santos, São Paulo, Califo
rnia etc.

Em todos nós corria o mesmo espírito da época das “Copas”, “podemos perder, mas vamos morrer em campo pelas cores da camisa”.

Estava trabalhando para dois jornais de La Plata, com a obrigação de ter boas imagens e conseguir transmiti-las rapidamente para ir fechando as páginas. Quando o Cruzeiro marcou o gol parecia que o estádio ia explodir, mas interiormente não me abalei, pois percebi nos jogadores muita confiança. Imediatamente o Estudiantes empatou o jogo, a torcida celeste emudeceu e a “hinchada pincharrata” tomou conta com um grito constante.

Fiquei parado no mesmo lugar que estava quando ocorreu o gol para não mudar a sorte, aí veio o segundo. Nem a pau ia sair do lugar até que acabasse o jogo, “vai que me mexo e o Cruzeiro empata”. Eu me virava a cada 5 minutos e perguntava para o preparador físico do Estudiantes, que estava próximo, quanto faltava
para terminar. Não queria pensar em nada até acabar.

Achar-se campeão antes de o árbitro apitar o final dá azar (pelo menos nós, pincharratas, pensamos assim). Os cruzeirenses achavam que já tinham vencido antes de começar o jogo, andavam com faixas de tricampeão, os jornais locais titularam manifestações do tipo já é Tri, os torcedores tiraram fotos com a taça que estava em exposição no estádio, e nós pensávamos, “xiii, vai dar azar para eles...”.

Quando o árbitro apitou, me perguntei o que estaria sentindo meu pai, ao ver nosso clube Campeão de América novamente depois de 38 anos. Eu não acreditava, pensei que nunca ia ver, mas eu estava lá
.

A cada dia, sua vitória

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Antes de acharem salto alto, é ao contrário. O grande segredo do Galo até agora neste campeonato é encarar, a cada dia, sua agonia. Joga-se com muita vontade, contra um adversário de cada vez, receita que é essencial no Brasileirão. Podem dar cartão também, porque o próximo jogo é contra o Vitória, daí não dá para escapar do trocadilho (rs).


Mas ontem contra o São Paulo juro que estava temeroso. Pela primeira vez, desde a estreia, o Roth mudou o esquema de jogo do 4-4-2 para o 3-5-2. A explicação é que estava sem dois dos três volantes titulares (Renan e Márcio Araújo), suspensos pelo terceiro amarelo. Na primeira partida, contra o Avaí o esquema não funcionou, o Galo tomou dois a zero e com a volta ao sistema tradicional conseguiu o empate.

Mas ontem, surpreendentemente, temor infundado. Creio que o time fez sua melhor partida no campeonato, ajudado e muito pela falha do Miranda logo no começo da partida, que foi sair jogando e perdeu a bola para o Tardelli fazer o primeiro logo no comecinho.

Depois, foram perdidas várias chances, para eu voltar a temer o "não faz, toma". Mais uma vez estava errado. Numa arrancada da intermediária, uma tabelinha e uma conclusão digna de centroavante, Serginho fez os 2 a 0 e praticamente encerrou a partida. Destaque por ser o primeiro jogo que o volante entrou como titular depois de uma cirurgia no joelho que o deixou fora por oito meses.

Aqui vale uma ressalva, o Galo começou bem o campeonato, deu uma caída, começou a ser bem conhecido e marcado pelos adversário, daí o Roth já mexeu no time. Está certo que quando a fase é boa, tudo dá certo, mas é bom ver que não se está dormindo sobre glórias, até porque não se ganhou nada ainda.

E o Atlético precisa acumular mais uns pontinhos à frente do segundo, porque nos oito jogos que faltam para encerrar o turno tem pela frente Vitória, Palmeiras e Inter, todos que estão disputando a ponta... E ainda o Flamengo, que nunca se sabe o que vai fazer.

Só peço uma coisa, aqueles que estão dizendo até agora que o Galo é cavalo paraguaio, continuem assim, por favor...

Time de Mano bate o do Leão

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Não deu para o Leão do Norte, que bem que deu trabalho no Pacaembu, e o Corinthians garantiu mais três pontos no Brasileirão. Mas diferente da campanha do Paulista e da Copa do Brasil, em que o Corinthians conquistou uma regularidade marcante – que lhe valeu a pecha de "frieza" –, o campeonato está mostrando que vai acontecer na modalidade "com emoção".

Mais ou menos aos dez minutos de jogo, eu estava no carro a caminho da casa de um amigo que acionou o Pay Per View, quando chega a mensagem no meu celular: "cadê você? o Sport já fez 1x0". 20 minutos depois, enquanto eu me perdia nas ruelas da Praça da Árvore, toca o telefone: "E aí, desisitiu? O Gordo já fez dois de cabeça! E o goleiro do Sport ainda fez um milagre".

