Destaques

sábado, agosto 14, 2010

E no sétimo jogo, fez-se a vitória do Palmeiras de Felipão

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Primeiro, fizeram-se empates. Também houve derrotas. Então deram-se substituições. E no sétimo jogo, o Palmeiras descansou. Ou melhor, desencantou...

Pela primeira vez em sete partidas, o Palmeiras venceu. Mas ainda não foi desta vez que Luiz Felipe Scolari assistiu ao apito final de uma vitória do banco de reservas palestrino. É que o treinador foi expulso na etapa final.

Foi contra o Atlético (PR), jogando no Pacaembu, que aconteceu o que todo palmeirense achava que viria com mais facilidade depois da chegada do treinador. Desde a vitória sobre o Santos sob o comando de Flávio Murtosa que isso não acontecia. E, depois do revés diante do Vitória, no Barradão pela Sul-Americana, parecia que o mundo era muito pior.

O adversário não é dos mais fortes, briga entre os últimos da tabela contra o rebaixamento. Mais importante do que reencontrar o caminho do gol e da vitória foi a atuação de Tinga, autor do passe para os dois gols. Um alento para uma equipe quase sem atletas criativos.

O time foi a campo com três zagueiros e muitas mudanças. Pierre, Ewerthon e Vitor ficaram no banco. Muito correto. Nada de Armero, suspenso. Fabrício compôs a zaga, Márcio Araújo foi improvisado na lateral-direita e Luan ficou no ataque com Tadeu. Ainda sem Lincoln, Rivaldo estava no meio ao lado de Tinga, Marcos Assunção e Edinho. Apenas um jogador desse meio é exclusivamente marcador, os outros sabem jogar e tocar a bola, coisa rara no desempenho do meio de semana. Só que são quatro volantes.

Então, recapitulando: três zagueiros, cinco volantes, dois atacantes. Só pra lembrar, o time joga sem meia ofensivo porque não tem. Na página do elenco profissional, só Lincoln, contundido, e Valdívia, sem visto de trabalho, são meias. Não era muito animador.



Com três minutos de jogo saiu o primeiro gol. Uma falta na meia lua batida por Marcos Assunção na barreira sobrou para Tinga na ponta direita. O ex-ponte-pretano driblou e cruzou, numa jogada de habilidade, que enche torcedor de esperança. Danilo apareceu sozinho para cabecear para o fundo das redes e comemorar.

Depois do gol, o Palmeiras cedeu o comando das ações no jogo, mas o Atlético só gerou perigo em cobranças de falta de Paulo Baier. Isso indica que a retaguarda segue sem solução definitiva, mesmo com três zagueiros e cinco volantes. Afe!

No segundo tempo, uma expulsão. À exemplo do que cansou de acontecer com Kleber – antes de ele voltar, é bom que se diga, porque desde então nenhum cotovelaço sobrou da parte do camisa 30 – Tadeu acertou uma braçada em Deivid e tomou o segundo amarelo. Marcos, o Goleiro, evitou que as coisas fossem piores.

Antes do segundo gol, Marcos Assunção mandou uma falta no travessão. Depois, aos 31, Tinga viu Ewerthon se movimentando corretamente em campo – mostrando que o chá-de-banco fez bem – e fez um toque estilo balão. Encontrou livre o atacante (que substituiu Luan) para ampliar.

Felipão foi expulso por reclamação. Ainda não resolveu todos os problemas do mundo. Aliás, superou só a ziguezira que parecia se abater. Quando Valdívia puder jogar, é praticamente inevitável que o time melhore sua capacidade ofensiva. Simplesmente porque um meia é mais do que nenhum.

Tinga, que foi bem, ainda tem tempo para roubar a vaga de Lincoln e, quem sabe, jogar mais para frente do que quando chamou a atenção de muita gente jogando no time campineiro.

sexta-feira, agosto 13, 2010

Datafalha acerta pela primeira vez

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Não é que até o Frias assumiu.... A liderança da Dilma nas eleições presidenciais, claro.

