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Verdão atropela o toque de bola do
adversário com marcação em todo o campo e muita velocidade no
ataque
Em 2014, o Audax, comandado por
Fernando Diniz, fez algumas apresentações interessantes tentando
reproduzir o tiki taka, estilo de jogo consagrado pelo Barcelona de
Pepe Guardiola, hoje no Bayer de Munique. No entanto, entre o clube
catalão e o de Osasco existem alguns milhões de euros de diferença,
refletindo na também abissal distância de talentos de um e de outro
time. Resultado: hoje, no Allianz Parque, o time da grande São Paulo
ficou com a bola, e o Verdão ficou com os gols.
Antes da partida, o cantor Péricles,
ex-vocalista do Exaltasamba, cantou o hino nacional em ritmo de
pagode e Osmar Santos deu o pontapé inicial da partida. O mando de
campo era do Audax, mas o clube preferiu estrear na casa do
adversário, ainda que ambos os clubes neguem a inversão evidente de
mando. E a torcida, em festa, não demorou muito para comemorar. Aos
6 minutos, o Audax perdeu a bola no meio de campo e o Verdão pegou
uma defesa completamente desarrumada. Allione abriu pela ponta
esquerda e tocou para Leandro Pereira empurrar para as redes.
O gol foi fruto direto do modo do time
de Fernando Diniz jogar, muito toque de bola e jogadores atuando
próximos, buscando compactar os espaços. O problema é que os
jogadores ficam tão preocupados com o que fazer com a bola nos pés
que parecem se esquecer que é preciso se movimentar quando estão
sem ela. Com uma marcação frágil, a equipe osasquense quase sofreu
o segundo gol aos 10, quando mais uma vez o argentino Allione serviu
Zé Roberto que cruzou para Maikon Leite perder, sem goleiro, em uma
jogada inacreditável (confira aqui).
Mas o Audax se esforçou e conseguiu
tomar o segundo gol aos 14. De novo Allione dominou, dando uma
assistência precisa para Robinho fazer. Na área, quatro
palmeirenses contra cinco adversários, sendo que um deles estava à
frente da linha da bola. Estava fácil demais.
Jogadores comemoram primeiro gol alviverde (Reprodução) |
Após o tento alviverde, os palestrinos
chegaram com perigo real em pelo menos quatro oportunidades, enquanto
os rivais praticamente não ameaçaram o gol de Fernando Prass. Em
uma cobrança de lateral no lado direito da defesa, o Audax foi
desarmado pela marcação palmeirense, Robinho passou para Maikon
Leite, sozinho à frente do goleiro Felipe Alves, e dessa vez não
desperdiçou. Com 36, o Verdão já vencia por 3 a 0, partida mais
que definida.
Os números do Footstats davam o
retrato preciso do jogo. O Audax trocou 268 passe na etapa inicial,
contra 107 do Palmeiras; a posse de bola foi de 65% dos osasquenses
contra 35% dos palmeirenses. Mas o time da capital fez 13 desarmes
contra quatro do rival, e dez finalizações contra quatro. Explicado
o placar.
No segundo tempo, o Palmeiras veio com
um previsível freio de mão puxado. Por vezes, foi ele quem tocou a
bola segurando o ritmo da partida, enquanto o Audax continuava com o
mesmo estilo de jogo, mas encontrando mais espaço na intermediária
verde. No entanto, tratava-se de um roteiro repetido quase à
exaustão: muita troca de passes até o erro em um passe longo ou
tentativa de assistência.
O momento precioso do time vermelho
veio aos 17 com Thiago Silvy, que havia entrado um minuto antes. Ele
aproveitou o cochilo de uma linha de impedimento mal feita e perdeu a
oportunidade de gol diante de Fernando Prass, que cresceu na jogada.
O Palmeiras só voltou a dar o ar da graça aos 25, quando Robinho,
após boa troca de passes no meio da defesa adversária, chutou para
Felipe Alves fazer bela defesa.
A partir dos 30, sem chegar ao gol, o
Audax diminuiu seu já reduzido ímpeto ofensivo e o Palmeiras pouco
fez para ampliar. E Rafinha, aos 48, descontou e premiou o esforço do time de Osasco, que merecia de fato um gol de honra.
Ao final, a vitória por 3 a 1 é um início promissor para o
Palestra. Se o adversário apresentou fragilidades, em especial no
primeiro tempo, o Verdão fez o que um time grande tem que fazer,
definir a parada rápido. Destaque para Allione, que soube articular
o setor ofensivo da equipe, sendo decisivo na etapa inicial.
Coordenação que a equipe de Osasco não tinha, e também por isso
foi tão pouco produtiva no setor ofensivo. Fernando Diniz sonhou com
o Barcelona, mas não chegou sequer a ser um Levante.