Cheguei no intervalo, a tempo de assistir os melhores momentos. O gol do Sport foi um belo cruzamento, mas uma marcação totalmente falha no meio da área, e o atacante colocou de cabeça, no canto esquerdo do gol (esquerdo de quem entra, que fique claro), com perfeição. O primeiro gol do Ronaldo foi de um cruzamento perfeito de André Santos para o Gordo que estava no segundo pau (sem qualquer insinuação, hein). Aliás, posso queimar a língua, mas aposto que ainda vou ver futepoquenses elogiarem nosso lateral esquerdo, ele está evoluindo muito, a olhos vistos – e talvez seja o mais forte candidato a ser vendido ao final da temporada. O segundo gol foi um cruzamento da direita; o mais impressionante do gol foi a maneira como o Gordo se desmarcou, como bem apontou meu camarada Macari: um movimento e se colocou atrás do zagueiro, totalmente livre para concluir o lance.

O segundo tempo, que começou com pressão e muitas jogadas perigosas do Timão. Quem fez o terceiro foi Cristian, com um torpedaço de meia distância, daqueles que ele costuma engavetar, mas desta vez desviou na zaga e matou o goleiro no lance.

Com 3x1 e o Corinthians sobrando em campo, e empolgados pelas performances de meu filho Chico – aquele que viveu o episódio com o palmeirense no ônibus –, que dançava e pulava alucinadamente ao som de "Aqui tem um bando de loucos, loucos por ti Corinthians", entoado por nós mesmo, velhos amigos que há muitos anos não se juntavam para um jogo, subimos nos saltos da arrogância. Nosso papo era "vai ser 8 a 2", "eu aposto 7 a 2", "só não vai ser 8 a 2 porque o Felipe não vai deixar passar o segundo" e por aí fomos. E o Chico pulando e pulando, e correndo de um lado pro outro.

Sentindo o clima que emanava da Praça da Árvore, Mano Menezes decidiu pôr reservas pra jogar – coisa que ele vai ter mesmo que fazer, para esse pessoal sentir a aspereza do gramado. Entrou, por exemplo, o Moradei, para os protestos dos manguaças, que unanimemente o consideram uma negação. O fato é que não éramos os únicos a perder o foco em nosso delírio. O time em campo também dispersou. E em duas falhas da marcação o Sport empatou (CORREÇÃO SÓBRIO: NO SEGUNDO GOL, FELIPE BATEU ROUPA FEIO, NÃO FOI TANTO FALHA DA MARCAÇÃO).

Puta merda, começamos a tomar pressão, num jogo que parecia fácil, fácil. Um jogador do Sport foi expulso por um segundo amarelo, uma "braçada" na cara do Marcelinho, outro reserva que entrou. (Olha gente, posso estar enganado com um nome ou outro, mas ver jogo, apostar e cuidar de um molequinho pilhado ao mesmo tempo dá nisso. CORREÇÃO SÓBRIO: QUEM LEVOU A BRAÇADA FOI MORADEI, QUEM FOI EXPULSO FOI O GUTO) O sportista tinha tomado o primeiro amarelo no início da partida.

Pouco depois, lá pelos 35 minutos, foi a vez de Moradei fazer o seu "gol cala-a-boca". Num perigoso ataque do Corinthians, sobrou uma bola na meia direita. Moradei ajeitou e bateu com muita curva, e a bola foi perfeita para o canto esquerdo do goleiro. Chico pulando de novo, nós gritando e agora apostando no "9 a 3". Faz parte, torcida brasileira...




A defesa desfalcada

Tanto neste jogo quanto no outro contra o Grêmio, o Corinthians mostrou como depende da segurança de sua defesa. É na defesa que o Timão impõe a sua "frieza" e mostra que o osso é duro. Dominando as jogadas por ali, tira a virilidade do ataque adversário, e aí começa as séries de bons passes que também caracterizaram esse time em outras partidas. No jogo anterior, faltaram os dois titulares da zaga, neste, estava Chicão, mas não William.

O bom deste jogo é que o Corinthians mostrou que pode ser um time que faz mais gols do que leva. Ou seja, mesmo com maior fragilidade na defesa, é capaz de criar e concluir lances de gol. Contra o Grêmio, aconteceu que nem Douglas, nem André Santos, nem Elias, nem Dentinho fizeram uma boa partida. O Timão não criou e Ronaldo ficou isolado. Mas os 3x0 em Porto Alegre foram, a meu ver, uma ensacada perdoável, pois não deixou de seu um jogo pra viver a ressaca após o título da Copa do Brasil, que havia sido passado adiante depois da grande apresentação diante do Fluminense.