Assumiu envergonhadamente, dando como novidade algo que até os manguaças do Futepoca já sabiam: Dilma 41%, Serra 33%.

Mas vale um capítulo à parte a manchete do UOL.

Com 41%, Dilma passa Serra pela primeira vez no Datafolha.

O correto não seria, pela primeira vez Datafolha acerta na pesquisa?




(Mais) Criatividade no marketing político

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Eu entendo. Para um candidato a deputado chamar a atenção durante a campanha eleitoral, o cabra tem que ser muito bom. Ou já é político renomado, ou é subcelebridade (e essa reforma ortográfica, fez o que com essa palavra?) ou faz uma palhaçada na frente da câmera. Mas até esse expediente está gasto. A verdade é que ninguém presta atenção nessas campanhas.

Provavelmente sabendo disso tudo, o candidato a deputado federal aqui por São Paulo Jeferson Camillo esticou o limite do absurdo em campanha para um pouco mais longe. Os vídeos falam por si. Divirta-se.








ps: não aguentei e coloquei mais um. No canal do Youtube do candidato tem muito mais.

Vanusa manguaça ataca outra vez

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Depois de se atrapalhar com o Hino Nacional, a cantora mistura as bolas com as músicas "Sonho de um palhaço" e "Como vai você", do ex-marido (e falecido) Antonio Marcos. Lá pelas tantas, ela tasca um "nã-nã-nã, esqueci a letra!", tenta ler alguma coisa na pasta, dá risadas para o microfone e emenda "veeeeeeemmmm..." - trecho da outra música (pior que pergunta para a banda, que não sabe o que fazer: "entrei na outra?"). A platéia permanece atônita.

1:57

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(Vídeo e sacada extraídos da Futebol Alternativo)

Som na caixa, manguaça! - Volume 58

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MANDE UM ABRAÇO PRA VELHA
(Rita Lee, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Liminha)

MUTANTES

Já faz tempo pacas
Que eu não vinha aqui cantar no festival
Eu não vou ganhar
Quem sabe até eu vou perder
Ou empatar

Nós não estamos nem aí
Nós queremos é piar
Nós estamos é aqui
E sua mãe onde é que está?

Mande um abraço pra velha
Diga pra ela se tratar

Você pensa que cachaça é água
Mas cachaça é água não
É não

Você pensa que eu estou brincando
Mas brincando eu não estou não
Estou não
Estou não

Imagine um festival
Sem caretas e no sol
Imagine um festival
Com a sua mãe e o Juvenal

(Compacto simples, Polydor, 1972)

Estranho

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Tudo foi esquisito no jogo de ontem entre Santos x Avaí pela Copa Sul-Americana. A começar pelo placar, claro: nem o mais otimista torcedor do Leão da Ilha esperava enfiar 3x1 no Santos fora de casa ontem. Mas as estranhezas também se fizeram em outras circunstâncias.

Em primeiro lugar, pelo público que esteve no estádio ontem. O jogo foi realizado em São Paulo; assim, o Santos atendida à tradicional demanda do público da capital paulista, que sempre reclama que o Peixe pouco joga na cidade e que é difícil ir a Santos ver os jogos, em especial nos meios de semana.

Com isso, e com o apelo do fato de ser o primeiro jogo do Peixe após o título da Copa do Brasil, esperava-se casa cheia no Pacaembu ontem; porém, o que se viu foi um Paulo Machado de Carvalho às moscas, com apenas 7 mil pagantes. Era a Copa Sul-Americana, um torneio ainda não muito querido pelo público? Foi às 21h50, horário indigesto para muita gente? Não importa. Acho que não cabem desculpas. A torcida do Santos fez feio, muito feio ontem. E deu argumentos para os santistas (falo dos moradores de Santos) mais tradicionais reclamarem das transferências dos jogos para a capital. Difícil digerir.


Estranho também - e aí puxando para o lado positivo - foi o comportamento dos torcedores após o término do jogo. Já fui em inúmeras partidas em que o Santos empatou ou até mesmo venceu e mesmo assim deixou o campo sob vaias, perseguido e atacado pela própria torcida. Ontem, mesmo com a derrota, o time recebeu aplausos após o fim da peleja. Diferente. Mas, repito, positivo.

