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Desfalcado de seu principal armador, Mano Menezes mudou o jeito do Corinthians jogar na vitória de ontem contra o Bragantino, por 1 a 0, gol de Lulinha. Douglas e Jorge Henrique ficaram de fora, machucados. Sem substituo que cumpra a mesma função de Douglas, o treinador sacou Túlio, colocou Lulinha na direita, Wellington Saci na meia esquerda, Otacílio Neto no ataque e recuou Elias para segundo volante.
O comentarista e ex-craque corintiano Neto - meu primeiro ídolo no Corinthians, ao lado do goleiro Ronaldo - achou a escalação totalmente errada: para ele, Saci é lateral, Otacílio Neto jogava bem no Noroeste como “quarto homem de meio campo” e, se Mano não tinha nem colocado Lulinha no banco no jogo anterior, como poderia escalá-lo de titular? Disse também que era um risco, pois o Bragantino era uma boa equipe, que vinha de uma goleada de 4 a 2 na primeira rodada.
Pois o time começou, pressionando o Bragantino, marcando no campo do adversário e criando boas oportunidades. O destaque foi exatamente Saci, que fez boa partida jogando como meia à européia, começando as jogadas pelo meio e caindo nas pontas - fez algumas boas tabelas com André Santos. Lulinha fazia o mesmo do lado direito, mas sem tanto sucesso, talvez pela escassa participação de Alessandro. Otacílio Neto, que já deu dois passes para gol em dois jogos do Paulista, se movimentou pelos dois lados e levou perigo. Mais uma vez, o Corinthians dominava a posso de bola, criava boas chances, mas faltava contundência na definição da jogada. Neto passou a dizer que Saci estava jogando muito bem. “Ao contrário do que eu disse”, reconheceu.
No segundo tempo, Alessandro passou a descer mais e a jogar com Lulinha, que cresceu de produção. De uma tabela bem construída dos dois – com participação de Otacílio Neto – nasceu o gol corintiano, de Lulinha. O garoto se soltou e passou a arriscar uns dribles e passes mais interessantes. Num deles, deixou Souza na cara do gol, mas o centroavante chutou a bola bisonhamente pra longe. Apesar disso, de ser lento e muito pouco habilidoso, Souza fez várias vezes o papel de pivô e criou algumas oportunidades durante a partida. Nada grandioso, pelo contrário, mas dá para imaginá-lo sendo útil ao time. Aqui, Neto passou a elogiar Lulinha: “Está jogando demais”.
O Timão relaxou um pouco depois do gol e o Braga conseguiu algumas finalizações, mas nada que assustasse – evolução, considerando que foi apenas um chute a gol do time da casa no primeiro tempo, contra 12 do Corinthians (apenas um acertou o alvo, é verdade). Mas a folga durou pouco e o Corinthians retomou o controle da partida, que ficou nessa até o final, contando ainda com um chute para fora de André Santos na cara do gol, depois de passe de Souza. A essa altura, Neto já estava dizendo que o Bragantino era “muito inferior” ao Corinthians. Fique impressionado, tanto com a abrangência da previsão equivocada do comentarista, quanto com sua capacidade de mudar de opinião durante a partida.
E Mano Menezes mostrou que, de fato, o time tem opções táticas. O futebol foi bastante econômico e nada brilhante, mas seguro e com total domínio sobre o adversário – que me pareceu bem fraco, diga-se. Faltou melhorar a conclusão das jogadas, seja em termos de assistências ou finalizações. Vamos ver o que acontece daqui pra frente.
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