Mas, não adianta, o Corinthians tem que fortalecer sua zaga reserva, para que possa substituir com dignidiade a titular e não abalar o esquema de Mano Menezes. Mas não é fácil repor a destreza da dupla Chicão e William – muito bem apoiados por Alessandro, André Santos e Cristian. Todos esses atletas estão jogando muita bola.

Fofoca

No final da partida, Leão saiu reclamando da arbitragem e espalhando uma história de que o Mano Menezes teria dito a ele que o juiz segurou o jogo, o que para o Leão seria quase uma confissão de que houve favorecimento. Mano desmentiu a versão e disse que isso de ficar passando adiante conversa é "coisa de lavadeira".

OBS.:
Como viram, fiz algumas correções agora de manhã, digo, no início da tarde, em pleno estado de sobriedade, mas mantive o texto original pra não desdizer quem tenha lido antes.

quinta-feira, julho 16, 2009

Só três a mais...

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Ontem, dia 15, é dia de pagar meu aluguel. Mas também era quarta-feira, então fui ao Roxão comer uma feijuca com os irmãos. Após algumas cervejas, tomei o rumo do banco.

Peguei o cartão da conta da minha empresa, que acabou de ser aberta, e a senha não funcionou. O manguaça é sempre alguém que duvida primeiro de si mesmo. Tentei de novo, nada, e antes que meu cartão fosse bloqueado fui até o caixa. Digitei a senha, uma senha de 8 dígitos que meu sócio que abriu a conta me passou, e não deu certo. Foi quando a menina me informou: "Aqui só tem senha de 6 dígitos, não de 8". Eu só tinha uma senha de 4 dígitos – para operações por telefone – e uma de 8. Diante do impasse kafkiano, ela me sugeriu que tentasse ir ao caixa eletrônico e usasse os 6 primeiros dígitos da senha de 8, para ver o que acontecia. Se não desse certo, que eu voltasse para falar com ela.

Foi o que eu fiz. Saí, tentei, não deu certo. Nesse ínterim, deu 16h e a agência fechou. Quer dizer, o segurança encostou a porta e ficou esperando os últimos clientes saírem. Chamei o tipo e expliquei a situação. Esses profissionais são todos muito bem treinados para o atendimento ao cliente, então ele me tranquilizou com um "Espera ali, ó, atrás daquela faixa! Vou ver se ainda dá pra fazer alguma coisa". Simpatia sempre me comove, então fiquei ali. Nisso chegaram umas três pessoas, provavelmente conhecidas do vigia, ele abriu e elas entraram. Fui entrando junto, entendendo que já havia permissão. Mas o amigo apertou as sobrancelhas, fez bico de sargento e grasnou: "Eu falei pra ficar atrás da linha".

Aí quem levantou a voz fui eu: "Escuta aqui, eu sou um cliente, uma das poucas coisas que ainda tem direitos nesta joça de mundo, o que o senhor está pensando pra falar desse jeito?". Bertolt Brecht estudou muito esses intermediários do poder em sua dramaturgia. O preposto é um tipo sempre pronto a assumir a máscara da pirâmide que se ergue por trás dele, mas também que precisa como ninguém que o seu frágil poder seja legitimado pela obediência. Quer dizer, basta falar um pouco mais alto que ele ouve nas entrepausas da voz a interpelação implícita: "você sabe com quem está falando?!". No caso, estava falando comigo, um ninguém, ou melhor, um homem com o mesmo valor e os mesmos direitos que ele e que queria apenas que ele não interrompesse um diálogo que acontecia entre mim e uma funcionária que se encontrava do outro lado do portal do qual ele era guardião.

O vigia se assustou um pouco, ficou meio sem reação, sem saber muito como proceder. Nessas horas, sobe-se rapidamente a ladeira das hierarquias. O gerente se interpôs, atravessou a porta rotatória e virou o rosto oferecendo a orelha para que eu lhe contasse minha história. Ele me ouviu e chamou pra si a responsabilidade. Aí ligou pra minha agência, falou com não sei quem e não sei quem mais, tudo para se chegar a um acordo sobre o procedimento mais simples para efetuar o meu pagamento. Teria que copiar minha carteira de motorista, eu escreveria um requerimento de próprio punho e eles tratariam dos demais trâmites.

Essas tratativas custaram uns bons 40 minutos de todos nós. Liga daqui, faz cópia de cá, o gerente ficou analisando minha habilitação. Olhou pra mim com atenção e avaliou: "Você mudou hein...". De fato, é uma foto meio antiga. "Pois é, a barba, o cabelo comprido e uns 15 quilos a mais fazem alguma diferença", expliquei. Ele olhou de novo o documento, e resolveu ser um pouco mais claro: "Olha que eu tenho três anos a mais que você..."