Falando agora estritamente do que aconteceu dentro de campo, não há como não usar o adjetivo "estranho" mais uma vez. O Avaí foi melhor que o Santos e mereceu, sim, a vitória. Mas falar que o time catarinense deu um passeio no Pacaembu foi um exagero. O Santos criou boas chances durante o desenrolar do jogo e, apesar da melhor atuação do adversário, não seria absurdo dizer que uma derrota menor ou um empate seria um placar injusto na noite de ontem.

O Peixe começou o jogo com o 4-3-3 que encantou o Brasil no primeiro semestre. Mas, ao invés de ter sua linha de frente formada por Ganso, Robinho, Neymar e André, coube a Marquinhos, Mádson, Marcel e Zé Eduardo desempenharem o papel. A diferença dos nomes já sugere que haveria uma queda de rendimento, e foi o que ocorreu. Marquinhos esteve devagar. E Madson é uma sombra do jogador que encantou os santistas no ano passado. No português claro, está fazendo hora extra na Vila.

Veio o segundo tempo, quando o Avaí já vencia por 1x0, e Dorival Júnior mancou a campo Neymar e Ganso. Houve aí uma sensível melhora na criação do time. Ganso esteve um tanto quanto disperso, mas deu seus passes fatais. Já Neymar impôs sua velocidade característica e fez jogadas ótimas, como a que resultou no gol de Zé Eduardo.

E, para fechar a dose de estranhezas, o Santos acabou o jogo com apenas 10 atletas em campo. Mas não porque alguém foi expulso; o que ocorreu é que Neymar, após receber uma entrada dura de um zagueiro adversário, não tinha mais condições de ficar em campo. E o Santos já tinha feito as suas três alterações: para colocar Ganso, o próprio Neymar e... Felipe, o goleiro reserva, que foi a campo porque o titular Rafael sofreu um traumatismo craniano (!).

É, não era dia...

Serial killer racista prometia, no bar, criar igreja de bêbados

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E, na estigmatização do mé, nem mesmo ateus e agnósticos apreciadores da mesa do bar escapam.

O estadunidense acusado de assassinato de pelo menos cinco pessoas no Panamá pretendia, segundo a agência AFP, fundar uma igreja de bêbados. Wild Bill seria o primeiro "papa" da instituição, de quatro paredes flácidas. William Datham Holbert é acusado de se aproximar de ricaços da América Central com promessas de compras de imóveis, mas executava os vendedores antes de assinar a papelada e enterrava todos no jardim de seu hotel Villa Cortez.

A notícia, digna do saudoso Notícias Populares, poderia render outras manchetes. O meliante é racista, defendia a supremacia dos brancos. A esposa do cidadão também é acusada de participação nos crimes. E há imagens dos dois diante de vários brasões da marca de motocicletas Harley Davidson. Um prato cheio para títulos variados.

A parte da igreja dos bêbados, articulada em seu bar, é só a parte cômica da tragédia. É também a menos importante, porque era promessa de mesa de boteco. "(Ele) estava formando em seu bar um tipo de igreja, o 'Primeiro Templo dos Bêbados', e ele supostamente seria o primeiro líder. Esse homem buscava ativamente pessoas as quais poderia manipular e dominar. Gente dócil", acrescentou Donald Winner, um empresário de turismo no Panamá.

As imagens de Don Winner, no Panama Guide falam por si.

Foto: Don Winner/Panama Guide


Hinos de igrejas dos bêbados

No YouTube, há dezenas de versões de hinos "religiosos" voltados à devoção ao etanol, ou melhor, aos etílicos. Há versões em vídeos variados para um hino da "igreja dos bêbados de Deus" (lusitanas, brasileiras, brasileiras, brasileiras). Não necessariamente é engreçado. Os gringos também se divertem nessa perspectiva.

