Destaques

sábado, agosto 25, 2012

Santos bate Palmeiras de virada com dois de Neymar

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Antes da partida, quase toda a mídia esportiva lembrava que o Santos, recentemente, tem levado a pior contra o Palmeiras, mesmo em ocasiões nas quais tinha time superior (o que é verdade). E também destacando que Neymar tinha, até a partida, 29% de aproveitamento contra o Alviverde. Esta, a propósito, era uma das três matérias negativas em relação a Neymar no portal Uol, nenhuma delas original. As outras duas diziam respeito a uma reportagem curiosa da Forbes sobre possíveis gastos excessivos do atacante (ah, como ele tem pais em todo o mundo) e outra comentando a respeito de um colunista do Ole que disse que o atacante praticava “futebol foca”, tal qual Cristiano Ronaldo. Realmente, está faltando pauta.

Sempre ele. (Santosfc)
Talvez por conta desse seu histórico contra o Palmeiras, o atacante foi individualista em excesso na primeira etapa, buscando resolver por conta própria quando nem sempre era a melhor opção. Com os donos da casa procurando mais o gol (ainda que sem criar muita coisa, exceção de um lance de Barcos, que tentou uma assistência para Mazinho), o Alvinegro não conseguia levar perigo nos contra-ataques, a exceção foi uma jogada do Onze santista, aos 29 minutos. Uma partida truncada, pegada e, nesse cenário, foi o Palmeiras quem marcou aos 41, uma grande finalização fora da área de Côrrea, que ainda tocou no gramado e ganhou velocidade antes de entrar.

No entanto, ainda no primeiro tempo, Ganso, que pouco fazia àquela altura, sofreu uma falta desnecessária de Valdívia que voltou pra mostrar “vontade”, ao marcar na intermediária. Neymar cobrou a falta que vale o adjetivo dos locutores de rádio de outrora: magistral, sem chances para Bruno.

Na segunda etapa, o Santos voltou tocando mais a bola, marcando melhor no meio de campo e não deixando o Palmeiras fazer a pressão que tentou no tempo inicial. Mais uma vez coube ao Onze peixeiro “achar” uma finalização no canto direito do arqueiro rival. A partir dali, deu pra perceber o quanto a situação palmeirense na tabela pesa. Jogadores errando passes fáceis, nervosismo e poucas chances efetivas de gol. As duas principais foram com Barcos. O avante desperdiçou diante de Rafael e, mais tarde, cabeceou certo mas esbarrou em uma defesa incrível do arqueiro santista.

Essa última finalização de Barcos, aliás, veio depois de uma oportunidade espetacularmente perdida por Ganso que, à frente do goleiro, preferiu dar o passe – errado – para o lado. Mas o meia, ainda santista, merece um capítulo à parte aqui.

O Santos consegue assim sua terceira vitória seguida, sendo duas em clássicos, e termina o primeiro turno em uma posição menos vexatória do que se ensaiava. Dos últimos quinze pontos, foram treze ganhos, e o sonho da Libertadores ainda está vivo, ainda que o caminho seja árduo e Neymar vá desfalcar o time em algumas ocasiões por conta da seleção.



Caso Ganso

Neymar tem muitos “pais”. É gente querendo dar lição de ética, moral, educação cívica, educação financeira, cortesia, relação com a mídia, gerenciamento de carreira, de como influenciar pessoas etc e tal. Mas Paulo Henrique Ganso, um jogador que pintou como grande estrela e, além de estagnar, retrocedeu, não conta com tanta gente na mídia e na imprensa esportiva, especificamente, lhe dando conselhos ou ensinando como proceder. Talvez porque alguns – ou muitos – joguem com a confusão e queiram mesmo que o jogador saia da Vila, ainda mais se for para times bem quistos pelos media, como um que “comprou” o meia no ano passado ou o outro que tenta levá-lo hoje.