Mirei a cara daquele tipo todo bombado, enfiado num terninho e com um topete minuciosamente esculpido em gel que reproduzia à perfeição a curva superior da logotipo do Bradesco no cartaz acima de sua cabeça e pensei comigo que alguma razão ele tinha, eu devo parecer uns 15 anos mais velho que ele. Aí vem outra virtude do manguaça, que evitou que eu desse uma resposta atravessada a esse gerente tão dedicado em resolver o meu problema bancário. Amistoso, acrescentei: "É que eu bebo demais e penso um pouco". Ele sorriu, satisfeito com a explicação.

Freud também explica o Santos. Ou não.

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É difícil escrever sobre o Santos sem ser repetitivo. Mais de uma vez usei esse espaço pra dizer que o Santos não tem um elenco forte (diretoria idem) , possui um problema crônico na lateral-direita, só três volantes no grupo e poucas opções no banco. Isso forçou o interino Chulapa a tentar fazer algo diferente do que Manini vinha fazendo: colocar Roni no time titular e jogar com dois atacantes de área.

Talvez Freud explique a opção do treinador, ex-centroavante de sucesso. Quando era o treinador que conseguiu o acesso da Portuguesa Santista para a primeira divisão do estadual em 1996, ele manteve como titular um atacante de área, Carlinhos, mesmo este ficando, se não me engano, 28 jogos seguidos sem marcar gols. Não havia uma vez sequer que não fosse vaiado no Ulrico Mursa. "Ele prende os zagueiros, sei como é isso", justificava Chulapa à época. Talvez Roni tenha ganho a posição por conta disso, pela predileção do interino por alguém que "prenda os zagueiros". Uma opção "freudiana", motivada também pela hoje natural falta de alternativas no elenco. Não deu certo. Tirar um meia que cai pelas pontas acabou isolando algumas jogadas feitas pelas beiradas e a equipe perdeu potencial ofensivo.

O pai da psicanálise talvez explique também a atuação desastrosa de Wagner Diniz. Vindo do São Paulo, onde foi encostado, vive a expectativa de reencontrar o algoz que o encostou no Tricolor, o técnico Muricy Ramalho. Foi sacado aos 31 minutos, substituído por Luisinho, após ter falhado nos três gols do Barueri. Claro que, se não tem estrutura para suportar uma pressão dessas, Diniz não tem condições de jogar em um clube grande. E a necessidade de se buscar um jogador da posição volta à baila.



O 3 a 1 ao fim do primeiro tempo era mais que preocupante. Mas a partir da segunda etapa, com um jogador a mais logo no início, o Santos mostrou brio. Uma bola na trave de Rodrigo Souto e uma sequência de finalizações ao gol do Barueri, que foi recuando gradativamente com as mudanças de Estevam Soares. Chulapa colocou Robson e tirou Roni, desfazendo o erro original da escalação. O time chegou mais pelos lados e ganhou ainda mais ofensividade com a entrada de Neymar no lugar do zagueiro Fabão. Aliás, substituição semelhante àquela feita por Mancini na partida contra o Sport, em contexto semelhante.

Contudo, como daquela vez, esse não foi o fator determinante para a reação peixeira. Foi sim a raça, a garra, o que é extremamente positivo por demonstrar um fator sem o qual não se faz um escrete vencedor, a vontade dos jogadores. Mas também deixa claro que a equipe tem um esquema deficiente e carece de jogadores. Se Muricy vier, será excelente, mas ele apenas não é suficiente para fazer do Santos um candidato ao título. É preciso reforçar o elenco, com qualidade, algo que, pelo que se viu nos últimos dois anos e meio, parece cada vez mais difícil na Vila...

O astro


Xodó dos torcedores do Santos, Chulapa não teve qualquer pudor em tirar Wagner Diniz antes do fim do primeiro tempo. Deve ter dado uma sacudida terrível no time no intervalo, que voltou bem mais aceso. Escalou errado, mas conseguiu mudar bem dentro das possibilidades que tinha. Ao fim da partida, "jurou" Estevam Soares, empurrou um repórter da Sportv, mas depois pediu desculpas. Um show à parte, mas com o mesmo destempero que o tirou do comando da equipe em 2004, mesmo tendo feito um bom trabalho. Esse, nem um divã dá jeito...

No quarto jogo de Jorginho, a terceira vitória

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Desta vez foi no Maracanã e diante do Flamengo, o oitavo do campeonato. O Palmeiras venceu a terceira seguida no Brasileiro por 2 a 1, com uma atuação convincente que aproveitou a boa atuação de Diego Souza e as falhas do rubronegro no primeiro tempo.