É sabido ainda que São Martinho é tido como responsável por manter um olhar especial e carinhoso aos bêbados. E que os pastores em Salinas (MG) pegam no pé de quem quer usufruir dos valores culturais da marvada.

Nota

Em nota, o Manguaça Cidadão informa que não faz parte da proposta de política pública a incorporação de questões religiosas, nem a criação de instituições ou associações nesse sentido. O programa se pretende laico.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Da série: 'Releases surreais via internet'

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Juro por Deus que recebi esse negócio por email, da forma como aqui é reproduzido:

EYMAEL, expectativa de Vitória!

Pesquisa CNT Sensus divulgada no dia 05/08.

Na pergunta expectativa de vitória: Independente de quem o Sr(a) vai votar, quem o(a) acha que vai ganhar as eleições para Presidente da República deste ano?

Confirma também, Eymael em 4º lugar e em ascensão sendo a diferença para o 3º colocado, que é a candidata do PV, somente de 0,5 %.


Como diria Mauro Beting, AGORA VAI!

Vestal da 'ética' agora vigia a 'moralidade'

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A Folha de S.Paulo (argh!), aquela empresa que publicou artigo dizendo que o presidente Lula tentou violentar um companheiro, quando esteve preso, e que tratou os 21 anos de selvageria militar no Brasil como ditabranda, além de outros absurdos, volta agora a prestar seu triste papel de "sentinela vigilante" da moral e dos bons costumes para a sociedade brasileira. Credo.

Falando sobre o livro "Teresa, que esperava as uvas" (de Monique Revillion, Geração Editorial), que integra o pacote do governo federal para equipar bibliotecas de colégios públicos, atenta para os "escandalosos" trechos de sexo e violência na obra fictícia: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "deu um tiro no olho dele (...) ele ficou lá meio dependurado, com um furo na cabeça". E o "jornal" ressalta, por fim, que "o governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha (do livro)".

Ou seja, pra variar, a culpa é do Lula! Dai-me estômago, oh, Senhor...

Com autoridade, Inter põe a mão na taça

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O Internacional venceu ontem o Chivas, lá em Guadalajara, por 2x1, e ficou muito próximo do título da Libertadores da América.

Além da vantagem numérica - agora o Internacional pode empatar, e não custa nunca lembrar que, na decisão, a famosa "regra dos gols fora" não se aplica -, o que nos faz acreditar que a América será colorada é a postura que o time de Celso Roth mostrou ontem.

O Inter matou a pau, jogou muito melhor que o Chivas e o 2x1 acabou sendo pouco para refletir o que foi o domínio da equipe gaúcha.

Desfalcado de Tinga, o Internacional tinha seu setor ofensivo composto pelo quarteto Giuliano, D'Alessandro, Taison e Alecsandro. E, com Guiñazu e Sandro fechando o meio, conseguia se movimentar de maneira eficaz, trocar muito bem as bolas e sufocar os mexicanos, dentro de seus próprios domínios.

Nessas situações típicas do futebol, o Inter não conseguiu transformar esse domínio em gols e, ainda por cima, acabou levando o 1x0 no último lance do primeiro tempo.

Resultado injustíssimo, que foi revertido na segunda etapa, com dois gols de cabeça de Giuliano e do capitão Bolívar.



É claro que tudo pode acontecer. O Chivas mostrou, nesta mesma Libertadores, que sabe e muito bem jogar fora de casa (despachou a Universidad do Chile ganhando em Santiago após empate no México). Mas as coisas estão bem encaminhadas para que o Beira-Rio volte a receber a Libertadores da América em sua sala de troféus.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Na estreia da Sul-Americana, Palmeiras perde do Vitória

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O Palmeiras perdeu para o Vitória por 2 a 0 na estreia do time da Copa Sul-Americana. Em dois lances de bola parada, uma falta com Ramon e uma cabeçada de Neto Coruja em escanteio, o time baiano levou a melhor em uma partida em que os visitantes mal ameaçaram o time da casa.