Que pena, Ganso... (Ricardo Saibun / Santosfc.com.br)
Claro que veículos de comunicação são atores desse enredo, não os principais responsáveis pela situação do meia hoje. Estes são o próprio jogador e seu estafe, além da diretoria do Santos. Se a Forbes se preocupasse com a situação financeira de Ganso, e não de Neymar, veria que o meia perdeu alguns milhões ao não aceitar uma das propostas de contrato do clube, lá atrás. Talvez porque, autossuficiente, o jogador confiasse que iria receber uma proposta milionária pelo seu futebol. Todas as três propostas recebidas até agora (Porto, Inter e São Paulo) não são o que se pode esperar para um atleta que fez outrora atuações dignas de gala. Mas que muitos enxergam serem coisa do passado.

Uma rotina de contusões, operações e uma extrema instabilidade fora de campo fazem de Ganso uma incógnita no futuro. E o cenário de leva-e-traz que o envolve irritou Muricy Ramalho, que o protege em entrevistas mas que na coletiva pós-jogo de hoje espetou o colega de profissão e técnico do São Paulo, Ney Franco, ao afirmar que não sabia se poderia escalar o meia hoje, já que o “cara lá até escalou ele”. O fato é que a diretoria do Santos se vê acuada não só pela movimentação da DIS, que detém 55% dos direitos econômicos do atleta, mas também por clubes rivais e pela própria imprensa, que martelou durante toda a semana que a transação envolvendo Ganso estava concretizada e que era possível até mesmo ele atuar no clássico de domingo. Só esqueceram de “combinar com os russos”, no caso, o contratante Santos. 
 
Se Ganso sair pelo valor da multa, será ótimo para o clube, mas é pouco provável que isso aconteça sem seus investidores colocarem a mão no bolso, coisa que aparentemente eles não farão, a despeito de todo apreço que tentam passar ter pelo atleta. E, caso não seja negociado agora, a vida seguirá e o meia vai ter que lutar para recuperar o espaço nobre perdido na seleção, no coração dos santistas e na mente de quem gosta de futebol bem jogado.

quinta-feira, agosto 23, 2012

O centenário de Nelson Rodrigues, sob a ótica de Latuff

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Melhor tradução da obra de Nelson Rodrigues em uma imagem. Obra do Latuff.


A estreia dos candidatos no horário eleitoral de São Paulo

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O que muitos consideram o pontapé inicial de fato na campanha eleitoral foi dado ontem, quando os candidatos a prefeito de São Paulo fizeram sua primeira aparição no horário eleitoral (não) gratuito. Na verdade, em inserções eles já haviam aparecido no dia anterior, mas com mais tempo as estratégias de TV ficaram mais evidentes.

Paulinho da Força, em seu primeiro programa, usou a velha cantilena da “biografia comovente”, realçando a "infância pobre" na qual só comia macarrão e tomava guaraná no Natal, para depois ressaltar seus feitos na luta pelos direitos dos trabalhadores. Uma reprise de Sessão da Tarde. Melhor fez Celso Russomano, cujo programa explorou sua afinidade com as câmeras, além de mostrar seu "contato com o povo", aquele abraça lá e beija aqui de toda eleição. Isso foi quase metade do seu tempo, a outra ficou a cargo do vice D'Urso contando uma parábola, algo pouco usual (pra não dizer bizarro), e que provavelmente faz parte da tentativa do candidato de se aproximar da classe média. Se a ideia foi essa, deveria ter escolhido uma historinha melhor...

Soninha e a bicicleta: reforço da marca
Soninha Francine investiu no seu público preferencial, com uma linguagem audiovisual jovem. Mas também teve o lado “família”, aparecendo com suas duas filhas. Uma delas, Sarah, disse que a mãe é “bem ecológica". “Ou tá a pé, ou de bicicleta, ou de metrô, ou de carro. Quando tá de carro, só abastece com álcool", falou, sobre a mãe. É bom lembrar que há controvérsias sobre se o álcool polui menos que a gasolina, mas deixa pra lá.