Nas duas partidas anteriores, contra o Náutico em casa e o Avaí em Floripa, o Palmeiras havia levado a melhor contra equipes que frequentam a zona de rebaixamento. No clássico contra o Santos, Jorginho estreiou com empate em casa, em meio a muitas dúvidas. Já são onze jogos sem derrotas.

Na partida entre os times que mais desarmam no campeonato, a marcação pressão e a rapidez dos contra-ataques puxados por Diego Souza foram a marca do primeiro tempo. O primeiro gol foi dele, em trombada de Ortigoza com a zaga. O segundo foi do peruano camisa 30, que recebeu de Deyvid Sacconi.

Na etapa final, o Flamengo voltou mais acordado, mas ficou distante de estabelecer pressão. Diminuiu com um gol de pênalti cometido por Danilo. Curioso é que o zagueiro do Palmeiras agarrava com vontade a camisa de Adriano. Tanta era a força que, quando o grandalhão empurrou o zagueiro, também com força, quase que Danilo levou a vestimenta do rival. Apesar do empurrão, que coloco na conta da malandragem do atacante para fazer o árbitro ver a infração, considero o pênalti correto.

Mesmo assim, nos contragolpes, o Palmeiras levou mais perigo para o gol de Bruno do que o time da casa para o de Marcos, o Goleiro, que só trabalhou com mais afinco em três lances. E não foram tantas outras finalizações dos cariocas.

Jorginho conquista ainda mais tempo de tranquilidade para enfrentar o Santo André, o Goiás e o Corinthians. Isso porque vai havendo menos motivos para gastar fortunas com um treinador de grife. Mas tem ainda 11 dias para saber se o clima se mantém.

Pelo 3º ano seguido, brasileiros perdem na final da Libertadores

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O Estudiantes de La Plata venceu o Cruzeiro em pleno Mineirão nesta quarta-feira, 15. Os 2 a 1 repetiram o que parece ser uma sina para equipes brasileiras desde 2005. Em todas as finais de Libertadores nesse período havia a presença de brasileiros.

Títulos para equipes nacionais só vieram nas duas vezes em que ambos os competidores eram do país (em 2005 e 2006, quando São Paulo e Atlético-PR e Inter e e São Paulo disputaram a decisão).

Já que estamos no momento das contas, nos últimos 10 anos, havia brasucas em oito. Se esticar para duas décadas, em 15 havia brasileiros. A capacidade dos times conseguirem se aproximar do caneco não tem se concretizado em título.

Foto: VipComm/Divulgação

O jogo

O Estudiantes saiu perdendo aos doze minutos do segundo tempo, com um chutaço do volante Henrique que desviou em Desábato. Quinze minutos depois, o empate. Mesmo sem partir para o tudo ou nada, os argentinos conseguiram igualar com Gáston Fernándes aos 27. Segundo a Bodega Cultural, isso se dava quando o locutor da Globo, Galvão Bueno, anunciava as presenças dos governadores e pré-candidatos tucanos à presidência José futebol e política não se misturam Serra e Aécio Neves. Mais quinze se passaram e Mauro Boseli aproveita a bobeada da defesa azul para colocar os visitantes em vantagem. E dá-lhe retranca.

Sem o título, o treinador do Cruzeiro merece aplausos por levar a equipe até as finais. Mas permanece como promessa de treinador consagrado. Dias depois da última leva de demissões de treinadores de times da série A do Brasileiro, talvez não baste a promessa.

Alterado às 8h30

quarta-feira, julho 15, 2009

Iraque goleia Palestina nas primeiras partidas internacionais em seis anos

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O Iraque goleou a seleção da Palestina por 3 a 0 e 4 a 0. Foram as duas primeiras partidas internacional disputada em casa pela seleção da terra de Jalal Talabani (sucessor de Saddam Hussein).

O primeiro jogo correu na sexta-feira, 10, em Ebil (ou Irbil), ao norte do país, onde vive uma maioria curda. O segundo foi na segunda-feira, 14, no estádio Chaab, em Bagdá, que recebeu umas 45 mil pessoas para a partida.

Uma tempestade de areia quase ameaçou a chegada da seleção palestina à capital, mas funcionou.

A Fifa proíbe a realização de partidas oficiais no país desde a ocupação da coalizão dos Estados Unidos e Inglaterra. Apesar de aprovar ambos os jogos, a entidade comandada por Joseph Blatter não suspendeu proibição.