Escalado com quatro volantes, sem meias de criação e sem atacantes dedicados (daqueles que entravam em campo para jogar futebol), o Palmeiras fez uma apresentação muito ruim. Criou pouco e só no primeiro tempo. O Vitória não foi virtuoso no gramado enlameado do Barradão, mas o que fez bastou para faturar uma vantagem significativa para a partida de volta, no Pacaembu.

Sem Lincoln, contundido, nem Kléber, suspenso, o Palmeiras abusou das faltas. Pierre deveria ter sido expulso em dois lances diferentes. Edinho, que compõe a dupla de volantes exclusivamente marcadores, também se apresentou atabalhoado. Marcio Araújo e o estreante Rivaldo foram discretos. Ainda no primeiro tempo, Felipão tirou o lateral-esquerdo Armero para promover a estreia do atacante Luan. Rivaldo foi para a lateral, mas não melhorou muito.

A equipe do técnico estreante Toninho Cecílio, ex-diretor de futebol do alviverde paulistano, fez seu time buscar faltas perto da área. A desconcentração da defesa do Palmeiras facilitou. Ramon fez o goleiro Deola trabalhar duas vezes na primeira etapa nesse tipo de lance. E, com um minuto do segundo tempo, na terceira cobrança, marcou.

O Palmeiras parecia que iria melhorar, mas não rolou. Não a ponto de promover estragos. Um pouco mais de qualidade bastaria. A correria imposta favoreceu mais aos baianos, que tiveram boas chances. Enquanto teve fôlego, Ramon garantia a criação com qualidade. Depois dos 30 do segundo tempo, por cansaço justificável de quem tem 38 anos e não para de correr, saiu.

Isso rendeu algum alento ao Vitória, que ainda pressionou no fim. Tanto, até expandir a vantagem.

Luiz Felipe Scolari continua sem vencer no Palmeiras. Sem meias de criação, tem muito pouca chance de sequer fazer um gol. Com Lincoln e se Ewerthon for para o banco, o Verdão pode pensar em balançar as redes adversárias. Se isso vai ser em volume suficiente para a classificação, é outra história. No Barradão, um retrocesso significativo se mostrou.

A nova seleção por quem entende do riscado

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Eram 28 minutos do primeiro tempo quando Neymar completou de cabeça cruzamento com açúcar e com afeto de André Santos e abriu o placar contra os Estados Unidos na estreia da Seleção Brasileira convocada por Mano Menezes. No bar, os manguaças se animaram.

“Esse era o time da Copa!”, bradou um. “O Dunga perdeu a chance de entrar para a história”, vaticinou o filósofo. “Entrou como um dos piores”, disse um mais exaltado. “Como deixou esse moleques de fora?”, inquiriu um quarto, indignado.

Nesse momento, após superar certo nervosismo no início, a Seleção mandava no jogo, com intensa troca de passes, posse de bola e ofensividade. Ganso comandava o meio-campo, auxiliado por Lucas, Ramires e Robinho. A bola ia redonda de pé em pé, começando desde a zaga, que contou com segura atuação de Thiago Silva e David Luiz.

Emblemático que o primeiro gol do time renovado seja do garoto santista, com passe do lateral-esquerdo ex-corintiano, que perdeu a vaga na Copa para um improvisado Michel Bastos. André Santos, aliás, jogou mais do que em qualquer outra oportunidade com a camisa canarinho. A única atuação abaixo do esperado, na verdade, veio de um dos remanescentes do time de Dunga, Daniel Alves.

No boteco, a entrega do camisa 7 santista, que joga quase como um meia para permitir a Neymar a liberdade de atacar sem medo, não foi reconhecida. “Robinho está virando coadjuvante”, brada o freqüentador.

As chances de gol perdidas por Alexandre Pato também não passam impunes. “Quem mandou o Pato ter pé de galinha?”, cravou o maldoso. Mas quando o juiz não dá o gol do rapaz, por falta no goleiro, a solidariedade é imediata. “Garfaram o Brasil!”

Cabe a ressalva de um possível desinteresse do selecionado estadunidense. Mas o time de Mano não tomou conhecimento do adversário, que teve umas duas chances de gol, um no nervoso começo, outra no final, em bola alçada na área.

