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POR MORITI NETO
Já
tantas horas depois, não há sentido em tecer longos comentários
sobre o jogo entre São Paulo e Tigre, na noite desta quarta, na
Argentina. Ao menos, no que diz respeito à bola rolando. O que vale
analisar é o comportamento de Luís Fabiano. Embora muitos já o
tenham feito, alguns com competência em poucas linhas, caso do Menon, o sujeito é uma situação à parte quando se trata de estupidez.
Sim, é isso, LF, o senhor foi de uma estupidez cavalar na expulsão
cavada aos 13 minutos do primeiro tempo. Dessa maneira, ficará
praticamente fora de toda a decisão da Copa Sul-Americana. Não
disputa a final num Morumbi lotado pela torcida do Tricolor Paulista,
que não tem uma sensação semelhante – de grande possibilidade de
título – faz quatro anos.
O
senhor é artilheiro, isso é incontestável, mas disse, depois do
jogo, que tentou dar um pontapé no zagueiro Donatti, também
excluído, para defender Lucas que, naquela altura, nem no lance
estava mais (aliás, Donatti estava na dele e teve menos motivos para
ser expulso). Pois bem, campeão dos fracos, o seu “espírito
coletivo”, de “defesa dos companheiros”, é fruto de uma visão
distorcida da realidade. Lembre-se, para “defender” o garoto,
você abandonou a equipe, deixou-a sem referência na área. Mais do
que isso: permitiu que os outros atletas são-paulinos permanecessem
o restante da partida apanhando, encarando um adversário violento,
inclusive o “seu protegido”.
Dessa
forma, meu caro, após passar a semana inteira dizendo saber que
seria provocado, o “justiceiro”, o cara que “não leva desaforo
pra casa”, deu à equipe do Tigre, fraca tecnicamente, munição a
uma das poucas armas que tem; a tão falada catimba argentina. Forte
para ganhar o duelo psicológico, algo que pode ser imprescindível
numa final contra o São Paulo de baixa média de idade.
Claro,
eles venceram as brigas mental e emocional. Muito, pois um dos
jogadores mais experientes do time brasileiro e ótimo finalizador, o
senhor mesmo, o “grande salvador dos mais frágeis”, caiu na
provocação do adversário. Parabéns.
O
problema é que, além desse ser o maior erro que cometeu na
carreira, é igual, no formato, a tantos outros que já fez. E não
se trata de condená-lo pelo passado, mas por condições que nunca
mudaram, por sua irresponsabilidade, por seu egocentrismo.
Sinto-me livre para dizer: LF, o senhor, em momentos decisivos, ou
falha tecnicamente ou é expulso. Em ambos os casos, o preparo
emocional para decidir se mostra zero.
É um
matador, goleador? Sem dúvida. E para por aí. Sempre que seus
serviços são chamados em decisões, e não precisa ser
necessariamente numa final, o senhor dá um jeito de se furtar da
responsabilidade. Não reclame, goleador recordista, quando a torcida
lhe chamar de pipoqueiro. Ainda que seja inconsciente, até quando é
expulso parece querer fugir. Onde está o compromisso com o coletivo?
Inexiste.
Assim,
“senhor fabuloso”, iremos, jogadores e torcedores, para cima do
Tigre na próxima quarta. E se não teremos a esperança de que, a
qualquer momento, o senhor nos fará explodir com o prazer do gol,
também não nutriremos o sentimento negativo de que pode ser
expulso.
Ganhar
ou não o título, difícil saber, até porque os argentinos seguirão
apostando no confronto psicológico e mostraram que são bons nisso.
Porém, independentemente do resultado, meu caro, tenha certeza, você
largou a bucha para a moçada. Férias adiantadas? De novo, parabéns.
Já conquistou algo no Tricolor.