Segundo consta, os iraquianos gostam mais de futebol do que de quebab de carneiro. Em 2007, o escrete do país venceu a Copa da Ásia, sob o comando do técnico brasileiro Jorvan Vieira. O Terra garante que a conquista produziu um momento de união nacional entre xiitas, sunitas e curdos nas ruas para celebrar a vitória de 1 a 0 sobre a Arábia Saudita.

terça-feira, julho 14, 2009

Sarney, CPI da Petrobras e o recesso

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Nesta terça-feira, 14, o Senado instalou a CPI da Petrobras quase dois meses depois de começar as buscas por 27 assinaturas necessárias, em 15 de maio. Muita água rolou. Foram arrecadadas cinco firmas a mais do que o mínimo necessário, a estatal criou um blogue para responder às acusações da comissão e da mídia, Lina Vieira, a superintendente da Fazenda – de onde veio o gancho para a criação da comissão – foi demitida e José Sarney (PMDB-AP) encontra-se em meio a um furacão de denúncias de atos secretos, nepotismo e desvio de recursos de convênios com a própria Petrobras.

Instado a comentar a questão pela anônima cobrança de um leitor, resta lembrar alguns pontos, já que a ação acontece na capital federal.

Eleições 2010
Como grande parte das ações praticadas por figuras públicas eleitas, tanto a CPI quanto as denúncias contra Sarney passam pela eleição do próximo ano. Seja como palanque da oposição, seja para tentar colar a pecha de corrupto nos candidatos alinhados ao governo federal, a comissão tem tudo para reeditar momentos da trilogias do primeiro mandato de Lula – Mensalão, Correios e Bingos – a do fim do mundo. Não se pode esquecer ainda que a CPI das ONGs corre firme e forte, a ponto de ter se tornado moeda de troca depois da trapalhada de Inácio Arruda (PCdoB-CE) que, ao deixar a relatoria, viu seu posto ocupado pelo tucaníssimo Arthur Virgílio (PSDB-AM), o ilibado. Tudo bem que, ao que consta, o acordo do que é ONG objeto de investigação parece ter sido bem costurado para não desagradar demais nem a petistas nem a tucanos.

Diferenças entre 2009 e 2005
Numa comparação meio bruta, pode-se dizer que governo e oposição devem ter posições mais elaboradas do que nos escândalos de 2005. De um lado, o blogue da Petrobras mostra que a estatal está mais preparada para lidar com uma crise do que estava o PT e os demais partidos. Havia rumores até de que o Fatos e Dados traria um calhamaço de documentos que talvez fossem requisitados como forma de se antecipar. Até agora nada.
Mas some-se a confirmação da promessa de Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, de assegurar a presidência e a relatoria. Ele próprio assumiu a relatoria e João Pedro (PT-AM) ficou com o comando dos trabalhos. O plano de trabalho sai só em agosto, depois do recesso.
Alguém pode lembrar que Delcídio Amaral (PT-MS) era presidente da CMPI dos Correios, mas Osmar Serraglio, Amir Lando, Ibrahim Abi-Ackel, Efraim Moraes e Garibaldi Alves tinham nada de governistas. Se Romero Jucá conseguir o que quer, o plano de trabalho só sai depois do recesso, em agosto.
Tudo bem que, no frigir dos ovos, tudo é negociado e disputado, mas está claro que a base aliada consegue até aqui aparente controle das coisas.
Do outro lado, a engrenagem entre os jornais que levantam denúncias seguidas de parlamentares que exigem, em plenário, o esclarecimento do caso, vem funcionando de modo bastante azeitado. O presidente da Petrobras descreveu esse ciclo com clareza em entrevista à IstoÉ Dinheiro. Na reeleição de Lula, a tentativa de reedição do Mar de Lama passou longe de funcionar em um panorama de crescimento econômico com distribuição de renda. Será que a estratégia vai ser apostar numa crise econômica com profusão de denúncias e alvos ou com mais pressão sobre menos pontos?

Foto: Montagem com fotos de Geraldo Magela e Moreira Mariz/Agência Senado

Jucá, líder do governo e relator, Sarney, presidente do Seando,
e João Pedro, no comando da CPI



Governabilidade
A análise corrente aponta que o Planalto se preocupa tanto com José Sarney porque depende dele para manter a capacidade de aprovação das medidas de seu interesse. Se o presidente do Senado cair ou se licenciar – o que pode ser a mesma coisa segundo o teorema Renan Calheiros – entra em seu lugar Marconi Perillo (PSDB-GO).
Enquanto o PSOL organizava um Fora Sarney com máscaras de papelão com proeminentes bigodes desenhados contra a "Máfia do Senado", o PT capitulava entre pedir o licenciamento e apoiar o cidadão. Se há o temor da ingovernabilidade, que se assumam as consequências de aparecer na foto escudeando Sarney, com todas as consequências disso. Mas a dubiedade enquadrada foi mais fácil.