No segundo tempo, a unanimidade sobre o erro de Dunga ao não convocar os garotos da Vila desaparece. “Não, não servia não! Eram muito novos! Agora serve, para jogar na outra Copa”, analisa um comedido. “Tinha que ter levado esse time para a África”, rebate o empolgado.

Aos 46 minutos da primeira etapa, Pato desencanta em belo passe de Ramires (um volante jogando perto da área adversária, coisa interessante), dribla o goleiro e só não entrou com bola e tudo porque teve humildade, citando o poeta. “Acabou! Se eu sou o técnico mando o time parar, ir embora. ‘Tchau, não quero humilhar não’”. É o filósofo do início da história, animadíssimo com o desempenho do time. “Faz tempo que não vejo um time jogar assim, botar na roda mesmo. Me lembra a Seleção de 82, vai tocando, tocando e de repente está na cara do gol”, avalia. “A gente ficar suspirando porque o Elano se machuca não dá!”, indigna-se.

No segundo tempo, Mano Menezes troca vários jogadores, mas a toada segue a mesma. Domínio completo, diversas chances de gol (foram 21 finalizações durante o jogo), mas ninguém consegue colocar para dentro. Três destaques, um pelo inusitado: o meia Éderson, aquele que ninguém jamais viu jogar, entra no lugar de Neymar. Corre cerca de 40 segundos, tenta um drible na ponta direita, e sai de campo, com uma lesão muscular. “Coitado do moleque”, simpatizam os bêbados.

Os outros dois são obra de Paulo Henrique Ganso, mestre e senhor do meio-campo. Primeiro, mete uma bola na trave em chute de fora da área. Depois, mas perto do final, aplica um elástico num zagueiro gringo e manda a bola para fora. Coisa de quem conhece.

“Imagina quando esse time estiver entrosado”, devaneia um manguaça. Pois é...

segunda-feira, agosto 09, 2010

Domínio com poucos gols e Elias volta a ser meia

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O Corinthians fez o dever de casa e venceu o Flamengo por 1 a 0, no Pacaembu. Como se trata de um grande time, vale comemoração maior. Mas convenhamos que o time que jogou contra o Timão com aquela terrível camisa azul e amarela não figura na galeria das grandes equipes do rubro-negro.

Com a volta de Dentinho, Adilson Batista montou a equipe no 4-2-3-1 (4-3-3?) do ano passado. No ataque, Dentinho na direita, Jorge Henrique na esquerda e Iarley no meio – o que não é a dele. No meio-campo, Jucilei e Ralph de volantes e Elias como armador central.

Quando ouvi falar da formação no meio da semana, não gostei. O camisa 7 já foi testado aí por Mano Menezes uma penca de vezes depois da saída de Douglas e nunca foi bem. Sempre entendi que era sacrificar o cara, que é um baita segundo volante e um meia não tão qualificado. Pois não é que dessa vez funcionou? Elias se mexeu bastante e apareceu diversas vezes livre na área, sendo o melhor jogador em campo. Foi ajudado pela boa exibição de Jucilei, que vem subindo muito de produção. O gol foi do camisa 7, em belo chute da entrada da área.

Dentinho se machucou ainda no primeiro e Adilson fez uma substituição discutível, colocando Paulinho. O time deu uma recuada, mas manteve o domínio sobre o fraco time auri-celeste. O Flamengo teve poucas chances, numa atuação segura da defesa – como é bom ter Roberto Carlos de volta! A melhor chance aconteceu em bola rebatida por Julio César e mal afastada pela zaga que sobrou nos pés de Vinicius Pacheco. O goleirão se redimiu do erro e defendeu.

O susto só foi tão grande porque o Corinthians insiste em perder gols. Criou várias chances, foi superior, mas não consegue botar a bola pra dentro. Um centroavante faz falta. Dizem que Ronaldo pode voltar contra o Avaí, domingo, na Ressacada, mas não sei se isso ainda me anima.



