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Não é de hoje que o Goiás é uma pedra no sapato do Santos. Contando com esse 4 a 1 sofrido no Serra Dourada, desde a primeira partida entre os dois, realizada em Goiânia no ano de 1968, foram 41 jogos, com 14 vitórias esmeraldinas, 15 empates e 12 triunfos alvinegros. Dentre as derrotas para o time do planalto central, uma é mais doída. A desclassificação sofrida na Copa do Brasil de 1999. O Peixe havia vencido o primeiro jogo por 2 a 1 e poderia perder até por 1 a 0 na Vila Belmiro para ir à frente na competição. Foi derrotado por 4 a 3, com dois gols de Araújo e outros dois de Aloísio, ex-São Paulo.
Mas nem mesmo esse histórico justifica um 2 a 0 logo nos três primeiros minutos de jogo. Paulo Baier estava sozinho para cabecear e abrir o placar a um minuto, com Fabiano Eller olhando a bola ao invés de marcar o goiano. Em um contra-ataque com a equipe totalmente desarrumada, saiu o segundo. Aos 13, Wendel falha incrivelmente e Fabão (no lugar do suspenso Domingos) fez o que já podia se esperar dele. Um pênalti infantil e, com menos de um terço do primeiro tempo, o Alvinegro já perdia por 3 a 0.
Ainda na primeira etapa Márcio Fernandes sacou Fabão e deslocou Rodrigo Souto para a posição, que terminou o jogo como o mais eficiente defensor da equipe. Mas o time goiano, com um esquema de três zagueiros, praticamente anulou Kléber Pereira, que não teve uma chance sequer nos primeiros 45 minutos. Cuevas, pra variar, se deslocou bastante e produziu pouco.
Na segunda etapa, novo gol aos nove minutos e a tentativa de pressão alvinegra ia por água abaixo. Com três atacantes (Lima entrou no lugar de Michael), o Santos melhorou, mas o caixão já estava fechado. Com assistência de Kléber Pereira, Pará descontou e Lima poderia ter feito o segundo em outro belo passe do artilheiro santista. Mas perdeu um gol feito e deve estar na lista de dispensas da Vila Belmiro.
Com um show de falhas individuais, não se pode creditar toda culpa do resultado nas costas do treinador. Até porque a equipe esmeraldina é boa, tanto que vem de quatro vitórias seguidas, com 12 gols marcados e dois sofridos, a melhor campanha do segundo turno. Mas Fernandes tem culpa em dois aspectos.
O primeiro foi a demora em colocar um terceiro atacante, deixando o adversário ter a sobra durante a maior parte do jogo. O segundo é manter como titular o ineficiente Kléber Chicletinho. Não acredito que a derrota e a perda da invencibilidade no nesse turno vá abalar o time, mas agora é praticamente obrigação vencer seus próximos dois confrontos na Vila: Portuguesa e Atlético (PR). Se o fizer, dá um passo importante para se afastar de vez da zona do rebaixamento, já que são dois rivais diretos. Mas o torcedor vai continuar tendo que ter paciência, ainda mais quando é obrigado a assistir a um jogador em péssima fase jogando com uma majestade de Pelé. Só que sem a técnica e o brio do Rei...
E o Fluminense?
A derrota em casa para o Coritiba deixou o Fluminense com chances de segurar a lanterna no final dessa rodada. Claro que é preciso lembrar da responsabilidade do treinador que queria "brincar" no Brasileirão e também da saída de altetas fundamentais da equipe. Mas que a atitude de Cuca em repetir o discurso do "o time jogou bem, fomos prejudicados, merecíamos mais sorte..." não ajuda nada é a mais pura verdade.