Vida de bêbado não é fácil

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Sem comentários, a matéria é tão ruim quanto a situação do manguaça, quem quiser saber do que se trata, clique aqui

Anvisa ao lado do Manguaça-Cidadão?

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Dois títulos de matérias da Agência Brasil sobre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) me colocaram a dúvida:

Anvisa aprova uso de nova droga para tratamento do câncer de fígado

O novo medicamento pode prolongar em até quatro meses a sobrevida de portadores desse tipo de câncer – o que em muitos casos pode significar o tempo necessário para o aparecimento de um órgão compatível ao paciente para a realização do transplante que lhe poderia salvar a vida.


Anvisa determina apreensão de lotes de água mineral natural
O produto vinha sendo comercializado com registro falso e teve a apreensão determinada em portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje (14).

Quem apreende lotes de água mineral e libera medicamento para o tratamento de males hepáticos está a serviço do Manguaça-Cidadão?

Xico Sá e a Chave de Ouro

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Um amigo aqui do trampo me passou essa excelente entrevista concedida pelo jornalista, escritor e cachaceiro convicto Xico Sá (blog dele aqui), um dos cronistas esportivos mais admirados pela turma aqui do Futepoca, à revista literária virtual Germina. O entrevistador é o também poeta Jovino Machado (blog com poemas novos aqui, biografia e alguns trabalhos mais antigos aqui, que manda muito bem.

Machado pergunta e Sá responde sobre cachaça, amizade, poesia, música, mulheres, a proverbial posse das cavidades anais dos indivíduos altamente alcoolizados, sobre a vida, enfim. Veja os trechos que eu mais gostei abaixo (destaque os seus) e a entrevista completa aqui:

Jovino Machado – Só os bêbados suportam os bêbados? Só os sóbrios suportam os sóbrios?
Xico Sá – “Os bêbados são anjos que vagam lindamente, é tanto que as crianças adoram os seus passos trôpegos e outras vadiagens. Dos sóbrios, não entendo patavinas, faz muito tempo que não sei o que seja essa forma chata de encarar o inferno terreno.”

Deus inventou o lar e o diabo, o bar?
Concordo, mas o filho de Deus, o cabeludo que aprontou em Cafarnaum e região, não era nada besta: tudo que era pote de água virava vinho dos bons nas suas mãos. Tô com ele e não abro.

O vício é um luxo da natureza?
Aém de uma bela vingança contra a chatice do mundo. Eu pelo menos não agüento sóbrios e quem agüenta é só por vaidade: querendo se mostrar superior, o que se torna mais babaca ainda.

Cu de bêbado não tem dono?
Eu sigo o slogan de uma cachaça cearense chamada Chave de Ouro: “Com essa, você já cai de cu trancado”. Mas para quem ainda não descobriu essa pinga, realmente o ditado está certo. Culus bebedorum dominus non habet, como rezaria o padre das antigas no seu bom latim.

segunda-feira, julho 13, 2009

Parreira demitido, Luxa e Nelsinho no mercado, Mancini por um fio... Xi...

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O torcedor ficaria chateado, mas até poderia entender a derrota por 6 a 2 para o Vitória ontem como um simples “acidente de percurso”, conforme justificou o ainda técnico peixeiro Vágner Mancini. Mas vendo uma sequência terrível de partidas onde o time joga mal e/ou deixa escapar vitórias fáceis, não dá mais para o santista assistir de forma passiva à derrocada da sua equipe sem achar a quem culpar de forma imediata.

O Santos parecia até um time bem arrumado no Paulista. Mas, como as experiências repetidas a cada ano demonstram, nem sempre os estaduais são um parâmetro confiável para um campeonato ranhido e longo com o Brasileirão. Um dos pontos fortes do Santos no Paulistão era a participação ativa dos meio-campistas e dos atacantes na marcação. Neymar e Madson voltavam para a intermediária, assim como Paulo Henrique Ganso, que acompanhava as descidas dos volantes adversários. Triguinho, na lateral, se não era nenhum gênio no apoio, muitas vezes fazia o papel de terceiro zagueiro, liberando um ou dois volantes para atacar de acordo com a necessidade da equipe.

Mas, aos poucos, o esquema de Mancini foi desabando. Se uma ou duas peças não funcionam bem na equipe, pode-se trocar ou adequar alguém para a posição; se outros dois atletas se contundem, também dá-se um jeito; caso um atleta esteja em más condições físicas, é só promover um reserva... É assim que deveria funcionar em um clube minimamente estruturado ou “planejado” como gostam de dizer alguns doutores da bola travestidos de cartolas. Não é o caso do Santos.