O que achei interessante foi o desempenho de Elias com mais liberdade no meio campo. Imaginei um 4-4-2 com Bruno César e Elias nas meias. Acho que os dois têm características complementares, o canhoto com mais visão de jogo e passes longos, o destro com qualidade de infiltração e drible. Além disso, os dois finalizam bem. Com Dentinho e, bem, mais alguém no ataque, e Jucilei de segundo volante, pode dar samba.

Sobre o campeonato, mantemos a segunda colocação, após a decepcionante derrota do Grêmio em casa para o Fluminense. De positivo, vai ficando maior a distância entre os dois líderes e o resto da galera: hoje o Timão está em 7 pontos à frente do Ceará, terceiro colocado (pelo menos até a realização de Santos x Inter, que foi adiado).

A sequência de jogos é perigosa. Depois do Avaí fora, tem o São Paulo no Pacaembu. Que Adilson ache logo seu time pra gente seguir na briga pelo campeonato.

Santos 2010 x Palmeiras 1996

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Comparar times de épocas diferentes - ou, mais precisamente, tentar descobrir quem é o melhor entre eles - é um exercício por definição impreciso e, em termos históricos, equivocado. Mas é dos mais divertidos, e rende conversas de boa qualidade.

Então, inspirado pelo amigo Fabrício, leitor frequente deste espaço, comparo dois times que fizeram história nos primeiros semestres dos anos em que atuaram: o Santos de 2010 e o Palmeiras de 1996, para chegar a um veredicto sobre qual das duas equipes é (foi?) a melhor.

O desafio de comparar esses dois times surge quase que naturalmente entre os apaixonados por futebol. Afinal, são equipes similares em suas características: ambas têm como principal qualidade o jogar para a frente, o fazer muitos gols. Aquele Palmeiras, pelo Paulistão, fez 102 gols em 30 jogos; o Santos atual, no mesmo campeonato, balançou a rede 72 vezes em 23 partidas.

10x0, 8x0, 8x1, 9x1... os placares com muitos gols são marcas registradas desses dois times. Eles não foram os melhores times das duas últimas décadas; mas foram os únicos em que placares como aqueles se tornaram algo corriqueiro, rotineiro.

Introdução feita, vou ao meu veredicto: entre os dois, fico com o Santos atual.

A essa altura, o leitor que viu o Palmeiras de 1996 está acessando a caixa de comentários para me xingar; ou, se mais comedido for, está afirmando que o fato de eu ser torcedor do Santos é a única explicação para tal afirmação.

Mas vamos à argumentação.

A primeira é que os espetáculos que o Palmeiras de 1996 dava se neutralizam com os desempenhados pelo Santos atual. Os dois times foram (são, no caso do Santos) únicos nos shows que protagonizam. Como dito há pouco, esperar placares surrealmente elásticos nos jogos dos dois times é o comum. Na comparação, então, segue 0x0.

O segundo ponto pró-Santos é "matemático", mas não apenas - o Santos faturou dois títulos (Paulista e Copa do Brasil), enquanto o Palmeiras levantou apenas a taça do estadual. Resumir a qualidade da equipe aos troféus conquistados seria uma injustiça, e não é apenas a isso que me baseio. O principal problema está em como o título alviverde foi perdido. O Palmeiras deixou a Copa do Brasil de 1996 escapar ao perder em casa para um Cruzeiro que, embora fosse um bom time, era inferior tecnicamente ao grupo de Vanderlei Luxemburgo - ou seja, no português claro, o time pipocou. Tremeu na principal decisão que encarou. Falhou em algo que até hoje se fala que esse time do Santos faz (ou você nunca ouviu ninguém falar que esse time do Santos é só showzinho, mas na hora da decisão, foge?).