"Homem novo para um tempo novo", o slogan de Fernando Haddad permeou todo o seu programa, tecnicamente bem feito, praticamente apresentando o petista ao eleitorado não com narração em off, como os rivais, e sim com o próprio candidato se expondo. Haddad anda por muitos lugares de São Paulo durante o programa, e a música triunfante às vezes dá a impressão de que o petista é uma espécie de herói talhado para resolver os problemas da cidade. Troças à parte, o programa vincula Haddad a Lula e Dilma, frisando o sentimento de mudança que está bem patente nas sondagens eleitorais, e ataca Serra dizendo que São Paulo não quer mais prefeito de “meio mandato ou de meio expediente”, embora o candidato cometa o ato falho de que vai ser um prefeito que irá trabalhar "de manhã e de noite", deixando uma certa dúvida sobre o que fará no período da tarde.

Já o programa de Gabriel Chalita confirmou sua estratégia de campanha: a de ser a dita terceira via. Conseguiu explicar bem no tempo que tinha disponível essa linha, ao usar o exemplo das UPAs, programa do governo federal que não existe em São Paulo, segundo ele, por conta da rixa entre tucanos e petistas. A paternidade é reivindicada para o seu partido, o PMDB e, como ele tem "amizade" com Alckmin e é "amigo de Dilma", seria o mais apto para aparar as arestas que atrapalham o desenvolvimento da capital paulista. Conseguiu fazer a crítica a PT e PSDB sem ser agressivo, na base da “paz e amor”, perfil que conquistou muitos professores da rede estadual, ainda que não tenha feito uma gestão brilhante à frente da Secretaria de Educação. Atentem para esse homem, que pode crescer, principalmente com a troca de farpas alheia.

E o dileto José Serra? Até arriscou uma aproximação com a linguagem jovem, faixa na qual ele tem 50% de rejeição, ao usar um "tudo junto e misturado" em sua fala, contudo, só transpareceu mais ser aquilo que se chama "tiozão". Também fez as vezes do ausente mais presente das eleições paulistanas ao expor obras e supostas obras, lembrando Paulo Maluf. Justifica-se, já que o pepista, apesar de aliado ao PT, teve seu espólio transferido para a dupla Serra/Kassab em 2004 e 2008, agora disputado também pelo ex-malufista Russomano (que espectro esse Maluf, hein?). Embora seja uma canção original (sic) de sucesso, "Eu quero Serra, eu quero já" tem tudo pra saturar o ouvido do eleitor, talvez fazendo um efeito contrário do que o pensado pelos tucanos.

Gianazi, a despeito dos recursos e tempo exíguos, poderia ter feito um programa mais criativo, cuja produção parece improvisada. Gente para fazer melhor que isso o PSOL tem.

Recopa Sul-americana: Santos chega perto da vitória, mas só empata com La U

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Santos e Universidad de Chile fizeram a primeira partida da Recopa, que envolve o campeão da Libertadores e o da Sul-americana de 2011. As duas equipes, semifinalistas da Libertadores de 2012, não passaram do zero a zero, o que faz com que Alvinegro Praiano precise de uma vitória no Pacaembu para assegurar o título.

Peixe não nadou na chuva (Santos FC)
O Santos fez um primeiro tempo melhor que a equipe chilena, marcando no campo adversário e aproveitando a fragilidade da retaguarda rival, que teve o trabalho ainda mais dificultado pelo dilúvio que caiu antes do jogo, transformado em chuva insistente durante o tempo normal. Foram os visitantes que quase chegaram lá em duas oportunidades, uma com Ganso, que isolou uma bola em finalização de dentro da área depois de assistência de Neymar; e outra com o próprio Neymar, que sofreu falta fora da área, marcada erroneamente como pênalti em lance difícil. O garoto também isolou a bola ao escorregar na cobrança, para delírio dos “antis” (só pra usar um termo da moda no mundo boleiro). A mesma área também caçoou do arqueiro Johnny Herrera, que escorregou em reposição de bola. O gramado molhado fez outras vítimas durante a peleja.