Assim, o técnico tentou algumas vezes substituir Neymar por Maikon Leite, para exercer a mesma função já que ambos tem características parecidas. Como o atacante ainda sofria com sua adaptação pós-cirurgia, Molina virou a solução. Ou seja, o esquema teve que ser mudado. Na lateral-esquerda, com a contusão de Triguinho, Léo voltou mas, fora de forma, não conseguiu exercer a mesma função de seu antecessor. Naquela posição, Pará faz o santista entristecer pois comparar este “coringa” com outros históricos como Lima nos anos 60 e recentemente Elano, é pra fazer qualquer um desistir de torcer.

A última tentativa de inovação da parte de Mancini aconteceu ontem. Um esquema com três zagueiros de ofício, mas que, na prática, são três volantes, já que Paulo Henrique Rodrigues atuou mais à frente. Carpegiani foi esperto e, no lugar de um atacante, colocou um meia para dominar o setor, marcando a saída de bola do Peixe. E dominou. Os zagueiros ficaram distantes dos meias, expostos ao ataque do Vitória e aos avanços de Apodi (aquele) e, no mano a mano, a zaga santista sofreu como sofreria qualquer outra no planeta, ainda que fosse excelente (o que não é o caso). Pra completar, o goleiro Douglas achou por bem falhar bisonhamente no primeiro gol baiano e Domingos fez uma das piores apresentações de um zagueiro com a camisa do Santos, lembrando atuações pouco saudosas de Camilo, Pedro Paulo, Marcelo Fernandes, Marconato etc.

Assim, Mancini bambeia, mas não cai. Não achava que o presidente santista fosse demiti-lo logo depois do jogo, até porque ele finge ser cartola europeu, daqueles que dão “crédito” ao técnico por conta de seu trabalho. Se nem Nelsinho Baptista foi demitido imediatamente após o 7 a 1 para o Corinthians (precisou ser goleado por 4 a 0 para o Internacional em seguida), não seria Mancini vitimado assim.

O problema agora é saber quanto tempo durará o atual treinador santista e quem vem substitui-lo. As especulações acerca de Nelsinho e o perdulário Luxemburgo são de arrepiar. Junte-se a isso o fato de Parreira ter sido demitido do Fluminense e temos um pesadelo se desenhando. Como já disse, só Muricy pode salvar o Santos de mais uma campanha pífia no Brasileirão, já que a salvação imediata – a queda da diretoria do clube – só virá por milagre. Oremos.

Ô, Ô, Ô, O freguês voltou...

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O canto da torcida do Galo no segundo tempo, quando estava 2 a 0, pode até ser considerado exagerado por conta de o Cruzeiro ter entrado com o time reserva e estar com um jogador a menos em praticamente toda a partida.


Mas como o Galo não tem nada a ver com isso, fez a sua parte, ganhando de 3 a 0, que poderiam ser pelo menos 6 se os bandeirinhas não errassem em pelo menos 3 impedimentos com os jogadores do Galo saindo sozinhos à frente do goleiro cruzeirense.

Mas o que importou foram os três pontos, que reconduziram o Galo à liderança e impediram a quebra de um tabu. O Galo continua com a maior série invicta, de 13 partidas sem derrota para os azuis, conquistada na década de 1980.

Quanto ao jogo, a destacar que o Cruzeiro, embora com reservas, tinha pelo menos seis jogadores que já foram titulares ou veem entrando sempre, como Jancarlos, Athirson, Fabinho, Fabrício, Elicarlos, Thiago Ribeiro e Zé Carlos. Claro que Fábio, Ramires e Kléber fazem uma falta danada, mas quem decidiu não escalá-los foi o técnico do Cruzeiro, então o Galo tem mais é que comemorar a vitória.

Porque até os 30 minutos do primeiro tempo o jogo estava igual, com o Galo nervoso, perdendo gols e tomando contra-ataques. Depois da furada do Tardelli e do gol do Júnior, dominou inteiramente a partida e poderia ter ganhado de 5 ou 6 a zero.

Méritos para o Roth que desta vez mexeu bem (diferentemente dos jogos contra Barueri e Botafogo, em que errou nas substituições), tirando um lateral que estava com cartão amarelo e trocando pelo terceiro atacante.

Com isso abriu o Tardelli e o Éder Luís, um em cada ponta, e colocou o Alessandro no meio da área, com o Júnior, na meia, chegando de trás, acabando com a cobertura dos 3 volantes do Cruzeiro.

Valeu a comemoração feita em casa com os mosqueteiros que foram comigo à derrota contra o Barueri. Esquentamos o pé frio justamente contra o maior rival.

Na quarta, vou fazer de conta que não estou secando para ver se o Estudiantes ganha de meio a zero para calar o Mineirão. Dá-lhes, Pincharratas.