E o terceiro ponto é que um dos argumentos que mais se usa para valorizar o Palmeiras de 1996 é o gabarito individual de seus atletas. De fato, aquele time tinha jogadores que fizeram história no futebol nacional - os pentacampeões Cafu, Rivaldo, Júnior e Luizão (e de quebra Marcos, como reserva), os incontestavelmente craques Djalminha e Muller, e os bons Velloso, Flávio Conceição e Amaral. Uma reunião eficaz de estrelas como poucas vezes se viu. Acontece que a comparação com os jogadores do Santos é injusta, por conta da juventude dos atletas peixeiros. Hoje, Neymar, Ganso, André, Wesley e cia. ainda não entraram em definitivo no Panteão dos heróis da bola, como aqueles palmeirenses o fizeram. Mas será que não chegarão lá? Será que, por exemplo, uma seleção campeã do mundo em 2014 não terá nomes desse time santista em seu plantel? É difícil comparar hoje nome a nome, porque o currículo dos santistas - por causa da idade - é menor. Pode ser que seja maior no futuro, pode também não ser. Não se sabe.

Aguardo comentários discordantes (a começar o do próprio Fabrício, que sugeriu o post). Mas a princípio mantenho minha opinião. Vamos lá!

Palmeiras empata e Felipão já põe o bode na sala

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Foi 1 a 1 em Goiânia. Em confronto de alviverdes, o empate foi um castigo para o time visitante que abandonou pretensões ofensivas na segunda etapa. Sem Lincoln para armar, o time já teve ainda mais dificuldades de criação, mas quando pensou que poderia assegurar a primeira vitória da era Luiz Felipe Scolari, no último minuto do tempo regulamentar, o marcador foi igualado.

Felipão achou ruim que os jornalistas perguntassem sobre o jejum de vitórias, já que desde que o treinador chegou, há cinco partidas, não vieram três pontos de uma só vez. O técnico já fala em dar mais importância à Sul-Americana.

Pior foi a frase inteira do técnico: "Do jeito que estamos no Brasileiro, somando um ponto por jogo, vamos somar uns 30 e poucos no final, que é uma situação de brigar para não cair". A sequência da fala dele era justamente explicando que pelo Brasileirão dificilmente a vaga da Libertadores vem.

O que ele fez foi pôr o bode na sala (numa versão relâmpago e despida de qualquer graça: aquela história do manguaça que vivia cheio de problemas em casa, com a mulher e os filhos. No bar, o dono do boteco cansou-se das lamúrias e sugeriu a instalação de um caprino no meio da sala por uma semana. Passado o período, e superada a tentativa de homicídio ao dono do bar pelo manguaça, o sábio proprietário da cultura etílica autorizou o cliente a retirar o bode de sua residência, o que representou o fim das queixas da mulher e dos filhos).

Jogou lá no chão as expectativas do torcedor. Se o time render mais do que isso, já pode soar como lucro. Alinhou seu diagnóstico ao dos pessimistas e, agora, pode capitalizar melhor as boas notícias.



O Palmeiras voltou a apresentar melhoras, só no primeiro tempo. Voltou também a mostrar limitações. O gol de Ewerthon aos 12 minutos, depois de Kléber roubar a bola do zagueiro Amaral, encheu a nação verde-limão siciliano de esperanças. O camisa 30 quase quebrou seu jejum de gols cinco minutos depois, mas mandou errado. Harlei, arqueiro goiano, ainda defendeu um chute de Patric no primeiro tempo.

Depois, o time recuou. O Goiás perdeu dois gols na cara, um no fim da primeira etapa, outro no segundo tempo. Antes dos 20 da etapa final, o Palmeiras já recuava bastante. As alterações promovidas por Émerson Leão surtiram efeito. As de Felipão, só geraram recuos. Marcos Assunção no lugar do lateral-direito Vitor e o estreante Luan (atacante) na vaga de Ewerthon foram as substituições à espera de um contra-ataque que não veio.

O empate veio aos 45 minutos, em gol contra de Marcos Assunção. Acidente.

Quando Valdívia entrar em campo novamente, haverá mais uma opção de criação de jogadas. Quando Lincoln se recuperar de contusão, também. Em teoria, a formação com Marcos Assunção como volante e Márcio Araújo improvisado na lateral, é boa, mas precisa passar por mais testes.