Na segunda etapa, o Peixe jogou mais no contra-ataque, enquanto os chilenos buscaram o gol e pressionaram, sem tanta contundência. Já na segunda metade do tempo final os peixeiros começaram a se sentir mais à vontade, aproveitando-se do cansaço aparente dos donos da casa. 

Quase a vitória saiu em um lance da gala de Neymar que, parado em frente a um marcador, finalizou no travessão. As parcas finalizações do jogo (sete do Universidad e três do Santos) mostraram um dos motivos que resultaram na eliminação de ambos na Libertadores: muito toque, muitos passes e, às vezes, falta de anseio de definir. O jogo de volta, sem chuva, tem tudo para ser melhor.

domingo, agosto 19, 2012

Santos 3 X 2 Corinthians - para refrescar a memória do Fenômeno

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Esse aí era o tuíte do ex-atacante do Corinthians entre 2009 e 2011 após o clássico em que o Santos venceu o Corinthians na Vila Belmiro, hoje. Procurei, mas não achei nenhuma reclamação do empresário em duas partidas de 2010 envolvendo as duas equipes, a não ser o queixume em relação a uma peleja do campeonato paulista, quando reclamou que alguns meninos santistas estariam “fazendo gracinha”. Hoje, ele ganha dinheiro com a imagem de um desses meninos e talvez pudesse até ganhar mais alguma coisa, caso a transferência do garoto para o Real Madrid tivesse dado certo.

Mas as duas partidas das quais Ronaldo não reclamou naquele ano foram um Corinthians 4 X 2 Santos, no Pacaembu, e um Santos 2 X 3 Corinthians, na Vila. Na primeira, Marquinhos fez o tento que seria o de empate para o time praiano (aqui e aqui). Já no segundo jogo, um impedido Danilo fez o passe para Paulo André marcar o gol da vitória corintiana (aqui e aqui). Também não lembro de nenhum repórter se portar indignado “exigindo” atitudes do treinador da equipe prejudicada, como vi hoje com um sentimento de vergonha alheia na coletiva dada por Tite.

Erros acontecem, é justo o prejudicado se mostrar indignado. Mas parte da mídia esportiva e do meio futebolístico levam a coisa ao limite tão desnecessário quanto o empurrão de Guilherme em Neymar no final do jogo. Mais “equilibridade”, Tite.

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A partida em si foi um jogo movimentado, rápido, que mostrou coisas novas e nem tanto. Em relação ao Corinthians, uma equipe concentrada, que no início dos dois tempos marca no campo adversário e depois joga no erro do rival. Forte nas bolas paradas à frente, já o Santos pena no mesmo tipo de lance atrás, o que não é novidade. Novo é o time da capital tomar gol desse jeito, assim como o Peixe fazer. 

Meninos curtem a casa (Ricardo Saibun/Santosfc.com.br)
Também é nova a movimentação santista no ataque, com Patito Rodriguez no lugar de Henrique e Adriano assumindo uma função praticamente de terceiro zagueiro. Embora na etapa inicial isso tenha criado um buraco no meio de campo no qual o Timão deitou e rolou, no segundo, a equipe foi um pouco mais compacta, dificultando as ações adversárias, com Ganso voltando mais e particpando mais da partida, o que fez pouco na etapa inicial.

Pelo lado peixeiro, bela atuação do goleiro Rafael, que foi bem em duas finalizações de Romarinho, e de Neymar, que fez uma senhora jogada no primeiro gol do Santos, deu assistências e cobrou o escanteio do gol da vitória de Bruno Rodrigo. André já se mostra à vontade na casa que foi sempre sua e Patito cai nas graças da torcida pelo estilo impetuoso de atuar, sem tremer em seu clássico de estreia. Bons augúrios pelos lados da Baixada.