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Por Moriti Neto
Não tenho grandes expectativas na Copa. Já gostei mais do mundial de seleções. Óbvio, a paixão ludopédica me levará a assistir o maior número de jogos, embora hoje extraia apenas algum prazer do que resta de
glamour em ver craques de diferentes origens na mesma competição – o que, na verdade, não é nada que os campeonatos de clubes, como a Champions League, não permitam, contando, inclusive, com a maioria dos selecionáveis brasileiros.
E, nesta quarta-feira, pequeno hiato sem partidas oficiais importantes, entre o Brasileiro e a Copa, penso na Libertadores e nos destinos do São Paulo na competição. O Tricolor começou o ano mal. Não somente em resultados, mas também no nível do que apresentava.
Uma bacia de medalhões contratados, time sem cara, técnico ameaçado e insatisfações à mostra. Derrotas em todos os clássicos no Paulista e desempenho sofrível no torneio continental. Eis que duas partidas e um jogador mudam as coisas pelos lados do Morumbi. As duas vitórias contra o Cruzeiro, nas quartas de final da Libertadores, contam com a estreia de Fernandão. Aliás, ocorrem em muito por causa dele. O São Paulo, quatro anos depois, está na semifinal da competição de clubes mais importante da América. Também passados quatro anos, enfrenta o algoz da decisão de 2006, o Internacional de Porto Alegre, com outra coincidência: após uma parada pra Copa.
Empolgação justificável?
Vi e ouvi muitos são-paulinos empolgados com as vitórias sobre a Raposa, na Libertadores, e contra Inter, Palmeiras e Grêmio, no Brasileiro. Já enalteci algumas melhoras do São Paulo aqui, mas é preciso cautela. A equipe ainda é bem instável durante os 90 minutos e aposta numa fórmula sem muitas variações. Atua baseada no sistema defensivo, jogando atrás da linha da bola e à espreita de uma chance de contragolpe puxado por Marlos ou Dagoberto que, invariavelmente, buscam Fernandão para arredondar a situação. Das poucas alternativas, destaca-se Hernanes, o ambidestro habilidoso e de arremates potentes. Nas alas, Cicinho tem se posicionado razoavelmente na defesa, mas não consegue apoiar por receio de deixar espaços. Junior César, com melhor preparo físico, ataca mais, porém, no esquema atual, raramente tem com quem trabalhar pela linha de fundo. Boas notícias são a recuperação de Rogério Ceni, que voltou a defender bem, e a ótima fase de Alex Silva.
No final das contas, claro, o São Paulo conseguiu atingir metas importantes no primeiro semestre. A principal foi classificar-se entre os quatro melhores da Libertadores. De quebra, chegará a julho na sexta colocação do campeonato nacional nem tão longe dos líderes. Para quem começou 2010 tão mal, dá pra dizer que o balanço semestral aponta superávit, mas ter empolgação com o time só se os treinamentos da inter-temporada forem produtivos no quesito ousadia.